O objetivo do tratamento é fazer desaparecer a hiperpigmentação existente e evitar uma hiperpigmentação futura. O conselho inicial inclui o uso de proteção ultravioleta (UV) de amplo espectro e a suspensão de pílulas contraceptivas orais e de cosméticos faciais que possam conter componentes fotossensíveis.
Agentes clareadores, como a hidroquinona e a tretinoína, são usados como terapia de primeira linha sozinhos ou como parte da fórmula de Kligman (que também contém um corticosteroide tópico).[1]Ball Arefiev KL, Hantash BM. Advances in the treatment of melasma: a review of the recent literature. Dermatol Surg. 2012 Jul;38(7 Pt 1):971-84.
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[23]Griffiths CE, Finkel LJ, Ditre CM, et al. Topical tretinoin (retinoic acid) improves melasma. A vehicle-controlled, clinical trial. Br J Dermatol. 1993 Oct;129(4):415-21.
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[24]Kimbrough-Green CK, Griffiths CE, Finkel LJ, et al. Topical retinoic acid (tretinoin) for melasma in black patients. A vehicle-controlled clinical trial. Arch Dermatol. 1994 Jun;130(6):727-33.
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A terapia combinada pode ser melhor que qualquer um dos componentes individuais usados isoladamente.[25]Kang HY, Valerio L, Bahadoran P, et al. The role of topical retinoids in the treatment of pigmentary disorders: an evidence-based review. Am J Clin Dermatol. 2009;10(4):251-60.
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Por exemplo, a combinação de fluocinolona a 0.01%, hidroquinona a 4% e tretinoína a 0.05% (fórmula de Kligman modificada) tem revelado uma eficácia significativamente maior comparada à hidroquinona a 4% sozinha.[1]Ball Arefiev KL, Hantash BM. Advances in the treatment of melasma: a review of the recent literature. Dermatol Surg. 2012 Jul;38(7 Pt 1):971-84.
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[26]Taylor SC, Torok H, Jones T, et al. Efficacy and safety of a new triple-combination agent for the treatment of facial melasma. Cutis. 2003 Jul;72(1):67-72.
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[27]Chan R, Park KC, Lee MH, et al. A randomized controlled trial of the efficacy and safety of a fixed triple combination (fluocinolone acetonide 0.01%, hydroquinone 4%, tretinoin 0.05%) compared with hydroquinone 4% cream in Asian patients with moderate to severe melasma. Br J Dermatol. 2008 Sep;159(3):697-703.
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A terapia de manutenção com a combinação tripla por 6 meses após o manejo inicial tem sido sugerida para evitar recidivas.[28]Arellano I, Cestari T, Ocampo-Candiani J, et al. Preventing melasma recurrence: prescribing a maintenance regimen with an effective triple combination cream based on long-standing clinical severity. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2012 May;26(5):611-8.
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[29]Austin E, Nguyen JK, Jagdeo J. Topical treatments for melasma: a systematic review of randomized controlled trials. J Drugs Dermatol. 2019 Nov 1;18(11):S1545961619P1156X.
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No entanto, a hidroquinona, particularmente o uso prolongado de preparados contendo concentrações >3% sem proteção solar por pacientes com tipo de pele V ou VI pela classificação de Fitzpatrick, pode causar uma doença chamada ocronose exógena (deposição de ácido homogentísico polimerizado na pele, causando uma hiperpigmentação permanente). O ácido azelaico também é usado como um agente clareador em concentrações de 15% a 20%.[30]Prignano F, Ortonne JP, Buggiani G, et al. Therapeutical approaches in melasma. Dermatol Clin. 2007 Jul;25(3):337-42, viii.
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[31]Verallo-Rowell VM, Verallo V, Graupe K, et al. Double-blind comparison of azelaic acid and hydroquinone in the treatment of melasma. Acta Derm Venereol Suppl (Stockh). 1989;143:58-61.
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[32]Balina LM, Graupe K. The treatment of melasma. 20% azelaic acid versus 4% hydroquinone cream. Int J Dermatol. 1991 Dec;30(12):893-5.
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O ácido kójico, que é produzido pelas espécies de fungos Penicillium e Aspergillus, quela o cobre e causa inativação da tirosinase. Ele pode ser usado isoladamente ou em combinação com outros compostos; quando usado em combinação com a hidroquinona a 5%, há um efeito sinérgico e subsequente melhora do Índice de Intensidade e de Área do Melasma (MASI).[33]Deo KS, Dash KN, Sharma YK, et al. Kojic acid vis-a-vis its combinations with hydroquinone and betamethasone valerate in melasma: a randomized, single blind, comparative study of efficacy and safety. Indian J Dermatol. 2013 Jul;58(4):281-5.
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No entanto, estudos de longo prazo revelam que o ácido kójico possui um alto potencial de irritação e é mutagênico no teste de Ames.[34]Leyden JJ, Shergill B, Micali G, et al. Natural options for the management of hyperpigmentation. J Eur Acad Dermatol Venereol. 2011 Oct;25(10):1140-5.
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[35]Burnett CL, Bergfeld WF, Belsito DV, et al. Final report of the safety assessment of Kojic acid as used in cosmetics. Int J Toxicol. 2010 Nov-Dec;29(suppl 6):244S-73.
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Soros de vitamina C (ácido ascórbico) tópicos são frequentemente usados no tratamento do melasma. O ácido ascórbico diminui a melanogênese, evita a produção de radicais livres e oferece alguma fotoproteção. Um ensaio revelou que o ácido ascórbico a 5% equivale à hidroquinona a 4% no tratamento do melasma; o ácido ascórbico também foi associado a menos efeitos adversos que a hidroquinona.[36]Espinal Perez LE, Moncada B, Castanedo-Cazares JP. A double-blind randomized trial of 5% ascorbic acid vs 4% hydroquinone in melasma. Int J Dermatol. 2004 Aug;43(8):604-7.
