Os objetivos do tratamento do trauma da coluna incluem a proteção contra lesões adicionais durante a avaliação e o tratamento; identificação da lesão na coluna e documentação dos achados clínicos; otimização dos quadros clínicos para máxima recuperação neurológica; manutenção e restauração do alinhamento espinhal; minimização da perda da mobilidade espinhal; obtenção de uma coluna vertebral estável e sã; facilitação e reabilitação.[69]Bucholz RM, Heckman JD. Rockwood and Green's fractures in adults, 5th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2002:1303.
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Tratamento de fraturas toracolombaresCriado pelo Dr. B. Nurboja; usado com permissão [Citation ends].
No local: possíveis lesões da coluna vertebral
Todos os pacientes com trauma devem ser avaliados com base nos princípios do Suporte Avançado de Vida no Trauma (Advanced Trauma Life Support®), independentemente de haver suspeita ou confirmação de alguma fratura ou lesão na medula espinhal.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
A avaliação inicial no local do trauma inclui a manutenção das vias aéreas com restrição da movimentação da coluna vertebral, avaliação da respiração e da ventilação, avaliação da circulação com controle de eventuais hemorragias e avaliação da incapacidade com a exposição adequada do paciente para inspecionar locais óbvios de lesões importantes.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
[45]ATLS Subcommittee, American College of Surgeons' Committee on Trauma, International ATLS Working Group. ATLS® advanced trauma life support: tenth edition. Chicago, IL: American College of Surgeons; 2018. Usar uma estratégia de ressuscitação hipotensiva para manter uma pressão arterial média desejada de 50-65 mmHg, se houver um sangramento contínuo.[48]Bickell WH, Wall MJ Jr, Pepe PE, et al. Immediate versus delayed fluid resuscitation for hypotensive patients with penetrating torso injuries. N Engl J Med. 1994 Oct 27;331(17):1105-9.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJM199410273311701
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7935634?tool=bestpractice.com
[49]Morrison CA, Carrick MM, Norman MA, et al. Hypotensive resuscitation strategy reduces transfusion requirements and severe postoperative coagulopathy in trauma patients with hemorrhagic shock: preliminary results of a randomized controlled trial. J Trauma. 2011 Mar;70(3):652-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21610356?tool=bestpractice.com
Para melhorar a perfusão, a pressão arterial média deve ser mantida em 85-90 mmHg pelos primeiros 7 dias após lesão aguda na medula espinhal.[70]Blood pressure management after acute spinal cord injury. Neurosurgery. 2002 Mar;50(3 suppl):S58-62.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12431288?tool=bestpractice.com
Na fase aguda após lesão na medula espinhal, morfina intravenosa é a primeira opção para alívio da dor. A cetamina intravenosa é um agente de segunda opção; pode-se usar cetamina intranasal ou diamorfina (quando disponível) se houver demora na obtenção de acesso intravenoso.[46]National Institute for Health and Care Excellence. Spinal injury: assessment and initial management. Feb 2016 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng41
Achados significativos durante a avaliação em busca de lesão da coluna torácica ou lombossacral que requerem restrição da movimentação da coluna vertebral alinhada incluem:[46]National Institute for Health and Care Excellence. Spinal injury: assessment and initial management. Feb 2016 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng41
≥65 anos de idade com dor na coluna torácica ou lombossacral
Características de alerta para lesão grave (por exemplo, queda de uma altura >3 m; queda com pouso nos pés ou glúteos; acidente de equitação; acidente com veículo automotor [AVA] em velocidade >100 km/h [>60 mph]; AVA com ejeção do veículo; AVA com evidência de sinal de cinto de segurança na parte frontal do tronco do paciente [associada com fratura de Chance lombar]; dorsalgia, deficits neurológicos dos membros inferiores [fraqueza ou paralisia, dormência] ou distúrbios esfincterianos)[51]Velmahos GC, Spaniolas K, Alam HB, et al. Falls from height: spine, spine, spine! J Am Coll Surg. 2006 Nov;203(5):605-11.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17084320?tool=bestpractice.com
Sinais neurológicos anormais (deficit motor/sensorial); nova deformidade ou sensibilidade óssea na linha média da coluna (na palpação); dor na coluna ou linha média ao tossir[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
https://journals.lww.com/neurosurgery/Fulltext/2019/01000/Congress_of_Neurological_Surgeons_Systematic.1.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30202985?tool=bestpractice.com
Dor ou sinais neurológicos anormais ao sentar, permanecer em posição ortostática ou caminhar (interromper a imobilização caso ocorra algum desses eventos)
Suspeita de fratura da coluna em outra região da coluna
Patologia da coluna preexistente
Quando a restrição do movimento da coluna vertebral é indicada em adultos, deve-se aplicá-la em toda a coluna vertebral por causa do risco de lesões não contíguas. Um componente crítico da restrição do movimento da coluna é a aplicação de um colar cervical de tamanho apropriado.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
A cabeça, o pescoço e o tronco devem ser mantidos alinhados, colocando o paciente sobre uma prancha longa, uma maca côncava, um colchão a vácuo ou uma cama de ambulância.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
[47]Fischer PE, Perina DG, Delbridge TR, et al. Spinal motion restriction in the trauma patient - a joint position statement. Prehosp Emerg Care. 2018 Nov-Dec;22(6):659-61.
https://www.doi.org/10.1080/10903127.2018.1481476
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30091939?tool=bestpractice.com
O transporte somente deve ser realizado com o uso de uma prancha longa rígida e todos os esforços devem ser feitos para se remover a prancha o mais rapidamente possível para minimizar o risco de úlceras por pressão e desconfortos desnecessários.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
Para examinar, reposicionar ou transferir pacientes com suspeita de lesão na medula espinhal, o American College of Surgeons fez as seguintes recomendações sobre a rotação (virar o paciente assegurando-se de que a coluna vertebral não flexione) de pacientes adultos:[45]ATLS Subcommittee, American College of Surgeons' Committee on Trauma, International ATLS Working Group. ATLS® advanced trauma life support: tenth edition. Chicago, IL: American College of Surgeons; 2018.
Os pacientes podem apresentar um entre dois tipos de hipotensão. Cada um deles exige reconhecimento e tratamento imediatos.
Hipotensão com taquicardia
Em geral, não é decorrente da lesão na medula espinhal, devendo ser investigadas outras causas (por exemplo, hemorragia, desidratação).
