História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

dor abdominal

A dispepsia, uma dor ou um desconforto abdominal crônico ou recorrente centrado na parte superior do abdome, é uma apresentação clínica comum.[47]

Ela está comumente associada a comer e, muitas vezes, é noturna.

Em pacientes com úlceras duodenais, a dor pode ser intensa e irradiar para as costas como resultado da penetração da úlcera posteriormente no pâncreas.

Incomuns

"sinal de apontar"

O paciente pode mostrar o local da dor com um dedo.

Outros fatores diagnósticos

comuns

desconforto epigástrico

Pode ocorrer na palpação do abdome.

Incomuns

náuseas ou vômitos

As náuseas são aliviadas pela alimentação.

O vômito ocorre após comer.

Pode indicar estenose pilórica.

saciedade precoce

Pode indicar estenose pilórica.

perda de peso ou anorexia

Os pacientes podem apresentar perda de peso ou anorexia.

diarreia

Pode indicar síndrome de Zollinger-Ellison.

sintomas de anemia

Úlceras gástricas e duodenais podem causar anemia ferropriva. Os sintomas geralmente incluem fadiga, pica (fissura ou apetite anormal por substâncias não alimentares, como pó, gelo, tinta ou argila) e alterações nas unhas.

sangramento gastrointestinal (GI)

O sangramento pode ser oculto (exame de sangue nas fezes positivo) ou observável (hematêmese e/ou melena). É uma complicação da úlcera péptica.

choque hipotenso ou séptico

Decorre de sangramento ou perfuração gastrointestinal.

som de sucussão

Em casos raros, um som de sucussão pode ser ouvido em pacientes com estenose pilórica (causado pela obstrução da saída gástrica).

Fatores de risco

Fortes

Infecção por Helicobacter pylori

Sabe-se que o H pylori desempenha um papel na etiologia da úlcera péptica. Excluindo-se as pessoas que fazem uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), cerca de 90% dos pacientes com úlceras duodenais e mais de 70% daqueles com úlceras gástricas têm infecção por H pylori.[17][19]​​ A infecção aumenta o risco de úlceras pépticas por toda a vida.[10]

Os mecanismos prováveis são hipersecreção de ácido e gastrina (úlceras duodenais) e danos na mucosa local (úlceras gástricas).

A erradicação da infecção previne a recorrência tanto da úlcera péptica quanto de sangramento.

uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)

A incidência de úlceras em usuários crônicos de AINEs é de cerca de 20%, em comparação com os 5% de não usuários.[20] O uso de aspirina em baixas doses provavelmente também aumenta o risco, mas não há estudos de alta qualidade para comprovar essa hipótese.

O risco de úlceras induzidas por AINEs aumenta com o aumento da idade (>60 anos), história de úlcera péptica, altas doses de AINEs e maior duração de uso, infecção por Helicobacter pylori e uso concomitante de corticosteroides, outros medicamentos antitrombóticos e bifosfonatos.[21][22][23][24][25]​​​​

Os AINEs causam úlceras gástricas mais comumente que úlceras duodenais, e fazem isso ao prejudicar as defesas mucosas, as quais são mediadas principalmente pela ciclo-oxigenase (COX)-1. Inibidores seletivos da COX-2 têm menor probabilidade de causar úlceras pépticas.[26]

Em pacientes que usam AINEs, a úlcera péptica é mais comum em pacientes positivos para H pylori que nos negativos para H pylori.[27]

Interromper o uso de AINEs (e tratar o H pylori, se houver) reduz a recorrência de úlceras. Se o uso de AINEs não puder ser interrompido, receitar um inibidor da bomba de prótons concomitante auxilia na redução da recorrência.

tabagismo

O tabagismo é um fator de risco para úlceras pépticas. Um estudo de base populacional constatou que a prevalência da doença ulcerosa nos atuais e ex-fumantes (11.4% e 11.5%) é quase o dobro da incidência das pessoas que jamais fumaram (6.0%).[28] Os mecanismos são provavelmente multifatoriais.[29]

idade mais avançada

A incidência de úlceras pépticas e suas complicações aumenta com a idade.

história pessoal de úlcera péptica

Principalmente por infecção persistente e não reconhecida pelo H pylori.

história familiar de úlcera péptica

A história familiar de doença ulcerosa é um fator de risco para úlceras pépticas.[30][31] O risco pode estar presente em famílias com baixa prevalência de Helicobacter pylori.[32]

paciente de terapia intensiva

O uso profilático de um inibidor da bomba de prótons é apropriado para os pacientes em terapia intensiva, que são considerados de alto risco para hemorragia digestiva devido a comorbidades, como doença hepática crônica, ou que tiverem condições como coagulopatia, choque ou doença hepática coexistentes.​[33][34]​​​​ O risco diminui à medida que o estado geral do paciente melhora.

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