Para a pneumoconiose dos trabalhadores de carvão, as mortes diminuíram nos EUA desde o início dos anos 2000.[1]Bell JL, Mazurek JM. Trends in pneumoconiosis deaths - United States, 1999-2018. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2020 Jun 12;69(23):693-8.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7315788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32525855?tool=bestpractice.com
O número de mortes registradas em 1999 foi de 1002, comparado a 305 em 2018.[1]Bell JL, Mazurek JM. Trends in pneumoconiosis deaths - United States, 1999-2018. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2020 Jun 12;69(23):693-8.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7315788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32525855?tool=bestpractice.com
No Reino Unido, dados publicados pelo Health and Safety Executive (HSE) indicam que há uma média de 130 mortes por ano por pneumoconiose dos trabalhadores de carvão.[2]Health and Safety Executive. Silicosis and coal workers' pneumoconiosis statistics in Great Britain, 2022. Nov 2022 [internet publication].
https://www.hse.gov.uk/statistics/causdis/pneumoconiosis-and-silicosis.pdf
Em termos de prevalência, observou-se uma tendência geral de queda, com a prevalência agrupada na China, Europa e EUA caindo de 6.0% para 2.3% entre as décadas de 1980 e 2010.[3]Liu W, Liang R, Zhang R, et al. Prevalence of coal worker's pneumoconiosis: a systematic review and meta-analysis. Environ Sci Pollut Res Int. 2022 Dec;29(59):88690-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35836046?tool=bestpractice.com
No entanto, um pequeno ressurgimento na prevalência foi observado desde o final da década de 2010 nos principais países produtores de carvão, como os EUA e a Austrália.[4]Blackley DJ, Halldin CN, Laney AS. Continued increase in prevalence of coal workers' pneumoconiosis in the United States, 1970-2017. Am J Public Health. 2018 Sep;108(9):1220-2.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6085042
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30024799?tool=bestpractice.com
[5]Zosky GR, Hoy RF, Silverstone EJ, et al. Coal workers' pneumoconiosis: an Australian perspective. Med J Aust. 2016 Jun 20;204(11):414-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27318401?tool=bestpractice.com
[6]De Matteis S, Heederik D, Burdorf A, et al. Current and new challenges in occupational lung diseases. Eur Respir Rev. 2017 Dec 31;26(146):170080.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6033059
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29141963?tool=bestpractice.com
A mortalidade por silicose também continuou a diminuir nos EUA, com 185 mortes registradas em 1999, em comparação com 87 em 2018.[1]Bell JL, Mazurek JM. Trends in pneumoconiosis deaths - United States, 1999-2018. MMWR Morb Mortal Wkly Rep. 2020 Jun 12;69(23):693-8.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7315788
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32525855?tool=bestpractice.com
No Reino Unido, os dados do HSE mostram que há uma média de 12 mortes por ano por silicose.[2]Health and Safety Executive. Silicosis and coal workers' pneumoconiosis statistics in Great Britain, 2022. Nov 2022 [internet publication].
https://www.hse.gov.uk/statistics/causdis/pneumoconiosis-and-silicosis.pdf
Mundialmente, a mortalidade por silicose está diminuindo, embora um aumento na prevalência tenha sido observado em países como China e Índia.[7]Chen S, Liu M, Xie F. Global and national burden and trends of mortality and disability-adjusted life years for silicosis, from 1990 to 2019: results from the Global Burden of Disease study 2019. BMC Pulm Med. 2022 Jun 21;22(1):240.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9210623
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35729551?tool=bestpractice.com
[8]Cullinan P, Muñoz X, Suojalehto H, et al. Occupational lung diseases: from old and novel exposures to effective preventive strategies. Lancet Respir Med. 2017 May;5(5):445-55.
