Gangrena
- Visão geral
- Teoria
- Diagnóstico
- Tratamento
- ACOMPANHAMENTO
- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
fasciite necrosante aguardando confirmação de resultados de cultura microbiana e sensibilidade
desbridamento cirúrgico + cuidados de suporte intensivos
As incisões cirúrgicas devem se estender além das áreas de necrose visível e da área necrótica total excisada. A avaliação cirúrgica subsequente e o desbridamento adicional são essenciais conforme a necessidade, e diversos procedimentos podem ser necessários.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com O suporte hemodinâmico intensivo com infusão intravenosa é um aspecto importante do manejo cirúrgico.
antibióticos empíricos de amplo espectro
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Para tratamento empírico de infecções mistas do tipo I, a Infectious Diseases Society of America (IDSA) recomenda agentes com eficácia frente a aeróbios (incluindo MRSA) e anaeróbios.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com As opões incluem vancomicina ou linezolida combinada com: piperacilina/tazobactam; um carbapenêmico; ceftriaxona associada a metronidazol; ou uma fluoroquinolona associada a metronidazol. Penicilina associada a clindamicina é recomendada para o tratamento de fasciite necrosante por estreptococo do grupo A suspeita (ou confirmada).
Para pacientes alérgicos à penicilina, podem ser usados clindamicina ou metronidazol com um aminoglicosídeo ou uma fluoroquinolona.
Quando informações mais detalhadas estiverem disponíveis e o agente etiológico tiver sido determinado, a antibioticoterapia deve ser alterada para focar no agente específico.
Como não há ensaios clínicos atuais definitivos, a IDSA recomenda continuar com antibioticoterapia até que o desbridamento cirúrgico adicional deixe de ser necessário, o paciente melhore clinicamente e a febre esteja ausente por 48 a 72 horas.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
Em novembro de 2018, a European Medicines Agency (EMA) concluiu uma revisão dos efeitos adversos graves, incapacitantes e potencialmente irreversíveis associados aos antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos e por via inalatória. Entre os efeitos adversos estão tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos sobre os sistemas musculoesquelético ou nervoso. Em consequência desta revisão, a EMA agora recomenda restringir o uso dos antibióticos fluoroquinolonas somente a casos de infecção bacteriana grave e com risco de vida. Além disso, ela recomenda que as fluoroquinolonas não sejam usadas para infecções leves a moderadas, a menos que outros antibióticos adequados à infecção específica não possam ser usados; e que também não sejam usadas para tratar infeções não graves, não bacterianas ou autolimitadas. Pacientes mais idosos e os que apresentam comprometimento renal ou que sofreram transplante de órgãos sólidos e aqueles tratados com corticosteroides têm maior risco de danos a tendões. Deve-se evitar a coadministração de uma fluoroquinolona e um corticosteroide.[48]European Medicines Agency. Quinolone- and fluoroquinolone-containing medicinal products. Mar 2019 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/medicines/human/referrals/quinolone-fluoroquinolone-containing-medicinal-products A Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido respalda esta recomendação.[49]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency (MHRA). Fluoroquinolone antibiotics: new restrictions and precautions for use due to very rare reports of disabling and potentially long-lasting or irreversible side effects. Mar 2019 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/fluoroquinolone-antibiotics-new-restrictions-and-precautions-for-use-due-to-very-rare-reports-of-disabling-and-potentially-long-lasting-or-irreversible-side-effects A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA emitiu uma comunicação de segurança semelhante em 2016, restringindo o uso de fluoroquinolonas em casos de sinusite aguda, bronquite aguda e infecções do trato urinário não complicadas.[50]US Food and Drug Administration. FDA drug safety communication: FDA advises restricting fluoroquinolone antibiotic use for certain uncomplicated infections; warns about disabling side effects that can occur together. May 2016 [internet publication]. https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-drug-safety-communication-fda-advises-restricting-fluoroquinolone-antibiotic-use-certain Além dessas restrições, a FDA emitiu avisos sobre o aumento do risco de dissecção de aorta, hipoglicemia significativa e efeitos adversos para a saúde mental em pacientes que tomam fluoroquinolonas.[51]US Food and Drug Administration. FDA drug safety communication: FDA warns about increased risk of ruptures or tears in the aorta blood vessel with fluoroquinolone antibiotics in certain patients. Dec 2018 [internet publication]. https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-warns-about-increased-risk-ruptures-or-tears-aorta-blood-vessel-fluoroquinolone-antibiotics [52]US Food and Drug Administration. FDA drug safety communication: FDA reinforces safety information about serious low blood sugar levels and mental health side effects with fluoroquinolone antibiotics; requires label changes. Jul 2018 [internet publication]. https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-reinforces-safety-information-about-serious-low-blood-sugar-levels-and-mental-health-side
Opções primárias
vancomicina: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12 horas
ou
linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas
--E--
piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 3 g de piperacilina associada a 0.375 g de tazobactam.
