História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco para hipopituitarismo incluem tumores hipofisários, apoplexia, cirurgia ou radiação; predisposição genética, como mutações do gene PROP1, que causam deficiências hormonais familiares; e doença hipotalâmica.

história de lesão cerebral traumática

O hipopituitarismo como consequência de lesão cerebral traumática está sendo cada vez mais reconhecido.[11][12]

A deficiência de um ou mais hormônios hipofisários pode se seguir a uma lesão cerebral traumática e é especialmente prevalente em populações mais jovens.[44][45][46]

cefaleias

Frequentemente se desenvolve devido à pressão intracraniana elevada por uma lesão com efeito de massa na região selar ou parasselar.

Em pacientes que desenvolvem cefaleia intensa súbita, a possibilidade de apoplexia hipofisária precisa ser considerada.

deficiência de crescimento ou baixa estatura

Deficiência de hormônio do crescimento em crianças

infertilidade

Deficiência de gonadotrofina.

hipoglicemia

Insuficiência adrenal.

amenorreia/oligomenorreia

Sugere deficiência de gonadotrofina e ocorre no início da sequência da perda de hormônios hipofisários. Os pacientes também podem se apresentar com excesso de prolactina, causando a supressão funcional do eixo hipófise-gônadas.

galactorreia

Observada em pacientes com níveis elevados de prolactina por efeito de compressão do pedúnculo hipofisário ou prolactinoma.

Pode ser espontânea ou à expressão mamilar.

puberdade tardia

Ausência de pelos faciais e corporais, ginecomastia e testículos pequenos não desenvolvidos em função de deficiência de gonadotrofina na infância.

Incomuns

história familiar de deficiências hormonais hipofisárias

Membros da família podem ter necessitado de múltiplas terapias de reposição hormonal desde a infância.

hipotensão

Insuficiência adrenal aguda.

defeitos de campo visual

Os pacientes terão queixa de dificuldade de ver perifericamente, às vezes descrita como visão em túnel.

oftalmoplegia

Associada com invasão de nervo craniano ou pinçamento por processo selar ou parasselar. Caracteristicamente os pacientes queixam-se de diplopia.

Outros fatores diagnósticos

comuns

eventos cardiovasculares

Atribuíveis à resistência insulínica relativa e deficiência crônica de hormônio do crescimento (causando obesidade, hiperlipidemia e hipertensão).[7]

intolerância ao frio

Deficiência de hormônio tireoidiano.

ganho de peso

Deficiência de hormônio tireoidiano.

disfunção erétil e redução da libido

Observada em homens com baixa testosterona por hipogonadismo hipogonadotrófico.

náuseas

Insuficiência adrenal.

vômitos

Insuficiência adrenal.

fadiga

Insuficiência adrenal.

fraqueza

Insuficiência adrenal.

tontura

Insuficiência adrenal.

constipação

A deficiência de hormônio tireoidiano resulta em redução da motilidade gastrointestinal.

pele ressecada

Deficiência de hormônio tireoidiano.

relaxamento tardio dos reflexos

Deficiência de hormônio tireoidiano.

Incomuns

desejo sexual hipoativo

Deficiência de gonadotrofina.

fogacho

Deficiência de gonadotrofina.

noctúria e poliúria

Insuficiência de hormônio antidiurético (HAD) causando diabetes insípido.

atrofia da mama

Deficiência de gonadotrofina.

massas óssea e muscular reduzidas

Por deficiência de gonadotrofina em ambos os sexos. A osteoporose pode se apresentar como fratura traumática ou como achado incidental em exames radiológicos.

perda de pelos axilares e pubianos

Casos crônicos de insuficiência adrenal.

Fatores de risco

Fortes

tumor hipofisário

Síndrome clínica típica, como acromegalia, resultando da hipersecreção de um ou mais hormônios adeno-hipofisários. Opcionalmente, eles podem se apresentar de modo mais insidioso com efeito de massa, com a expansão do tumor causando compressão das estruturas circundantes.[13]

Os craniofaringiomas surgem na bolsa de Rathke e podem ser císticos ou sólidos, sendo comumente calcificados. Eles apresentam-se comumente com deficiência de hormônio do crescimento e diabetes insípido, com ou sem defeitos no campo visual.[15]

apoplexia hipofisária

Denota a súbita destruição hemorrágica de um adenoma hipofisário preexistente. Manifesta-se com episódio súbito de cefaleia excruciante, perturbações visuais ou oftalmoplegia devida a paralisias de nervos cranianos (III, IV, VI).[48]

cirurgia na hipófise

O risco de novo hipopituitarismo após a cirurgia de adenoma hipofisário varia de aproximadamente 5% a 25%.[42][43]​​ A etiologia e a experiência do cirurgião definem o risco.

Uma pronta avaliação pós-operatória da função hipofisária deve ser realizada após cirurgias por adenomas hipofisários.[49]

irradiação craniana

Em pacientes com adenoma hipofisário, a radioterapia está associada com novos ou agravamento dos deficits de hormônio hipofisário em 5 anos, em 30% a 50% e 10% a 40% dos pacientes tratados com radioterapia convencional e radiocirurgia estereotáxica, respectivamente.[41]

O grau dos deficits hormonais causados por radioterapia está relacionado com a idade da exposição do paciente, a dose de radiação recebida e o tempo decorrido desde a exposição do eixo hipotálamo-hipofisário à radiação.[50][51][52]

lesão cerebral traumática

A deficiência de um ou mais hormônios hipofisários pode se seguir a uma lesão cerebral traumática e é especialmente prevalente em populações mais jovens.[44][45]​​[46]

Um traumatismo cranioencefálico pode causar disfunção hipofisária, independente da gravidade da lesão, e o momento da apresentação pode variar de logo após a lesão a meses depois.[53]

predisposição genética

Podem ser de origem hipofisária ou hipotalâmica. As deficiências congênitas podem ser de hormônios isolados ou de múltiplos hormônios hipofisários.[37]

Os defeitos de fatores de transcrição, incluindo Pit-1, PROP1, HESX1, LHX3 e LHX4, estão associados a múltiplas deficiências hormonais e a graus variados de hipopituitarismo hereditário.[38][39]​​ Mutações no gene PROP1 são a causa mais comum de deficiências hormonais hipofisárias congênitas familiares e esporádicas.

Mutações no gene TBX19 (também conhecido como TPIT) causam deficiência isolada de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH).[40]

doença hipotalâmica

Diferentemente de doenças que afetam diretamente a hipófise, doenças hipotalâmicas também podem diminuir a secreção de vasopressina e causar diabetes insípido (DI). Tipicamente, lesões hipofisárias por si sós não causam DI, pois alguns neurônios produtores de vasopressina terminam na eminência mediana.

Lesões de massa como craniofaringiomas, tumores malignos e metástase, irradiação hipotalâmica e lesões infiltrantes como sarcoidose e, mais comumente, histiocitose X das células de Langerhans foram associados ao desenvolvimento de DI.

Fracos

distúrbios inflamatórios

A hipofisite linfocítica resulta comumente em deficiência de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e hormônio estimulante da tireoide (TSH); todavia, também foram descritos diabetes insípido (DI) e hiperprolactinemia.

A hemocromatose hereditária resulta comumente em deficiência de gonadotrofina.

hemorragia pós-parto grave (síndrome de Sheehan)

Infarto da hipófise após sangramento significativo com hipotensão durante o parto.[22][23]

Os deficits de hormônios adeno-hipofisários podem ser isolados ou múltiplos dependendo do grau de necrose. Classicamente, ela está associada com a incapacidade de lactar após o parto.[54]

síndrome da sela vazia

Caracterizado pela hérnia do espaço subaracnoide dentro da sela túrcica.

A sela vazia primária descarta história de patologia hipofisária prévia e é considerada idiopática. A sela vazia secundária pode ocorrer após: tratamento de tumor hipofisário (por exemplo, neurocirurgia, radioterapia ou farmacoterapia); necrose espontânea (isquemia ou hemorragia); ou um processo infeccioso.[55]

meningite tuberculosa

Pode causar hipopituitarismo anos depois da infecção original.

sífilis

Pode causar hipopituitarismo na sífilis congênita e na infecção em adultos.

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