Etiologia
A etiologia do líquen simples crônico (LSC) pode ser categorizada em 4 grupos principais.[2]
Dermatoses subjacentes: dermatite atópica, dermatite alérgica de contato, dermatite de estase, infecções fúngicas superficiais (tinha e candidíase) e infecções dermatofíticas, líquen escleroso, verrugas virais, escabiose, piolhos, picadas de artrópodes e neoplasias cutâneas.
Condições sistêmicas que causam prurido: insuficiência renal, doença biliar obstrutiva (cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária), linfoma de Hodgkin, hiper ou hipotireoidismo e policitemia rubra vera podem, todas, resultar em LSC secundário.
Fatores ambientais: calor, suor, atrito de roupas e outros irritantes, como produtos agressivos de cuidados para a pele.
Transtorno psiquiátrico: ansiedade, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo e experiências dissociativas geralmente são associados à condição. Tensões emocionais em pessoas predispostas (ou seja, aquelas com predisposição subjacente para dermatite atópica, asma e rinite alérgica) podem induzir e, portanto, iniciar um ciclo crônico de coceira.[1][2][8][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Líquen simples crônico secundário no cenário da dermatite atópicaDo acervo pessoal do Dr. Brian L. Swick; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Líquen simples crônico secundário no cenário da dermatite atópicaDo acervo pessoal do Dr. Brian L. Swick; usado com permissão [Citation ends].
Fisiopatologia
O líquen simples crônico (LSC) resulta do ato de coçar e esfregar crônico, sendo caracterizado por um ciclo crônico de coceira.[1][2] A coceira e a dor cutânea são transmitidas ao sistema nervoso central pelas fibras nervosas sensoriais não mielinizadas do tipo C. A estimulação dessas terminações nervosas decorrente da ruptura da barreira epidérmica ou de fatores ambientais causa a sensação de coceira, a qual pode induzir um ciclo crônico de coceira.[2][6]
Dermatoses causam a ruptura primária ou secundária (decorrente do ato de coçar) da barreira epidérmica, e a natureza pruriginosa inerente de muitas doenças dermatológicas também pode induzir diretamente um ciclo de coceira.[2] O papel de fatores psicológicos na fisiopatologia do prurido crônico no LSC ainda não foi completamente esclarecido.[1][2][9][10][11]
O prurido associado a condições sistêmicas resulta de uma variedade de mecanismos fisiopatológicos.
Na insuficiência renal crônica, o prurido é multifatorial e está relacionado à xerose, níveis elevados de histamina sérica, hipervitaminose A, níveis elevados de paratormônio, anemia ferropriva e neuropatia periférica.[12]
Na doença biliar obstrutiva (cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária) e na cirrose, o prurido está relacionado a níveis elevados de opioides e down-regulation de receptores de peptídeos opioides no sistema nervoso central e secreção reduzida de bile no sistema biliar.[12]
O prurido associado ao hipertireoidismo pode resultar de um aumento de quininas ativadas e da vasodilatação na pele como resultado do excesso de hormônio tireoidiano, enquanto o prurido associado ao hipotireoidismo tem maior probabilidade de ser decorrente de xerose.[12]
O linfoma de Hodgkin pode causar prurido como resultado da liberação de leucopeptidase e bradicinina, como parte de uma resposta imune produzida contra células linfoides malignas.[12]
Na policitemia rubra vera, o prurido é multifatorial e está associado à anemia ferropriva, bem como à combinação de prostaglandinas dos mastócitos e ao aumento da degranulação plaquetária, o que causa a liberação de serotonina e prostanoides.[12]
Classificação
Classificação etiológica[2]
Líquen simples crônico (LSC) primário
Uma ou várias placas que surgem "de novo" em uma pele com aspecto normal na ausência de doença cutânea pruriginosa primária.[2] Os principais fatores desencadeantes pruriginosos são de natureza psicológica e ambiental.[2]
LSC secundário
Uma ou várias placas que surgem na pele afetada por uma doença cutânea ou sistêmica subjacente.[2]
As dermatoses primárias comuns incluem a dermatite atópica, a dermatite alérgica de contato, a dermatite de estase, picadas de artrópodes, candidíase, infecções dermatofíticas, verrugas virais e neoplasias cutâneas.[1][2]
As condições sistêmicas que podem causar prurido incluem insuficiência renal, doença biliar obstrutiva (cirrose biliar primária e colangite esclerosante primária), linfoma de Hodgkin, hiper ou hipotireoidismo e policitemia rubra vera.[1][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Líquen simples crônico secundário no cenário da dermatite atópicaDo acervo pessoal do Dr. Brian L. Swick; usado com permissão [Citation ends].
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Líquen simples crônico secundário no cenário da dermatite atópicaDo acervo pessoal do Dr. Brian L. Swick; usado com permissão [Citation ends].
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