O objetivo geral primário do tratamento é otimizar a qualidade de vida do paciente e dar suporte a uma trajetória de desenvolvimento positiva. A abordagem de tratamento é multidisciplinar e frequentemente multimodal.[64]Whittington C, Pennant M, Kendall T, et al. Practitioner review: treatments for Tourette syndrome in children and young people - a systematic review. J Child Psychol Psychiatry. 2016 May 2 [Epub ahead of print].
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27132945?tool=bestpractice.com
Um passo inicial e imperativo é educar a família, os médicos, os professores e os colegas sobre os sintomas e a evolução do transtorno a fim de reduzir qualquer estigma e sofrimento associados.[65]Pringsheim T, Okun MS, Müller-Vahl K, et al. Practice guideline recommendations summary: treatment of tics in people with Tourette syndrome and chronic tic disorders. Neurology. 2019 May 7;92(19):896-906.
https://www.doi.org/10.1212/WNL.0000000000007466
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31061208?tool=bestpractice.com
O passo seguinte é estabelecer se há presença de transtornos psiquiátricos comórbidos e avaliar o grau de impacto deles sobre a capacidade funcional da criança em casa, na escola e entre os colegas. É importante lembrar que os transtornos psiquiátricos comórbidos geralmente requerem mais atenção e tratamento que os tiques. Se o transtorno de deficit da atenção com hiperatividade (TDAH), o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtornos de humor ou transtornos de ansiedade não relacionados ao TOC estiverem presentes, o encaminhamento para um psiquiatra de crianças e adolescentes é apropriado para avaliação adicional e tratamento. O tratamento da comorbidade pode frequentemente reduzir os tiques de maneira secundária.
Um tratamento específico para os tiques é indicado apenas quando eles causam sofrimento e comprometimento funcional significativos. Muitos tiques de crianças irão se atenuar ou remitir por conta própria após a puberdade.[3]Bloch MH, Peterson BS, Scahill L, et al. Adulthood outcome of tic and obsessive-compulsive symptom severity in children with Tourette syndrome. Arch Pediatr Adolesc Med. 2006;160:65-69.
http://archpedi.ama-assn.org/cgi/content/full/160/1/65
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[65]Pringsheim T, Okun MS, Müller-Vahl K, et al. Practice guideline recommendations summary: treatment of tics in people with Tourette syndrome and chronic tic disorders. Neurology. 2019 May 7;92(19):896-906.
https://www.doi.org/10.1212/WNL.0000000000007466
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31061208?tool=bestpractice.com
Todos os pacientes devem ser ativamente monitorados regularmente, em particular durante o período de desenvolvimento entre 6 e 15 anos de idade, no qual os tiques são em geral mais proeminentes.
Se for indicado tratamento, as abordagens cognitivo-comportamentais baseadas em evidências são a primeira linha para crianças com tiques leves a moderados.
A medicação deve ser recomendada apenas quando a intervenção comportamental não foi efetiva ou não estiver disponível.[66]Verdellen C, van de Griendt J, Hartmann A, et al; European Society for the Study of Tourette Syndrome (ESSTS) Guidelines Group. European clinical guidelines for Tourette syndrome and other tic disorders. Part III: behavioural and psychosocial interventions. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2011;20:197-207.
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Os mesmos objetivos e abordagens de avaliação e de tratamento são usados nos adultos com ST. Os adultos têm maior probabilidade de apresentarem quadros mais complexos, incluindo transtornos psiquiátricos comórbidos e complicações.
Opções farmacológicas
Existem várias opções farmacológicas para o tratamento dos tiques, a partir do momento em que se opta pelo uso de farmacoterapia.[65]Pringsheim T, Okun MS, Müller-Vahl K, et al. Practice guideline recommendations summary: treatment of tics in people with Tourette syndrome and chronic tic disorders. Neurology. 2019 May 7;92(19):896-906.
https://www.doi.org/10.1212/WNL.0000000000007466
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31061208?tool=bestpractice.com
A monoterapia na dose eficaz mais baixa é geralmente recomendada, embora o tratamento deva ser personalizado para cada paciente individual de acordo com suas necessidades.[72]Roessner V, Plessen KJ, Rothenberger A, et al; European Society for the Study of Tourette Syndrome (ESSTS) Guidelines Group. European clinical guidelines for Tourette syndrome and other tic disorders. Part II: pharmacological treatment. Eur Child Adolesc Psychiatry. 2011;20:173-196.
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[73]Waldon K, Hill J, Termine C, et al. Trials of pharmacological interventions for Tourette syndrome: a systematic review. Behav Neurol. 2013;26:265-273.
