História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco incluem: uso de anestesia geral, trauma, afogamento, extremidades etárias, imobilismo, uso indevido de substâncias, cognição prejudicada, hipotireoidismo, AVC, doença de Parkinson, falta de moradia, septicemia por Gram-negativo e uso de certos medicamentos.[2][16][19][27]​​[31]​​​[34][35][36][37][38]

exposição ao frio e temperatura corporal <35 °C (<95 °F)

Pessoas vestidas inadequadamente para o clima frio que permaneceram ao ar livre por muito tempo podem estar hipotérmicas, conforme avaliado por uma medição da temperatura corporal <35 °C (<95 °F).[27]

comprometimento do estado mental

Confusão, apatia e comprometimento da cognição. Geralmente observado nas pessoas com hipotermia moderada (temperatura central de 28 °C a 32 °C [82 °F a 90 °F]).

Consulte Avaliação de estado mental alterado.

tremores

O paciente pode estar tremendo, ou pode haver uma história de tremores.

Observe que os tremores desaparecerão quando a temperatura central do paciente cair abaixo de um certo nível; o limite varia entre os pacientes, mas normalmente é de 28 °C a 32 °C (82 °F a 90 °F).[48]​ Também pode estar ausente em pacientes com hipoglicemia.

congelamento das extremidades

Ocorre quando a pele e o tecido subcutâneo congelam, causando dano celular.

Consulte Congelamento das extremidades.

Outros fatores diagnósticos

comuns

taquipneia, taquicardia, hipertensão

Geralmente observadas em pessoas com hipotermia leve (temperatura central de 32 °C a 35 °C a [90 °F a 95 °F]). Observe que a taquicardia pode progredir para bradicardia, mesmo na hipotermia leve.

depressão respiratória, bradicardia, hipotensão

Geralmente observadas em pessoas com hipotermia moderada (temperatura central de 28 °C a 32 °C [82 °F a 90 °F]). Entretanto, observe que a taquicardia pode progredir para bradicardia, mesmo na hipotermia leve.

coma e apneia

Geralmente observada nas pessoas com hipotermia grave (temperatura interna <28 °C [<82 °F]). Alguns pacientes podem apresentar sinais vitais fracos a temperaturas <28 °C (<82 °F).

Tenha cuidado ao diagnosticar a morte em um paciente com hipotermia, mesmo quando o paciente tem pupilas fixas ou sinais precoces de rigor mortis; os sinais de vida podem ser mínimos se o paciente apresentar hipotermia grave.[49]

diurese induzida pelo frio

Ocorre com a progressão da hipotermia, à medida que o rim perde a capacidade de concentrar a urina.[7]

Fatores de risco

Fortes

trauma

A incidência de hipotermia em pacientes internados com trauma maior é estimada em cerca de 13%.[26]​ A "tríade da morte" do trauma, uma combinação de hipotermia, acidose e coagulopatia, é conhecida por afetar significativamente as chances de sobrevivência nos pacientes com lesões graves.[2][3]

afogamento

A hipotermia pode ser um sinal de exposição prolongada a água.[27]​ Os relatos de caso de pacientes de afogamento que sobreviveram a uma submersão prolongada em água gelada e parada cardíaca são raros, e geralmente envolvem crianças pequenas.[28]​ Na maioria dos casos, a hipotermia tem um prognóstico desfavorável.[29]

Consulte Afogamento.

uso de anestesia geral

Evidências sugerem que, durante a anestesia geral, principalmente após a indução anestésica, ocorre uma redistribuição interna de calor a partir dos músculos estabilizadores do tronco até o compartimento periférico que resulta em uma queda linear da temperatura do corpo (isto é, 0.5 °C a 1.0 °C [0.9 °F a 1.8 °F] por hora). Embora não esteja claro, parece que essa fase pode durar enquanto houver uma diferença entre a produção metabólica de energia e a perda de calor. Procedimentos cirúrgicos longos também podem estar associados a uma baixa temperatura corporal.[30][31] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Pré-aquecer ativamente os pacientes por pelo menos 30 minutos antes da anestesia geral é recomendado para evitar a hipotermia e reduzir os tremores.[32][33] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

uso indevido de substâncias

O álcool causa vasodilatação, prejudica o raciocínio, causa sonolência e uma falsa sensação de calor, de modo que não se tomam medidas para evitar a hipotermia. Outras substâncias, como a maconha (cannabis), prejudicam o raciocínio e restringem os tremores, limitando assim a capacidade de responder adequadamente às baixas temperaturas. O uso indevido de substâncias é comum entre pacientes hipotérmicos desabrigados, e é um importante fator de risco para morte.​[14][15][16]

cognição comprometida

Os pacientes com cognição prejudicada (por exemplo, doença de Alzheimer, doença de Parkinson, AVC) podem apresentar um aumento do risco. Se a capacidade de avaliar a temperatura estiver prejudicada, os pacientes podem se vestir de maneira inadequada para as condições climáticas. Ficar perdido é uma ocorrência frequente e, como resultado, os pacientes têm um alto risco de hipotermia.

hipotireoidismo

Uma hipotermia descompensada pode se apresentar com hipotermia, sinais vitais deprimidos e estado mental alterado.[34]

acidente vascular cerebral (AVC)

O AVC pode prejudicar a termorregulação como resultado de uma insuficiência do sistema nervoso central.[19]

Doença de Parkinson

A doença de Parkinson pode prejudicar a termorregulação como resultado da falência do sistema nervoso central.[19]

desabrigo

Um fator de risco bem estabelecido para hipotermia acidental. A hipotermia associada ao desabrigo é um fator de risco significativo para a morte relacionada a essa condição.[16]

extremidades etárias

Os idosos apresentam um risco maior, geralmente devido a afecções clínicas agudas, as quais podem interferir com a capacidade do corpo de regular a temperatura.[13][35]

Crianças têm uma área de superfície corporal maior em relação ao tamanho do corpo, comparado com adultos. Em relação ao resto do corpo, a cabeça é grande e por isso dissipa calor rapidamente.[36]​ Os neonatos estão especialmente em risco, pois não têm um mecanismo efetivo para a produção de calor.

septicemia Gram-negativa

A liberação de toxinas bacterianas causa vasodilatação periférica, prejudicando a capacidade de preservar o calor por vasoconstrição, o que aumenta o risco de hipotermia.

imobilidade

Os pacientes imobilizados (por exemplo, devido a doença ou lesão) têm um maior risco de hipotermia.[37]

Fracos

uso de determinados medicamentos

Embora rara, a hipotermia pode ser um efeito adverso dos antipsicóticos com risco à vida. Uma revisão sistemática revelou que a hipotermia foi relatada mais comumente com a olanzapina, o haloperidol e a risperidona.[38]​ Embora o mecanismo não esteja claro, há a hipótese de que a hipotermia induzida por antipsicóticos pode ser decorrente da inibição da vasoconstrição periférica e da insuficiência da termorregulação central.[38][39]

A hipotermia também pode se manifestar secundariamente a uma superdosagem de opioides, antidepressivos tricíclicos, fenotiazinas, barbitúricos, benzodiazepínicos e sedativos/hipnóticos.[40][41]

A hipotermia foi relatada com superdosagens de metformina como um resultado da vasodilatação sistêmica secundária à acidemia.[35][42][43]

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