Deve ser tratada com reposição de fluidos ou sangue, com cuidado para não causar sobrecarga hídrica e edema pulmonar.
Hipotensão com bradicardia ou frequência cardíaca normal
Este é o choque neurogênico resultante de lesão nas vias autonômicas da medula espinhal.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
Deve ser tratado com reposição de fluidos/sangue, com cuidado para não causar sobrecarga hídrica e edema pulmonar; caso a hipotensão persista, vasopressores devem ser iniciados.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
[45]ATLS Subcommittee, American College of Surgeons' Committee on Trauma, International ATLS Working Group. ATLS® advanced trauma life support: tenth edition. Chicago, IL: American College of Surgeons; 2018.
O uso de vasopressores deve ser preferivelmente confinado ao ambiente de cuidados intensivos, onde existem recursos para o monitoramento hemodinâmico invasivo.[45]ATLS Subcommittee, American College of Surgeons' Committee on Trauma, International ATLS Working Group. ATLS® advanced trauma life support: tenth edition. Chicago, IL: American College of Surgeons; 2018. Um agente com atividade alfa e beta-adrenérgicas é recomendado para tratar a hipotensão e a bradicardia associadas à denervação simpática.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
Consulte um especialista para obter orientação quanto à escolha e à dosagem do vasopressor.
Tipo de lesão
Lesões isoladas da coluna anterior
Fraturas toracolombares estáveis em pacientes sem deficits neurológicos podem ser tratadas com segurança de forma não cirúrgica.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
O repouso prolongado no leito não é indicado para esses pacientes, e a melhor prática envolve o controle adequado da dor e a deambulação sem órteses precoce.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
[71]Bakhsheshian J, Dahdaleh NS, Fakurnejad S, et al. Evidence-based management of traumatic thoracolumbar burst fractures: a systematic review of nonoperative management. Neurosurg Focus. 2014;37(1):E1.
https://www.doi.org/10.3171/2014.4.FOCUS14159
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24981897?tool=bestpractice.com
A vertebroplastia ou a cifoplastia pode ser uma opção em pacientes com dor intratável ou deformação em cunha na parte anterior do corpo vertebral com córtex posterior do corpo vertebral intacto (para evitar extravasamento de cimento para o interior do canal vertebral).[72]Greenberg MS. Handbook of neurosurgery, 6th ed. New York, NY: Thieme New York; 2005:747. No entanto, alguns estudos questionaram a eficácia do aumento vertebral nos desfechos de dor, função física e qualidade de vida.[73]Sharif S, Ali MY, Costa F, et al. Vertebral augmentation in osteoporotic spine fractures: WFNS Spine Committee recommendations. J Neurosurg Sci. 2022 Aug;66(4):311-26.
https://www.minervamedica.it/en/journals/neurosurgical-sciences/article.php?cod=R38Y2022N04A0311
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36153881?tool=bestpractice.com
[74]Ebeling PR, Akesson K, Bauer DC, et al. The efficacy and safety of vertebral augmentation: a second ASBMR task force report. J Bone Miner Res. 2019 Jan;34(1):3-21.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30677181?tool=bestpractice.com
As diretrizes variam quanto à realização ou não desses procedimentos. Consulte Fraturas osteoporóticas comparadas com fraturas não osteoporóticas.
Os pacientes também podem necessitar de cirurgia na presença de instabilidade:[75]Hitchon PW, Jurf AA, Kernstine K, et al. Management options in thoracolumbar fractures. Contemp Neurosurg. 2000 Nov;22(21):1-12.
Uma fratura simples por compressão: perda >50% da altura vertebral, com angulação (particularmente se a parte anterior da cunha ficar em relevo); angulação cifótica >40° (ou 25%) em um segmento; ou canal vertebral residual ≤50% do normal
Três ou mais fraturas por compressão contíguas
Deficit neurológico
Ruptura da coluna posterior ou insuficiência da coluna média maior que a mínima
Cifose progressiva (o risco de cifose progressiva aumenta quando a perda de altura do corpo vertebral anterior é >75%; o risco é maior para fraturas lombares por compressão que para fraturas torácicas).[72]Greenberg MS. Handbook of neurosurgery, 6th ed. New York, NY: Thieme New York; 2005:747.
Lesões da coluna posterior
Não são agudamente instáveis, a menos que sejam acompanhadas por insuficiência da coluna média. Entretanto, é importante ter em mente que pode se desenvolver instabilidade crônica com deformidade cifótica (principalmente em crianças).[72]Greenberg MS. Handbook of neurosurgery, 6th ed. New York, NY: Thieme New York; 2005:747.
Fraturas-luxações
Fraturas do tipo explosão
É necessário o tratamento cirúrgico se houver deficit neurológico parcial; deformidade angular ≥20%; diâmetro residual do canal ≤50% do normal; e/ou altura anterior do corpo vertebral ≤50% da altura posterior.[75]Hitchon PW, Jurf AA, Kernstine K, et al. Management options in thoracolumbar fractures. Contemp Neurosurg. 2000 Nov;22(21):1-12.
Fraturas osteoporóticas comparadas com fraturas não osteoporóticas
Fraturas não osteoporóticas
O manejo conservador é indicado nos pacientes com fraturas não osteoporóticas caso não haja indicações de intervenção cirúrgica. Nos pacientes com indicações cirúrgicas, a cirurgia deve ser realizada, a menos que seja contraindicada. A cirurgia é contraindicada nos pacientes com queimaduras ou perda cutânea ao longo da região da abordagem; instabilidade hemodinâmica; sepse ativa; e/ou comorbidades clínicas graves.