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Pacientes sem TDAH ou TOC
A farmacoterapia de primeira linha para tiques leves a moderados é geralmente um agonista alfa-2 (por exemplo, clonidina ou guanfacina).[65]Pringsheim T, Okun MS, Müller-Vahl K, et al. Practice guideline recommendations summary: treatment of tics in people with Tourette syndrome and chronic tic disorders. Neurology. 2019 May 7;92(19):896-906.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31061208?tool=bestpractice.com
Tanto a clonidina quanto a guanfacina mostraram ser eficazes para os tiques; geralmente, a guanfacina apresenta um perfil de efeitos colaterais ligeiramente mais favorável, já que tem menor probabilidade de causar torpor ou sedação. Contudo, ainda não há comparações diretas com a clonidina.[50]Leckman JF, Pauls DL, Peterson BS, et al. Pathogenesis of Tourette syndrome. Clues from the clinical phenotype and natural history. Adv Neurol. 1992;58:15-24.
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Os pacientes com tiques moderados a graves que causem comprometimento funcional podem ser tratados com um antipsicótico.[65]Pringsheim T, Okun MS, Müller-Vahl K, et al. Practice guideline recommendations summary: treatment of tics in people with Tourette syndrome and chronic tic disorders. Neurology. 2019 May 7;92(19):896-906.
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O haloperidol, a pimozida e o aripiprazol são as únicas medicações aprovadas pela Food and Drug Administration dos EUA. No entanto, os efeitos adversos associados ao seu uso são significativos, tais como: sedação; depressão; ganho de peso; hepatotoxicidade; distúrbios do movimento induzidos por medicamentos; sintomas extrapiramidais agudos (acatisia e reações distônicas agudas); parkinsonismo; e, com uso crônico, síndromes tardias (como discinesias tardias e distonia tardia).[75]Robertson MM. Tourette syndrome, associated conditions and the complexities of treatment. Brain. 2000;123:425-462.
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[77]Yoo HK, Joung YS, Lee JS, et al. A multicenter, randomized, double-blind, placebo-controlled study of aripiprazole in children and adolescents with Tourette's disorder. J Clin Psychiatry. 2013;74:e772-e780.
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O aripiprazol também pode estar associado a efeitos adversos metabólicos, inclui ganho de peso, aumento da glicemia e resistência insulínica e aumento nos lipídios.[78]De Hert M, Dobbelaere M, Sheridan EM, et al. Metabolic and endocrine adverse effects of second-generation antipsychotics in children and adolescents: a systematic review of randomized, placebo controlled trials and guidelines for clinical practice. Eur Psychiatry. 2011;26:144-158.
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O uso dos antipsicóticos atípicos (por exemplo, aripiprazol, risperidona, ziprasidona) ganhou espaço em relação ao haloperidol e à pimozida, por causa da menor ocorrência de sintomas extrapiramidais. O risco de desenvolvimento de síndromes tardias pode ser menor com os agentes de segunda geração.[79]Correll CU, Kane JM. One-year incidence rates of tardive dyskinesia in children and adolescents treated with second-generation antipsychotics: a systematic review. J Child Adolesc Psychopharmacol. 2007;17:647-656.
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Em um estudo duplo-cego, comparativo e de grupos paralelos de risperidona em comparação à pimozida, ambas foram relatadas eficazes para tiques; no entanto, o grupo tratado com risperidona teve um número menor de efeitos adversos extrapiramidais.[81]Bruggeman R, van der Linden C, Buitelaar JK, et al. Risperidone versus pimozide in Tourette's disorder: a comparative double-blind parallel-group study. J Clin Psychiatry. 2001;62:50-56.
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[82]Cheng W, Lin L, Guo S. A meta-analysis of the effectiveness of risperidone versus traditional agents for Tourette's syndrome [in Chinese]. Zhong Nan Da Xue Xue Bao Yi Xue Ban. 2012;37:359-365.
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Um estudo duplo-cego controlado por placebo, realizado com 28 pacientes com ST, mostrou que a ziprasidona foi efetiva na redução dos tiques; a sonolência foi o efeito adverso mais comum.[83]Sallee FR, Kurlan R, Goetz CG, et al. Ziprasidone treatment of children and adolescents with Tourette's syndrome: a pilot study. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2000;39:292-299.
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Um estudo duplo-cego e controlado por placebo de aripiprazol em crianças e adolescentes com ST indicou que o aripiprazol foi mais efetivo que o placebo na redução dos tiques.[77]Yoo HK, Joung YS, Lee JS, et al. A multicenter, randomized, double-blind, placebo-controlled study of aripiprazole in children and adolescents with Tourette's disorder. J Clin Psychiatry. 2013;74:e772-e780.
