Etiologia

Cerca de 45% dos ARFs são sequelas de uma infecção do trato respiratório superior (por exemplo, faringite, amigdalite, sinusite, infecções dentárias). Na maioria das vezes, os ARFs são polimicrobianos, independentemente da idade de apresentação.[9][10] Os micro-organismos mais comuns implicados são o Streptococcus viridans, Staphylococcus aureus, Streptococcus epidermidis e estreptococos beta-hemolíticos. Causas menos comuns incluem espécies de Veillonella, Bacteroides melaninogenicus, Haemophilus parainfluenzae e Klebsiella pneumoniae. Infecções com Staphylococcus aureus resistentes à meticilina e Mycobacterium tuberculosis também foram relatadas.[11][12] Comensais normais do trato respiratório superior podem se tornar organismos patológicos desencadeantes em um ARF.[13][14][15][16] Aproximadamente 27% dos ARFs estão associados a um trauma acidental à área retrofaríngea causado, por exemplo, pela ingestão de um corpo estranho, uma criança que cai com um pirulito na boca, ou pela deglutição de um objeto pontudo, como osso de galinha. Os outros 28% são idiopáticos.[13][14][15]

Fisiopatologia

O espaço retrofaríngeo é imediatamente anterior à fáscia pré-vertebral contínua que se estende para baixo desde a base do crânio ao longo de toda a da faringe. Ele possui continuidade com o espaço retrofaríngeo e a fossa infratemporal. Os espaços retro e parafaríngeos são separados pela fáscia alar, que parece ser uma barreira ineficaz para a disseminação da infecção. Como o espaço retrofaríngeo fica em continuidade com o mediastino superior e posterior, ele é uma potencial via para disseminação da infecção no tórax.

O espaço retrofaríngeo contém tecido conjuntivo frouxo e cadeias linfáticas, sendo que o primeiro permite os movimentos da faringe e do esôfago na deglutição. O fluxo do linfonodos pelo espaço é originado nos tecidos do nariz, dos seios paranasais, das tubas auditivas e dos tecidos faríngeos adjacentes. A formação de pus nos nódulos retrofaríngeos muitas vezes é bem contida; por isso, a disseminação vertical da infecção pode ocorrer tardiamente na progressão da afecção, embora isso raramente ocorra na prática.

A maioria dos sintomas e sinais de abscesso retrofaríngeo (ARF) estão relacionados ao aumento da obstrução do trato aerodigestivo superior e à irritação dos grupos musculares locais (por exemplo, esternomastoides e pterigoides).

Classificação

Classificação etiológica

Não há uma classificação formal dos abscessos retrofaríngeos (ARFs), mas é possível classificá-los com base na etiologia, que inclui:

  • Infecção do trato respiratório superior

  • Trauma/ingestão de corpo estranho

  • Idiopático.

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