Monitoramento
Segurança do tratamento
Apesar da segurança do uso em longo prazo e da boa tolerabilidade geral, a colchicina pode ser muito tóxica.[92] Os pacientes devem ser monitorados quanto aos efeitos colaterais, incluindo toxicidades gastrointestinais, supressão da medula óssea (geralmente desenvolve-se na primeira semana de exposição), insuficiência renal aguda, miopatia, neuropatia, convulsão, falência múltipla de órgãos e morte. Hemograma completo, testes de função hepática e função renal devem ser verificados com no máximo 2 semanas de terapia (preferivelmente na primeira semana).[125]
Os médicos devem estar cientes das possíveis interações medicamentosas importantes da colchicina com inibidores da glicoproteína-P ou CYP3A4, que podem limitar a segurança e a tolerância à colchicina, especialmente em pacientes tratados com altas doses. É extremamente importante evitar a toxicidade por administração concomitante de inibidores de CYP3A4 ou glicoproteína-P, porque a prescrição concomitante desses medicamentos pode causar complicações graves (inclusive morte).[126][127]
Atividade da doença
Pacientes sob tratamento com colchicina devem ficar quase assintomáticos, e a posologia da colchicina deve ser ajustada de acordo com a atividade da doença a se julgar pelos sintomas e marcadores inflamatórios. A posologia ideal de colchicina deve reduzir a frequência de ataques e normalizar os níveis de velocidade de hemossedimentação (VHS), amiloide A sérica, proteína C-reativa e fibrinogênio durante os períodos sem ataque.
Para avaliar corretamente o estado da doença de um paciente, os sintomas e sinais clínicos devem ser autorrelatados em um diário e levados ao médico responsável a cada consulta de acompanhamento. O número de episódios clínicos é uma medida útil de atividade da doença.[128]
Marcadores inflamatórios (reagentes de fase aguda) e proteinúria devem ser monitorados pelo menos uma vez por ano nas consultas de acompanhamento.
Gravidade da doença
O ataque de FFM frequente e grave pode resultar em complicações graves como desenvolvimento de amiloidose secundária, atraso no crescimento e puberdade, artrite crônica, anemia e comprometimento da qualidade de vida. Uma medida amplamente aceita, que classificasse racionalmente a expressão da doença de acordo com a sua gravidade, seria útil no manejo desta doença ao longo da vida. Um grupo internacional de especialistas desenvolveu e validou um escore de gravidade internacional tanto em crianças quanto em adultos com FFM. Os autores esperam que ele proporcione uma ferramenta robusta para definir objetivamente a gravidade da doença em ensaios clínicos, pesquisas futuras e decisões terapêuticas no manejo de pacientes com FFM.[129]
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