História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
presença de fatores de risco
A exposição ocupacional à sílica, carvão ou berílio é um fator de risco fortemente associado à pneumoconiose. No caso da silicose crônica e da pneumoconiose dos trabalhadores do carvão, a exposição deve ter ocorrido com latência suficiente (pelo menos 10 e geralmente 20 ou mais anos antes das alterações radiográficas).[30][31]
Outros fatores fortemente associados com a pneumoconiose incluem alta dose cumulativa de sílica ou carvão inalado (ou seja, quanto mais sílica ou carvão inalado, maior o risco de desenvolver silicose ou pneumoconiose dos trabalhadores do carvão).[30][31]
O tabagismo está fortemente associado ao desenvolvimento de alterações pulmonares obstrutivas nos testes de função pulmonar em pessoas expostas ao carvão e à sílica.[25][26]
A presença do ácido glutâmico na posição 69 da cadeia beta antígeno leucocitário humano (HLA)-DP1 está fortemente associada à doença crônica por exposição ao berílio.
Outros fatores diagnósticos
comuns
dispneia ao esforço
Geralmente é o primeiro sinal de pneumoconiose.
Aumenta com a evolução da doença. Pode estar ausente em pacientes com início de pneumoconiose.
Uma forma aguda da beriliose pode ser apresentar como pneumonite, com sibilância aguda, constrição torácica e dispneia. Essa é uma apresentação rara nos EUA, mas pode ser mais comum em países em desenvolvimento.
tosse
Seca e não produtiva; a frequência aumenta com a progressão.
Pode estar ausente em pacientes com início de pneumoconiose.
Pode-se observar uma tosse produtiva se o paciente também tiver desenvolvido uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) como complicação.
exame normal do tórax
A ausculta torácica será normal no início dessas doenças.
Incomuns
estertores na ausculta torácica
Podem ser ouvidos em pessoas com doença crônica por exposição ao berílio.
A ausculta torácica será normal no início dessas doenças.
constrição torácica e/ou sibilância
Pode estar presente em trabalhadores expostos à sílica e ao carvão e que desenvolveram DPOC.
Uma forma aguda da beriliose pode ser apresentar como pneumonite, com sibilância aguda, constrição torácica e dispneia. Essa é uma apresentação rara nos EUA, mas pode ser mais comum em países em desenvolvimento.
expiração prolongada e sibilância na ausculta torácica
Pode estar presente em trabalhadores expostos à sílica e ao carvão, e que também desenvolveram DPOC. A ausculta torácica será normal no início dessas doenças.
áreas de macicez à percussão torácica
Podem ocorrer com fibrose maciça progressiva (em pessoas expostas ao carvão e à sílica).
cianose
Assim como ocorre com outras doenças respiratórias, conforme a doença evolui, o paciente pode ficar cianótico, desenvolver um tórax em tonel e apresentar perda de peso.
A saturação de oxigênio pode ser avaliada durante o exame físico, e pode ajudar a definir o grau de comprometimento.
tórax em tonel
Assim como ocorre com outras doenças respiratórias, conforme a doença evolui, o paciente pode ficar cianótico, desenvolver um tórax em tonel e apresentar perda de peso.
hemoptise, febre ou sudorese noturna
Sintomas de tuberculose (TB) pulmonar, que é uma complicação da exposição à sílica, e pode ser uma doença presente.
A hemoptise, com ou sem perda de peso, pode ser o sintoma de apresentação do câncer de pulmão.
baqueteamento digital nas mãos e pés
Encontrado somente na pneumoconiose avançada.
Não específico para a pneumoconiose.
perda de peso
Assim como ocorre com outras doenças respiratórias, conforme a doença evolui, o paciente pode ficar cianótico, desenvolver um tórax em tonel e apresentar perda de peso.
Em países desenvolvidos, a gravidade da apresentação foi reduzida, então essa característica é observada menos comumente.
