Arterite de Takayasu
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
todos os pacientes
glicocorticoide
Os glicocorticoides são a base da terapia para suprimir a inflamação vascular e os sintomas inflamatórios sistêmicos. A duração da terapia varia, mas a dose pode ser reduzida assim que os sinais e sintomas diminuírem e os marcadores da fase aguda se normalizarem.
Um esquema de redução comum é diminuir a prednisolona (prednisona) em 5 mg/semana até atingir a dose de 20 mg/dia. Então, reduz-se para 2.5 mg/semana até atingir a dose de 10 mg/dia. Depois disso, a dose é reduzida em 1 mg/dia a cada semana, contanto que a doença não se torne mais ativa.[8]Maksimowicz-McKinnon K, Clark T, Hoffman GS. Limitations of therapy and a guarded prognosis in an American cohort of Takayasu arteritis patients. Arthritis Rheum. 2007 Mar;56(3):1000-9. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.22404/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17328078?tool=bestpractice.com As recomendações da European League Against Rheumatism (EULAR) de 2018 para o manejo da vasculite de grandes vasos sugerem a redução da prednisolona (prednisona) para uma dose de 15-20 mg/dia em 2 a 3 meses e, em seguida, para ≤10 mg/dia após 1 ano.[37]Hellmich B, Agueda A, Monti S, et al. 2018 update of the EULAR recommendations for the management of large vessel vasculitis. Ann Rheum Dis. 2020 Jan;79(1):19-30. https://ard.bmj.com/content/79/1/19.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31270110?tool=bestpractice.com
Pode ser necessário interromper a redução gradual de glicocorticoides e aumentar a dose se houver retorno da atividade da doença.
A terapia com glicocorticoides em longo prazo aumenta o risco de osteoporose, e a maior perda óssea ocorre nos 6-12 meses iniciais da terapia. O risco é proporcional à dose de glicocorticoide cumulativa, por isso a dose deve ser reduzida assim que possível. É importante evitar a perda óssea garantindo uma ingestão de cálcio alimentar adequada e o uso profilático de bifosfonatos e de suplementação de cálcio/vitamina D3. Consulte Osteoporose.
O diabetes mellitus induzido por glicocorticoides é um possível efeito colateral da terapia, e é necessário um alto índice de suspeita.
Devido aos efeitos imunossupressores dos glicocorticoides, recomenda-se a vacina pneumocócica e para gripe (influenza) e, embora a dose diária de prednisolona seja maior que 20 mg/dia, aconselha-se a profilaxia para pneumonia por Pneumocystis jirovecii. Consulte Pneumonia por Pneumocystis jirovecii.
Opções primárias
prednisolona: 1 mg/kg/dia por via oral inicialmente, em seguida, reduzir gradualmente de acordo com a resposta, dose inicial usual de 40-60 mg/dia
imunossupressor
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A recidiva ocorre em mais de 50% dos pacientes durante a redução gradual dos glicocorticoides. Agentes imunossupressores não glicocorticoides são recomendados em associação com glicocorticoides em vez de monoterapia com glicocorticoides para minimizar a toxicidade relacionada aos glicocorticoides.[3]Maz M, Chung SA, Abril A, et al. 2021 American College of Rheumatology/Vasculitis Foundation guideline for the management of giant cell arteritis and Takayasu arteritis. Arthritis Rheumatol. 2021 Aug;73(8):1349-65. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.41774 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34235884?tool=bestpractice.com O metotrexato é frequentemente usado como agente inicial, mas outras terapias, como azatioprina, leflunomida ou micofenolato, também podem ser consideradas. A monoterapia com glicocorticoide pode ser considerada para doença leve ou se o diagnóstico for incerto.[3]Maz M, Chung SA, Abril A, et al. 2021 American College of Rheumatology/Vasculitis Foundation guideline for the management of giant cell arteritis and Takayasu arteritis. Arthritis Rheumatol. 2021 Aug;73(8):1349-65. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.41774 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34235884?tool=bestpractice.com [36]Hoffman GS, Leavitt RY, Kerr GS, et al. Treatment of glucocorticoid-resistant or relapsing Takayasu arteritis with methotrexate. Arthritis Rheum. 1994 Apr;37(4):578-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7908520?tool=bestpractice.com [37]Hellmich B, Agueda A, Monti S, et al. 2018 update of the EULAR recommendations for the management of large vessel vasculitis. Ann Rheum Dis. 2020 Jan;79(1):19-30. https://ard.bmj.com/content/79/1/19.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31270110?tool=bestpractice.com
Em um estudo aberto, o metotrexato foi eficaz como agente poupador de corticosteroide para um subconjunto de pacientes com arterite de Takayasu.[36]Hoffman GS, Leavitt RY, Kerr GS, et al. Treatment of glucocorticoid-resistant or relapsing Takayasu arteritis with methotrexate. Arthritis Rheum. 1994 Apr;37(4):578-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7908520?tool=bestpractice.com
Pode-se considerar azatioprina, micofenolato ou leflunomida para pacientes intolerantes a metotrexato ou com recidiva sob seu uso.[8]Maksimowicz-McKinnon K, Clark T, Hoffman GS. Limitations of therapy and a guarded prognosis in an American cohort of Takayasu arteritis patients. Arthritis Rheum. 2007 Mar;56(3):1000-9. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.22404/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17328078?tool=bestpractice.com [47]Cui X, Dai X, Ma L, et al. Efficacy and safety of leflunomide treatment in Takayasu arteritis: case series from the East China cohort. Semin Arthritis Rheum. 2020 Feb;50(1):59-65. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0049017218307704 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31350057?tool=bestpractice.com
Em pacientes com doença grave ou com risco de vida ou de órgãos, o uso de ciclofosfamida pode ser indicado. No entanto, o benefício da ciclofosfamida deve ser considerado cuidadosamente no contexto de sua toxicidade conhecida, particularmente insuficiência ovariana prematura e risco de longo prazo de doenças malignas secundárias.[38]Shelhamer JH, Volkman DJ, Parrillo JE, et al. Takayasu's arteritis and its therapy. Ann Intern Med. 1985 Jul;103(1):121-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2860834?tool=bestpractice.com
Não há evidências que recomendem a descontinuação da terapia imunossupressora, e isso dependerá das circunstâncias individuais.
Opções primárias
metotrexato: 15-25 mg por via oral/subcutânea uma vez por semana no mesmo dia da semana
--E--
ácido folínico: 10 mg por via oral a cada 6 horas por 10 doses iniciando 10 horas após a dose de metotrexato
ou
ácido fólico: 1 mg por via oral uma vez ao dia
Opções secundárias
azatioprina: 2 mg/kg/dia por via oral
ou
micofenolato de mofetila: 1 a 1.5 g por via oral duas vezes ao dia
ou
leflunomida: 20 mg por via oral uma vez ao dia
Opções terciárias
ciclofosfamida: 2 mg/kg/dia por via oral
aspirina em baixas doses
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Deve-se considerar aspirina em baixas doses para ajudar a evitar complicações isquêmicas.[25]Isselbacher EM, Preventza O, et al. 2022 ACC/AHA guideline for the diagnosis and management of aortic disease: a report of the American Heart Association/American College of Cardiology Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Dec 13;80(24):e223-393. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36334952?tool=bestpractice.com A terapia antiagregante plaquetária é individualizada, levando em consideração o risco do paciente de eventos isquêmicos e risco de sangramento.[3]Maz M, Chung SA, Abril A, et al. 2021 American College of Rheumatology/Vasculitis Foundation guideline for the management of giant cell arteritis and Takayasu arteritis. Arthritis Rheumatol. 2021 Aug;73(8):1349-65. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.41774 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34235884?tool=bestpractice.com [25]Isselbacher EM, Preventza O, et al. 2022 ACC/AHA guideline for the diagnosis and management of aortic disease: a report of the American Heart Association/American College of Cardiology Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol. 2022 Dec 13;80(24):e223-393. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36334952?tool=bestpractice.com
Se usada, a aspirina geralmente é interrompida 1 semana antes de qualquer procedimento cirúrgico.
Opções primárias
aspirina: 75 mg por via oral uma vez ao dia
agente biológico
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A terapia com antagonista do fator de necrose tumoral (TNF)-alfa pode ser considerada em caso de doença ativa persistente apesar do tratamento com glicocorticoides e agentes imunossupressores.
Em um estudo piloto de arterite de Takayasu recidivante, a terapia anti-TNF obteve melhora em 93% dos pacientes e remissão sustentada em 67%. A maioria dos pacientes desse estudo foi tratada com infliximabe.[39]Hoffman GS, Merkel PA, Brasington RD, et al. Anti-tumor necrosis factor therapy in patients with difficult to treat Takayasu arteritis. Arthritis Rheum. 2004 Jul;50(7):2296-304. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.20300/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15248230?tool=bestpractice.com
Revisões retrospectivas também dão suporte ao uso da terapia anti-TNF para a doença refratária.[40]Molloy ES, Langford CA, Clark CE, et al. Anti-tumor necrosis factor therapy in patients with refractory Takayasu arteritis: long-term follow-up. Ann Rheum Dis. 2008 Nov;67(11):1567-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18677012?tool=bestpractice.com [41]Schmidt J, Kermani TA, Bacani AK, et al. Tumor necrosis factor inhibitors in patients with Takayasu arteritis: Experience from a referral center with long-term follow-up. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012 Jul;64(7):1079-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22328491?tool=bestpractice.com
Várias pequenas séries de casos de pacientes tratados com tocilizumabe, um inibidor da interleucina (IL)-6, foram relatadas. Em geral, a maioria dos pacientes apresentou respostas favoráveis, com efeito poupador de corticosteroides, embora ainda possa ocorrer recidiva da doença.[19]Clifford A, Hoffman GS. Recent advances in the medical management of Takayasu arteritis: an update on use of biologic therapies. Curr Opin Rheumatol. 2014 Jan;26(1):7-15. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24225487?tool=bestpractice.com [42]Koster MJ, Matteson EL, Warrington KJ. Recent advances in the clinical management of giant cell arteritis and Takayasu arteritis. Curr Opin Rheumatol. 2016 May;28(3):211-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26885650?tool=bestpractice.com O tocilizumabe foi avaliado em um ensaio duplo-cego, controlado por placebo em pacientes com arterite de Takayasu refratária. O endpoint primário do ensaio (tempo para recidiva) não foi cumprido na análise de intenção de tratar (P = 0.06). No entanto, uma resposta favorável foi observada em um subconjunto de pacientes.