História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
presença de fatores de risco
Os fatores de risco incluem avanço da idade, etnia negra e sobrepeso.
Sangramento menstrual intenso
Estudos observacionais revelaram que os miomas uterinos estão associados a menorragia intensa e menstruação prolongada, com taxas entre 27% e 54%.[61] Um estudo de 2002 revelou taxa de 80% de menorragia intensa pré-operatória entre uma série de pacientes submetidas a embolização da artéria uterina ou miomectomia.[73]
massa pélvica central firme e irregular
Facilmente palpável no exame pélvico na ausência de obesidade classe III (IMC 40 ou superior).
Outros fatores diagnósticos
comuns
dor pélvica
Entre pacientes submetidas a miomectomia para miomas uterinos sintomáticos, 34% relatam história de dor pélvica com ou sem pressão e/ou dismenorreia.[23]
pressão pélvica
Entre pacientes submetidas a miomectomia para miomas uterinos sintomáticos, 34% relatam história de dor pélvica com ou sem pressão e/ou dismenorreia.[23]
dismenorreia
distensão abdominal
Uma série de 51 pacientes que foram submetidas a embolização da artéria uterina e 30 que foram submetidas a miomectomia foram contatadas no pós-operatório a fim de responder a pesquisa por correspondência que analisou os sintomas manifestos e a história clínica. Entre as 81 pacientes que concordaram em participar, 57% se queixaram de distensão abdominal antes da cirurgia.[73]
fadiga e perda de produtividade no trabalho
A fadiga e a perda de produtividade estão relacionadas à anemia ferropriva causada por sangramento intenso.
Incomuns
infertilidade
Em uma revisão de literatura de pacientes antes de miomectomia, 27% relataram infertilidade.[23]
Pacientes com miomas uterinos que sejam submucosos em localização e aqueles com componente na cavidade intrauterina apresentam aumento do risco de infertilidade.[74][75]
Em uma série pessoal de operações de grande porte para preservação ou melhora da fertilidade, apenas 2.4% envolveram realização de miomectomia em quem nenhuma outra causa de infertilidade fosse identificada. Em uma revisão de 18 estudos envolvendo pacientes nas quais a miomectomia foi realizada para infertilidade, 40% conceberam após a cirurgia.[23]
queixas urinárias
Em uma pesquisa por correspondência que analisou os sintomas manifestos e a história clínica antes da embolização da artéria uterina e da miomectomia, entre as 81 pacientes que concordaram em participar, 32% se queixaram de polaciúria antes da cirurgia.[73]
constipação
Em uma pesquisa por correspondência que analisou os sintomas manifestos e a história clínica antes da embolização da artéria uterina e da miomectomia, entre as 81 pacientes que concordaram em participar, 37% se queixaram de constipação antes da cirurgia.[73]
útero aumentado (contorno regular)
O útero simetricamente aumentado é mais comumente associado ao diagnóstico de adenomiose que ao de miomas uterinos.
dispareunia
Miomas uterinos podem tornar o sexo, especialmente o sexo penetrante, doloroso.
Fatores de risco
Fortes
aumento no peso da paciente
O risco de miomas uterinos aumenta em cerca de 21% para cada 10 kg de aumento no peso acima de 50 kg. O risco relativo correspondente para mulheres que pesam 70 kg ou mais foi de 2.82. O mecanismo de ação parece estar relacionado à anovulação induzida pelo peso e ao estrogênio sem oposição que a acompanha, bem como ao aumento na conversão periférica de androgênios em estrona nas pessoas obesas.[25] O estrogênio é um iniciador e promotor de miomas uterinos conhecido.[26]
idade na faixa dos 40 anos
Estudos demonstraram aumento progressivo com pico no intervalo de idade de 40 a 44 anos para taxas de histerectomia e diagnóstico de miomas uterinos seguido por declínio.[7][27] A incidência máxima para o diagnóstico de útero fibroide ocorre durante a 4ª década de vida, com incidência bruta de 22.5 por 1000 mulheres-anos.[7] A causa desse pico na 4ª década de vida pode ter diversas explicações, incluindo crescimento lento com atraso no início da sintomatologia ou, possivelmente, o efeito da instabilidade hormonal durante os anos de perimenopausa.[25]
etnia negra
Achados de um estudo de controle de caso revelaram que mulheres negras tiveram razão de chances de ter miomas 9.4 vezes maior comparadas a mulheres brancas, após ajuste de inúmeras variáveis conhecidas ou suspeitas de ter impacto sobre o desenvolvimento de miomas uterinos. Especula-se na literatura que as mulheres negras tenham tendência a processos de miomas que incluam entidades como elefantíase e queloides, envolvendo doenças proliferativas da pele e do miométrio.[28] Também foi detectado que a incidência de miomas uterinos entre mulheres negras na pré-menopausa é 2 a 3 vezes maior que para mulheres brancas.[7][27]
hipovitaminose de vitamina D
A deficiência sérica de vitamina D é agora um fator de risco consagrado para o desenvolvimento de miomas uterinos e pode explicar o perfil grave dessa doença em mulheres de descendência africana que tendem a sofrer de grande deficiência de vitamina D. Vários estudos de diferentes regiões do mundo mostraram que a deficiência de vitamina D está inversamente relacionada ao risco de miomas uterinos.[29][30]
Fracos
hipertensão
Existem evidências de uma fraca associação entre a doença hipertensiva e o desenvolvimento de miomas uterinos. Uma pesquisa prospectiva da coorte por correspondência demonstrou relação dose/resposta entre o aumento na pressão arterial diastólica e a incidência de miomas uterinos autorrelatados. Para cada 10 mmHg de aumento na pressão diastólica, houve aumento de 8% no diagnóstico de miomas uterinos entre mulheres com hipertensão não medicadas e aumento de 10% entre pacientes tomando medicamentos anti-hipertensivos.
A incidência também aumentou com a duração da doença hipertensiva; mulheres hipertensas foram 24% mais propensas a ter miomas uterinos que as pacientes com pressão arterial normal.[31]
Foi detectada associação similar entre a hipertensão e o diagnóstico relatado de miomas uterinos no estudo tipo caso-controle baseado em entrevistas. O mecanismo proposto para essa associação está baseado nas similaridades entre a proliferação no músculo liso, observada na produção de miomas, e a observada com placas ateromatosas induzidas por hipertensão.[28] Uma via comum de lesão e indução de proliferação ainda precisa ser elucidada.
menarca precoce (menos de 10 anos)
uso de contraceptivos orais (se iniciados antes dos 16 anos de idade)
nuliparidade
idade mais tenra ao primeiro parto
baixa ingestão de vitamina A
A vitamina A e seu metabólito ativo, o ácido all-trans-retinoico (mais conhecido como ácido retinoico), desempenham um papel na regulação do crescimento de miomas uterinos.[36] A ingestão alimentar de vitamina A está associada ao risco de mioma uterino, e a ingestão mais baixa de frutas e vegetais pode estar relacionada a maiores taxas de miomas uterinos.[37] Vale ressaltar que uma maior ingestão de vitamina A, particularmente se derivada de fontes animais (por exemplo, fígado e produtos lácteos), parece estar associada à diminuição do risco de miomas uterinos.[37]
alta ingestão alimentar de carne bovina e outras carnes vermelhas
Em um estudo tipo caso-controle, foi identificada fraca associação (razão de chances 1.7) entre pacientes com alta ingestão de carne bovina e outras carnes vermelhas versus aquelas com baixa ingestão.[38] Um mecanismo potencial para essa associação pode estar relacionado à biodisponibilidade alterada de estrogênios e progesteronas por diferentes grupos alimentares.[25]
exposição a hormônios sexuais
A maioria dos dados advém de estudos com animais.
Existem evidências suficientes, porém controversas, de uma associação em humanos.[39]
história menstrual
Há dados conflitantes em humanos quanto à contribuição da regularidade do ciclo menstrual, da duração do ciclo, da idade na menarca e do sangramento na dismenorreia e intermenstrual.[25]
tabagismo
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