Ela pode ocorrer com a TB pulmonar, a qual pode ocorrer em trabalhadores expostos à sílica, ou com o câncer de pulmão, que pode ocorrer em trabalhadores expostos ao berílio.
sinais de artrite reumatoide ou de esclerodermia
A artrite reumatoide e a esclerodermia podem ser complicações da exposição à sílica ou ao carvão.
Os sintomas e sinais dessas condições (por exemplo, o fenômeno de Raynaud, sensibilidade e edema nas articulações, alterações cutâneas, esclerodactilia [com esclerodermia] ) podem ser características presentes.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Mãos demonstrando o fenômeno de RaynaudDo acervo de Maureen D. Mayes, University of Texas [Citation ends].[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Dedos demonstrando esclerodactilia em flexão, pele brilhante dos dedos e telangiectasiasDo acervo de Maureen D. Mayes, University of Texas [Citation ends].
sinais de insuficiência renal (por exemplo, ganho de peso, edema, hipertensão)
A complicação da insuficiência renal pode ser a condição manifesta.
Fatores de risco
Fortes
exposição ocupacional à sílica
Ocorre em minas e escavações; em fundições; na fabricação de vasos sanitários, pias e cerâmicas; em jateamento abrasivo, e corte de cimento em construções; com fabricação e instalação de balcões em pedra; e com fraturamento hidráulico na busca de gás e óleo.[11][23][24]
A silicose por pedra artificial (por exemplo, na produção de bancada de cozinha) parece ser diferente da silicose associada a outros ambientes ocupacionais, com menor latência e rápida evolução.[11]
exposição ocupacional ao carvão
Ocorre em pessoas que trabalham em minas subterrâneas de carvão. A exposição dos trabalhadores é significativamente menor em minas a céu aberto.
exposição ocupacional ao berílio
Ocorre na fabricação da liga principal (98% de cobre e 2% de berílio) usada em circuitos eletrônicos e na fabricação de cerâmica resistente ao calor, próteses dentárias, produtos de metal e armas nucleares.[13]
Historicamente, a exposição ocorria na fabricação de lâmpadas fluorescentes.
dose cumulativa elevada de sílica ou carvão inalado
O melhor preditor para o desenvolvimento de silicose ou de pneumoconiose dos trabalhadores do carvão é a quantidade total de sílica ou carvão inalado. O risco de evoluir para doença mais grave está relacionado à dose cumulativa inalada. A dose cumulativa também é um fator de risco para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e perda progressiva da função pulmonar.[25]
O risco de desenvolver silicose aguda e acelerada se baseia em níveis de exposição altos mais elevados.
tabagismo
Existe uma forte associação com um aumento do risco de alterações obstrutivas, encontradas nos testes de função pulmonar, e em trabalhadores expostos à sílica e ao carvão.[25][26]
Existe uma fraca associação com um aumento do risco de alterações intersticiais na silicose.[26]
Não foi observado nenhum risco de desenvolvimento de doença pulmonar relacionada ao berílio.
ácido glutâmico na posição 69 da cadeia B1 da molécula HLA-DP (doença crônica por exposição ao berílio)
O risco de doença crônica por exposição ao berílio ou a sensibilização após a exposição ao berílio aumenta bastante com esse polimorfismo.[21] No entanto, pessoas que não apresentam esse polimorfismo podem desenvolver doença crônica e sensibilização por exposição ao berílio, e muitos dos que apresentam esse polimorfismo não desenvolvem doença crônica ou sensibilização por exposição ao berílio.[18][27]
Fracos
dose cumulativa elevada de berílio inalado
O berílio é imunologicamente mediado por um forte componente genético, de forma que não se observa a resposta típica à dose observada nas demais pneumoconioses.
Com uma exposição suficientemente alta, pode ocorrer doença aguda por exposição ao berílio, que pode progredir para doença crônica por exposição ao berílio.[27]
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