Porfiria cutânea tardia
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
sem contraindicações à flebotomia
flebotomia repetida até atingir um nível-alvo de ferritina sérica
A porfiria cutânea tardia decorre da redução da atividade (<20% do normal) da uroporfirinogênio descarboxilase (UROD) no fígado. Isso ocorre quando o uroporfirinogênio é parcialmente oxidado para formar o uroporfometeno, que é um inibidor competitivo da UROD hepática. Por sua vez, isso resulta em um acúmulo de uroporfirina no fígado e outras porfirinas altamente carboxiladas, que são os substratos oxidados e intermediários de UROD. Essas porfirinas circulam no plasma e são excretadas por via renal.[3]Phillips JD, Bergonia HA, Reilly CA, et al. A porphomethene inhibitor of uroporphyrinogen decarboxylase causes porphyria cutanea tarda. Proc Natl Acad Sci USA. 2007 Jan;104:5079-84. http://www.pnas.org/content/104/12/5079.full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17360334?tool=bestpractice.com Como a porfiria cutânea tardia é uma doença relacionada ao ferro, a redução dos depósitos de ferro pela flebotomia repetida é eficaz, sendo o tratamento padrão na maioria dos centros.
A flebotomia também é preferida por alguns pacientes, porque não envolve os potenciais efeitos adversos da administração de medicamentos.
No entanto, é cara, inconveniente e às vezes mal tolerada. Ela é contraindicada em pacientes com anemia devido ao quadro clínico concomitante, pessoas com doença cardiopulmonar que podem ser comprometidas por uma queda modesta na hemoglobina e pessoas com acesso venoso insatisfatório ou pacientes com pré-síncope frequente após flebotomias.
A flebotomia de aproximadamente 450 mL a cada 2 semanas é em geral realizada até se atingir a meta desejada de ferritina sérica de 34-45 picomoles/L (15-20 nanogramas/mL); depois, a flebotomia é interrompida. Nos pacientes com insuficiência renal crônica/insuficiência renal em estágio terminal fazendo hemodiálise, se a flebotomia for administrada, ela deve ser de volume pequeno (aproximadamente 100 mL) e ter o suporte da administração de eritropoetina.
As porfirinas plasmáticas (e urinárias) caem com menos rapidez do que a ferritina. Portanto, o tratamento é geralmente concluído antes de que as porfirinas se tornem normais e as lesões cutâneas estejam completamente resolvidas.
Monitore a ferritina, o total de porfirinas plasmáticas e os hematócritos ou hemoglobinas enquanto o paciente estiver fazendo a flebotomia repetida.[16]Ratnaike S, Blake D, Campbell D, et al. Plasma ferritin levels as a guide to the treatment of porphyria cutanea tarda by venesection. Australas J Dermatol. 1988 Apr;29(1):3-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3250437?tool=bestpractice.com Se os hematócritos ou a hemoglobina estiverem muito baixos, espere cerca de 2 semanas para permitir o aumento dos hematócritos ou da hemoglobina antes de continuar a flebotomia.
Opções primárias
flebotomia: aproximadamente 450 mL a cada 2 semanas até atingir a meta desejada de ferritina sérica de 33-45 picomoles/L (15-20 nanogramas/mL)
remoção dos fatores de suscetibilidade
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
O manejo inclui identificação e, quando possível, remoção dos riscos de suscetibilidade para porfiria cutânea tardia (ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, tabagismo e terapia com estrogênio).
Aconselhe os pacientes a evitar a luz solar até que o total de porfirinas plasmáticas se torne normal. O betacaroteno e os bloqueadores solares não são efetivos.
Interromper o consumo de bebidas alcoólicas, o tabagismo e o tratamento com estrogênio pode acelerar a remissão, mas isso, geralmente, não é suficiente por si só.
A terapia com estrogênio pode ser retomada, caso seja clinicamente indicada depois que a porfiria cutânea tardia estiver em remissão.
eritropoetina e flebotomia de baixo volume
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Nos pacientes com porfiria cutânea tardia com insuficiência renal crônica/insuficiência renal em estágio terminal fazendo hemodiálise ou diálise peritoneal, a redução do ferro é realizada pela administração de eritropoetina (para corrigir a deficiência da mesma e restaurar a produção de eritrócitos pela medula óssea) para dar suporte às flebotomias de baixo volume (aproximadamente 100 mL) em cada sessão de hemodiálise.
