Intoxicação alimentar
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
doença leve a moderada
hidratação oral
A reidratação oral é alcançada por meio da administração de líquidos claros e soluções contendo sódio e glicose. Uma solução de reidratação oral (SRO) simples pode ser composta de 1 colher de chá de sal e 4 colheres de chá de açúcar adicionadas a 1 L de água.
A SRO promove o transporte conjunto de glicose, sódio e água pelo epitélio intestinal, um mecanismo não afetado na cólera.
A Organização Mundial da Saúde recomenda uma SRO com osmolaridade reduzida contendo 2.6 g/L de cloreto de sódio, 13.5 g/L de glicose, 1.5 g/L de cloreto de potássio, 2.9 g/L de citrato trissódico (75 mmol/L de sódio, 65 mmol/L de cloreto, 75 mmol/L de glicose anidra, 20 mmol/L de potássio, 10 mmol/L de citrato).[40]Shane AL, Mody RK, Crump JA, et al. 2017 Infectious Diseases Society of America clinical practice guidelines for the diagnosis and management of infectious diarrhea. Clin Infect Dis. 2017 Nov 29;65(12):e45-80. https://academic.oup.com/cid/article/65/12/e45/4557073 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29053792?tool=bestpractice.com [50]World Health Organization. Implementing the new recommendations on the clinical management of diarrhoea. Jan 2006 [internet publication]. https://www.who.int/publications/i/item/9241594217 Se o citrato trissódico não estiver disponível, a SRO padrão da OMS pode ser usada, a qual contém 3.5 g de cloreto de sódio, 2.5 g de bicarbonato de sódio, 1.5 g de cloreto de potássio e 20 g de glicose para cada litro de água.
antidiarreico
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O valor dos antidiarreicos (por exemplo, loperamida, difenoxilato/atropina) nos pacientes com diarreia leve a moderada está sendo discutido. Eles podem ser oferecidos aos pacientes nos quais a diarreia interferir em sua capacidade de trabalhar, ou àqueles com diarreia do viajante.[51]Riddle MS, Arnold S, Tribble DR. Effect of adjunctive loperamide in combination with antibiotics on treatment outcomes in traveler's diarrhea: a systematic review and meta-analysis. Clin Infect Dis. 2008 Oct 15;47(8):1007-14. http://cid.oxfordjournals.org/content/47/8/1007.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18781873?tool=bestpractice.com [52]Riddle MS, Connor BA, Beeching NJ, et al. Guidelines for the prevention and treatment of travelers' diarrhea: a graded expert panel report. J Travel Med. 2017 Apr 1;24(suppl 1):S57-74. https://academic.oup.com/jtm/article/24/suppl_1/S63/3782742 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28521004?tool=bestpractice.com
Os adsorventes (por exemplo, o hidróxido de alumínio) ajudam os pacientes a ter mais controle sobre o tempo de defecação, mas não alteram a evolução da doença nem reduzem a perda de líquidos. Agentes antissecretórios (por exemplo, o bismuto) podem ser úteis.[53]Centers for Disease Control and Prevention. Food safety: information for healthcare professionals. Jun 2020 [internet publication]. https://www.cdc.gov/foodsafety/groups/healthcare-professionals.html
Os adsorventes podem diminuir a absorção de medicamentos como digoxina, clindamicina, tetraciclinas e penicilaminas.
Em pacientes com sintomas leves, a loperamida é segura e eficaz.[40]Shane AL, Mody RK, Crump JA, et al. 2017 Infectious Diseases Society of America clinical practice guidelines for the diagnosis and management of infectious diarrhea. Clin Infect Dis. 2017 Nov 29;65(12):e45-80. https://academic.oup.com/cid/article/65/12/e45/4557073 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29053792?tool=bestpractice.com Quando houver suspeita de patógenos invasivos, os antidiarreicos direcionados à motilidade devem ser evitados de maneira geral.
A diminuição da motilidade intestinal em pacientes que estejam tomando difenoxilato/atropina pode ser prejudicial àqueles com diarreia resultante dos organismos Shigella ou Salmonella.
