Etiologia

A amebíase é transmitida pela ingestão do cisto da Entamoeba histolytica, que é encontrado em água ou alimentos contaminados por fezes. A transmissão também pode ocorrer diretamente por meio do ato sexual (principalmente pelo contato sexual oral-anal) ou do contato com objetos contaminados por fezes. Os cistos são ambientalmente estáveis, resistentes ao cloro e à dessecação.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Cisto de Entamoeba histolytica: coloração com iodo de amostra fecalReproduzido de Current Concepts (2003); usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@67d9874a[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Cisto de Entamoeba histolytica: não corado (A) e corado com iodo (B) após concentração de amostra fecal em formol-éter.Fotos originais do National Center for Global Health and Medicine, Tóquio, Japão. [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@45f81cb4

Fisiopatologia

Normalmente, o ciclo de vida da E histolytica começa com a ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes. A transmissão sexual pelo contato anal-oral também é possível.[11][16][17]​​​ A forma infectante do cisto do parasita sobrevive à passagem através do estômago e do intestino delgado. Ela se excista no lúmen intestinal, formando trofozoítos móveis e potencialmente invasores.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Ciclo de vida da Entamoeba histolyticaReproduzido de New England Journal of Medicine (2003); usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@35c74d3e

Na maioria das infecções, os trofozoítos se agregam à camada da mucosa intestinal e formam novos cistos, resultando em uma infecção autolimitada e assintomática. Entretanto, em alguns casos, a aderência da galactose/N-acetil-galactosamina (Gal/GalNAc) mediada por lecitina ao epitélio colônico e sua lise podem desencadear a invasão no cólon por trofozoítos.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Trofozoítos de Entamoeba histolytica: coloração tricrômica de amostra fecaisReproduzido de Clinical Infectious Diseases (1999); usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@23c53082[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Trofozoíto de Entamoeba histolytica com pseudópode (seta vermelha): amostra fecal direta não corada.Foto original do National Center for Global Health and Medicine, Tóquio, Japão. [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@34854b1b[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Ulcerações amebianas do cólon: úlceras colônicas variando de 1 mm a 2 mm de diâmetro na patologia macroscópicaReproduzido de New England Journal of Medicine (2003); usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7c5a623c

Os neutrófilos respondem à invasão e contribuem para o dano celular local. Quando o epitélio intestinal é invadido, pode haver disseminação extraintestinal para o peritônio, fígado e outros locais.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia torácica posteroanterior e perfil de um paciente com abscesso hepático amebiano: os achados da radiografia torácica incluem elevação da cúpula diafragmática direita e evidências de atelectasiaReproduzido de New England Journal of Medicine (2003); usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@183715be

Os fatores que controlam a invasão versus o encistamento incluem o "quorum sensing" de parasitas, sinalizado pelas interações Gal/GalNAc mediadas por lecitina das amebas com a flora bacteriana do intestino, e as respostas imunes inatas do hospedeiro e adquiridas.

Os trofozoítos estão sempre presentes no intestino dos pacientes com diarreia amebiana e disenteria (diarreia com sangue ou muco), e o diagnóstico deve se concentrar na identificação do parasita nas fezes por meio da detecção de antígenos ou pela resposta de anticorpos no soro contra o parasita invasor.[1][2]

A invasão dos trofozoítos através do epitélio intestinal ocasiona diarreia amebiana e colite. A invasão envolve um processo singular de mordedura do revestimento intestinal pelo parasita, denominado trogocitose amebiana.[18]

A disseminação hematogênica através do sistema venoso portal resulta em abscesso hepático amebiano e infecção em outros locais, como o cérebro, embora isso seja raro.[1][2][3][4][5]

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Abscesso cerebral de Entamoeba histolyticaReproduzido de Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene (2007); usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@33ae856c

Classificação

Classificação taxonômica[6]

Infecciosa:

  • Entamoeba histolytica

Comensal:

  • Entamoeba dispar

  • Entamoeba moshkovskii

  • Entamoeba bangladeshi

  • Entamoeba coli

  • Entamoeba hartmanni

  • Entamoeba polecki

  • Entamoeba gingivalis

Manifestações clínicas[2]

1. Colonização assintomática

  • Presença de E histolytica nas fezes na ausência de colite ou manifestações extraintestinais

2. Amebíase intestinal

3. Amebíase extraintestinal

  • Abscesso hepático amebiano

  • Abscesso esplênico

  • Empiema

  • Pericardite

  • Abscesso cerebral

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