A hidroxicloroquina e a cloroquina são contraindicadas nesse grupo de pacientes por sua ineficiência. Se o paciente tiver alguma contraindicação à flebotomia, a eritropoetina é fornecida e a decisão de realizar a flebotomia adicional de volume baixo será baseada na opinião do especialista, e levará em conta os níveis atuais de hemoglobina e de hematócrito do paciente.
Opções primárias
alfaepoetina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
ou
alfadarbepoetina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
terapia antiviral
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os antivirais de ação direta (DAAs) são altamente eficazes para o tratamento da hepatite C, e evidências limitadas sugerem que esse tratamento deve ser iniciado em pacientes com porfiria cutânea tardia com hepatite C sem primeiro tratamento com flebotomias ou hidroxicloroquina em baixa dose.[28]Combalia A, To-Figueras J, Laguno M, et al. Direct-acting antivirals for hepatitis C virus induce a rapid clinical and biochemical remission of porphyria cutanea tarda. Br J Dermatol. 2017 Nov;177(5):e183-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28369802?tool=bestpractice.com Há estudos atualmente em curso com o objetivo de comparar os tempos até a remissão e a durabilidade da terapia com DAAs com a flebotomia ou a hidroxicloroquina de baixa dose.[29]Singal AK, Venkata KVR, Jampana S, et al. Hepatitis C treatment in patients with porphyria cutanea tarda. Am J Med Sci. 2017 Jun;353(6):523-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28641714?tool=bestpractice.com Embora haja falta de evidências, alguns especialistas podem recomendar DAAs apenas para pacientes com porfiria cutânea tardia com hepatite C.
Consulte Hepatite C (Algoritmo de Tratamento).
terapia antirretroviral
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A infecção por HIV envolve potencialmente o risco de vida, principalmente se o tratamento for interrompido. Portanto, é importante continuar o tratamento para HIV concomitantemente ao tratamento da porfiria cutânea tardia. No entanto, se o paciente foi recém-diagnosticado com porfiria cutânea tardia e também HIV, a orientação deve ser solicitada a especialistas em doenças infecciosas sobre a decisão e a calendarização para iniciar a terapia antirretroviral.
flebotomia contraindicada ou mal tolerada
hidroxicloroquina ou cloroquina de baixa dose
Baixas doses de hidroxicloroquina ou cloroquina são recomendadas para pacientes nos quais a flebotomia é contraindicada, difícil ou mal tolerada.[22]Singal AK, Kormos-Hallberg C, Lee C, et al. Low-dose hydroxychloroquine is as effective as phlebotomy in treatment of patients with porphyria cutanea tarda. Clin Gastroenterol Hepatol. 2012 Dec;10(12):1402-9. http://www.cghjournal.org/article/S1542-3565(12)01052-X/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22985607?tool=bestpractice.com [23]Ashton RE, Hawk JL, Magnus IA. Low-dose oral chloroquine in the treatment of porphyria cutanea tarda. Br J Dermatol. 1984 Nov;111(5):609-13. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6498093?tool=bestpractice.com [24]Valls V, Ena J, Enriquez-De-Salamanca R. Low-dose oral chloroquine in patients with porphyria cutanea tarda and low-moderate iron overload. J Dermatol Sci. 1994 Jun;7(3):169-75. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7918235?tool=bestpractice.com [25]Freesemann A, Frank M, Sieg I, et al. Treatment of porphyria cutanea tarda by the effect of chloroquine on the liver. Skin Pharmacol. 1995;8(3):156-61. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7632437?tool=bestpractice.com [26]Malkinson FD, Levitt L. Hydroxychloroquine treatment of porphyria cutanea tarda. Arch Dermatol. 1980 Oct;116(10):1147-50. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7425660?tool=bestpractice.com
As doses habituais não são usadas, porque elas podem causar danos hepáticos transitórios, porém às vezes graves, e o agravamento da fotossensibilidade. A hidroxicloroquina tem um perfil de segurança melhor que a cloroquina.
O tratamento é contraindicado em pacientes com doença renal em estágio terminal, elevações significativas da ferritina sérica (>1100 picomoles/L [500 nanogramas/mL]), doença hepática avançada, uso excessivo continuado de bebidas alcoólicas, doença renal em estágio terminal, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) ou intolerância a esses medicamentos.
A avaliação oftalmológica é recomendada antes e em intervalos de 12 meses durante o tratamento.
O esquema de baixa dose é continuado até que as porfirinas plasmáticas fiquem normais por cerca de 3 meses; depois desse período, ele pode ser descontinuado.
A hidroxicloroquina de baixa dose geralmente é tão eficaz quanto a flebotomia para tratamento da porfiria cutânea tardia, mas estudos mais longos são necessários para comparar taxas de recidiva.[22]Singal AK, Kormos-Hallberg C, Lee C, et al. Low-dose hydroxychloroquine is as effective as phlebotomy in treatment of patients with porphyria cutanea tarda. Clin Gastroenterol Hepatol. 2012 Dec;10(12):1402-9. http://www.cghjournal.org/article/S1542-3565(12)01052-X/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22985607?tool=bestpractice.com [27]Sood G, Anderson KE. Porphyrias. In: Crowther MA, Ginsberg J, Schunemann H, et al, eds. Evidence-based hematology. Hoboken, NJ: Wiley; 2008:229-37.
Opções primárias
fosfato de cloroquina: 150 mg por via oral duas vezes por semana
ou
hidroxicloroquina: 100 mg por via oral duas vezes por semana
remoção dos fatores de suscetibilidade
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
O manejo inclui identificação e, quando possível, remoção dos riscos de suscetibilidade para porfiria cutânea tardia (ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, tabagismo e terapia com estrogênio).
Os pacientes são aconselhados a evitar a luz solar até que o total de porfirinas plasmáticas torne-se normal. O betacaroteno e os bloqueadores solares não são efetivos.
Interromper o consumo de bebidas alcoólicas, o tabagismo e o tratamento com estrogênio pode acelerar a remissão, mas isso, geralmente, não é suficiente por si só.
A terapia com estrogênio pode ser retomada, caso seja clinicamente indicada depois que a porfiria cutânea tardia estiver em remissão.
terapia antiviral
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os antivirais de ação direta (DAAs) são altamente eficazes para o tratamento da hepatite C, e evidências limitadas sugerem que esse tratamento deve ser iniciado em pacientes com porfiria cutânea tardia com hepatite C sem primeiro tratamento com flebotomias ou hidroxicloroquina em baixa dose.[28]Combalia A, To-Figueras J, Laguno M, et al. Direct-acting antivirals for hepatitis C virus induce a rapid clinical and biochemical remission of porphyria cutanea tarda. Br J Dermatol. 2017 Nov;177(5):e183-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28369802?tool=bestpractice.com Há estudos atualmente em curso com o objetivo de comparar os tempos até a remissão e a durabilidade da terapia com DAAs com a flebotomia ou a hidroxicloroquina de baixa dose.[29]Singal AK, Venkata KVR, Jampana S, et al. Hepatitis C treatment in patients with porphyria cutanea tarda. Am J Med Sci. 2017 Jun;353(6):523-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28641714?tool=bestpractice.com Embora haja falta de evidências, alguns especialistas podem recomendar DAAs apenas para pacientes com porfiria cutânea tardia com hepatite C.
Consulte Hepatite C (Algoritmo de Tratamento).
terapia antirretroviral
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A infecção por HIV envolve potencialmente o risco de vida, principalmente se o tratamento for interrompido. Portanto, é importante continuar o tratamento para HIV concomitantemente ao tratamento da porfiria cutânea tardia. No entanto, se o paciente foi recém-diagnosticado com porfiria cutânea tardia e também HIV, a orientação deve ser solicitada a especialistas em doenças infecciosas sobre a decisão e a calendarização para iniciar a terapia antirretroviral.
recidiva após remissão
tratamento repetido
De acordo com sensibilidades do paciente ao tratamento, as recidivas da porfiria cutânea tardia devem ser tratadas com flebotomias ou baixa dose de hidroxicloroquina.
remoção dos fatores de suscetibilidade
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
O manejo inclui identificação e, quando possível, remoção dos riscos de suscetibilidade para porfiria cutânea tardia (ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, tabagismo e terapia com estrogênio).
Os pacientes são aconselhados a evitar a luz solar até que o total de porfirinas plasmáticas torne-se normal. O betacaroteno e os bloqueadores solares não são efetivos.
Interromper o consumo de bebidas alcoólicas, o tabagismo e o tratamento com estrogênio pode acelerar a remissão, mas isso, geralmente, não é suficiente por si só.
A terapia com estrogênio pode ser retomada, caso seja clinicamente indicada depois que a porfiria cutânea tardia estiver em remissão.
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