A fasciite necrosante é uma infecção subcutânea dos tecidos moles que oferece risco de vida e requer um alto índice de suspeita para diagnóstico.
A infecção pode ter etiologia polimicrobiana (tipo I) decorrente de microrganismos mistos anaeróbios facultativos/anaeróbios ou ser decorrente de um único organismo (tipo II), mais comumente Streptococcus pyogenes, também chamado de estreptococo do grupo A.
Deve-se suspeitar de fasciite necrosante em qualquer paciente com infecção dos tecidos moles que evolui com rapidez e qualquer um dos seguintes fatores: dor intensa (desproporcional aos achados clínicos) ou anestesia no local da infecção; edema e eritema (o edema normalmente se estenderá além do eritema); sinais sistêmicos de infecção. No entanto, a fasciite necrosante pode ser facilmente não detectada, pois o paciente pode se apresentar no início do processo da doença, com sinais e sintomas inespecíficos.
Nenhum exame laboratorial ou de imagem, isolado ou em combinação, é suficientemente sensível e específico para diagnosticar ou descartar definitivamente a fasciite necrosante.
Deve-se obter avaliação cirúrgica de urgência assim que houver suspeita do diagnóstico. O tratamento não deve ser protelado enquanto se esperam as investigações de exames de imagem e microbiológicos.
O tratamento definitivo é o desbridamento cirúrgico, repetido conforme necessário. A antibioticoterapia é essencial, mas é considerada adjuvante ao tratamento cirúrgico. Os antibióticos empíricos devem abranger os principais agentes etiológicos bacterianos e a produção de toxina estreptocócica do grupo A que pode acompanhar a fasciite necrosante do tipo II.
A fasciite necrosante é uma infecção subcutânea dos tecidos moles com risco de vida que se estende progressivamente aos tecidos moles profundos, incluindo a fáscia muscular e a gordura sobrejacente, mas não ao músculo subjacente. Os organismos causadores podem ser aeróbios, anaeróbios ou de flora mista. Existem duas formas clínicas principais. A fasciite necrosante do tipo I é uma infecção polimicrobiana com um anaeróbio, como Bacteroides, Peptostreptococcus ou Clostridium, e anaeróbios facultativos, como certos Enterobacterales ou estreptococos não pertencem ao grupo A.[1]Pasternack MS, Swartz MN. Cellulitis, necrotizing fasciitis, and subcutaneous tissue infections. In: Bennett JE, Dolin R, Blaser MJ, eds. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases. Philadelphia, PA: Elsevier; 2015:1194-215.[2]Sartelli M, Guirao X, Hardcastle TC, et al. 2018 WSES/SIS-E consensus conference: recommendations for the management of skin and soft-tissue infections. World J Emerg Surg. 2018 Dec 14;13:58.
https://wjes.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13017-018-0219-9
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30564282?tool=bestpractice.com
[3]Sartelli M, Coccolini F, Kluger Y, et al. WSES/GAIS/WSIS/SIS-E/AAST global clinical pathways for patients with skin and soft tissue infections. World J Emerg Surg. 2022 Jan 15;17(1):3.
https://wjes.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13017-022-00406-2
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35033131?tool=bestpractice.com
[4]Diab J, Bannan A, Pollitt T. Necrotising fasciitis. BMJ. 2020 Apr 27;369:m1428.[5]Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft tissue infections: 2014 update by the Infectious Diseases Society of America. Clin Infect Dis. 2014 Jul 15;59(2):e10-52.
https://academic.oup.com/cid/article/59/2/e10/2895845
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24973422?tool=bestpractice.com
A fasciite necrosante do tipo II é mais comumente uma infecção monomicrobiana com tipicamente Streptococcus pyogenes (estreptococos do grupo A) ou ocasionalmente Staphylococcus aureus.[1]Pasternack MS, Swartz MN. Cellulitis, necrotizing fasciitis, and subcutaneous tissue infections. In: Bennett JE, Dolin R, Blaser MJ, eds. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases. Philadelphia, PA: Elsevier; 2015:1194-215.[2]Sartelli M, Guirao X, Hardcastle TC, et al. 2018 WSES/SIS-E consensus conference: recommendations for the management of skin and soft-tissue infections. World J Emerg Surg. 2018 Dec 14;13:58.
https://wjes.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13017-018-0219-9
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30564282?tool=bestpractice.com
[3]Sartelli M, Coccolini F, Kluger Y, et al. WSES/GAIS/WSIS/SIS-E/AAST global clinical pathways for patients with skin and soft tissue infections. World J Emerg Surg. 2022 Jan 15;17(1):3.
https://wjes.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13017-022-00406-2
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35033131?tool=bestpractice.com
[4]Diab J, Bannan A, Pollitt T. Necrotising fasciitis. BMJ. 2020 Apr 27;369:m1428.
Outras etiologias infecciosas podem raramente causar uma infecção necrosante monomicrobiana que pode estar associada a exposições ou fatores de risco específicos (por exemplo, exposição à água doce associada a Aeromonas hydrophila, exposição à água salgada ou consumo de ostras cruas associadas a Vibrio vulnificus, viagem recente para [ou residência em] Taiwan, onde a Klebsiella pneumoniae é uma causa comum de infecção monomicrobiana).[6]Cheng NC, Yu YC, Tai HC, et al. Recent trend of necrotizing fasciitis in Taiwan: focus on monomicrobial Klebsiella pneumoniae necrotizing fasciitis. Clin Infect Dis. 2012 Oct;55(7):930-9.
https://academic.oup.com/cid/article/55/7/930/427026
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22715175?tool=bestpractice.com