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Esse achado foi replicado em metanálises sobre a eficácia do aripiprazol em crianças e adolescentes com transtornos de tique.[84]Liu Y, Ni H, Wang C, et al. Effectiveness and tolerability of aripiprazole in children and adolescents with Tourette's disorder: a meta-analysis. J Child Adolesc Psychopharmacol. 2016;26:436-441.
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[85]Yang CS, Huang H, Zhang LL, et al. Aripiprazole for the treatment of tic disorders in children: a systematic review and meta-analysis. BMC Psychiatry. 2015;15:179.
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Outros medicamentos atípicos, como quetiapina, não foram estudados tão detalhadamente, embora existam alguns estudos mostrando achados favoráveis.[86]de Jonge JL, Cath DC, van Balkom AJ. Quetiapine in patients with Tourette's disorder: an open-label, flexible-dose study. J Clin Psychiatry. 2007;68:1148-1150.
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O topiramato demonstrou eficácia na ST em comparação com o placebo num ensaio clínico randomizado e controlado, e é uma opção de tratamento.[87]Yang CS, Zhang LL, Zeng LN, et al. Topiramate for Tourette's syndrome in children: a meta-analysis. Pediatr Neurol. 2013;49:344-350.
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[88]Jankovic J, Jimenez-Shahed J, Brown LW. A randomised, double-blind, placebo-controlled study of topiramate in the treatment of Tourette syndrome. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2010;81:70-73.
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A tetrabenazina, que depleta as reservas de monoamina pré-sináptica e bloqueia receptores de dopamina pós-sinápticos, tem sido usada off-label no tratamento da ST e parece ser bem tolerada.[89]Jankovic J, Beach J. Long-term effects of tetrabenazine in hyperkinetic movement disorders. Neurology. 1997;48:358-362.
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Os efeitos adversos mais comuns são similares àqueles dos antipsicóticos, incluindo os sintomas extrapiramidais, com exceção das síndromes tardias. Ela pode também causar ou agravar a depressão, mas a depressão foi relatada como efeito adverso em apenas 7.6% dos pacientes em uma revisão de tratamentos de longo prazo dos distúrbios do movimento hipercinéticos.[90]Kenney C, Hunter C, Jankovic J. Long-term tolerability of tetrabenazine in the treatment of hyperkinetic movement disorders. Mov Disord. 2007;22:193-197.
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Há relatos de que os benzodiazepínicos como o clonazepam são efetivos no tratamento da síndrome de Tourette.[91]Gonce M, Barbeau A. Seven cases of Gilles de la tourette's syndrome: partial relief with clonazepam: a pilot study. Can J Neurol Sci. 1977 Nov;4(4):279-83.
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No entanto, não foram realizados estudos sistemáticos para apoiar o uso desses medicamentos, e o potencial para tolerância e/ou abuso deve ser considerado. Eles são, portanto, considerados como último recurso e apenas para tratamento em curto prazo de exacerbações agudas dos tiques.
Não se recomenda o uso do valproato para o tratamento da ST em crianças.[92]Yang CS, Zhang LL, Lin YZ, et al. Sodium valproate for the treatment of Tourette׳s syndrome in children: a systematic review and meta-analysis. Psychiatry Res. 2015;226:411-417.
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Existem relatos de que injeções de toxina botulínica do tipo A reduzem tanto os componentes motores dos tiques quanto as sensações premonitórias.[93]Kwak CH, Hanna PA, Jankovic J. Botulinum toxin in the treatment of tics. Arch Neurol. 2000;57:1190-1193.
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No entanto, as evidências são limitadas e os estudos têm se concentrado no tratamento de tiques específicos ou leves.[94]Pandey S, Srivanitchapoom P, Kirubakaran R, et al. Botulinum toxin for motor and phonic tics in Tourette's syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Jan 5;1:CD012285.
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[95]Porta M, Maggioni G, Ottaviani F, et al. Treatment of phonic tics in patients with Tourette's syndrome using botulinum toxin type A. Neurol Sci. 2004 Feb;24(6):420-3.
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[96]Rath JJ, Tavy DL, Wertenbroek AA, et al. Botulinum toxin type A in simple motor tics: short-term and long-term treatment-effects. Parkinsonism Relat Disord. 2010 Aug;16(7):478-81.
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Injeções de toxina botulínica do tipo A podem ser consideradas quando outras opções farmacológicas não reduzirem tiques que estiverem causando sofrimento significativo ou comprometimento funcional.