ou
imipeném/cilastatina: 1 g por via intravenosa a cada 6-8 horas
ou
meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas
ou
vancomicina: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12 horas
ou
linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas
--E--
ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
delafloxacina: 300 mg por via intravenosa a cada 12 horas
--E--
metronidazol: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas
ou
benzilpenicilina sódica: 2.4 a 4.8 g/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 4-6 horas
e
clindamicina: 600-900 mg por via intravenosa a cada 8 horas
Opções secundárias
clindamicina: 600-900 mg por via intravenosa a cada 8 horas
ou
metronidazol: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas
--E--
gentamicina: 3-5 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 8 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
delafloxacina: 300 mg por via intravenosa a cada 12 horas
fasciite necrosante do tipo I confirmada (polimicrobiana)
cuidados de suporte intensivos + desbridamento cirúrgico ± amputação
A fasciite necrosante é uma emergência cirúrgica, e o paciente deve ser levado com urgência à sala de cirurgia para desbridamento de todos os tecidos desvitalizados infectados. Pode ser necessária a amputação.
Ampla excisão de todo tecido necrótico, colocação de drenos e desbridamento cirúrgico adequado são necessários para o diagnóstico e o tratamento.[43]Wong CH, Yam AK, Tan AB. Approach to debridement in necrotizing fasciitis. Am J Surg. 2008 Sep;196(3):e19-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18614147?tool=bestpractice.com A avaliação cirúrgica subsequente e o desbridamento adicional são essenciais conforme a necessidade, e diversos procedimentos podem ser solicitados.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
O suporte hemodinâmico intensivo com infusão intravenosa é um aspecto importante do manejo cirúrgico.
irrigação local com soro fisiológico infundido em bacitracina
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Após o desbridamento cirúrgico, muitos cirurgiões usam irrigação local com soro fisiológico infundido em bacitracina.
antibióticos intravenosos de amplo espectro
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Para tratamento empírico de infecções mistas do tipo I, a Infectious Diseases Society of America (IDSA) recomenda agentes com eficácia frente a aeróbios (incluindo MRSA) e anaeróbios.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com As opões incluem vancomicina ou linezolida combinada com: piperacilina/tazobactam; um carbapenêmico; ceftriaxona associada a metronidazol; ou uma fluoroquinolona associada a metronidazol.
Para pacientes alérgicos à penicilina, podem ser usados clindamicina ou metronidazol com um aminoglicosídeo ou uma fluoroquinolona.
Quando informações mais detalhadas estiverem disponíveis e o agente etiológico tiver sido determinado, a antibioticoterapia deve ser alterada para focar no agente específico.
