Recomendações baseadas em consenso classificam a PH em fenótipos clínicos não fibróticos e fibróticos, com base na presença ou ausência de fibrose à tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR).[3]Raghu G, Remy-Jardin M, Ryerson CJ, et al. Diagnosis of hypersensitivity pneumonitis in adults. An Official ATS/JRS/ALAT clinical practice guideline. Am J Respir Crit Care Med. 2020 Aug 1;202(3):e36-69.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7397797
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32706311?tool=bestpractice.com
[33]Fernández Pérez ER, Travis WD, Lynch DA, et al. Diagnosis and evaluation of hypersensitivity pneumonitis: CHEST guideline and expert panel report. Chest. 2021 Aug;160(2):e97-156.
https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(21)00686-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861992?tool=bestpractice.com
No entanto, nenhum teste é patognomônico.
Em vez disso, os médicos devem realizar uma anamnese detalhada para identificar os antígenos desencadeantes, inclusive exposição ocupacional, e estabelecer o tipo, a extensão e a relação temporal da(s) exposição(ões) aos sintomas.[33]Fernández Pérez ER, Travis WD, Lynch DA, et al. Diagnosis and evaluation of hypersensitivity pneumonitis: CHEST guideline and expert panel report. Chest. 2021 Aug;160(2):e97-156.
https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(21)00686-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861992?tool=bestpractice.com
Observe que uma minoria considerável de pacientes não poderá fornecer uma história de exposição. Um grupo Delphi de especialistas em 2020 sugere investigar sobre exposições ocultas (por exemplo, penas em travesseiros/almofadas/edredons ou bolor sob pisos).[34]Barnes H, Morisset J, Molyneaux P, et al. A systematically derived exposure assessment instrument for chronic hypersensitivity pneumonitis. Chest. 2020 Jun;157(6):1506-12.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7268442
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31958445?tool=bestpractice.com
A melhora clínica ao se evitar o antígeno ou com a terapia geralmente corrobora o diagnóstico, mas a ausência de melhora não é suficiente, de maneira isolada, para descartar o diagnóstico. Os testes corroborativos possíveis incluem radiografia torácica ou tomografia computadorizada (TC), alto título de anticorpo contra o antígeno suspeito e testes de função pulmonar (TFPs) anormais.[3]Raghu G, Remy-Jardin M, Ryerson CJ, et al. Diagnosis of hypersensitivity pneumonitis in adults. An Official ATS/JRS/ALAT clinical practice guideline. Am J Respir Crit Care Med. 2020 Aug 1;202(3):e36-69.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7397797
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32706311?tool=bestpractice.com
[33]Fernández Pérez ER, Travis WD, Lynch DA, et al. Diagnosis and evaluation of hypersensitivity pneumonitis: CHEST guideline and expert panel report. Chest. 2021 Aug;160(2):e97-156.
https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(21)00686-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861992?tool=bestpractice.com
Avaliação clínica
Os sintomas comuns de PH não fibrótica e fibrótica incluem dispneia e tosse.[3]Raghu G, Remy-Jardin M, Ryerson CJ, et al. Diagnosis of hypersensitivity pneumonitis in adults. An Official ATS/JRS/ALAT clinical practice guideline. Am J Respir Crit Care Med. 2020 Aug 1;202(3):e36-69.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7397797
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32706311?tool=bestpractice.com
[33]Fernández Pérez ER, Travis WD, Lynch DA, et al. Diagnosis and evaluation of hypersensitivity pneumonitis: CHEST guideline and expert panel report. Chest. 2021 Aug;160(2):e97-156.
https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(21)00686-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861992?tool=bestpractice.com
Também pode haver guinchos no meio da inspiração e cianose ao exame físico. Os sintomas sistêmicos incluem perda de peso, sintomas influenza-símiles (por exemplo, mal-estar, calafrios e febre baixa), constrição torácica e sibilância.[24]Lacasse Y, Selman M, Costabel U, et al. Clinical diagnosis of hypersensitivity pneumonitis. Am J Respir Crit Care Med. 2003 Oct 15;168(8):952-8.
