Etiologia

Vários relatos mostram que o tabagismo pode predispor ao surgimento de lúpus eritematoso discoide (LED), e a exposição à radiação ultravioleta (UV) pode desencadear ou agravar as lesões da doença.[7][8] Uma lesão inespecífica na pele também pode desencadear o surgimento de atividade de LED nas áreas do trauma (conhecido como fenômeno de Koebner). Acredita-se que o processo inflamatório característico de LED seja desencadeado por mecanismos autoimunes. Foram relatadas associações com alguns antígenos do complexo principal de histocompatibilidade, mas os outros fatores genéticos que aumentam o risco de LED não são conhecidos.[9]

Fisiopatologia

A fisiopatologia precisa de lúpus eritematoso discoide (LED) e de outras formas de lúpus eritematoso cutâneo (LEC) ainda não é totalmente compreendida. O interesse concentrou-se na região da junção dermoepidérmica como o principal local de lesão, devido à detecção de IgG e C3 ao longo da membrana basal epidérmica, sugerindo um processo mediado imunologicamente.[10] As células inflamatórias em LED são, na sua maioria, células T na derme. Lesões cicatriciais de LED crônico têm um infiltrado de células inflamatórias mais denso, que se estende pela derme reticular mais profunda e/ou na subcútis, em contraste com as lesões de LEC agudo e subagudo, que contêm infiltrados inflamatórios menos densos confinados à derme superior. Sugeriu-se que a apoptose de ceratinócitos pode ser o principal evento no início de lesões de LEC.[11] Geralmente não há espessamento da camada nucleada da epiderme, podendo estar atrófica. Há hiperceratose e obstrução folicular proeminentes.

Classificação

Manifestações cutâneas do lúpus eritematoso

Não há classificações formais para lúpus eritematoso discoide (LED). No entanto, é importante entender as várias manifestações cutâneas do lúpus eritematoso e como LED se encaixa nelas.

  • Lúpus eritematoso cutâneo agudo (LECA): caracterizado por uma erupção cutânea malar típica em asa de borboleta envolvendo a parte central da face e/ou uma erupção maculopapular generalizada. O LECA está fortemente associado ao LES.

  • Lúpus eritematoso cutâneo subagudo (LECS): caracterizado por uma erupção cutânea não cicatricial e não pruriginosa. O LECS pode ser induzido por medicamentos ou ocorrer em pacientes com LES, síndrome de Sjögren e deficiência de complemento C2.

  • Lúpus eritematoso cutâneo crônico (LECC): as lesões são confinadas à pele e à mucosa oral; LED é a forma mais comum.

Subconjuntos de LED

Localizado: somente a cabeça e o pescoço são afetados.

Disseminado: outras áreas são afetadas, independentemente do envolvimento da cabeça e do pescoço.

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