Complicações
A osteoporose secundária ao uso prolongado de corticosteroides deve ser evitada com a administração regular de cálcio, vitamina D e bifosfonatos.[55]
A ciclofosfamida aumenta o risco de câncer de bexiga e cervical. Pacientes do sexo feminino devem ser submetidas anualmente a esfregaço cervical por 3 anos[59] e todos os pacientes devem receber pré-tratamento com hidratação e mesna para reduzir a toxicidade vesical associada à ciclofosfamida.[59][112]
O envolvimento renal na poliarterite nodosa (PAN) não é secundário à glomerulonefrite, mas, em vez disso, está relacionado a microaneurismas e infartos secundários à vasculite não controlada.[55] Pode ocorrer hipertensão grave como resultado da ativação do sistema renina-angiotensina, com até um quinto dos pacientes em uma série desenvolvendo insuficiência renal em estágio terminal.[103]
A prevenção deve ser feita por meio de imunossupressão para a vasculite, monitoramento regular e informações de nefrologistas.
A vasculite não controlada pode acarretar isquemia mesentérica, infarto intestinal e necrose.[107] O envolvimento gastrointestinal é um fator de risco independente para prognóstico desfavorável.[19] Outros órgãos abdominais também podem ser afetados, resultando, por exemplo, em colecistite ou pancreatite. A PAN relacionada ao vírus da hepatite B (HBV) apresenta um índice mais elevado de envolvimento gastrointestinal que a PAN não relacionada ao HBV.[20]
O diagnóstico precoce e a imediata instituição da terapia medicamentosa adequada, além do uso da terapia cirúrgica apropriada, podem melhorar o prognóstico de pacientes que apresentam abdome agudo.[35]
A mononeurite múltipla é observada em aproximadamente 80% dos pacientes com PAN relacionada ao HBV durante a evolução de sua doença.[20] Mais raramente, em menos de 10% dos pacientes, ocorre envolvimento do sistema nervoso central, com acidentes vasculares cerebrais (AVCs) ou encefalopatia.[20]
O tratamento é similar ao da vasculite subjacente, mas terapia ocupacional intensiva e fisioterapia são importantes para a recuperação das funções.
O tratamento da PAN relacionada ao HBV é adaptado para os objetivos comuns de controle da vasculite e soroconversão da hepatite. Foi proposto que, em aproximadamente 50% dos pacientes soroconvertidos, a cura é possível.[20] Os que não forem soroconvertidos apresentam maior risco de insuficiência hepática crônica e carcinoma hepatocelular.[77][78][79]
O acompanhamento em longo prazo de pacientes com PAN demonstra que infecção é a causa da morte em 12.9% dos pacientes.[55] Infecção é a segunda maior causa de morte precoce (morte no primeiro ano), sendo responsável por 26% das mortes.[53]
O tratamento com ciclofosfamida deve ser acompanhado de profilaxia contra infecções fúngicas e por Pneumocystis jiroveci, e a tuberculose deve ser excluída antes do início do tratamento.[59] A imunização contra Pneumococcus e gripe (influenza) deve também ser incluída na rotina.[111]
No acompanhamento em longo prazo de pacientes com PAN não relacionada ao HBV e com síndrome de Churg-Strauss, a doença cardíaca ocasiona 9.4% das mortes totais.[55] O controle da vasculite é essencial, mas a atenção a outros fatores de risco para doença cardiovascular, como tabagismo, hipercolesterolemia e hipertensão, também é importante.[59]
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