http://www.atsjournals.org/doi/full/10.1164/rccm.200301-137OC
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12842854?tool=bestpractice.com
O início pode ser agudo (desenvolvendo-se ao longo de dias a semanas; mais geralmente associado à PH não fibrótica) ou insidioso (desenvolvimento e agravamento ao longo de meses a anos; mais frequentemente observado na PH fibrótica). Os episódios podem ser recorrentes. Pacientes com PH fibrótica têm maior probabilidade de serem mais velhos e terem exposição desconhecida a um antígeno causador.[35]De Sadeleer LJ, Hermans F, De Dycker E, et al. Effects of corticosteroid treatment and antigen avoidance in a large hypersensitivity pneumonitis cohort: a single-centre cohort study. J Clin Med. 2019 Jan; 8(1): 14.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6352061
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30577667?tool=bestpractice.com
Doença semelhante à gripe recorrente ou doença pulmonar intersticial devem levantar um alto índice de suspeita de PH.
Laboratório
O hemograma completo, a velocidade de hemossedimentação (VHS) e a albumina são de valor limitado, mas podem indicar a presença de um processo inflamatório e/ou de uma doença crônica. Nos quadros agudos pode haver achados inespecíficos como VHS elevada e leucocitose com um desvio à esquerda. Nos quadros clínicos crônicos muitas vezes há achados inespecíficos, como baixo nível de albumina e anemia.[36]McSharry C, Anderson K, Boyd G. A review of antigen diversity causing lung disease among pigeon breeders. Clin Exp Allergy. 2000 Sep;30(9):1221-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10971467?tool=bestpractice.com
[37]Schenker M. Exposures and health effects from inorganic agricultural dusts. Environ Health Perspect. 2000 Aug;108 Suppl 4:661-4.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1637665/pdf/envhper00313-0060.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10931784?tool=bestpractice.com
Altos títulos contra imunoglobulina G (IgG) ou imunoglobulina A (IgA) específica para antígeno sérico são corroborativos.
Exames por imagem
A radiografia torácica em apresentações agudas e doença não fibrótica geralmente é caracterizada por infiltrados nodulares irregulares, enquanto nos estágios mais avançados há fibrose e espessamento peribrônquico.[38]Khalil N, Churg A, Muller N, et al. Environmental, inhaled and ingested causes of pulmonary fibrosis. Toxicol Pathol. 2007 Jan;35(1):86-96.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17325977?tool=bestpractice.com
No entanto, a radiografia torácica pode estar normal entre os episódios de doença não fibrótica e os achados da radiografia torácica são inespecíficos; portanto, os pacientes com suspeita de PH necessitam de uma TCAR.[33]Fernández Pérez ER, Travis WD, Lynch DA, et al. Diagnosis and evaluation of hypersensitivity pneumonitis: CHEST guideline and expert panel report. Chest. 2021 Aug;160(2):e97-156.
https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(21)00686-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861992?tool=bestpractice.com
Na PH não fibrótica, os achados na TCAR incluem opacidades em vidro fosco difusas bilaterais e atenuação em mosaico, além de pelo menos uma das seguintes características sugestivas de doença das pequenas vias aéreas:
Características inespecíficas que são compatíveis com PH não fibrótica incluem: opacidades em vidro fosco uniformes e sutis, condensação do espaço aéreo e cistos pulmonares.
Na PH fibrótica, os achados na TCAR consistem mais comumente em sinais de fibrose pulmonar (por exemplo, opacidades lineares irregulares ou reticulação grosseira) com distorção pulmonar e possível espessamento septal. O padrão de fibrose pode ser predominante na zona média, na zona média a inferior ou distribuído por todo o pulmão com relativa preservação basal. Bronquiectasias de tração e faveolamento também podem estar presentes.