https://spiral.imperial.ac.uk/handle/10044/1/65052
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28089118?tool=bestpractice.com
[9]Li J, Yin P, Wang H, et al. The burden of pneumoconiosis in China: an analysis from the Global Burden of Disease Study 2019. BMC Public Health. 2022 Jun 3;22(1):1114.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9166455
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35659279?tool=bestpractice.com
A mortalidade não é uma boa medida da carga da silicose, pois a ocorrência da doença é muito mais comum do que o registro em atestados de óbito. Nos EUA, cerca de 3260 a 7105 indivíduos são hospitalizados com silicose anualmente.[10]Casey ML, Mazurek JM. Silicosis prevalence and incidence among Medicare beneficiaries. Am J Ind Med. 2019 Mar;62(3):183-91.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30658007?tool=bestpractice.com
Novos casos de silicose continuam a surgir como resultado do crescimento de novas indústrias, como por exemplo a de bancadas sob medida.[11]Hoy RF. Artificial stone silicosis. Curr Opin Allergy Clin Immunol. 2021 Apr 1;21(2):114-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33332924?tool=bestpractice.com
A sensibilização ao berílio precede a doença crônica por exposição ao berílio, embora apenas cerca de um terço dos casos de sensibilização confirmada evoluam para a doença.[12]Newman LS, Mroz MM, Balkissoon R, et al. Beryllium sensitization progresses to chronic beryllium disease: a longitudinal study of disease risk. Am J Respir Crit Care Med. 2005 Jan 1;171(1):54-60.
https://www.atsjournals.org/doi/full/10.1164/rccm.200402-190OC
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15374840?tool=bestpractice.com
Os estudos que investigam a prevalência e a mortalidade associadas à doença crônica por exposição ao berílio são limitados. Nos EUA, a prevalência parece maior entre aqueles que trabalham em instalações de processamento de berílio e instalações de produção de armas nucleares, com uma taxa estimada de mortalidade de 7.8%.[13]Balmes JR, Abraham JL, Dweik RA, et al. An official American Thoracic Society statement: diagnosis and management of beryllium sensitivity and chronic beryllium disease. Am J Respir Crit Care Med. 2014 Nov 15;190(10):e34-59.
https://www.atsjournals.org/doi/full/10.1164/rccm.201409-1722ST?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org&rfr_dat=cr_pub%3Dpubmed
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25398119?tool=bestpractice.com
[14]Cloeren M, Dement J, Gaitens J, et al. Beryllium disease among construction trade workers at Department of Energy nuclear sites: A follow-up. Am J Ind Med. 2022 Sep;65(9):708-20.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35833586?tool=bestpractice.com
[15]Schubauer-Berigan MK, Couch JR, Petersen MR, et al. Cohort mortality study of workers at seven beryllium processing plants: update and associations with cumulative and maximum exposure. Occup Environ Med. 2011 May;68(5):345-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20952555?tool=bestpractice.com
A tendência geral de queda da mortalidade por pneumoconioses é provavelmente atribuída a menos pessoas trabalhando nas indústrias de alto risco, bem como a melhoras significativas nas medidas de saúde e segurança. Nos EUA, os primeiros controles para reduzir a exposição dos trabalhadores foram divulgados no início da década de 1970. Há um período de latência de cerca de 20 anos a partir do momento da primeira exposição à sílica ou ao carvão e do desenvolvimento de alterações radiográficas, de forma que o diagnóstico geralmente é observado em pessoas que começaram a trabalhar com a sílica ou o carvão antes da década de 1980. Em geral, essas pessoas atualmente têm >50 anos de idade. No entanto, pode ocorrer uma forma mais agressiva da silicose (silicose acelerada) no caso de uma exposição de menor duração, porém mais pesada. Isso também ocorre com os trabalhadores de carvão, havendo mineradores expostos desde 1980, com apenas 15 a 20 anos de exposição, desenvolvendo pneumoconiose. Algumas dessas pessoas apresentam uma doença que evoluiu para fibrose maciça progressiva.[16]Antao VC, Petsonk EL, Sokolow LZ, et al. Rapidly progressive coal workers' pneumoconiosis in the United States: geographic clustering and other factors. Occup Environ Med. 2005 Oct;62(10):670-4.
http://oem.bmj.com/content/62/10/670.long
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16169911?tool=bestpractice.com
[17]Blackley DJ, Reynolds LE, Short C, et al. Progressive massive fibrosis in coal miners from 3 clinics in Virginia. JAMA. 2018 Feb 6;319(5):500-1.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5839295
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29411024?tool=bestpractice.com
Não há evidências de tal latência para a doença crônica por exposição ao berílio. O risco de ela se desenvolver depende muito da presença de determinados polimorfismos genéticos dos genes do antígeno leucocitário humano (HLA), e há relatos de ela ter ocorrido após uma baixa exposição.[18]McCanlies EC, Kreiss K, Andrew M, et al. HLA-DPB1 and chronic beryllium disease: a HuGE review. Am J Epidemiol. 2003 Mar 1;157(5):388-98.
https://academic.oup.com/aje/article/157/5/388/76647/HLA-DPB1-and-Chronic-Beryllium-Disease-A-HuGE
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12615603?tool=bestpractice.com