Novos tratamentos

Mirikizumabe

O mirikizumab é um antagonista da interleucina (IL-23). Um estudo global de fase 3, multicêntrico, randomizado e duplo-cego (VIVID-1) estudou o mirikizumabe em pacientes com DC moderada a gravemente ativa e revelou que ele era seguro e eficaz como tratamento de indução e manutenção em pacientes que tiveram uma resposta inadequada, perderam a resposta ou eram intolerantes à terapia convencional ou a um tratamento biológico.[258]​ Tanto a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA quanto a European Medicines Agency (EMA) aprovaram o mirikizumabe para o tratamento da doença de Crohn (DC) moderada a gravemente ativa em adultos.

guselkumabe

O guselkumabe, outro antagonista da IL-23, é aprovado pela FDA e pela EMA para o tratamento de DC moderada a gravemente ativa. A aprovação é baseada nos resultados dos ensaios clínicos de fase 2/3 GALAXI, que avaliaram a indução intravenosa e a manutenção subcutânea de guselkumabe versus placebo, e do ensaio clínico de fase 3 GRAVITI, que avaliou a indução subcutânea e a manutenção de guselkumabe versus placebo.[259][260][261]​ Ambos os ensaios demonstraram desfechos clínicos e endoscópicos promissores quando comparados com o placebo, o que sugere que as opções de administração intravenosa e subcutânea podem ser oferecidas para pacientes com DC ativa moderada a grave.[262][263]

Moduladores do receptor de esfingosina-1-fosfato (S1P)

Constatou-se que os moduladores do receptor S1P (por exemplo, ozanimode, etrasimode) são eficazes na doença inflamatória intestinal para induzir remissão clínica e endoscópica e, em alguns casos, resposta histológica.[264]​ Em um estudo de fase 2 não controlado sobre pacientes com DC moderada a gravemente ativa, melhoras clínicas foram relatadas até 12 semanas após o início do ozanimode, um agente oral que visa seletivamente os subtipos 1 e 5 do receptor S1P.[265] Um estudo de fase 3 está em andamento.[266]​ O ozanimode e o etrasimode são atualmente aprovados para o manejo da colite ulcerativa, mas não da DC.

Transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas

Uma análise de dados agrupados de um ensaio clínico randomizado sugeriu que o transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) pode ter algum benefício clínico e endoscópico em pacientes com DC refratária não passíveis de cirurgia.[267] No entanto, o tratamento está associado a toxicidade significativa. Um estudo prospectivo concluiu que, embora o TCTH possa ser viável em pacientes com DC refratária, medidas extraordinárias de suporte são necessárias.[268] Um ensaio clínico randomizado e controlado multicêntrico está em andamento.[269]​ As células-tronco mesenquimais foram também testadas como tratamento para fístulas perianais, com resultados promissores.[270][271]

Terapia contra a tuberculose

Observações clínicas e patológicas sugeriram uma possível ligação entre a DC e micobactérias atípicas. Uma revisão Cochrane revelou que terapia antituberculosa pode ser benéfica para evitar a recidiva de DC em pacientes com doença quiescente. No entanto, o resultado é incerto e são necessários mais estudos para fornecer evidências de melhor qualidade.[272]

Dieta de exclusão da DC

Um pequeno estudo piloto relatou que a dieta de exclusão da DC, com ou sem nutrição enteral parcial, foi eficaz para a indução e a manutenção da remissão em adultos com DC leve ou moderada sem tratamento prévio com agentes biológicos.[273] Desde então, uma metanálise de 27 estudos revelou possíveis benefícios da nutrição enteral parcial para indução e manutenção da remissão na DC; no entanto, a certeza das evidências permanece baixa.[274]​A dieta de exclusão da DC tem alto teor de proteína e baixo teor de heme, glúten, gordura animal e aditivos. A dieta contém pectina, amido resistente e fibra. São necessários estudos clínicos randomizados de grande porte adicionais.

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