Fraturas osteoporóticas
Geralmente elas podem ser prevenidas e tratadas clinicamente. Deve ser adotada uma abordagem multidisciplinar para tratar os sintomas causados pela fratura vertebral. Os agentes farmacológicos usados reduzem o risco de fraturas adicionais a 6 a 12 meses em 50% a 80%.[76]National Institute for Health and Care Excellence. Appraisal consultation document: alendronate, etidronate, risedronate, raloxifene, strontium ranelate and teriparatide for the secondary prevention of osteoporotic fragility fractures in postmenopausal women (TA161). Feb 2018 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ta161/documents/appraisal-consultation-document-alendronate-etidronate-risedronate-raloxifene-strontium-ranelate-and-teriparatide-for-the-secondary-prevention-of-osteoporotic-fragility-fractures-in-postmenopausal-wo2
[77]Huntjens KM, van Geel TA, van den Bergh JP, et al. Fracture liaison service: impact on subsequent nonvertebral fracture incidence and mortality. J Bone Joint Surg Am. 2014 Feb 19;96(4):e29.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24553898?tool=bestpractice.com
O tratamento precoce das fraturas vertebrais é essencial; 19% das mulheres com osteoporose e fratura vertebral recente apresentarão uma nova fratura vertebral nos 12 meses seguintes.[40]Lindsey R, Silverman SL, Cooper C, et al. Risk of new vertebral fracture in the year following a fracture. JAMA. 2001 Jan 17;285(3):320-3.
https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/193469
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11176842?tool=bestpractice.com
É particularmente importante identificar os indivíduos com fratura vertebral que são osteopênicos em vez de osteoporóticos, e que podem não ser considerados para tratamento farmacológico.[78]Arboleya L, Díaz-Curiel M, Del Río L, et al; OSTEOXPRESS study investigators. Prevalence of vertebral fracture in postmenopausal women with lumbar osteopenia using MorphoXpress® (OSTEOXPRESS Study). Aging Clin Exp Res. 2010 Oct-Dec;22(5-6):419-26.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20110769?tool=bestpractice.com
Vertebroplastia e cifoplastia são técnicas que oferecem uma abordagem minimamente invasiva. Os principais objetivos do tratamento são a estabilidade óssea, a prevenção da cifose e a redução da duração da dor (ao se estabilizarem os fragmentos ósseos). A cifoplastia com balão e a vertebroplastia percutânea foram relatadas em vários estudos como procedimentos cirúrgicos seguros e eficazes para o tratamento de fraturas por compressão vertebral osteoporóticas, com melhoras no alívio da dor e na função respiratória.[79]Ma XL, Xing D, Ma JX, et al. Balloon kyphoplasty versus percutaneous vertebroplasty in treating osteoporotic vertebral compression fracture: grading the evidence through a systematic review and meta-analysis. Eur Spine J. 2012 Sep;21(9):1844-59.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22832872?tool=bestpractice.com
[80]Kanayama M, Oha F, Iwata A, et al. Does balloon kyphoplasty improve the global spinal alignment in osteoporotic vertebral fracture? Int Orthop. 2015 Jun;39(6):1137-43.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25787683?tool=bestpractice.com
[81]Yokoyama K, Kawanishi M, Yamada M, et al. In not only vertebroplasty but also kyphoplasty, the resolution of vertebral deformities depends on vertebral mobility. AJNR Am J Neuroradiol. 2013 Jul;34(7):1474-8.
https://www.ajnr.org/content/34/7/1474
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23391839?tool=bestpractice.com
[82]Yokoyama K, Kawanishi M, Yamada M, et al. Postoperative change in sagittal balance after kyphoplasty for the treatment of osteoporotic vertebral compression fracture. Eur Spine J. 2015 Apr;24(4):744-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25404372?tool=bestpractice.com
[83]Tanigawa N, Kariya S, Komemushi A, et al. Added value of percutaneous vertebroplasty: effects on respiratory function. AJR Am J Roentgenol. 2012 Jan;198(1):W51-4.
https://www.ajronline.org/doi/10.2214/AJR.11.6730
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22194515?tool=bestpractice.com
No entanto, alguns estudos questionaram a eficácia do aumento vertebral nos desfechos de dor, função física e qualidade de vida.[73]Sharif S, Ali MY, Costa F, et al. Vertebral augmentation in osteoporotic spine fractures: WFNS Spine Committee recommendations. J Neurosurg Sci. 2022 Aug;66(4):311-26.
https://www.minervamedica.it/en/journals/neurosurgical-sciences/article.php?cod=R38Y2022N04A0311
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36153881?tool=bestpractice.com
[74]Ebeling PR, Akesson K, Bauer DC, et al. The efficacy and safety of vertebral augmentation: a second ASBMR task force report. J Bone Miner Res. 2019 Jan;34(1):3-21.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30677181?tool=bestpractice.com
Complicações graves relatadas com esses procedimentos incluem vazamento de cimento, embolia pulmonar, osteomielite e vazamento de cimento epidural.[43]LeBoff MS, Greenspan SL, Insogna KL, et al. The clinician's guide to prevention and treatment of osteoporosis. Osteoporos Int. 2022 Oct;33(10):2049-102.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00198-021-05900-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35478046?tool=bestpractice.com
As diretrizes variam quanto à realização ou não desses procedimentos.
As diretrizes do Reino Unido da Royal Osteoporosis Society, publicadas em 2022, recomendam considerar o encaminhamento para vertebroplastia ou cifoplastia para os pacientes hospitalizados nos quais a dor persistir após 48 horas e comprometer gravemente as atividades da vida diária e a mobilidade, apesar do início da terapia e do controle da dor aguda, e quando houver evidência de edema do corpo vertebral na ressonância nuclear magnética.[84]Royal Osteoporosis Society. Guidance for the management of symptomatic vertebral fragility fractures. May 2022 [internet publication].
https://pcrmm.org.uk/wp-content/uploads/2022/05/ROS-guidance-on-managing-symptoms-of-vertebral-fractures-2022-_1_.pdf
O American College of Radiology (ACR) recomenda em sua orientação de 2022 considerar a vertebroplastia percutânea ou a cifoplastia percutânea com balão para alívio da dor e aumento da mobilidade.[85]American College of Radiology. ACR appropriateness criteria: management of vertebral compression fractures. 2022 [internet publication].
https://acsearch.acr.org/docs/70545/Narrative
Essa recomendação é baseada em uma força-tarefa de várias sociedades dos EUA de 2014 de intervencionistas da coluna relatando que a vertebroplastia percutânea e a cifoplastia percutânea com balão podem ser consideradas técnicas geralmente intercambiáveis para essas indicações.[85]American College of Radiology. ACR appropriateness criteria: management of vertebral compression fractures. 2022 [internet publication].
https://acsearch.acr.org/docs/70545/Narrative
[86]Barr JD, Jensen ME, Hirsch JA, et al. Position statement on percutaneous vertebral augmentation: a consensus statement developed by the Society of Interventional Radiology (SIR), American Association of Neurological Surgeons (AANS) and the Congress of Neurological Surgeons (CNS), American College of Radiology (ACR), American Society of Neuroradiology (ASNR), American Society of Spine Radiology (ASSR), Canadian Interventional Radiology Association (CIRA), and the Society of NeuroInterventional Surgery (SNIS). J Vasc Interv Radiol. 2014 Feb;25(2):171-81.