Como não há ensaios clínicos atuais definitivos, a IDSA recomenda continuar com antibioticoterapia até que o desbridamento cirúrgico adicional deixe de ser necessário, o paciente melhore clinicamente e a febre esteja ausente por 48 a 72 horas.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
Em novembro de 2018, a European Medicines Agency (EMA) concluiu uma revisão dos efeitos adversos graves, incapacitantes e potencialmente irreversíveis associados aos antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos e por via inalatória. Entre os efeitos adversos estão tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos sobre os sistemas musculoesquelético ou nervoso. Em consequência desta revisão, a EMA agora recomenda restringir o uso dos antibióticos fluoroquinolonas somente a casos de infecção bacteriana grave e com risco de vida. Além disso, ela recomenda que as fluoroquinolonas não sejam usadas para infecções leves a moderadas, a menos que outros antibióticos adequados à infecção específica não possam ser usados; e que também não sejam usadas para tratar infeções não graves, não bacterianas ou autolimitadas. Pacientes mais idosos e os que apresentam comprometimento renal ou que sofreram transplante de órgãos sólidos e aqueles tratados com corticosteroides têm maior risco de danos a tendões. Deve-se evitar a coadministração de uma fluoroquinolona e um corticosteroide.[48]European Medicines Agency. Quinolone- and fluoroquinolone-containing medicinal products. Mar 2019 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/medicines/human/referrals/quinolone-fluoroquinolone-containing-medicinal-products A Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency (MHRA) do Reino Unido respalda esta recomendação.[49]Medicines and Healthcare products Regulatory Agency (MHRA). Fluoroquinolone antibiotics: new restrictions and precautions for use due to very rare reports of disabling and potentially long-lasting or irreversible side effects. Mar 2019 [internet publication]. https://www.gov.uk/drug-safety-update/fluoroquinolone-antibiotics-new-restrictions-and-precautions-for-use-due-to-very-rare-reports-of-disabling-and-potentially-long-lasting-or-irreversible-side-effects A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA emitiu uma comunicação de segurança semelhante em 2016, restringindo o uso de fluoroquinolonas em casos de sinusite aguda, bronquite aguda e infecções do trato urinário não complicadas.[50]US Food and Drug Administration. FDA drug safety communication: FDA advises restricting fluoroquinolone antibiotic use for certain uncomplicated infections; warns about disabling side effects that can occur together. May 2016 [internet publication]. https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-drug-safety-communication-fda-advises-restricting-fluoroquinolone-antibiotic-use-certain Além dessas restrições, a FDA emitiu avisos sobre o aumento do risco de dissecção de aorta, hipoglicemia significativa e efeitos adversos para a saúde mental em pacientes que tomam fluoroquinolonas.[51]US Food and Drug Administration. FDA drug safety communication: FDA warns about increased risk of ruptures or tears in the aorta blood vessel with fluoroquinolone antibiotics in certain patients. Dec 2018 [internet publication]. https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-warns-about-increased-risk-ruptures-or-tears-aorta-blood-vessel-fluoroquinolone-antibiotics [52]US Food and Drug Administration. FDA drug safety communication: FDA reinforces safety information about serious low blood sugar levels and mental health side effects with fluoroquinolone antibiotics; requires label changes. Jul 2018 [internet publication]. https://www.fda.gov/drugs/drug-safety-and-availability/fda-reinforces-safety-information-about-serious-low-blood-sugar-levels-and-mental-health-side
Opções primárias
vancomicina: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12 horas
ou
linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas
--E--
piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas
Mais piperacilina/tazobactamA dose consiste em 3 g de piperacilina associada a 0.375 g de tazobactam.
ou
imipeném/cilastatina: 1 g por via intravenosa a cada 6-8 horas
ou
meropeném: 1 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas
ou
vancomicina: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12 horas
ou
linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas
--E--
ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
delafloxacina: 300 mg por via intravenosa a cada 12 horas
--E--
metronidazol: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas
Opções secundárias
clindamicina: 600-900 mg por via intravenosa a cada 8 horas
ou
metronidazol: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas
--E--
gentamicina: 3-5 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 8 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 12 horas
ou
delafloxacina: 300 mg por via intravenosa a cada 12 horas
fasciite necrosante do tipo II (monomicrobiana) confirmada
cuidados de suporte intensivos + desbridamento cirúrgico ± amputação
A fasciite necrosante é uma emergência cirúrgica, e o paciente deve ser levado com urgência à sala de cirurgia para desbridamento de todos os tecidos desvitalizados infectados.
Ampla excisão de todo tecido necrótico, colocação de drenos e desbridamento cirúrgico adequado são necessários para o diagnóstico e o tratamento.[43]Wong CH, Yam AK, Tan AB. Approach to debridement in necrotizing fasciitis. Am J Surg. 2008 Sep;196(3):e19-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18614147?tool=bestpractice.com A avaliação cirúrgica subsequente e o desbridamento adicional são essenciais conforme a necessidade, e diversos procedimentos podem ser solicitados.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
O suporte hemodinâmico intensivo com infusão intravenosa é um aspecto importante do manejo cirúrgico.
