Abordagem

Anamnese e exame físico

A ferramenta mais comum no diagnóstico do eritema infeccioso é a apresentação clínica do clássico rash da "bochecha esbofeteada" com exantema reticular de aspecto rendilhado nos membros e no tronco. Pode ou não haver história de febre baixa e de gripe (influenza) inespecífica ou de sintomas respiratórios antes do início do exantema.

Os pacientes podem desenvolver artralgia/artrite, particularmente das pequenas articulações das mãos, dos punhos, dos joelhos e dos tornozelos, mas esses sintomas articulares geralmente são autolimitados. Quando um indivíduo de modo geral saudável apresenta esse cenário clínico, nenhuma outra investigação é necessária.

Pacientes imunocomprometidos não formam imunocomplexos. Assim, inicialmente, não apresentam o eritema infeccioso clássico. Esta população inclui pacientes com vírus da imunodeficiência humana (HIV), pacientes em quimioterapia ou imunossupressão após transplante ou com imunodeficiências congênitas.[2] Pode ocorrer infecção persistente por parvovírus B19, com anemia grave resultante causada por aplasia crônica de série vermelha.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: "Bochechas esbofeteadas" eritematosas típicas do eritema infeccioso.Do acervo de Gary A. Dyer, MD; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@78377b39[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Erupção eritematosa reticular, de aspecto rendilhado, de eritema infeccioso em membro superior.Do acervo de Gary A. Dyer, MD; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@6e9691ec

Hemograma completo

Recomenda-se um hemograma completo, bem como a contagem de reticulócitos, em gestantes e pacientes com imunossupressão ou com doenças que envolvam elevada renovação ("turnover")/destruição de eritrócitos (por exemplo, indivíduos com esferocitose hereditária, doença falciforme, talassemia, anemia ferropriva) para se examinar a anemia. Recomenda-se consultar especialistas em hematologia/oncologia quando há crise aplástica transitória (uma diminuição nos níveis de hemoglobina com ausência de reticulócitos durante uma infecção aguda).

Sorologia

Estudos sorológicos raramente são necessários, exceto quando há infecção complicada pelo parvovírus B19 (por exemplo, investigação sobre a causa de anemia fetal grave ou sobre a causa de crises aplásticas).[2] A sorologia pode ser útil em gestantes que apresentam exposição conhecida ao vírus e/ou exantema ou artralgias típicos. O rastreamento sorológico de rotina não é recomendado na gravidez, pois o risco de soroconversão é baixo e os desfechos fetais variam.[25]​ Se o teste sorológico for realizado, a positividade da imunoglobulina M (IgM) indica infecção aguda, independentemente do status da imunoglobulina G (IgG), e requer monitoramento para possível infecção fetal. Nos casos em que tanto IgM quanto IgG são negativos, a mulher fica suscetível à infecção e deve ser submetida a testes sorológicos repetidos após 4 semanas para avaliar a soroconversão.[26]​ Mulheres com IgM negativa e IgG positiva têm imunidade ao parvovírus B19 e estão protegidas contra infecções.

Os anticorpos imunoglobulina M (IgM) estão presentes na maioria dos casos de eritema infeccioso no momento do diagnóstico e podem se desenvolver nos dias após o início da crise aplástica. Os anticorpos IgM são detectáveis por vários meses após infecções agudas. A IgM materna pode não estar presente no início da hidropisia fetal, embora a IgM possa ser detectada no sangue do cordão umbilical. Além disso, estudos de ácido desoxirribonucleico (DNA; do sangue do cordão umbilical ou do líquido amniótico) podem detectar o vírus.[27]

Os pacientes imunocomprometidos podem não ser capazes de erradicar a infecção em razão dos níveis inadequados da IgM. Eles podem permanecer infecciosos, mas ter testes sorológicos negativos para IgM. Ensaios alternativos, incluindo ensaios de hibridização de ácido nucleico e de reação em cadeia da polimerase, podem ser úteis para confirmar a suspeita diagnóstica. Como o DNA viral pode ser detectado por meses após a fase virêmica, um resultado positivo pode não ser evidência de infecção aguda.

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