Opções primárias
hidróxido de alumínio: consulte a bula do produto para obter orientações quanto à dose
ou
subsalicilato de bismuto: consulte a bula do produto para obter orientações quanto à dose
ou
difenoxilato/atropina: 5 mg por via oral a cada 6-12 horas quando necessário, máximo de 20 mg/dia
Mais difenoxilato/atropinaA dose se refere ao componente difenoxilato.
ou
loperamida: 4 mg por via oral, para a primeira dose, seguidos por 2 mg após fezes soltas, máximo de 16 mg/dia
antiemético
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os antieméticos (por exemplo, metoclopramida, ondansetrona) não são indicados para a diarreia infecciosa, mas podem ser usados se houver vômitos significativos para facilitar a reidratação oral.[40]Shane AL, Mody RK, Crump JA, et al. 2017 Infectious Diseases Society of America clinical practice guidelines for the diagnosis and management of infectious diarrhea. Clin Infect Dis. 2017 Nov 29;65(12):e45-80. https://academic.oup.com/cid/article/65/12/e45/4557073 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29053792?tool=bestpractice.com
A metoclopramida deve ser usada por até 5 dias somente para minimizar o risco de efeitos adversos neurológicos ou outros efeitos adversos.[67]European Medicines Agency. EMA recommends changes to the use of metoclopramide. Jul 2013 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/news/european-medicines-agency-recommends-changes-use-metoclopramide
Opções primárias
metoclopramida: 10 mg por via oral/intramuscular/intravenosa a cada 8 horas quando necessário durante, no máximo, 5 dias; máximo de 30 mg/dia
ou
ondansetrona: 8 mg por via oral/intravenosa a cada 8 horas quando necessário
doença grave
reidratação intravenosa
Solução de Ringer lactato ou solução de soro fisiológico (cloreto de sódio a 0.9%). Ambos os líquidos são essencialmente isotônicos e têm propriedades restauradoras de volume equivalentes. Mesmo existindo algumas diferenças entre as alterações metabólicas observadas na administração de grandes quantidades de ambos os líquidos, para fins práticos e na maioria das situações, as diferenças são clinicamente irrelevantes. Não existem diferenças demonstráveis no efeito hemodinâmico, na morbidade ou na mortalidade entre as ressuscitações com o uso de uma solução de soro fisiológico ou uma solução de Ringer lactato.[54]Dong WH, Yan WQ, Song X, et al. Fluid resuscitation with balanced crystalloids versus normal saline in critically ill patients: a systematic review and meta-analysis. Scand J Trauma Resusc Emerg Med. 2022 Apr 18;30(1):28. https://sjtrem.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13049-022-01015-3 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35436929?tool=bestpractice.com
As soluções intravenosas são indicadas em pacientes que estão gravemente desidratados ou com vômitos intensos.
Geralmente, a reidratação pode ser feita com rapidez e sem complicações. Por exemplo, se houver 10% de desidratação em um adulto com 75 kg, e o deficit líquido for de 5 a 7 L, o volume pode ser administrado por 2 a 4 horas (ou seja, 2-4 L/h).
Como o efluente fecal geralmente contém 70 mmol/L de potássio, a depleção de potássio pode ocorrer e pode provavelmente precisar de substituição, mas não exceder 10 mEq/hora administrados por via intravenosa.
