Prevenção primária

As ações preventivas mais importantes envolvem a combinação das mudanças de estilo de vida e alimentares (abandonar o hábito de fumar; aumentar a atividade física; perder peso; aumentar o consumo de peixes, frutas, vegetais, fibras e nozes; reduzir a ingestão de sal).[14][62]​​ A American Heart Association (AHA) recomenda a utilização do “modelo 5A” (assess, advise, agree, assist, arrange [avaliar, aconselhar, aquiescer, auxiliar, arranjar]) como uma estrutura para aconselhar os pacientes sobre mudanças comportamentais para reduzir o risco de doença cardiovascular (DCV).[63]

O tabagismo é uma das principais causas evitáveis de doença, incapacidade e morte; mesmo níveis baixos de tabagismo aumentam o risco de doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA).[8][14]​​​​[17]​​ Programas de apoio, medicamentos e terapias alternativas estão disponíveis. Nos adultos que usam tabaco, recomenda-se uma combinação de intervenções comportamentais associadas a farmacoterapia.[14][17]​ A exposição ao fumo passivo deve ser evitada.[14]

Embora as intervenções para a perda de peso melhorem os fatores de risco cardiovascular (inclusive peso, pressão arterial, lipídios, resistência insulínica), as evidências de desfechos cardiovasculares mais favoráveis em ensaios clínicos da perda de peso são limitadas.[28]​ Devido às imperfeições do IMC como marcador de risco, a eficácia limitada de intervenções de estilo de vida multicomponentes na promoção da perda de peso sustentada, e a preocupação em relação ao estigma do peso como barreira aos cuidados, os profissionais também podem focar na atividade física e na capacidade respiratória, em vez do peso em si, como um objetivo do tratamento.

A avaliação de rotina e/ou oportunista dos fatores de risco cardiovascular com cálculo do risco em 10 anos de DCVA deve ser usada para orientar as decisões sobre o tratamento com terapias preventivas (por exemplo, estatinas).[14][64] [ Calculador de risco CV da equação de coorte agrupada Opens in new window ] [ ASCVD Risk Estimator Plus Opens in new window ]

A US Preventive Services Task Force recomenda iniciar uma estatina para a prevenção primária nos adultos com idade entre 40 e 75 anos sem DCVA mas que tenham um ou mais fatores de risco cardiovascular (ou seja, dislipidemia, diabetes, hipertensão ou tabagismo) e um risco de doença cardiovascular estimado em 10 anos de 10% ou mais.[65]​ Aqueles com risco em 10 anos entre 7.5% e 10.0% podem receber uma estatina de maneira seletiva.[65]​ Para os pacientes a partir dos 76 anos, não há evidências suficientes para recomendar a favor ou contra o início de uma estatina para a prevenção primária.[65]

A aspirina não é mais recomendada rotineiramente para prevenção primária, mas pode ser considerada em determinados pacientes para os quais o benefício cardiovascular absoluto supere o risco absoluto de aumento de sangramento.[66]

Prevenção secundária

A pressão arterial sistólica deve ser mantida em <140 mmHg, e a pressão arterial diastólica em <80 mmHg, o colesterol LDL em <1.81 milimol/L (70 mg/dL) e a HbA1c <53 mmol/mol (<7%) (ou de acordo com a meta individualizada).[22]​ O abandono do hábito de fumar deve ser ativamente encorajado.[17][145][146]​​​​​ Nos pacientes com sobrepeso/obesidade, a perda de peso está associada à melhora dos elementos constituintes da síndrome metabólica, bem como à redução dos aspectos patológicos implicados na doença arterial coronariana (DAC); disfunção endotelial e inflamação.[28]​ Os pacientes devem ser aconselhados a atingir/manter um peso saudável.[3]​ A não adesão à terapia com estatinas e o fracasso em atingir as metas lipídicas estão associadas a um aumento da mortalidade cardiovascular após um IAM.[203]​ Os pacientes devem ser aconselhados sobre a importância da adesão à terapia.

A aptidão cardiorrespiratória é um forte preditor do desfecho após um infarto agudo do miocárdio.[3] ​Os pacientes devem ser incentivados a praticar exercícios aeróbicos e de resistência regularmente, além do programa de exercícios de reabilitação cardíaca; nos pacientes com DAC, existe uma correlação direta entre o volume de atividade física moderada a vigorosa e a redução do risco cardiovascular e da mortalidade.[35][36]

As diretrizes da American College of Cardiology/American Heart Association recomendam que, quando disponíveis, programas de prevenção de reabilitação cardíaca/prevenção secundária sejam fornecidos aos pacientes com infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST), sobretudo àqueles com vários fatores de risco modificáveis e/ou com risco moderado a alto, para os quais é necessário treinamento com exercícios supervisionado.[144][145][146]​​​​​​ Evidências provenientes de revisões sistemáticas têm demonstrado que a reabilitação cardíaca baseada em exercícios ajuda a melhorar os desfechos em pessoas com doença coronariana.[147]

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