antibióticos intravenosos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
As infecções do tipo II são mais comumente causadas por estreptococos do grupo A (isto é, Streptococcus pyogenes), mas podem também ser causadas por MRSA. Em associação com desbridamento cirúrgico urgente, deve-se administrar penicilina associada a clindamicina para tratar estreptococos do grupo A e inibir sua capacidade de sintetizar toxinas.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
A clindamicina tem demonstrado ser superior à penicilina para o tratamento de fasciite necrosante com indução experimental ou mionecrose causada por estreptococos do grupo A.[22]Headley AJ. Necrotizing soft tissue infections: a primary care review. Am Fam Physician. 2003 Jul 15;68(2):323-8. https://www.aafp.org/afp/2003/0715/p323.html http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12892352?tool=bestpractice.com Ela tem demonstrado reduzir a liberação in vitro de exotoxina pirogênica estreptocócica A; não é afetada pelo tamanho do inóculo ou por seu estágio de crescimento; facilita a fagocitose de Streptococcus pyogenes ao inibir a síntese da proteína M; suprime a produção de elementos regulatórios que controlam a síntese da parede celular; e tem efeito pós-antibiótico longo.[22]Headley AJ. Necrotizing soft tissue infections: a primary care review. Am Fam Physician. 2003 Jul 15;68(2):323-8. https://www.aafp.org/afp/2003/0715/p323.html http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12892352?tool=bestpractice.com
Se houver alguma dúvida relativa ao agente etiológico (por exemplo, possivelmente Staphylococcus aureus em vez de um Streptococcus do grupo A), deve-se usar nafcilina em vez de penicilina.[1]Mandell GL, Bennett JE, Dolin R. Principles and practice of infectious diseases. 6th ed. Philadelphia, PA: Churchill Livingstone Elsevier; 2005.
Em pacientes alérgicos à penicilina, a vancomicina, a daptomicina ou a linezolida (caso haja alergia coexistente a vancomicina) em monoterapia deve ser substituída pela combinação penicilina-clindamicina ou nafcilina-clindamicina.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
A Infectious Diseases Society of America (IDSA) recomenda uma combinação de doxiciclina associada à ceftriaxona ou cefotaxima para a fasciite necrosante devida ao Vibrio vulnificus, ou uma combinação de doxiciclina associada à ceftriaxona ou ao ciprofloxacino para Aeromonas hydrophila.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
Opções primárias
benzilpenicilina sódica: 2.4 a 4.8 g/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 4-6 horas
e
clindamicina: 600-900 mg por via intravenosa a cada 8 horas
ou
doxiciclina: 100 mg por via intravenosa a cada 12 horas
--E--
ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 12-24 horas
ou
cefotaxima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas
ou
ciprofloxacino: 400 mg por via intravenosa a cada 12 horas
Opções secundárias
nafcilina: 1.5 a 2 g por via intravenosa a cada 4-6 horas
e
clindamicina: 600-900 mg por via intravenosa a cada 8 horas
ou
vancomicina: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 12 horas
ou
daptomicina: 4 mg/kg por via intravenosa uma vez ao dia
ou
linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas
oxigenoterapia hiperbárica
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A oxigenoterapia hiperbárica (OHB) pode ser considerada como terapia adjuvante após o desbridamento imediato em pacientes com infecções necrosantes dos tecidos moles se não se verificar nenhuma melhora do quadro clínico.[12]Sartelli M, Guirao X, Hardcastle TC, et al. 2018 WSES/SIS-E consensus conference: recommendations for the management of skin and soft-tissue infections. World J Emerg Surg. 2018 Dec 14;13:58. https://wjes.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13017-018-0219-9 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30564282?tool=bestpractice.com É administrada com oxigênio a 100%, com 2 a 3 vezes a pressão atmosférica. Embora não tenham sido publicados ensaios randomizados prospectivos, uma análise retrospectiva mostrou melhora na mortalidade apesar do maior custo de hospitalização e tempo de permanência.[59]Soh CR, Pietrobon R, Freiberger JJ, et al. Hyperbaric oxygen therapy in necrotising soft tissue infections: a study of patients in the United States Nationwide Inpatient Sample. Intensive Care Med. 2012 Jul;38(7):1143-51. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22527074?tool=bestpractice.com Faltam evidências válidas e de alta qualidade para os efeitos da OHB na cicatrização de feridas. Ela não deve protelar a exploração cirúrgica imediata e/ou a antibioticoterapia empírica.