antiemético
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os antieméticos (por exemplo, metoclopramida, ondansetrona) não são indicados para a diarreia infecciosa, mas podem ser usados se houver vômitos significativos para facilitar a reidratação oral.[40]Shane AL, Mody RK, Crump JA, et al. 2017 Infectious Diseases Society of America clinical practice guidelines for the diagnosis and management of infectious diarrhea. Clin Infect Dis. 2017 Nov 29;65(12):e45-80. https://academic.oup.com/cid/article/65/12/e45/4557073 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29053792?tool=bestpractice.com
A metoclopramida deve ser usada por até 5 dias somente para minimizar o risco de efeitos adversos neurológicos ou outros efeitos adversos.[67]European Medicines Agency. EMA recommends changes to the use of metoclopramide. Jul 2013 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/news/european-medicines-agency-recommends-changes-use-metoclopramide
Opções primárias
metoclopramida: 10 mg por via oral/intramuscular/intravenosa a cada 8 horas quando necessário durante, no máximo, 5 dias; máximo de 30 mg/dia
ou
ondansetrona: 8 mg por via oral/intravenosa a cada 8 horas quando necessário
antibioticoterapia empírica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A antibioticoterapia empírica só é administrada se houver evidências de disenteria bacilar por cultura. Ela não é recomendada em países desenvolvidos, a menos que haja evidências confirmadas por cultura de infecção por Shigella ou um evidente surto de shigelose.[40]Shane AL, Mody RK, Crump JA, et al. 2017 Infectious Diseases Society of America clinical practice guidelines for the diagnosis and management of infectious diarrhea. Clin Infect Dis. 2017 Nov 29;65(12):e45-80. https://academic.oup.com/cid/article/65/12/e45/4557073 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29053792?tool=bestpractice.com [55]Riddle MS, DuPont HL, Connor BA. ACG Clinical guideline: diagnosis, treatment, and prevention of acute diarrheal infections in adults. Am J Gastroenterol. 2016 May;111(5):602-22. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2016/05000/acg_clinical_guideline__diagnosis,_treatment,_and.14.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27068718?tool=bestpractice.com
Na ausência de disenteria, antibióticos só devem ser administrados após a confirmação de um diagnóstico microbiológico e a exclusão de Escherichia coli entero-hemorrágica, produtora da toxina shiga (por exemplo, O157:H7). Não há evidências de que o tratamento com antibióticos seja útil para a E coli entero-hemorrágica produtora da toxina shiga, e a ingestão de antibióticos pode aumentar o risco de síndrome hemolítico-urêmica.[57]World Health Organization. Enterohaemorrhagic Escherichia coli (EHEC). Feb 2018 [internet publication]. http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs125/en [58]Tarr PI, Gordon CA, Chandler WL. Shiga-toxin-producing Escherichia coli and haemolytic uraemic syndrome. Lancet. 2005 Mar 19-25;365(9464):1073-86. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15781103?tool=bestpractice.com
Caso seja administrada, a terapêutica antimicrobiana empírica deve ser abrangente e se estender a todos os possíveis patógenos no contexto do cenário clínico.
Pacientes com diarreia por mais de 3 dias e febre, dor abdominal, vômitos, cefaleia ou mialgias devem ser tratados com um agente que abranja os organismos Shigella (por exemplo, fluoroquinolona). A maioria dos regimes para Shigella são de dose única ou, no máximo, por 3 dias. Pacientes imunocomprometidos podem requerer agentes antimicrobianos mais agressivos e específicos, e por uma duração mais longa.
As fluoroquinolonas, como o ciprofloxacino, têm sido associadas a efeitos adversos graves, incapacitantes e potencialmente irreversíveis, inclusive tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos sobre os sistemas musculoesquelético ou nervoso.[59]European Medicines Agency. Quinolone- and fluoroquinolone-containing medicinal products. Mar 2019 [internet publication]. https://www.ema.europa.eu/en/medicines/human/referrals/quinolone-fluoroquinolone-containing-medicinal-products Além disso, a Food and Drug Administration dos EUA emitiu avisos sobre o aumento do risco de dissecção de aorta, hipoglicemia significativa e efeitos adversos para a saúde mental em pacientes que tomam fluoroquinolonas.[60]US Food and Drug Administration. FDA drug safety communication: FDA warns about increased risk of ruptures or tears in the aorta blood vessel with fluoroquinolone antibiotics in certain patients. Dec 2018 [internet publication]. https://www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/ucm628753.htm [61]US Food and Drug Administration. FDA reinforces safety information about serious low blood sugar levels and mental health side effects with fluoroquinolone antibiotics; requires label changes. Jul 2018 [internet publication]. https://www.fda.gov/Drugs/DrugSafety/ucm611032.htm
A prescrição de rotina de antibioticoterapia para a infecção por Shigella não é recomendada; a antibioticoterapia é reservada para quando é clinicamente indicada ou quando funcionários da saúde pública aconselham o tratamento no contexto de um surto.[62]Centers for Disease Control and Prevention. Emergency preparedness and response: increase in extensively drug-resistant Shigellosis in the United States. Feb 2023 [internet publication]. https://emergency.cdc.gov/han/2023/han00486.asp
No caso de Campylobacter, se os antibióticos não forem administrados rapidamente (dentro de 72 horas), eles não farão efeito. Além disso, a resistência de Campylobacter às fluoroquinolonas é comum, então os macrolídeos (por exemplo, azitromicina, eritromicina) geralmente são preferíveis.[40]Shane AL, Mody RK, Crump JA, et al. 2017 Infectious Diseases Society of America clinical practice guidelines for the diagnosis and management of infectious diarrhea. Clin Infect Dis. 2017 Nov 29;65(12):e45-80. https://academic.oup.com/cid/article/65/12/e45/4557073 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29053792?tool=bestpractice.com [55]Riddle MS, DuPont HL, Connor BA. ACG Clinical guideline: diagnosis, treatment, and prevention of acute diarrheal infections in adults. Am J Gastroenterol. 2016 May;111(5):602-22. https://journals.lww.com/ajg/fulltext/2016/05000/acg_clinical_guideline__diagnosis,_treatment,_and.14.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27068718?tool=bestpractice.com As fluoroquinolonas são recomendadas para a infecção por Campylobacter apenas quando se considera inadequado o uso dos outros antibióticos comumente recomendados.