https://www.jvir.org/article/S1051-0443(13)01487-5/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24325929?tool=bestpractice.com
Uma força-tarefa de várias sociedades dos EUA se reuniu novamente em 2019 e concluiu que o uso rotineiro de aumento vertebral não é apoiado por evidências atuais. Para os pacientes com fraturas vertebrais agudamente dolorosas, os dados revisados pelo painel em 2019 demonstraram que a vertebroplastia percutânea não oferece nenhum benefício clinicamente significativo demonstrável em relação ao placebo. Não houve evidências suficientes para recomendar a cifoplastia em detrimento do tratamento não cirúrgico.[74]Ebeling PR, Akesson K, Bauer DC, et al. The efficacy and safety of vertebral augmentation: a second ASBMR task force report. J Bone Miner Res. 2019 Jan;34(1):3-21.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30677181?tool=bestpractice.com
Esses achados não estão refletidos nas orientações do ACR.
Caso não existam deficits neurológicos, o tratamento conservador deve ser tentado em primeiro lugar.
Contraindicações absolutas ao tratamento percutâneo incluem septicemia, osteomielite ativa da vértebra alvo, infecção ao longo da trajetória pretendida de acesso e coagulopatia incorrigível.[87]American College of Radiology. ACR-ASNR-ASSR-SIR-SNIS practice parameter for the performance of vertebral augmentation. 2022 [internet publication].
https://www.acr.org/-/media/ACR/Files/Practice-Parameters/VerebralAug.pdf
Consulte Fraturas osteoporóticas por compressão vertebral.
Tratamento conservador (não cirúrgico)
O American College of Surgeons recomenda que as fraturas toracolombares estáveis em pacientes sem deficits neurológicos podem ser tratadas de forma não cirúrgica com segurança.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
O repouso prolongado no leito não é indicado para esses pacientes, e a melhor prática envolve o controle adequado da dor e a deambulação sem órteses precoce.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
[71]Bakhsheshian J, Dahdaleh NS, Fakurnejad S, et al. Evidence-based management of traumatic thoracolumbar burst fractures: a systematic review of nonoperative management. Neurosurg Focus. 2014;37(1):E1.
https://www.doi.org/10.3171/2014.4.FOCUS14159
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24981897?tool=bestpractice.com
Além da ausência de deficits neurológicos, as outras indicações para tratamento conservador incluem:[88]Cantor JB, Lebwohl NH, Garvey T, et al. Nonoperative management of stable thoracolumbar burst fractures with early ambulation and bracing. Spine (Phila Pa 1976). 1993 Jun 15;18(8):971-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8367784?tool=bestpractice.com
[89]Shen WJ, Shen YS. Nonsurgical treatment of three-column thoracolumbar junction burst fractures without neurologic deficit. Spine (Phila Pa 1976). 1999 Feb 15;24(4):412-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10065527?tool=bestpractice.com
[90]Alanay A, Yazici M, Acaroglu E, et al. Course of nonsurgical management of burst fractures with intact posterior ligamentous complex: an MRI study. Spine (Phila Pa 1976). 2004 Nov 1;29(21):2425-31.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15507806?tool=bestpractice.com
Deficit neurológico em remissão; ou deficit que não se correlaciona com uma compressão, deformidade ou instabilidade demonstráveis
Alinhamento aceitável (inicial ou depois de redução postural)
Fratura por compressão <50% da altura do corpo vertebral
Angulação <20°
As opções incluem:
Analgesia e repouso no leito, considerando os riscos de úlceras por pressão, tromboembolismo (com o uso de meias de compressão ou heparina), problemas respiratórios e constipação.[10]Wendt K, Nau C, Jug M, et al. ESTES recommendation on thoracolumbar spine fractures: January 2023. Eur J Trauma Emerg Surg. 2024 Aug;50(4):1261-75.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00068-023-02247-3
Cateterismo para problemas vesicais (cateterismo suprapúbico para problemas vesicais crônicos).
Laxantes para evitar constipação.
Nutrição adequada para otimizar a consolidação da fratura e a cicatrização da ferida.
Órteses podem ser prescritas para conforto do paciente, se desejadas.[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
https://journals.lww.com/neurosurgery/Fulltext/2019/01000/Congress_of_Neurological_Surgeons_Systematic.1.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30202985?tool=bestpractice.com
[91]Hoh DJ, Qureshi S, Anderson PA, et al. Congress of neurological surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: nonoperative care. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):E46-9.
https://www.doi.org/10.1093/neuros/nyy369
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30203096?tool=bestpractice.com
Órteses são frequentemente usadas em fraturas toracolombares. No entanto, evidências limitadas de alta qualidade demonstram que a mobilização precoce sem órtese pode levar a alívio da dor, qualidade de vida e desfecho funcional semelhante por até 5-10 anos, quando comparado ao uso de órtese toracolombar.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
[92]Urquhart JC, Alrehaili OA, Fisher CG, et al. Treatment of thoracolumbar burst fractures: extended follow-up of a randomized clinical trial comparing orthosis versus no orthosis. J Neurosurg Spine. 2017 Jul;27(1):42-7.
https://www.doi.org/10.3171/2016.11.SPINE161031
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28409669?tool=bestpractice.com
[93]Bailey CS, Urquhart JC, Dvorak MF, et al. Orthosis versus no orthosis for the treatment of thoracolumbar burst fractures without neurologic injury: a multicenter prospective randomized equivalence trial. Spine J. 2014 Nov 1;14(11):2557-64.
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Se for aplicada uma órtese, deve-se observar que os dispositivos externos tendem a ficar frouxos com o tempo, e precisarão de ajustes por parte do médico.[97]Bucholz RM, Heckman JD. Rockwood and Green's fractures in adults, 5th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2002:1424-34.
Fraturas torácicas superiores: é preciso incluir a coluna cervical (órtese do tipo imobilizador esterno-occipito-mandibular [Sternal Occipital Mandibular Immobiliser; SOMI]).
Junção toracolombar: precisa incluir o sacro.
