Epidemiologia
Ocorre apenas no hemisfério ocidental e é a rickettsiose do grupo de febre maculosa mais comum. Aproximadamente 1200 casos de rickettsiose do grupo da febre maculosa foram relatados nos EUA a cada ano entre 2020 e 2022. Houve um pico de 6248 casos em 2017, com um número de casos ligeiramente menor em 2018 e 2019. A queda substancial nos casos entre 2020 e 2022 possivelmente se deve à pandemia da doença do coronavírus de 2019 (COVID-19) e às mudanças feitas na definição de caso para rickettsiose do grupo da febre maculosa em 2020. Não está claro quantos desses casos correspondiam à febre maculosa das Montanhas Rochosas (FMMR), pois os casos são registrados na categoria de febre maculosa por rickettsiose. Embora a incidência tenha aumentado geralmente ao longo do tempo (com exceção de 2020-2023), a taxa de letalidade diminuiu (atualmente aproximadamente 0.5%). No entanto, isso inclui dados sobre febres maculosas menos graves; revisões clínicas sugerem que 5% a 10% dos casos de FMMR são fatais.[4]
Embora casos tenham sido relatados na maioria dos estados dos EUA, Alabama, Arkansas, Missouri, Carolina do Norte e Tennessee foram responsáveis por mais de 50% dos casos de rickettsiose por febre maculosa entre 2019 e 2023. A FMMR é considerada uma infecção emergente no Arizona, com cerca de 600 casos relatados entre 2006 e 2023 e uma taxa de letalidade de aproximadamente 7%. No Arizona, os casos foram associados a comunidades com grande número de cães soltos.[4]
A maior parte dos casos é registrada entre maio e agosto (época de maior incidência de picadas de carrapato), embora os casos possam ocorrer em qualquer época do ano. A incidência é maior em homens do que em mulheres, e em indígenas norte-americanos do que em outros grupos étnicos.[3][4] O maior número de casos é relatado entre adultos acima de 40 anos. No entanto, embora a incidência seja menor em crianças <10 anos, essa faixa etária representa o maior número de mortes relatadas.[4]
Casos também foram confirmados no Canadá, no México e nas Américas Central e do Sul.[5][6]
Durante 2008-2019, houve um ressurgimento da FMMR em Mexicali, México, com pelo menos 4290 pessoas suspeitas de terem FMMR, com 779 casos confirmados e uma taxa de letalidade em 11 anos de 18%.[7]
Como a infecção é transmitida por carrapatos, frequentemente ela é diagnosticada em pessoas que residem (ou ou que tenham passado algum tempo recentemente) em áreas rurais ou arborizadas. Essas exposições ao carrapato podem ocorrer em cenários rurais, suburbanos ou urbanos, incluindo o jardim ou a propriedade adjacente de uma casa. Deve-se observar que os casos podem ocorrer em viajantes que retornam de atividades ao ar livre em uma região endêmica, como o norte do México ou o sudoeste dos EUA.[1][8] De julho de 2023 a janeiro de 2024, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e o Departamento de Saúde Pública da Califórnia registraram 6 pacientes com FMMR até 2 semanas após viagem a Tecate, México, um município na fronteira com os EUA não descrito anteriormente como uma área de alto risco para FMMR. Cinco dos pacientes tinham menos de 18 anos de idade, todos os pacientes foram hospitalizados e 3 morreram.[9]
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