História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco incluem mulheres de 15 a 24 anos, uso inconsistente de preservativo, múltiplas ou novas relações sexuais, infecções sexualmente transmissíveis prévias, vaginose bacteriana, profissionais do sexo ou ausência de lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio.

corrimento vaginal ou cervical purulento

O corrimento mucopurulento é mais característico de Neisseria gonorrhoeae ou Mycoplasma genitalium. O corrimento vaginal está presente em até 70% das pacientes infectadas com Trichomonas vaginalis, mas sua consistência varia de esparso e fino a abundante e espesso, e 10% a 30% apresentam o clássico corrimento amarelo espumoso.[20]

sangramento intermenstrual/pós-coito

Deve ser avaliado quanto à presença de infecção sexualmente transmissível e câncer cervical.

disúria e polaciúria

Se os sintomas de cistite (disúria e polaciúria) forem acompanhados de corrimento, as pacientes deverão ser avaliadas quanto a vaginite/cervicite, pois a Trichomonas vaginalis pode afetar as glândulas de Skene adjacentes e a Chlamydia trachomatis pode se apresentar na forma de uretrite.

sangramento cervical facilmente induzido

Colo uterino friável e doloroso ao exame de toque ou ao swab sugere cervicite.

Outros fatores diagnósticos

Incomuns

dispareunia

Pode resultar de diversos processos patológicos e benignos, mas deve-se descartar a presença de infecção sexualmente transmissível.

inflamação da vulva e/ou da vagina

Pode se mostrar eritematosa em decorrência de corrimento inflamatório vaginal ou no colo uterino.

A aparência normal da vulva não é suficiente para descartar a cervicite.

colo uterino em morango

Compatível com infecção por Trichomonas vaginalis.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Colo uterino em morango devido à tricomoníaseMittal S, et al. Atlas de inspeção visual do colo uterino com ácido acético para rastreamento, triagem e avaliação para tratamento: IARC CancerBase No. 16 [Internet]. Lyon, França: Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7459d51a

Fatores de risco

Fortes

idade entre 15 e 24 anos

As taxas específicas de clamídia e gonorreia por faixa etária são mais altas em mulheres com idade entre 20 e 24 anos, seguidas por mulheres entre 15 e 19 anos.[4][5]

uso inconsistente de preservativo

A falha de preservativos em proteger contra ISTs geralmente resulta de uso inconsistente ou incorreto.[1]

múltiplas relações sexuais

Isso inclui pacientes com parceiros sexuais novos e recentes.[12]

ISTs prévias

Pacientes inicialmente diagnosticadas com alguma IST apresentaram maior probabilidade de serem diagnosticadas com outra infecção em um período de 12 meses.[13]

vaginose bacteriana (VB)

Esses organismos facilitam a passagem de bactérias através do canal endocervical, resultando em cervicite, endometrite e potencialmente salpingite.[12][14]

profissional do sexo

As pessoas que trocam sexo por dinheiro ou por itens não monetários apresentam aumento do risco de ISTs porque têm maior probabilidade de se envolver em comportamentos sexuais de risco (por exemplo, sexo sem proteção ou sexo com múltiplos parceiros).[1][15]

ausência de lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio

A cervicite é comum em mulheres com VB, com prevalência de até 15%.[12] Um fator de risco para cervicite relacionada à VB é a ausência de lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio, embora esse achado seja menos compatível com a infecção por Neisseria gonorrhoeae ou Chlamydia trachomatis.[12]

Fracos

infertilidade

Pacientes com infertilidade, especialmente aquelas com infertilidade por fator tubário, apresentam incidência elevada de IST prévia, ocasionando doença inflamatória pélvica não diagnosticada e subsequente subfertilidade.

grau de escolaridade <12 anos

A cervicite é comum em mulheres com VB, com prevalência de até 15%.[12] Em um estudo observou-se que o grau de escolaridade <12 anos constitui forte fator de risco para cervicite relacionada à VB, embora esse achado não tenha sido especificamente vinculado à infecção por Neisseria gonorrhoeae ou Chlamydia trachomatis.[12]

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