O "padrão de três densidades" (anteriormente chamado de "sinal headcheese") é específico para PH fibrótica, com áreas bem demarcadas de:
alta atenuação (opacidade em vidro fosco)
regiões de atenuação e vascularização diminuídas
pulmão normal.[3]Raghu G, Remy-Jardin M, Ryerson CJ, et al. Diagnosis of hypersensitivity pneumonitis in adults. An Official ATS/JRS/ALAT clinical practice guideline. Am J Respir Crit Care Med. 2020 Aug 1;202(3):e36-69.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7397797
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32706311?tool=bestpractice.com
Fisiológica
Os TFPs são tipicamente anormais, demonstrando restrição ou obstrução, ou ambos, e a capacidade pulmonar de difusão de monóxido de carbono (CDCO) está reduzida. TFPs e CDCO podem estar normais entre os ataques agudos.
A lavagem broncoalveolar pode ocasionalmente ser necessária para confirmar o diagnóstico ou descartar diferenciais.[3]Raghu G, Remy-Jardin M, Ryerson CJ, et al. Diagnosis of hypersensitivity pneumonitis in adults. An Official ATS/JRS/ALAT clinical practice guideline. Am J Respir Crit Care Med. 2020 Aug 1;202(3):e36-69.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7397797
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32706311?tool=bestpractice.com
[33]Fernández Pérez ER, Travis WD, Lynch DA, et al. Diagnosis and evaluation of hypersensitivity pneumonitis: CHEST guideline and expert panel report. Chest. 2021 Aug;160(2):e97-156.
https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(21)00686-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861992?tool=bestpractice.com
[39]Meyer KC, Raghu G, Baughman RP, et al. An official American Thoracic Society clinical practice guideline: the clinical utility of bronchoalveolar lavage cellular analysis in interstitial lung disease. Am J Respir Crit Care Med. 2012 May 1;185(9):1004-14.
http://www.atsjournals.org/doi/full/10.1164/rccm.201202-0320ST#.VRKPZI6Dkyo
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22550210?tool=bestpractice.com
Comparados com pacientes com PH não fibrótica, aqueles com PH fibrótica geralmente apresentam menor capacidade vital e capacidade de difusão, e menor porcentagem de linfócitos no líquido da lavagem broncoalveolar.[3]Raghu G, Remy-Jardin M, Ryerson CJ, et al. Diagnosis of hypersensitivity pneumonitis in adults. An Official ATS/JRS/ALAT clinical practice guideline. Am J Respir Crit Care Med. 2020 Aug 1;202(3):e36-69.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7397797
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32706311?tool=bestpractice.com
Os testes de desafio inalatórios para antígenos específicos raramente são usados e são potencialmente perigosos.[33]Fernández Pérez ER, Travis WD, Lynch DA, et al. Diagnosis and evaluation of hypersensitivity pneumonitis: CHEST guideline and expert panel report. Chest. 2021 Aug;160(2):e97-156.
https://journal.chestnet.org/article/S0012-3692(21)00686-3/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861992?tool=bestpractice.com
Biópsia
Ocasionalmente, a biópsia pulmonar pode ser realizada quando uma equipe multidisciplinar não conseguir fazer o diagnóstico com base nos dados clínicos, laboratoriais ou de imagem (por exemplo, pacientes com características atípicas ou sem uma história de exposição).[40]Korevaar DA, Colella S, Fally M, et al. European Respiratory Society guidelines on transbronchial lung cryobiopsy in the diagnosis of interstitial lung diseases. Eur Respir J. 2022 Nov 10;60(5):2200425.
https://erj.ersjournals.com/content/60/5/2200425.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35710261?tool=bestpractice.com
A criobiópsia pulmonar transbrônquica é uma opção quando a biópsia pulmonar não for adequada. As características histológicas típicas incluem infiltrado broncocêntrico que consiste em linfócitos, plasmócitos, neutrófilos, macrófagos espumosos e granulomas não caseosos. Nos estágios posteriores, há um predomínio de fibrose intersticial.