Epidemiologia

O Bacillus anthracis é encontrado no solo no mundo todo. O antraz ainda ocorre em regiões agrícolas das Américas, no sul e no leste da Europa, no centro e no sudoeste da Ásia e na África Subsaariana. Nos EUA, o antraz proveniente de vida selvagem e de gado ainda ocorre esporadicamente em uma área do sudoeste do Texas ao Colorado, Dakota do Norte e do Sul e Montana. No entanto, foi quase eliminado nos EUA através da vacinação do gado. Apenas nove casos confirmados ou prováveis foram relatados nos EUA desde 2006.[1] Um surto em grande escala está em andamento na Zâmbia.[9]

A infecção geralmente ocorre no gado de pastagem que entra em contato com ou ingere os esporos. Os humanos podem adquirir antraz pelo contato com animais infectados (por exemplo, ovelhas, bovinos, caprinos e outros herbívoros) ou seus produtos (ou seja, carne, peles, lã e presas). Historicamente, tem-se associado o antraz por inalação ou a doença de Woolsorter (separadores de lã) ao processamento em grande escala de peles e lã, o que resulta em esporos aerossolizados. Vários desses casos foram associados à preparação e ao uso de peles de animais contaminados com esporos do B anthracis.[10][11][12]

Aproximadamente 10,000 casos de infecção cutânea ocorreram no Zimbábue de 1979 a 1985, no maior surto de antraz conhecido.[13] Em 1979, a liberação acidental de esporos do B anthracis em uma instalação de pesquisa militar em Sverdlovsk, Rússia, resultou em 66 mortes.[7] Um grande surto em animais no Texas em 2019 resultou em preocupações sobre o aumento do risco de transmissão humana, com um paciente relatado desenvolvendo antraz cutâneo.[14]

Somente 18 casos de antraz por inalação foram registrados nos EUA de 1900 a 2000.[15] O potencial do antraz como arma biológica foi destacado em 2001 após a contaminação intencional do correio dos EUA; foram identificados 11 casos de antraz por inalação e 11 casos de antraz cutâneo, dos quais 5 foram fatais.[16][17] Desde então, apenas 2 casos de antraz por inalação foram relatados nos EUA ,em 2006 e 2011.

O antraz por ingestão isolado é raro. O último caso relatado nos EUA ocorreu em 2009. Os dados sobre a ingestão de antraz normalmente são extrapolados dos 100 casos humanos registrados em Bekaa Valley, Líbano, de 1960 a 1974.[18]

O antraz pode ocorrer pelo uso de drogas injetáveis. Um surto de antraz foi observado entre os vários usuários de drogas intravenosas na Escócia, resultando em diversas mortes.[19] A infecção estava relacionada à injeção, ingestão ou inalação (cheirar) de heroína contaminada. De modo similar, surtos menores foram registrados na Inglaterra, na Alemanha e na Noruega.[20] Evidências anedóticas sugerem que isso também ocorreu periodicamente no Oriente Médio na década de 1970 e depois. Em 2010, as infecções cutâneas e subcutâneas por antraz afetaram 47 usuários de drogas intravenosas no Reino Unido; o surto resultou em 13 mortes relacionadas à infecção.[21] Não houve relatos de antraz por injeção nos EUA até o momento.

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