Pacientes com TDAH comórbido
Os estimulantes do sistema nervoso central, incluindo o metilfenidato e a dexanfetamina, são o tratamento mais efetivo para o TDAH. Metanálises de ensaios controlados não respaldam uma associação entre um novo início ou o agravamento dos tiques e uso de psicoestimulantes.[97]Bloch MH, Panza KE, Landeros-Weisenberger A, et al. Meta-analysis: treatment of attention-deficit/hyperactivity disorder in children with comorbid tic disorders. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2009;48:884-893.
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[98]Cohen SC, Mulqueen JM, Ferracioli-Oda E, et al. Meta-analysis: risk of tics associated with psychostimulant use in randomized, placebo-controlled trials. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2015;54:728-736.
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O metilfenidato pode ser mais bem tolerado que as anfetaminas e é a medicação recomendada se um estimulante for indicado.[99]Robertson MM, Eapen V. Pharmacologic controversy of CNS stimulants in Gilles de la Tourette's syndrome. Clin Neuropharmacol. 1992;15:408-425.
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A atomoxetina também demonstrou benefícios; um estudo demonstrou que, em crianças com TDAH e tiques, os tiques melhoraram em relação ao placebo.[100]Allen AJ, Kurlan RM, Gilbert DL, et al. Atomoxetine treatment in children and adolescents with ADHD and comorbid tic disorders. Neurology. 2005;65:1941-1949.
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Demonstrou-se que a clonidina e a guanfacina são efetivos para o TDAH em crianças com tiques comórbidos em combinação com estimulantes.[101]Tourette's Syndrome Study Group. Treatment of ADHD in children with tics: a randomized controlled trial. Neurology. 2002;58:527-536.
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Uma metanálise sobre a eficácia dos medicamentos em crianças com tiques persistentes e TDAH revelou que o metilfenidato apresentou melhores resultados para o TDAH, e que os agonistas alfa-2 foram melhores para o TDAH e os sintomas de tiques.[97]Bloch MH, Panza KE, Landeros-Weisenberger A, et al. Meta-analysis: treatment of attention-deficit/hyperactivity disorder in children with comorbid tic disorders. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2009;48:884-893.
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[102]Rizzo R, Gulisano M, Calì PV, et al. Tourette syndrome and comorbid ADHD: current pharmacological treatment options. Eur J Paediatr Neurol. 2013;17:421-428.
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Uma metanálise e uma revisão Cochrane relataram que o metilfenidato, os agonistas alfa-2 e a atomoxetina foram efetivos na melhora dos sintomas de TDAH em crianças com tiques comórbidos.[97]Bloch MH, Panza KE, Landeros-Weisenberger A, et al. Meta-analysis: treatment of attention-deficit/hyperactivity disorder in children with comorbid tic disorders. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2009;48:884-893.
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[103]Osland ST, Steeves TD, Pringsheim T. Pharmacological treatment for attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) in children with comorbid tic disorders. Cochrane Database Syst Rev. 2018 Jun 26;6:CD007990.
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Agonistas alfa-2 e a atomoxetina melhoraram significativamente os sintomas de tiques comórbidos e, embora doses supraterapêuticas de dexanfetamina tenham supostamente agravado os tiques, doses terapêuticas de dexanfetamina e metilfenidato não agravaram.[97]Bloch MH, Panza KE, Landeros-Weisenberger A, et al. Meta-analysis: treatment of attention-deficit/hyperactivity disorder in children with comorbid tic disorders. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 2009;48:884-893.
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Pacientes com TOC comórbido
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é um tratamento consagrado para o TOC. É o tratamento de primeira escolha, com ou sem farmacoterapia, para o TOC em pacientes com ST. Ele envolve um método conhecido como exposição e prevenção de resposta, que tem como objetivo habituar o paciente às situações que produzem ansiedade.
Se os sintomas forem refratários ou tratados de maneira incompleta com a TCC, a terapia farmacológica pode ser benéfica. Existem relatos de que os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), como a fluoxetina, são efetivos no tratamento do TOC e tiques.[104]Scahill L, Riddle MA, King RA, et al. Fluoxetine has no marked effect on tic symptoms in patients with Tourette's syndrome: a double-blind placebo-controlled study. J Child Adolesc Psychopharmacol. 1997;7:75-85.
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A clomipramina, um antidepressivo tricíclico, também inibe a recaptação da noradrenalina e da serotonina e demonstrou ser tão efetiva quanto o ISRS fluvoxamina para tratar o TOC.[105]Milanfranchi A, Ravagli S, Lensi P, et al. A double-blind study of fluvoxamine and clomipramine in the treatment of obsessive-compulsive disorder. Int Clin Psychopharmacol. 1997;12:131-136.
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