[20]Nakaoka Y, Isobe M, Takei S, et al. Efficacy and safety of tocilizumab in patients with refractory Takayasu arteritis: results from a randomised, double-blind, placebo-controlled, phase 3 trial in Japan (the TAKT study). Ann Rheum Dis. 2018 Mar;77(3):348-54. https://ard.bmj.com/content/77/3/348.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29191819?tool=bestpractice.com O ACR recomenda o uso de outra terapia imunossupressora não glicocorticoide em vez de tocilizumabe como terapia inicial. Ele recomenda a adição de um antagonista do TNF-alfa ao invés da adição de tocilizumabe na arterite de Takayasu refratária. Reconhece que alguns profissionais favorecem a inibição do TNF, enquanto outros favorecem a inibição da IL-6 nesta situação. No geral, o painel de votação favoreceu um antagonista do TNF-alfa em relação ao tocilizumabe, uma vez que há mais experiência clínica e dados sobre os antagonistas do TNF-alfa na arterite de Takayasu em comparação com o tocilizumabe. O tocilizumabe deve ser considerado, especialmente quando os antagonistas do TNF-alfa são contraindicados.[3]Maz M, Chung SA, Abril A, et al. 2021 American College of Rheumatology/Vasculitis Foundation guideline for the management of giant cell arteritis and Takayasu arteritis. Arthritis Rheumatol. 2021 Aug;73(8):1349-65. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.41774 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34235884?tool=bestpractice.com
Não há evidências que recomendem a descontinuação da terapia imunossupressora, e isso dependerá das circunstâncias individuais.
Opções primárias
infliximabe: 3-5 mg/kg por via intravenosa em dose única nas semanas 0, 2 e 6, depois a cada 4-8 semanas daí em diante
Opções secundárias
tocilizumabe: 6 mg/kg por via intravenosa a cada 4 semanas, máximo de 600 mg/dose; 162 mg por via subcutânea uma vez por semana
avaliação para cirurgia ou procedimento endovascular
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
As lesões vasculares geralmente não são reversíveis com a imunossupressão isolada. Portanto, pacientes com significativa claudicação dos membros ou grave disfunção dos órgãos isquêmicos podem precisar de intervenção cirúrgica. Alguns relatos indicam bons desfechos em curto prazo com a intervenção percutânea para estenose vascular em pacientes com arterite de Takayasu. Entretanto, reestenoses são comuns com essa intervenção, e a cirurgia de revascularização muitas vezes produz resultados melhores em longo prazo.[8]Maksimowicz-McKinnon K, Clark T, Hoffman GS. Limitations of therapy and a guarded prognosis in an American cohort of Takayasu arteritis patients. Arthritis Rheum. 2007 Mar;56(3):1000-9. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/art.22404/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17328078?tool=bestpractice.com [43]Rao SA, Mandalam KR, Rao VR, et al. Takayasu arteritis: initial and long-term follow-up in 16 patients after percutaneous transluminal angioplasty of the descending thoracic and abdominal aorta. Radiology. 1993 Oct;189(1):173-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8103942?tool=bestpractice.com
Os pacientes com doença aneurismática da aorta podem precisar de reparo cirúrgico.[46]Miyata T, Sato O, Koyama H, et al. Long-term survival after surgical treatment of patients with Takayasu's arteritis. Circulation. 2003 Sep 23;108(12):1474-80. http://circ.ahajournals.org/content/108/12/1474.full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12952846?tool=bestpractice.com Exceto para indicações de emergência, as intervenções vasculares devem ser realizadas preferencialmente quando a doença estiver em remissão e a inflamação sob controle. Os pacientes com a doença ativa que requerem cirurgia têm maior probabilidade de precisar de revisão.[44]Fields CE, Bower TC, Cooper LT, et al. Takayasu's arteritis: operative results and influence of disease activity. J Vasc Surg. 2006 Jan;43(1):64-71. http://www.jvascsurg.org/article/S0741-5214(05)01700-3/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16414389?tool=bestpractice.com Por isso, o controle da inflamação antes da cirurgia vascular é importante para melhorar o desfecho cirúrgico. As complicações em longo prazo podem incluir aneurismas anastomóticos e insuficiência cardíaca congestiva.[46]Miyata T, Sato O, Koyama H, et al. Long-term survival after surgical treatment of patients with Takayasu's arteritis. Circulation. 2003 Sep 23;108(12):1474-80. http://circ.ahajournals.org/content/108/12/1474.full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12952846?tool=bestpractice.com
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