Reabilitação e fisioterapia precoces para evitar problemas respiratórios (atelectasia) e tromboembolismo.[10]Wendt K, Nau C, Jug M, et al. ESTES recommendation on thoracolumbar spine fractures: January 2023. Eur J Trauma Emerg Surg. 2024 Aug;50(4):1261-75.
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Na prática, para os pacientes com fratura osteoporótica, o repouso no leito é normalmente é recomendado por 7 dias.
Tratamento cirúrgico
A intervenção cirúrgica é aconselhada se houver:[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
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[97]Bucholz RM, Heckman JD. Rockwood and Green's fractures in adults, 5th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2002:1424-34.
Ruptura de tecidos moles que não cicatrizará com integridade ligamentar competente
Danos significativos no corpo vertebral
Deterioração neurológica documentada
Angulação cifótica
Comprometimento do canal vertebral
Dor crescente
Desalinhamento crescente.
Os objetivos da cirurgia englobam restauração do alinhamento, correção da deformidade, descompressão da estrutura neural e obtenção de uma coluna vertebral estável.
A descompressão cirúrgica é indicada se houver evidências radiológicas de compressão e agravamento do deficit neurológico.[10]Wendt K, Nau C, Jug M, et al. ESTES recommendation on thoracolumbar spine fractures: January 2023. Eur J Trauma Emerg Surg. 2024 Aug;50(4):1261-75.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00068-023-02247-3
[97]Bucholz RM, Heckman JD. Rockwood and Green's fractures in adults, 5th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2002:1424-34.
A estabilização cirúrgica (com hastes e parafusos) é indicada se houver luxação da coluna toracolombar/lombar ou espondilolistese traumática; ou se o tratamento conservador falhou ou não é considerado uma opção viável (por exemplo, pacientes com demência).[97]Bucholz RM, Heckman JD. Rockwood and Green's fractures in adults, 5th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2002:1424-34.
Instrumentação segmentar longa deve ser usada na coluna torácica superior e média (acima de T10). Na junção toracolombar e na coluna lombar, a estabilização segmentar curta é geralmente suficiente, com melhores desfechos clínicos.[10]Wendt K, Nau C, Jug M, et al. ESTES recommendation on thoracolumbar spine fractures: January 2023. Eur J Trauma Emerg Surg. 2024 Aug;50(4):1261-75.
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Abordagens posteriores/posterolaterais
Os pacientes são colocados em posição pronada com os braços abduzidos em ≤90°, cotovelos flexionados em ≤90°. A incisão da linha média expõe o nível lesionado, após o que são executadas a estabilização e descompressão.
Abordagem anterior/anterolateral
Geralmente realizada como segundo procedimento em caso de persistência de deficit neurológico parcial em pacientes com falha na descompressão por estabilização posterior.[101]Dunn HK. Anterior stabilization of thoracolumbar injuries. Clin Orthop Relat Res. 1984 Oct;(189):116-24.
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Realizada em pacientes com comprometimento do canal >30% por um fragmento anterior (nesses casos, a laminectomia não terá qualquer efeito na diminuição da carga de contato).[103]Allen BL Jr, Tencer AF, Ferguson RL. The biomechanics of decompressive laminectomy. Spine (Phila Pa 1976). 1987 Oct;12(8):803-8.
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Os pacientes são colocados na posição de decúbito lateral em uma mesa inclinada para expandir as costelas. A toracotomia é realizada no espaço intercostal no nível da lesão. Os vasos segmentares são, em seguida, localizados e ligados. A costela pode ser removida e usada como enxerto. São usadas pinças para remover os fragmentos ósseos dos corpos vertebrais enquanto é tentada a preservação do córtex anterior, o que ajuda a reduzir a lesão nos grandes vasos. Uma vez removido o corpo vertebral fraturado, é realizada uma artrodese intervertebral com uma viga de suporte.
Abordagens combinadas[97]Bucholz RM, Heckman JD. Rockwood and Green's fractures in adults, 5th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2002:1424-34.
Sistemas de instrumentação posterior baseiam-se em conexões ósseas (ganchos e parafusos) e em membros longitudinais (hastes e placas).[97]Bucholz RM, Heckman JD. Rockwood and Green's fractures in adults, 5th ed. Philadelphia, PA: Lippincott Williams & Wilkins; 2002:1424-34. Sistemas de instrumentação anterior baseiam-se em placas, hastes, elementos híbridos e dispositivos intervertebrais. As complicações dos sistemas de instrumentação incluem: extravasamento de líquido cefalorraquidiano (LCR), infecção pós-operatória profunda, neurapraxia transitória e lesão permanente da raiz nervosa.
Existem evidências que sugerem que o uso de um enxerto ósseo intracorpóreo transpedicular na fixação de fraturas toracolombares instáveis por instrumental possa diminuir a taxa de falha.[104]Ma Y, Li X, Dong J. Is it useful to apply transpedicular intracorporeal bone grafting to unstable thoracolumbar fractures? A systematic review. Acta Neurochir (Wien). 2012 Dec;154(12):2205-13.
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O procedimento consiste na introdução de enxertos de osso canceloso no local da fratura após a restauração do alinhamento anatômico usando-se fixação instrumental. É interessante notar que uma metanálise não mostrou qualquer diferença entre a fixação por instrumentação com segmento longo ou segmento curto como tratamentos cirúrgicos para as fraturas traumáticas da coluna toracolombar sem deficit neurológico.[105]Cheng LM, Wang JJ, Zeng ZL, et al. Pedicle screw fixation for traumatic fractures of the thoracic and lumbar spine. Cochrane Database Syst Rev. 2013 May 31;(5):CD009073.
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A fusão espinhal ou "espondilodese" é definida como uma fusão permanente de um segmento de movimento. Isso pode ser feito por meio de uma abordagem anterior ou posterior.[10]Wendt K, Nau C, Jug M, et al. ESTES recommendation on thoracolumbar spine fractures: January 2023. Eur J Trauma Emerg Surg. 2024 Aug;50(4):1261-75.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00068-023-02247-3
A metanálise que comparou a fusão com a não fusão para fraturas toracolombares cirurgicamente tratadas constatou que a fusão não foi necessária quando a fratura toracolombar do tipo explosão foi tratada por fixação posterior com parafuso pedicular.[106]Tian NF, Wu YS, Zhang XL, et al. Fusion versus nonfusion for surgically treated thoracolumbar burst fractures: a meta-analysis. PLoS One. 2013 May 21;8(5):e63995.
