Novos tratamentos

Quimioterapia de indução

A quimioterapia de indução (carboplatina e paclitaxel) melhorou significativamente a sobrevida livre de progressão e a sobrevida global em um estudo de fase 3 de pacientes com câncer cervical localmente avançado.[185][186]​​ O ensaio clínico, o qual randomizou pacientes com câncer cervical nos estádios IB1 com linfonodos positivos, IB2, II, IIIB e IVA para quimioterapia de indução (carboplatina e paclitaxel) seguida por quimiorradiação ou quimiorradiação somente, relatou uma sobrevida livre de progressão a 5 anos de 72% versus 64%, e sobrevidas globais a 5 anos de 80% e 72% favorecendo a quimioterapia de indução.[186]

Novos agentes contra as mutações de PIK3CA

As mutações de PIK3CA estão presentes em até 36% dos tumores avançados ou recorrentes.[187] Em um estudo de fase Ia realizado pela primeira vez em humanos, alpelisibe, um inibidor oral seletivo de fosfatidilinositol-3 quinase α (PI3Kα), demonstrou um perfil de segurança tolerável e atividade preliminar em pacientes com tumores sólidos alterados por PIK3CA, incluindo câncer cervical.[188]

Axalimogene filolisbac

Axalimogene filolisbac (uma imunoterapia viva atenuada baseada em Listeria monocytogenes que geram células T contra células transformadas pelo papilomavírus humano E7) mostrou ser promissora em ensaios clínicos iniciais com pacientes com câncer cervical persistente, recorrente ou metastático.[189][190][191][192] A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA concedeu a designação de tramitação rápida ao axalimogene filolisbac para terapia adjuvante de câncer cervical localmente avançado e de alto risco. Um pedido de comercialização europeu de axalimogene filolisbac para câncer cervical foi retirado em julho de 2018 devido à falta de dados adequados para respaldar seu uso, não por questões de segurança.

Inibição de checkpoint imunológico: proteína de morte celular programada 1 (PD-1) e antígeno 4 associado ao linfócito T citotóxico (CTLA-4)

A terapia combinada, direcionada para PD-1 e CTLA-4, tem potencial para aumentar o efeito do tratamento. O anticorpo biespecífico anti-PD-1/CTLA-4 cadonilimabe foi aprovado para uso em pacientes com câncer cervical recidivante ou metastático na China.[193] Um estudo de fase 3 de cadonilimabe associado a quimioterapia à base de platina com ou sem bevacizumabe como tratamento de primeira linha para câncer cervical persistente, recorrente ou metastático demonstrou melhoras na sobrevida livre de progressão e na sobrevida global em comparação com a quimioterapia à base de platina com ou sem bevacizumabe. A sobrevida livre de progressão mediana para o grupo do cadonilimabe foi de 12.7 meses, versus 8.1 meses para o grupo do placebo. A sobrevida global mediana não foi atingida para o grupo do cadonilimabe (acompanhamento mediano de 25.6 meses), em comparação com 22.8 meses para o grupo placebo.[194]

VGX-3100

VGX-3100 (uma vacina de DNA sintético, cujo alvo são as proteínas do papilomavírus humano E1 e E7) mostrou eficácia contra displasia de alto grau (neoplasia intraepitelial cervical 2/3) em ensaios clínicos de fase inicial.[195] Foi relatada durabilidade da resposta de até 1.5 anos após a administração.[196]

Terapias adotivas de células T com linfócitos infiltrantes de tumores

Resultados preliminares de um estudo de fase 2 sugerem que a terapia adotiva de células T incluindo linfócitos infiltrantes de tumores (TIL) selecionados para reatividade a oncogene E6 e E7 do papilomavírus humano (HPV-TIL) pode induzir a regressão, completa e durável, do câncer cervical metastático.[197] A FDA concedeu designação de terapia inovadora à imunoterapia autóloga com TIL LN-145 para o tratamento de câncer cervical recorrente, metastático ou persistente.

Quimioterapia neoadjuvante e adjuvante

A metanálise sugere que a quimioterapia neoadjuvante intensiva associada a cirurgia está relacionada a algum impacto na sobrevida, em comparação com cirurgia isolada. No entanto, desafios metodológicos para a análise e a falta de codificação clínica impediram que ela se transformasse em uma abordagem padrão.[198] A quimioterapia neoadjuvante associada à cirurgia não parece oferecer uma vantagem de sobrevida em comparação com a quimiorradioterapia para pacientes com câncer cervical de estádio IB2-IIB.[199][200]​ A quimioterapia adjuvante está sendo investigada em ensaios clínicos internacionais para pacientes com doença em estádio avançado ou de alto risco. [ Cochrane Clinical Answers logo ]

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