Prognóstico

Clínico

Muitas terapias medicamentosas atualmente disponíveis para o tratamento de miomas uterinos sintomáticos são eficazes para reduzir o tamanho dos miomas; com isso, melhoram significativamente os sintomas relacionados a eles. Contudo, o uso em longo prazo desses agentes em pacientes na pré-menopausa não é recomendado por causa dos graves efeitos adversos com o uso prolongado. Eles podem, no entanto, ser eficazmente empregados no pré-operatório para reduzir o tamanho do mioma e reduzir a anemia associada à menstruação antes de intervenção cirúrgica.[81]

Quando da cessação da terapia medicamentosa, um novo crescimento de miomas até o tamanho pré-tratamento ocorre relativamente rápido (em até 12 semanas no caso de agonistas do hormônio liberador de gonadotrofina, por exemplo), e os sintomas retornam.[65] As terapias medicamentosas também podem ser empregadas de forma útil em pacientes perimenopausadas a fim de preencher a lacuna de ocorrência de menopausa franca naturalmente, com melhora espontânea de sintomas relacionados a miomas em muitos casos.[72]

Cirúrgico

As cirurgias que poupam o útero, como a miomectomia e a embolização da artéria uterina, demonstraram ser eficazes no tratamento de sintomas relacionados a miomas, como a menorragia e aqueles relacionados ao volume uterino. Em uma compilação de cinco estudos que envolveram 285 pacientes submetidas a miomectomia para menorragia, 81% apresentaram redução ou resolução completa do sangramento intenso após a cirurgia.[23]

Há algumas evidências na literatura de que os miomas uterinos que distorcem a cavidade uterina podem contribuir para infertilidade e complicações da gestação, como trabalho de parto prematuro, descolamento prematuro da placenta, apresentação de nádegas e parto cesáreo.[9] Infelizmente, existe algum risco de recorrência de miomas (até 25%), que não varia de acordo com o tipo de cirurgia.[81] Em uma análise de sete estudos entre pacientes submetidas a miomectomia, foi detectada redução no aborto espontâneo de 41% para 19% após a cirurgia.[120] Achados similares foram observados em um estudo retrospectivo no qual as pacientes foram avaliadas antes de serem submetidas a miomectomia abdominal para miomas que não envolviam ou distorciam a cavidade uterina. Além da redução de perda fetal no primeiro trimestre, a perda no segundo trimestre foi reduzida de 17% para nenhuma após a cirurgia.[163]

Outro estudo comparando o desfecho clínico após miomectomia e embolização da artéria uterina (EAU) entre 3 e 5 anos depois da cirurgia apresentou taxa de 28% de terapia invasiva adicional para sintomas recorrentes no grupo da EAU.[73] Não há evidências suficientes comparando diferentes intervenções para miomas.[81]

A histerectomia continua a ser o tratamento mais bem-sucedido de miomas uterinos sintomáticos entre mulheres que não desejem a preservação uterina por causa de sua eficácia na melhora permanente dos sintomas relacionados a miomas.[164]

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