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Não foi identificada qualquer diferença significativa entre os dois grupos quanto ao desfecho radiológico, ao desfecho funcional, à melhora neurológica e à taxa de falha do implante. Além disso, a não fusão estava associada a um tempo cirúrgico significativamente reduzido e a sangramento. Outras metanálises confirmaram que fraturas toracolombares operadas com instrumentação de segmento curto sem fusão apresentam menos sangramento, menor tempo cirúrgico e menos complicações no local doador do enxerto ósseo.[107]Diniz JM, Botelho RV. Is fusion necessary for thoracolumbar burst fracture treated with spinal fixation? a systematic review and meta-analysis. J Neurosurg Spine. 2017 Nov;27(5):584-92.
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Existem controvérsias em torno do momento ideal específico da descompressão em pacientes com fraturas da coluna toracolombar e lesão na medula espinhal e se ele tem algum impacto sobre o desfecho.[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
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Vários estudos demonstraram que a descompressão cirúrgica até 24 horas após a lesão na medula espinhal torácica e toracolombar traumática aguda está associada a melhores desfechos neurológicos, medidos por uma melhora nos escores motores, escores de sensibilidade tátil e escores de estímulo doloroso, e melhores classificações na Escala de Comprometimento da American Spinal Injury Association 1 ano após a cirurgia.[10]Wendt K, Nau C, Jug M, et al. ESTES recommendation on thoracolumbar spine fractures: January 2023. Eur J Trauma Emerg Surg. 2024 Aug;50(4):1261-75.
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O Congress of Neurological Surgeons (CNS) e a American Association of Neurological Surgeons (AANS) sugerem que a cirurgia "precoce" seja considerada uma opção nos pacientes com fraturas torácicas e lombares para reduzir o tempo de internação e as complicações. O CNS/AANS observa que a literatura disponível definiu a cirurgia "precoce" de forma inconsistente, variando de <8 horas a <72 horas após a lesão.[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
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As diretrizes da AOSpine de 2017 concluíram que a descompressão precoce (≤24 horas após a lesão) para pacientes adultos com lesão na medula espinhal, independentemente do nível, deve ser oferecida, embora a qualidade da evidência para a recomendação seja baixa.[112]Fehlings MG, Tetreault LA, Wilson JR, et al. A clinical practice guideline for the management of patients with acute spinal cord injury and central cord syndrome: recommendations on the timing (≤24 hours versus >24 hours) of decompressive surgery. Global Spine J. 2017 Sep;7(3 suppl):195S-202S.
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Abordagem anterior comparada com abordagem posterior
Uma metanálise não encontrou diferença, em termos de recuperação neurológica, retorno ao trabalho, complicações e ângulo de Cobb, entre as abordagens anterior e posterior para o tratamento cirúrgico de fraturas explosivas da coluna toracolombar.[113]Xu GJ, Li ZJ, Ma JX, et al. Anterior versus posterior approach for treatment of thoracolumbar burst fractures: a meta-analysis. Eur Spine J. 2013 Oct;22(10):2176-83.
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A abordagem anterior estava associada a um tempo cirúrgico mais longo, maior sangramento e custo mais elevado que a abordagem posterior. O CNS e a ANS identificaram quatro ensaios clínicos randomizados que não demonstraram diferenças nos resultados clínicos, incluindo dor e recuperação neurológica, entre as abordagens anterior e posterior.[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
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Apenas um ECR de nível II demonstrou melhores desfechos clínicos no grupo de tratamento apenas posterior em comparação com o grupo combinado, mas os autores recomendaram contra a abordagem apenas posterior devido à alta incidência de resultados radiológicos insatisfatórios.[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
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O CNS e a AAN concluíram que as abordagens anterior, posterior ou combinada anteroposterior são opções de tratamento razoáveis para o manejo cirúrgico de pacientes com fraturas toracolombares, pois não houve diferença definitiva nos desfechos ou no risco de complicações ao se compararem essas abordagens cirúrgicas.[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
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Cirurgia para fratura-luxação toracolombar
Fraturas-luxações toracolombares são consideradas instáveis e envolvem lesão grave à vértebra e ligamentos que estabilizam a espinha. O tratamento ideal para tais lesões permanece controverso e inclui uma gama de operações, de fusão combinada posterior-anterior (P-A) a fusão intersomática torácica transforaminal (FITT). Um ensaio clínico randomizado e controlado constatou que os dois tratamentos foram semelhantes com relação à taxa de fusão, extensão da descompressão, perda de correção, taxa de falha de instrumentação, escore da American Spinal Injury Association, escore da escala visual analógica e Índice de incapacidade de Oswestry. No entanto, sangramento, tempo de operação e taxa de complicações perioperatórias foram maiores no grupo P-A que no grupo FITT.[115]Hao D, Wang W, Duan K, et al. Two-year follow-up evaluation of surgical treatment for thoracolumbar fracture-dislocation. Spine (Phila Pa 1976). 2014 Oct 1;39(21):E1284-90.
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Técnicas computacionais e de navegação robótica
Técnicas de navegação assistida por computador têm sido usadas na cirurgia de coluna desde 1995.[118]Amiot LP, Labelle H, DeGuise JA, et al. Computer-assisted pedicle screw fixation: a feasibility study. Spine (Phila Pa 1976). 1995 May 15;20(10):1208-12.
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A colocação de parafusos pediculares por navegação tridimensional assistida por computador pode aumentar a precisão e reduzir o tempo de cirurgia e pode ser executada com segurança e eficácia em todos os níveis da coluna torácica, particularmente na coluna torácica superior.[119]Wu H, Gao ZL, Wang JC, et al. Pedicle screw placement in the thoracic spine: a randomized comparison study of computer-assisted navigation and conventional techniques. Chin J Traumatol. 2010 Aug 1;13(4):201-5.
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Estudos também demonstraram menor exposição à radiação intraoperatória e maior segurança da cirurgia de coluna minimamente invasiva com técnicas de navegação assistida por computador, em comparação com técnicas à mão livre e de fluoroscopia.[120]Gelalis ID, Paschos NK, Pakos EE, et al. Accuracy of pedicle screw placement: a systematic review of prospective in vivo studies comparing free hand, fluoroscopy guidance and navigation techniques. Eur Spine J. 2012 Feb;21(2):247-55.