IGIV
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A adição da IGIV também pode ser considerada para o tratamento da síndrome do choque tóxico estreptocócico, embora os dados sobre a eficácia sejam conflitantes.[12]Sartelli M, Guirao X, Hardcastle TC, et al. 2018 WSES/SIS-E consensus conference: recommendations for the management of skin and soft-tissue infections. World J Emerg Surg. 2018 Dec 14;13:58. https://wjes.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13017-018-0219-9 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30564282?tool=bestpractice.com [16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
Opções primárias
imunoglobulina humana normal: 1 g/kg por via intravenosa no dia 1, seguido por 0.5 g/kg nos dias 2 e 3; ou 2 g/kg por via intravenosa em dose única
Mais imunoglobulina humana normalOs regimes de doses variam; consulte um especialista para obter orientação adicional quanto à dose.
gangrena gasosa
cuidados de suporte intensivos + desbridamento cirúrgico ± amputação
É obrigatório o desbridamento cirúrgico completo e agressivo para aumentar a sobrevida, preservar os membros e prevenir complicações.[1]Mandell GL, Bennett JE, Dolin R. Principles and practice of infectious diseases. 6th ed. Philadelphia, PA: Churchill Livingstone Elsevier; 2005.[6]Lu J, Wu XT, Kong XF, et al. Gas gangrene without wound: both lower extremities affected simultaneously. Am J Emerg Med. 2008 Oct;26(8):970.e3-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18926377?tool=bestpractice.com [22]Headley AJ. Necrotizing soft tissue infections: a primary care review. Am Fam Physician. 2003 Jul 15;68(2):323-8. https://www.aafp.org/afp/2003/0715/p323.html http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12892352?tool=bestpractice.com Em pacientes com envolvimento de membros, pode ser necessária a fasciotomia para tratar síndrome compartimental, e ela deve ser realizada imediatamente após o diagnóstico. O desbridamento diário é necessário, sendo extremamente importante remover todo tecido necrótico e infectado. Também é extremamente importante considerar a amputação do membro quando necessário, pois essa medida pode salvar vidas.
O suporte hemodinâmico intensivo com infusão intravenosa também é um aspecto importante do manejo cirúrgico.
antibióticos intravenosos
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Atualmente, uma combinação de penicilina e clindamicina é amplamente usada.[16]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52. https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com Os inibidores da síntese proteica (por exemplo, clindamicina, cloranfenicol, rifampicina, tetraciclina) são eficazes, pois eles inibem a síntese de exotoxinas clostrídicas e diminuem os efeitos tóxicos sistêmicos e locais dessas proteínas.[60]Stevens DL, Maier KA, Laine BM, et al. Comparison of clindamycin, rifampin, tetracycline, metronidazole, and penicillin for efficacy in prevention of experimental gas gangrene due to Clostridium perfringens. J Infect Dis. 1987 Feb;155(2):220-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2879873?tool=bestpractice.com
Para pacientes alérgicos à penicilina, uma boa opção é a combinação de clindamicina e metronidazol.
Opções primárias
benzilpenicilina sódica: 2.4 a 4.8 g/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 4-6 horas
e
clindamicina: 600-900 mg por via intravenosa a cada 8 horas
Opções secundárias
clindamicina: 600-900 mg por via intravenosa a cada 8 horas
e
metronidazol: 30 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 6 horas
gangrena isquêmica
heparina intravenosa
A menos que contraindicado, todos os pacientes devem receber imediatamente heparina em bolus intravenoso, seguida por infusão contínua de heparina.[61]Norgren L, Hiatt WR, Dormandy JA, et al. Inter-society consensus for the management of peripheral arterial disease. Int Angiol. 2007 Jun;26(2):81-157. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17489079?tool=bestpractice.com [62]Sobel M, Verhaeghe R. Antithrombotic therapy for peripheral artery occlusive disease: American College of Chest Physicians evidence-based clinical practice guidelines (8th edn.). Chest. 2008 Jun;133(6 Suppl):815-43S. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18574279?tool=bestpractice.com Após o início da heparina, o tratamento varia dependendo da viabilidade do membro.