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Quando comparado com o peeling de ácido glicólico a 70%, a vitamina C nanossomada demonstrou mais eficácia com menos efeitos colaterais.[37]Sobhi RM, Sobhi AM. A single-blinded comparative study between the use of glycolic acid 70% peel and the use of topical nanosome vitamin C iontophoresis in the treatment of melasma. J Cosmet Dermatol. 2012 Mar;11(1):65-71.
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Um tratamento tópico alternativo é a arbutina.[38]Draelos ZD. Skin lightening preparations and the hydroquinone controversy. Dermatol Ther. 2007 Sep-Oct;20(5):308-13.
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Como a maioria dos agentes tópicos pode causar alguma irritação na pele, a adesão terapêutica pode ser um problema. Os corticosteroides tópicos podem ser usados como parte dos esquemas de combinação para reduzir inicialmente essa irritação, embora eles também promovam certo clareamento da pele. O uso prolongado de corticosteroides no rosto (normalmente >12 semanas) pode causar atrofia, telangiectasias e/ou uma erupção acneiforme da pele.[39]Gupta AK, Gover MD, Nouri K, et al. The treatment of melasma: a review of clinical trials. J Am Acad Dermatol. 2006 Dec;55(6):1048-65.
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Peelings químicos, terapias a laser e luz
Peelings químicos podem ser usados isoladamente ou em combinação com terapia tópica, se tolerada, como terapia de segunda linha em não gestantes com melasma para as quais as terapias tópicas não são eficazes. O agente de peeling mais comumente usado é o ácido glicólico em concentrações de 50% a 70%.[42]Chun EY, Lee JB, Lee KH. Focal trichloroacetic acid peel method for benign pigmented lesions in dark-skinned patients. Dermatol Surg. 2004 Apr;30(4 Pt 1):512-6.
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[43]Grimes PE. The safety and efficacy of salicylic acid chemical peels in darker racial-ethnic groups. Dermatol Surg. 1999 Jan;25(1):18-22.
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[44]Javaheri SM, Handa S, Kaur I, et al. Safety and efficacy of glycolic acid facial peel in Indian women with melasma. Int J Dermatol. 2001 May;40(5):354-7.
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[45]Soliman MM, Ramadan SA, Bassiouny DA, et al. Combined trichloroacetic acid peel and topical ascorbic acid versus trichloroacetic acid peel alone in the treatment of melasma: a comparative study. J Cosmet Dermatol. 2007 Jun;6(2):89-94.
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Os peelings com ácido tricloroacético e ácido salicílico também são relatados como eficazes no tratamento do melasma. Os efeitos adversos dos peelings químicos podem incluir irritação e hiperpigmentação pós-inflamatória. A terapia tópica pode ser continuada em conjunto com os peelings químicos.
As terapias a laser e luz são usadas se os agentes tópicos (com ou sem peeling) não alcançarem resultados adequados ou não puderem ser tolerados. As modalidades mais comumente usadas, e mais eficazes, incluem o laser Q-switched de Nd:YAG/alexandrita, o laser de CO2 e a luz intensa pulsada.[30]Prignano F, Ortonne JP, Buggiani G, et al. Therapeutical approaches in melasma. Dermatol Clin. 2007 Jul;25(3):337-42, viii.
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O laser Q-switched alexandrite e o laser de CO2 como terapia combinada podem ser melhores que o laser Q-switched alexandrite sozinho.[46]Nouri K, Bowes L, Chartier T, et al. Combination treatment of melasma with pulsed CO2 laser followed by Q-switched alexandrite laser: a pilot study. Dermatol Surg. 1999 Jun;25(6):494-7.
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[47]Angsuwarangsee S, Polnikorn N. Combined ultrapulse CO2 laser and Q-switched alexandrite laser compared with Q-switched alexandrite laser alone for refractory melasma: split-face design. Dermatol Surg. 2003 Jan;29(1):59-64.
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A fototermólise fracionada (uma forma de laserterapia não ablativa), a dermoabrasão e a crioterapia também são usadas.[48]Rokhsar CK, Fitzpatrick RE. The treatment of melasma with fractional photothermolysis: a pilot study. Dermatol Surg. 2005 Dec;31(12):1645-50.
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[49]Kunachak S, Leelaudomlipi P, Wongwaisayawan S. Dermabrasion: a curative treatment for melasma. Aesthetic Plast Surg. 2001 Mar-Apr;25(2):114-7.
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A fototermólise fracionada diminui a concentração de grânulos de melanina e o número de melanócitos.[50]Tierney EP, Hanke CW. Review of the literature: Treatment of dyspigmentation with fractionated resurfacing. Dermatol Surg. 2010 Oct;36(10):1499-508.
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O laser de ítrio-alumínio-garnet dopado com érbio de pulso quadrado variável (VSP) tem sido usado como opção de tratamento em pacientes acometidos, resultando em melhora significativa no escore do MASI com menor tempo de inatividade, sem formação de crostas e menor chance de efeitos adversos.[51]Wanitphakdeedecha R, Manuskiatti W, Siriphukpong S, et al. Treatment of melasma using variable square pulse Er:YAG laser resurfacing. Dermatol Surg. 2009 Mar;35(3):475-81.
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A hiperpigmentação pós-inflamatória é comum após a laserterapia, mas é geralmente transitória e pode ser tratada com terapia com hidroquinona pré e pós-tratamento.[52]Tannous Z. Fractional resurfacing. Clin Dermatol. 2007 Sep-Oct;25(5):480-6.
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