Etiologia

Vários agentes causadores foram identificados. Os dois agentes mais comumente relatados são bactérias (por exemplo, Actinomicetos termofílicos, responsáveis por várias síndromes, incluindo pulmão de fazendeiro, bagaçose e pulmão do cultivador de cogumelos) e proteínas animais (por exemplo, proteínas aviárias responsáveis pelo pulmão do criador de pombos, pulmão do avicultor e doença do criador de periquitos australianos), tendo-se implicado também a exposição a animais de grande porte.[13]

Fungos também foram relatados como fontes antigênicas, e produtos químicos reativos como anidridos (doença pulmonar por resina epóxi), di-isocianatos e agentes usados nos trabalhos com metais também são causas conhecidas de síndromes de PH.[14][15][16][17] No Reino Unido, a exposição a fluidos de usinagem com metais se tornou a causa mais comum de PH ocupacional, contabilizando cerca de metade de todos os casos.[18] Medicamentos como nitrofurantoína, metotrexato, roxitromicina e rituximabe, quando ingeridos, podem causar a síndrome da PH induzida por medicamento.[19] Além disso, um relato de caso publicado descreveu a suplementação fitoterápica em medicina ayurvédica como causa de PH.[20] Um caso de 2018 de PH induzida por sertralina foi relatado.[21]

Relatos de casos indicam uma possível associação entre o uso de sistemas eletrônicos de administração de nicotina (vaporização) e PH.[22] Um relato de caso descreve o quadro clínico de PH associada a sertralina.[23] ​A PH foi relatada em uma pessoa que consumiu medicina ayurvédica.[20]

Fisiopatologia

Os mecanismos de imunopatogenicidade que resultam na inflamação característica da pneumonite por hipersensibilidade (PH) não são completamente compreendidos. As contribuições relativas das respostas humoral e celular não são claras. A função potencialmente importante da imunidade adaptativa celular como causa da PH é suportada pelo fato de que indivíduos portadores de hipogamaglobulinemia podem desenvolver PH. Estudos de lavagem broncoalveolar em pacientes com PH sintomática sugerem que as células importantes envolvidas são os linfócitos T CD3+, que são CD8+ ou CD4+ com um fenótipo Th1.[24][25][26][27]

A inflamação da PH tem uma aparência característica, mas não patognomônica. O infiltrado celular consiste primariamente em linfócitos, plasmócitos e neutrófilos. Além disso, há a presença de granulomas não caseosos e macrófagos espumosos ativados. A inflamação tende a ter uma distribuição broncocêntrica ou bronquiolocêntrica. Em estágios posteriores, a alveolite linfocítica é menos proeminente e comumente há fibrose intersticial com paredes bronquiolares espessadas com colágeno.

No início da doença, a febre, a taquipneia, a dispneia, os infiltrados pulmonares, os testes de função pulmonar (TFP) restritivos e a redução na capacidade de difusão do monóxido de carbono (CDCO) pelo pulmão são todos decorrentes da alveolite linfocítica.

Com o tempo, a inflamação torna-se menos intensa, com o desenvolvimento insidioso de mal-estar, perda de peso, dispneia, tosse, quadro misto de TFP e diminuição da CDCO.[28][29][30]

Classificação

Tipos de pneumonite por hipersensibilidade (PH)[3]

Falta consenso entre os especialistas sobre a definição da doença e os critérios de diagnóstico, mas as diretrizes de diagnóstico da American Thoracic Society, Japanese Respiratory Society e Latin American Thoracic Association publicadas em 2020 classificam os pacientes como portadores de PH fibrótica ou não fibrótica:

  • Não fibrótica (puramente inflamatória; ausência de evidência radiológica e/ou histopatológica de fibrose)

  • Fibrótica (presença de evidência radiológica e/ou histopatológica de fibrose).

Quando os pacientes apresentam características mistas, a categorização é determinada pela predominância dessas características.

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