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A cirurgia robótica ortopédica combinada com navegação por computador também é usada em alguns centros para tratar as fraturas torácicas e vertebrais.[127]Tian W, Liu YJ, Liu B, et al; Technical Committee on Medical Robot Engineering of Chinese Society of Biomedical Engineering; Technical Consulting Committee of National Robotic Orthopaedic Surgery Application Center. Guideline for thoracolumbar pedicle screw placement assisted by orthopaedic surgical robot. Orthop Surg. 2019 Apr;11(2):153-9.
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Analgesia
A analgesia mais comumente usada para dor musculoesquelética inclui anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), paracetamol e analgésicos opioides, dependendo da intensidade da dor. Os AINEs devem ser usados com cautela nos idosos devido à maior suscetibilidade a efeitos adversos, como hemorragia digestiva e eventos cardiovasculares.[128]McCarberg BH. NSAIDs in the older patient: balancing benefits and harms. Pain Med. 2013 Dec;14 suppl 1:S43-4.
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As diretrizes do Reino Unido recomendam considerar o paracetamol antes dos AINEs orais, inibidores da ciclo-oxigenase-2 ou opioides.[84]Royal Osteoporosis Society. Guidance for the management of symptomatic vertebral fragility fractures. May 2022 [internet publication].
https://pcrmm.org.uk/wp-content/uploads/2022/05/ROS-guidance-on-managing-symptoms-of-vertebral-fractures-2022-_1_.pdf
Os opioides são recomendados apenas para uso em prazo muito curto com fraturas agudas. Se usados cronicamente, os opioides perdem potência, induzem dependência, aumentam o risco de dependência e levam a quedas e sensibilização central.[43]LeBoff MS, Greenspan SL, Insogna KL, et al. The clinician's guide to prevention and treatment of osteoporosis. Osteoporos Int. 2022 Oct;33(10):2049-102.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00198-021-05900-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35478046?tool=bestpractice.com
Profilaxia da trombose venosa profunda (TVP)
A profilaxia adequada para a TVP é recomendada para evitar a TVP e a embolia pulmonar (EP).[10]Wendt K, Nau C, Jug M, et al. ESTES recommendation on thoracolumbar spine fractures: January 2023. Eur J Trauma Emerg Surg. 2024 Aug;50(4):1261-75.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00068-023-02247-3
[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
https://journals.lww.com/neurosurgery/Fulltext/2019/01000/Congress_of_Neurological_Surgeons_Systematic.1.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30202985?tool=bestpractice.com
O uso de meias de compressão e a anticoagulação devem ser iniciados em até 72 horas após a lesão inicial.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
O ACS recomenda iniciar a profilaxia mecânica (por exemplo, dispositivos de compressão sequencial ou pneumática e meias de compressão) imediatamente após a lesão, se possível, especialmente para os pacientes com risco de sangramento ou outras contraindicações para quimioprofilaxia.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
Não há evidências suficientes para recomendar um esquema específico de profilaxia do tromboembolismo venoso para prevenir o EP (ou a morbidade e a mortalidade associadas ao tromboembolismo venoso) em pacientes com fraturas torácicas e lombares.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
https://journals.lww.com/neurosurgery/Fulltext/2019/01000/Congress_of_Neurological_Surgeons_Systematic.1.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30202985?tool=bestpractice.com
A duração da quimioprofilaxia deve ser determinada para cada paciente, levando em consideração a gravidade da lesão, o status de mobilidade, o risco de sangramento e outras comorbidades. A quimioprofilaxia nunca deve ser mantida por mais de 3 meses.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
Úlceras por pressão
Há um risco muito alto de desenvolver úlceras por pressão após uma lesão na medula espinhal em decorrência dos seguintes fatores:
Ausência de sensação, de forma que os pacientes não percebam o desenvolvimento de uma úlcera por pressão
Ausência de atividade muscular abaixo do nível da lesão
Circulação comprometida, que reduz a transferência de oxigênio para a pele.
Uma úlcera por pressão pode atrasar o tratamento do paciente em semanas, além de deixar uma cicatriz que pode ficar permanentemente vulnerável. Os pacientes devem ser virados de maneira segura para reduzir a pressão em qualquer um dos lados; a pele deve ser regularmente avaliada em busca de sinais de úlceras por pressão. Geralmente é suficiente virar o paciente a 30° lado a lado com um suporte de travesseiros apropriado. Os calcanhares devem ficar não apoiados no leito e serem apoiados com travesseiros. Dispositivos de alívio da pressão, como colchões dinâmicos, não devem ser usados se a coluna vertebral estiver instável, e são em geral ineficazes na prevenção de úlceras por pressão nos pacientes com lesão na medula espinhal. As úlceras por pressão em crianças são, com frequência, causadas por pressão de dispositivos, como imobilizadores e talas, assim como brinquedos perdidos ou esquecidos na cama ou na almofada da cadeira. Nunca se deve permitir que os pacientes sentem ou deitem sobre uma úlcera por pressão.[130]London Spinal Cord Injury Centre, National Spinal Cord Injury Board. The management of children with spinal cord injuries - advice for major trauma networks and SCI centres on the development of joint protocols. Jun 2014 [internet publication].
https://res.cloudinary.com/studio-republic/images/v1635686643/Spinal_Cord_Injuries_Advice_for_Development_of_Joint_Protocols/Spinal_Cord_Injuries_Advice_for_Development_of_Joint_Protocols.pdf?_i=AA
Distensão vesical
A bexiga pode se tornar flácida durante o choque medular, levando à hiperdistensão, que pode causar dano permanente. Todos os pacientes necessitarão de cateter uretral, que deve ser definido inicialmente como drenagem livre.[130]London Spinal Cord Injury Centre, National Spinal Cord Injury Board. The management of children with spinal cord injuries - advice for major trauma networks and SCI centres on the development of joint protocols. Jun 2014 [internet publication].
https://res.cloudinary.com/studio-republic/images/v1635686643/Spinal_Cord_Injuries_Advice_for_Development_of_Joint_Protocols/Spinal_Cord_Injuries_Advice_for_Development_of_Joint_Protocols.pdf?_i=AA
Disreflexia autonômica
A disreflexia autonômica é uma afecção potencialmente perigosa que pode ocorrer nos pacientes com lesão na medula espinhal afetando T6 ou um nível superior, levando a hipertensão não controlada, a qual pode levar posteriormente a convulsões, hemorragia retiniana, hemorragia cerebral, edema pulmonar, infarto do miocárdio ou comprometimento renal. O mecanismo fisiopatológico envolve um estímulo abaixo do nível da lesão que ativa o sistema nervoso simpático. O sistema simpático ativado não pode ser neuromodulado de forma adequada pelo sistema nervoso central em virtude de uma ausência de continuidade da medula espinhal, pois sinais inibitórios descendentes não podem ser levados para além do nível da lesão. As lesões abaixo de T6 geralmente permitem um controle parassimpático inibitório descendente suficiente para modular o tônus simpático ativado.[131]Milligan J, Lee J, McMillan C, et al. Autonomic dysreflexia: recognizing a common serious condition in patients with spinal cord injury. Can Fam Physician. 2012 Aug;58(8):831-5.
https://www.cfp.ca/content/58/8/831.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22893332?tool=bestpractice.com
O tratamento envolve manejo da causa subjacente do estímulo e o uso de medicamento anti-hipertensivo seguindo as diretrizes locais.
