Prognóstico

A história natural da ST segue uma evolução relativamente previsível, caracterizada pelo início dos tiques motores entre 3 e 8 anos de idade, seguida por tiques vocais.[2] Os tiques geralmente seguem um ciclo instável e variam com diferentes fatores ambientais do dia-a-dia. Os tiques tipicamente atingem o pico na terceira infância antes da puberdade e geralmente se atenuam ou remitem durante e após a adolescência.[3] Um estudo longitudinal prospectivo com 46 crianças acompanhadas até os 14 anos de idade mostrou que o período mais intenso dos tiques ocorre aos 10 anos de idade, e que a gravidade dos tiques tende a diminuir durante a adolescência.[3] Nesses pacientes, a gravidade mais alta dos sintomas de TOC ocorre 2 anos após o período mais grave dos tiques. O TDAH não foi associado à presença ou à gravidade dos tiques ou ao TOC na ST. De interesse prognóstico adicional é o fato de que a gravidade dos tiques na terceira infância é modestamente preditiva da gravidade em estágios mais avançados da vida.[125]

Outros preditores da gravidade dos tiques na idade adulta têm sido descritos, tais como sexo feminino, menores volumes do núcleo caudado e pior coordenação motora fina.[126][127]

Em outro estudo, enquanto 81% dos pacientes com menos de 18 anos de idade precisaram de medicação, apenas 41% dos pacientes com mais de 18 anos de idade ainda estavam tomando a medicação.[128] Os pacientes com TDAH podem ter taxas mais altas de outros transtornos comportamentais, que podem estar associados a um comprometimento funcional adicional.[2] Em um estudo mais recente comparando adolescentes mais velhos com ST com adolescentes saudáveis na comunidade, os pacientes com ST apresentaram altas taxas de comorbidade psiquiátrica global, TOC e TDAH.[129] Entretanto, independentemente do TDAH, os adolescentes com ST apresentaram taxas mais altas de depressão maior. A presença de depressão estava relacionada com ideação suicida[130][131] e menor qualidade de vida em pacientes com ST.[132] Um estudo mais detalhado é necessário para determinar se isso é um fator de risco neurobiológico, um resultado de viver com uma doença crônica ou ambos.[129] Entretanto, o quadro geral é favorável e, no início da idade adulta, apenas cerca de 20% dos pacientes ainda terão tiques moderadamente debilitantes; a maioria terá tiques leves e alguns terão a remissão dos sintomas.[133]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal