Etiologia
Vários agentes causadores foram identificados. O aumento da exposição à poeira orgânica e endotoxinas tem sido associado ao aumento do risco de pneumonite por hipersensibilidade (PH).[19] Os dois agentes mais comumente relatados são bactérias (por exemplo, Actinomicetos termofílicos, responsáveis por várias síndromes, incluindo pulmão de fazendeiro, bagaçose e pulmão do cultivador de cogumelos) e proteínas animais (por exemplo, proteínas aviárias responsáveis pelo pulmão do criador de pombos, pulmão do avicultor e doença do criador de periquitos australianos), tendo-se implicado também a exposição a animais de grande porte.[20]
Fungos também foram relatados como fontes antigênicas, e produtos químicos reativos como anidridos (doença pulmonar por resina epóxi), di-isocianatos e agentes usados nos trabalhos com metais também são causas conhecidas de síndromes de PH.[21][22][23][24] No Reino Unido, a exposição a fluidos de usinagem se tornou a causa mais comum.[11]
Medicamentos ingeridos como nitrofurantoína, metotrexato, roxitromicina (em países onde está disponível), rituximabe e fam-trastuzumabe deruxtecano podem causar síndrome de PH induzida por medicamentos.[2][25][26] Um relato de caso descreveu o quadro clínico de PH associada a sertralina.[27] Além disso, um relato de caso publicado descreveu a suplementação fitoterápica com medicina ayurvédica como causa de PH.[28]
Relatos de casos indicam uma possível associação entre o uso de sistemas eletrônicos de administração de nicotina (vaporização) e PH.[29]
Fisiopatologia
Os mecanismos de imunopatogenicidade que resultam na inflamação característica da pneumonite por hipersensibilidade (PH) não são completamente compreendidos. As contribuições relativas das respostas humoral e celular não são claras. A função potencialmente importante da imunidade adaptativa celular como causa da PH é suportada pelo fato de que indivíduos portadores de hipogamaglobulinemia podem desenvolver PH. Estudos de lavagem broncoalveolar em pacientes com PH sintomática sugerem que as células importantes envolvidas são os linfócitos T CD3+, que são CD8+ ou CD4+ com um fenótipo Th1.[30][31][32][33]
A inflamação da PH tem uma aparência característica, mas não patognomônica. O infiltrado celular consiste primariamente em linfócitos, plasmócitos e neutrófilos. Além disso, há a presença de granulomas não caseosos e macrófagos espumosos ativados. A inflamação tende a ter uma distribuição broncocêntrica ou bronquiolocêntrica. Em estágios posteriores, a alveolite linfocítica é menos proeminente e comumente há fibrose intersticial com paredes bronquiolares espessadas com colágeno.
No início da doença, a febre, a taquipneia, a dispneia, os infiltrados pulmonares, os testes de função pulmonar (TFP) restritivos e a redução na capacidade de difusão do monóxido de carbono (CDCO) pelo pulmão são todos decorrentes da alveolite linfocítica.
Com o tempo, a inflamação torna-se menos intensa, com o desenvolvimento insidioso de mal-estar, perda de peso, dispneia, tosse, quadro misto de TFP e diminuição da CDCO.[34][35][36]
Classificação
Tipos de pneumonite por hipersensibilidade (PH)[5]
Falta consenso entre os especialistas sobre a definição da doença e os critérios de diagnóstico, mas as diretrizes de diagnóstico da American Thoracic Society, Japanese Respiratory Society e Latin American Thoracic Association publicadas em 2020 classificam os pacientes como portadores de PH fibrótica ou não fibrótica:
Não fibrótica (puramente inflamatória; ausência de evidência radiológica e/ou histopatológica de fibrose)
Fibrótica (presença de evidência radiológica e/ou histopatológica de fibrose).
Quando os pacientes apresentam características mistas, a categorização é determinada pela predominância dessas características.
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