Opções primárias
heparina: 80 unidades/kg em bolus intravenoso, seguidas por infusão de 18 unidades/kg/hora
revascularização cirúrgica ± amputação
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes com um membro ameaçado devem ser submetidos à revascularização cirúrgica após a anticoagulação com heparina. A maioria desses pacientes terá sofrido um evento embólico, e alterações irreversíveis podem ocorrer dentro de 4 a 6 horas da isquemia profunda. Enquanto a trombólise farmacológica pode dissolver com êxito um êmbolo, o tempo necessário geralmente é muito longo para permitir que essa seja uma alternativa aceitável em comparação à cirurgia.[62]Sobel M, Verhaeghe R. Antithrombotic therapy for peripheral artery occlusive disease: American College of Chest Physicians evidence-based clinical practice guidelines (8th edn.). Chest. 2008 Jun;133(6 Suppl):815-43S. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18574279?tool=bestpractice.com
Os pacientes com um membro não viável devem ser submetidos à amputação imediata. O nível da amputação é determinado por achados clínicos e pela viabilidade dos tecidos no momento da cirurgia. Todo esforço deve ser feito para preservar o máximo possível de articulações, a fim de diminuir o trabalho de movimentação com prótese e aumentar as chances de reabilitação com sucesso.[45]Anderson JL, Halperin JL, Albert NM, et al. Management of patients with peripheral artery disease (compilation of 2005 and 2011 ACCF/AHA guideline recommendations): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2013 Apr 2;127(13):1425-43. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0b013e31828b82aa http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23457117?tool=bestpractice.com A revascularização do membro não viável pode ser necessária para permitir a cura da amputação ou permitir a amputação a um nível mais baixo.
angioplastia transluminal percutânea (ATP) ± amputação
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
No ensaio BASIL (Bypass versus Angioplasty in Severe Ischaemia of the Leg), que avaliou teste de bypass versus angioplastia na isquemia grave da perna, 450 pacientes com isquemia grave dos membros em consequência de doença arterial infrainguinal foram atribuídos aleatoriamente à ATP ou à cirurgia de revascularização.[64]Adam DJ, Beard JD, Cleveland T, et al; Bypass versus angioplasty in severe ischaemia of the leg (BASIL): multicentre, randomised controlled trial. Lancet. 2005 Dec 3;366(9501):1925-34. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16325694?tool=bestpractice.com Aos 30 dias, não houve diferença em mortalidade entre os grupos, mas a cirurgia foi associada a uma morbidade significativamente mais alta (57% versus 41%). Na análise da intenção de tratamento, não houve diferença no objetivo primário (sobrevivência sem amputação) em 1 ano e 3 anos, e a cirurgia foi associada a uma taxa de reintervenção significativamente menor (18% versus 26%).
Com base nesses achados, os autores recomendam que a ATP deve ser oferecida primeiro aos pacientes com comorbidades significativas que não têm expectativa de vida maior que 2 anos.
Para pacientes com expectativa de vida maior que 2 anos, os benefícios da cirurgia de revascularização podem superar o aumento da morbidade em curto prazo.
terapia trombolítica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A ausência de dor em repouso, perda sensorial e fraqueza muscular ajuda a diferenciar um membro viável de um membro ameaçado.[66]Norgren L, Hiatt WR, Dormandy JA, et al.; TASC II Working Group. Inter-society consensus for the management of peripheral arterial disease (TASC II). J Vasc Surg. 2007 Jan;45 Suppl S:S5-67. https://www.jvascsurg.org/article/S0741-5214(06)02296-8/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17223489?tool=bestpractice.com Em pacientes altamente selecionados, a terapia trombolítica intra-arterial com cateter pode ser uma alternativa à cirurgia ou à intervenção percutânea no manejo da isquemia crítica dos membros. A principal indicação é isquemia aguda dos membros com menos de 14 dias de duração em pacientes com um membro viável, e apenas uma alteração gangrenosa limitada.[45]Anderson JL, Halperin JL, Albert NM, et al. Management of patients with peripheral artery disease (compilation of 2005 and 2011 ACCF/AHA guideline recommendations): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2013 Apr 2;127(13):1425-43. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0b013e31828b82aa http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23457117?tool=bestpractice.com
terapia trombolítica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A flegmasia cerulea dolens é uma condição rara, na qual ocorre a obstrução total ou quase total da drenagem venosa de um membro, e pode ser tratada por terapia trombolítica intravenosa para ajudar a prevenir o início e a evolução da gangrena venosa.[65]Tardy B, Moulin N, Mismetti P, et al. Intravenous thrombolytic therapy in patients with phlegmasia caerulea dolens. Haematologica. 2006 Feb;91(2):281-2. http://www.haematologica.org/content/91/2/281.full.pdf+html http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16461325?tool=bestpractice.com
Escolha um grupo de pacientes para ver nossas recomendações
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes. Ver aviso legal
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal