Abordagem

O diagnóstico e a gravidade são estabelecidos pelos sintomas e achados quantitativos na ecocardiografia.[10][11][12]

Apresentação

Não há características patognomônicas para diagnosticar a regurgitação mitral (RM) pela história; porém, dispneia ao esforço, ortopneia, dispneia paroxística noturna, edema dos membros inferiores, palpitações, fadiga e diaforese são sintomas manifestos comuns.

Os pacientes com RM aguda podem apresentar um aumento súbito e acentuado dos sintomas de insuficiência cardíaca congestiva, com fraqueza, fadiga, dispneia e, às vezes, insuficiência respiratória e choque.

Exame físico

A RM geralmente apresenta-se como um sopro holossistólico no ápice que se irradia para a axila. A RM crônica também está associada ao deslocamento lateral do impulso apical (com dilatação ventricular esquerda) e B1 diminuída.


Regurgitação mitral (grave)
Regurgitação mitral (grave)

Sons de ausculta: regurgitação mitral (grave)


Ecocardiograma transtorácico

Trata-se do exame definitivo para determinar a presença, gravidade e mecanismo de instabilidade, bem como para avaliar a função e o tamanho do ventrículo esquerdo, tamanho do átrio esquerdo, outras anormalidades valvares e a pressão sistólica no ventrículo direito.[10][11][13] Também é útil para avaliar mudanças seriais no tamanho e na função do ventrículo esquerdo e para avaliar o paciente após mudança nos sintomas. A medição da distensão longitudinal global do ventrículo esquerdo pode fornecer detecção mais precoce da disfunção sistólica do que a fração de ejeção e as evidências mostram que pode ter valor prognóstico incremental em pacientes com RM primária tratados com reparo cirúrgico.[10][11][14][15]

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corte apical de 3 câmaras de cardiomiopatia hipertrófica com movimento anterior sistólicoDo acervo de Samir Kapadia e Mehdi H. Shishehbor [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@4390571d[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corte apical de 4 câmaras de folheto mitral posterior instávelDo acervo de Samir Kapadia e Mehdi H. Shishehbor [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@401fbdec[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Visualização do eixo paraesternal longitudinal mostrando prolapso do folheto mitral posteriorDo acervo de Samir Kapadia e Mehdi H. Shishehbor [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@109cc7a6[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Prolapso do folheto P2 da valva mitral: visualização 2DDo acervo de Prakash P. Punjabi [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@42653008[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Prolapso do folheto P2 da valva mitral: visualização 3DDo acervo de Prakash P. Punjabi [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@2bd03462[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Valva mitral protética com regurgitação mitral intermitenteDo acervo de Prakash P. Punjabi [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@2338f524[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Valva mitral protética com regurgitação mitral intermitenteDo acervo de Prakash P. Punjabi [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@4270e995

Medições do fluxo

Para melhor avaliação da gravidade, pode-se usar mapeamento espacial, convergência do fluxo, padrões de velocidade da veia pulmonar, largura da vena contracta, densidade e forma por Doppler de ondas contínuas e quantificação dos volumes do fluxo valvar anterógrado. Em geral, usa-se uma média ponderada dos vários métodos.

O método da convergência de fluxo, também chamado de método da área da superfície de isovelocidade proximal, envolve o exame das imagens coloridas no lado ventricular esquerdo das imagens da valva mitral regurgitante.[16][17][18][19] Essa zona de convergência de fluxo é o local onde o sangue se acelera para passar pelo orifício regurgitante, quando sofre uma queda de pressão, da pressão ventricular esquerda à pressão atrial esquerda. A análise dessa zona de convergência, quando sua forma é hemisférica, permite o cálculo da área de superfície do hemisfério; ela calcula o tamanho real da lesão regurgitante, um parâmetro fundamental da integridade da valva, que pode ser menos dependente da carga que os outros métodos. Uma área do orifício regurgitante maior que 0.4 cm² indica uma regurgitação grave, enquanto que <0.2 cm² é considerada leve.

Os perfis de fluxo da veia pulmonar também são úteis para determinar a gravidade.[20] O padrão da veia pulmonar normal é que a velocidade de fluxo durante a sístole ventricular seja maior que a velocidade do fluxo anterógrado durante a diástole, um padrão que persiste na RM leve e às vezes na moderada. Conforme a regurgitação evolui, a velocidade sistólica da veia pulmonar diminui, com a velocidade sistólica menor que a diastólica, e às vezes com a cessação do fluxo sistólico. Em pacientes com a RM grave, o fluxo sistólico muitas vezes é invertido, com o fluxo saindo do átrio esquerdo durante a sístole ventricular. Isso ocorre devido à grande onda V da pressão atrial esquerda e uma inversão temporária do fluxo de volta para o parênquima pulmonar durante a sístole ventricular.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corte apical de 4 câmaras de regurgitação mitral 1-2+ posteriorDo acervo de Samir Kapadia e Mehdi H. Shishehbor [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@7bf093c[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corte apical de 4 câmaras de regurgitação mitral 4+ (grave) e uma grande área de superfície de isovelocidade proximalDo acervo de Samir Kapadia e Mehdi H. Shishehbor [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@1c14c5c6[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Corte apical de 4 câmaras de regurgitação mitral (RM) grave com uma área da superfície de isovelocidade proximalDo acervo de Samir Kapadia e Mehdi H. Shishehbor [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@618dc228

Ecocardiograma transesofágico

Pode ser necessário para melhor avaliação da gravidade e etiologia em raras ocasiões, quando o grau dos sintomas não corresponder aos achados da ecocardiografia transtorácica.[10][11][21] Além disso, a ecocardiografia transesofágica tridimensional fornece uma visão cirúrgica da valva mitral, o que pode auxiliar a discussão da equipe cardíaca sobre a estratégia de intervenção.[10][11] Muitas vezes, um ecocardiograma sob estresse é útil para determinar a gravidade e o impacto da doença na hemodinâmica do paciente durante o exercício.

eletrocardiograma (ECG)

Todos os pacientes precisam se submeter a um ECG como um exame de rotina, bem como para descobrir qualquer distúrbio de ritmo (por exemplo, fibrilação atrial).[13]

Cateterismo cardíaco e ressonância nuclear magnética cardíaca (RNMC)

O cateterismo cardíaco é usado quando a avaliação não invasiva é inconclusiva ou discordante dos achados clínicos.[10][11] Ele também é usado para verificar se há doença nas artérias coronárias. Os pacientes com suspeita de hipertensão pulmonar e/ou função ventricular esquerda ou direita deficientes devem ser submetidos a cateterismo cardíaco para calcular as pressões da artéria pulmonar e determinar o nível de hipertensão pulmonar.'

Os pacientes com função ventricular esquerda ou direita deficientes e/ou calcificação do folheto/anel mitral podem ser submetidos a uma RNMC. Dados iniciais do uso da RNMC mostraram que a fibrose miocárdica foi associada a morte súbita cardíaca e arritmias ventriculares na RM primária.[22]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal