História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco incluem refluxo laringofaríngeo, DRGE, asma, atividades atléticas competitivas, ansiedade, exposição ocupacional/ambiental a irritantes, cirurgia com intubação e comprometimento neurológico.

tratamento prévio para asma sem resposta a broncodilatadores

Antes do diagnóstico de movimento paradoxal das pregas vocais (obstrução intermitente da laringe) (MPPV/OIL), pacientes com crises respiratórias geralmente são tratados para asma por vários anos com broncodilatadores e corticosteroides. A asma também coexiste com MPPV/OIL em até 50% dos casos.[20][28][29]​​​​​[30]

dispneia episódica: início e resolução rápidos

Os ataques respiratórios ocorrem em resposta a um fator desencadeante (por exemplo, exercício, irritante transportado pelo ar) e remitem com a eliminação de tal fator desencadeante. Muitas vezes acompanhada de aperto na garganta.

dificuldade para inalar

Frequentemente pacientes descrevem especificamente falta de ar e incapacidade de inspirar profundamente, identificando especificamente a área da garganta.

tosse

Foi relatado que a tosse está associada ao movimento paradoxal das pregas vocais (obstrução intermitente da laringe) em até 59% dos casos.[1]

Para além da asma e gotejamento pós-nasal, a tosse pode estar relacionada com exposição distal e proximal a ácido, microaspiração para as vias aéreas superiores e disfagia.[57]

É considerada como pertencente ao contínuo do comportamento adutor das pregas vocais em resposta a estímulos sensoriais.

estridor inspiratório

Frequentemente é forte e pode causar medo nos indivíduos afetados e nas pessoas que o rodeiam.

aumento da sensibilidade a fatores desencadeantes inespecíficos após exposição inicial

Os pacientes podem relatar um movimento paradoxal das pregas vocais (obstrução intermitente da laringe) (MPPV/OIL) a outros irritantes transportados pelo ar, como fumaça, frio, perfume e odores de produtos químicos que não eram fatores desencadeantes antes do evento inicial de MPPV/OIL.[58]

tensão laríngea palpável

Evidência de elevação laríngea, dor e/ou sensibilidade ao redor da laringe e estreitamento do espaço hioide da tireoide.[70]

Incomuns

perda de consciência

Os pacientes podem consultar o médico de atenção primária após um episódio de perda da consciência. Eles podem relatar que têm apresentado dificuldade para respirar durante vários meses ou anos, sem perda da consciência.

Fatores de risco

Fortes

refluxo laringofaríngeo (RLF)

Nesta condição, pequenas quantidades de ácido causam lesões e irritação no tecido laríngeo pelo fluxo retrógrado do conteúdo gástrico para a laringofaringe, sem produzir os sintomas comumente associados à doença do reflexo gastroesofágico (DRGE).

A visualização endoscópica da laringe pode confirmar as lesões nos tecidos, incluindo edema supraglótico, das pregas vocais e edema difuso da laringe, eritema, hipertrofia da comissura posterior, tecido de granulação e muco endolaríngeo espesso.[56][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Refluxo laringofaríngeo: edema e eritema bilaterais das pregas vocais com espessamento da camada epitelial, espessamento interaritenoideoDo acervo da University of Wisconsin School of Medicine and Public Health [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@2b3c2ee7

Sintomas comuns do RLF têm sido documentados e incluem rouquidão; tosse; pigarro; muco excessivo/gotejamento pós-nasal; dificuldade para deglutir alimentos, líquidos ou comprimidos; tosse depois de comer ou ao deitar; episódios de sufocamento ou dificuldade para respirar; tosse preocupante ou incômoda; sensação de algo preso na garganta; pirose; dor torácica; dispepsia; subida de ácido estomacal.[56]

Uma pontuação do índice de sintomas de refluxo (RSI, do inglês Reflux Symptom Index) >13 indica uma correlação com o RLF (pontuação de sintomas autoadministrada de 9 perguntas; 0-45 pontos).[56]

Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)

A DRGE é uma das causas mais comuns de tosse crônica. Quando a DRGE causa tosse, pode não haver outros sintomas típicos identificáveis de DRGE em até 75% das vezes.[57]

A tosse associada à DRGE pode ser o resultado de exposição a ácido no esôfago distal, a qual estimula o reflexo de tosse através do nervo vago, ou de microaspiração para a laringofaringe e para a traqueia.[58]

asma

Coexiste com o movimento paradoxal das pregas vocais (obstrução intermitente da laringe) em até 50% dos casos documentados na literatura.[20][28][29]​​​​​[30]

exposição ocupacional/ambiental a irritantes

Indivíduos que apresentam início rápido de sintomas respiratórios após uma única exposição a um irritante respiratório devem ser avaliados quanto ao movimento paradoxal das pregas vocais (obstrução intermitente da laringe), pois a condição pode ser desencadeada por apenas 1 episódio de exposição ao irritante. O principal fator diferenciador em relação à síndrome da laringe irritável é o relato de exposição a irritantes.[39]

sexo feminino

Em combinação com outros fatores de risco, estudos mostraram predominância feminina para movimento paradoxal das pregas vocais (obstrução intermitente da laringe).[19][21][27]​​​[31][32][33][34]​​

Fracos

atividades atléticas competitivas

Atletas competitivos de alto nível com movimento paradoxal das pregas vocais (obstrução intermitente da laringe) (MPPV/OIL) foram descritos como do sexo feminino, altamente competitivas, voltadas para o sucesso e intolerantes ao fracasso, ou como filhos de pais com mentalidade semelhante.[59] Um estudo retrospectivo descobriu que quase um terço dos pacientes pediátricos com MPPV/OIL competia no nível mais alto de um esporte.[44]

ansiedade

Foi observado que os adolescentes com movimento paradoxal das pregas vocais (obstrução intermitente da laringe) (MPPV/OIL) e asma coexistentes apresentam mais sintomas de ansiedade que os adolescentes com asma crônica de moderada a grave isolada.[28] Os indivíduos com MPPV/OIL também apresentam um alto grau de ansiedade de separação, uma condição associada a ataques de pânico.[28]

Muitos estudos associaram ambientes estressantes e ansiedade com ocorrências de MPPV/OIL, e há suporte para a presença de ansiedade e, possivelmente, transtorno de conversão na condição.[18][28][59][60][61]

disfonia de tensão muscular

Esse distúrbio da voz é caracterizado por uma atividade excessiva ou desregulada dos músculos laríngeos intrínsecos e extrínsecos, sem patologia estrutural ou orgânica.

Sua etiologia é multifatorial e inclui o refluxo laringofaríngeo.[62] Ele tem sido atribuído a laringoespasmo episódico e está identificado nos critérios de inclusão da síndrome da laringe irritável.[35][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Laringe irritável: eritema bilateral do complexo aritenoideo com alterações dos tecidos que sugerem início de granulomaDo acervo da University of Wisconsin School of Medicine and Public Health [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@25421ba3

distonia laríngea respiratória adutora

Essa condição é caracterizada por estridor inspiratório persistente com voz normal e tosse.[63]

cirurgia

O estridor e a sibilância pós-intubação e pós-cirurgia têm sido relatados e devem ser avaliados por meio de nasoendoscopia por fibra óptica para se evitar tratamentos agressivos desnecessários como a intubação ou a traqueotomia.[11][16][17][64]

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