Controvérsias em relação ao uso de corticosteroides
A metilprednisolona intravenosa era recomendada para a lesão aguda da medula espinhal.[10]Wendt K, Nau C, Jug M, et al. ESTES recommendation on thoracolumbar spine fractures: January 2023. Eur J Trauma Emerg Surg. 2024 Aug;50(4):1261-75.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00068-023-02247-3
[132]Bracken MB, Collins WF, Freeman DF, et al. Efficacy of methylprednisolone in acute spinal cord injury. JAMA. 1984 Jan 6;251(1):45-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6361287?tool=bestpractice.com
[133]Bracken MB, Sheppard MJ, Collins WF, et al. A randomized, controlled trial of methylprednisolone or naloxone in the treatment of acute spinal-cord injury: results of the Second National Acute Spinal Cord Injury Study. N Engl J Med. 1990 May 17;322(20):1405-11.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2278545?tool=bestpractice.com
[134]Bracken MB, Shepard MJ, Holford TR, et al. Administration of methylprednisolone for 24 or 48 hours or tirilazad mesylate for 48 hours in the treatment of acute spinal cord injury: results of the Third National Acute Spinal Cord Injury Randomized Controlled Trial. National Acute Spinal Cord Injury Study. JAMA. 1997 May 28;277(20):1597-604.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9168289?tool=bestpractice.com
[135]Bracken MB. Steroids for acute spinal cord injury. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Jan 18;(1):CD001046.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD001046.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22258943?tool=bestpractice.com
[136]Fehlings MG, Wilson JR, Tetreault LA, et al. A clinical practice guideline for the management of patients with acute spinal cord injury: recommendations on the use of methylprednisolone sodium succinate. Global Spine J. 2017 Sep;7(3 suppl):203-11S.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/2192568217703085
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29164025?tool=bestpractice.com
No entanto, seu uso é controverso em virtude de efeitos adversos graves (por exemplo, má cicatrização da ferida, infecções, aumento da mortalidade) e problemas com o método de estudos acerca de seu uso.[135]Bracken MB. Steroids for acute spinal cord injury. Cochrane Database Syst Rev. 2012 Jan 18;(1):CD001046.
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD001046.pub2/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22258943?tool=bestpractice.com
O American College of Surgeons afirma que o uso de metilprednisolona dentro de 8 horas após a lesão na medula espinhal não pode ser recomendado de maneira definitiva.[11]American College of Surgeons. Best practices guidelines. Spine injury. Mar 2022 [internet publication].
https://www.facs.org/media/k45gikqv/spine_injury_guidelines.pdf
O Congress of Neurological Surgeons (CNS) e a American Association of Neurological Surgeons (AANS) concluem que não há evidências suficientes para se fazer uma recomendação sobre o uso de metilprednisolona; a força-tarefa afirma que, à luz dos dados e diretrizes publicados anteriormente, o perfil de complicações deve ser cuidadosamente considerado ao se decidir sobre a administração de metilprednisolona.[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
https://journals.lww.com/neurosurgery/Fulltext/2019/01000/Congress_of_Neurological_Surgeons_Systematic.1.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30202985?tool=bestpractice.com
O National Institute for Health and Care Excellence (NICE) do Reino Unido não aconselha o uso da metilprednisolona para o tratamento da lesão traumática aguda na medula espinhal.[46]National Institute for Health and Care Excellence. Spinal injury: assessment and initial management. Feb 2016 [internet publication].
https://www.nice.org.uk/guidance/ng41
Embora o medicamento não seja aprovado pela Food and Drug Administration dos EUA para esse uso, algumas diretrizes clínicas apoiam seu uso em circunstâncias restritas (por exemplo, se iniciado até 8 horas após o trauma agudo da medula espinhal).[10]Wendt K, Nau C, Jug M, et al. ESTES recommendation on thoracolumbar spine fractures: January 2023. Eur J Trauma Emerg Surg. 2024 Aug;50(4):1261-75.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00068-023-02247-3
[50]O'Toole JE, Kaiser MG, Anderson PA, et al. Congress of Neurological Surgeons systematic review and evidence-based guidelines on the evaluation and treatment of patients with thoracolumbar spine trauma: executive summary. Neurosurgery. 2019 Jan 1;84(1):2-6.
https://journals.lww.com/neurosurgery/Fulltext/2019/01000/Congress_of_Neurological_Surgeons_Systematic.1.aspx
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30202985?tool=bestpractice.com
[136]Fehlings MG, Wilson JR, Tetreault LA, et al. A clinical practice guideline for the management of patients with acute spinal cord injury: recommendations on the use of methylprednisolone sodium succinate. Global Spine J. 2017 Sep;7(3 suppl):203-11S.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/2192568217703085
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29164025?tool=bestpractice.com
[137]Hadley MN, Walters BC. Introduction to the guidelines for the management of acute cervical spine and spinal cord injuries. Neurosurgery. 2013 Mar;72 Suppl 2:5-16.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23417174?tool=bestpractice.com
Se usada, a duração da infusão de metilprednisolona deve ser de 24 horas, pois há um aumento do risco de eventos adversos, como pneumonia e sepse, com infusão de 48 horas.[136]Fehlings MG, Wilson JR, Tetreault LA, et al. A clinical practice guideline for the management of patients with acute spinal cord injury: recommendations on the use of methylprednisolone sodium succinate. Global Spine J. 2017 Sep;7(3 suppl):203-11S.
https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/2192568217703085
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29164025?tool=bestpractice.com