Se a provável causa de um paciente doente com diarreia, na ausência de sangue, for diarreia associada a Clostridioides difficile (antes conhecido como Clostridium difficile) ou sepse intra-abdominal, será necessário administrar uma terapia empírica que abranja anaeróbios (por exemplo, metronidazol ou amoxicilina/ácido clavulânico).
A infecção enterotoxigênica por E coli (ETEC) (diarreia do viajante) é principalmente autolimitada, mas pode ser indicativa para antibióticos empíricos, como as fluoroquinolonas. Os antibióticos devem ser oferecidos para pacientes com sintomas graves, geralmente enquanto os pacientes ainda estão em viagem, quando é possível encurtar a duração da doença.[52]Riddle MS, Connor BA, Beeching NJ, et al. Guidelines for the prevention and treatment of travelers' diarrhea: a graded expert panel report. J Travel Med. 2017 Apr 1;24(suppl 1):S57-74. https://academic.oup.com/jtm/article/24/suppl_1/S63/3782742 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28521004?tool=bestpractice.com [63]Ternhag A, Asikainen T, Giesecke J, et al. A meta-analysis on the effects of antibiotic treatment on duration of symptoms caused by infection with Campylobacter species. Clin Infect Dis. 2007 Mar 1;44(5):696-700. http://cid.oxfordjournals.org/content/44/5/696.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17278062?tool=bestpractice.com
A maioria dos antibióticos são administrados por 5 a 10 dias (exceto a azitromicina, que geralmente é administrada por 3 dias), dependendo do patógeno suspeitado ou isolado. Os pacientes imunocomprometidos podem requerer agentes antimicrobianos mais agressivos e específicos, e por uma duração mais longa.
Todas as terapêuticas antimicrobianas específicas devem ser discutidas com os especialistas em doenças infecciosas/microbiológicas locais a fim de determinar os padrões de sensibilidade locais. A evolução da doença deve ser monitorada regularmente a fim de garantir que o tratamento empírico está sendo eficaz.
Opções primárias
ciprofloxacino: 500 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
azitromicina: 500 mg por via oral uma vez ao dia por 3 dias
ou
eritromicina base: 500 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
metronidazol: 500 mg por via oral três vezes ao dia
ou
amoxicilina/ácido clavulânico: 500 mg por via oral três vezes ao dia
Mais amoxicilina/ácido clavulânicoA dose se refere ao componente amoxicilina.
suspeita de botulismo de origem alimentar
antitoxina + cuidados de suporte
A toxina produzida pelo Clostridium botulinum causa sintomas.
Notificável; discuta com as autoridades locais/Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) para o suprimento de antitoxina.
A administração imediata de antitoxina é essencial. Consulte Botulismo (algoritmo de tratamento).
Os cuidados de suporte são a base da terapia para o botulismo.[49]Rao AK, Sobel J, Chatham-Stephens K, et al. Clinical guidelines for diagnosis and treatment of botulism, 2021. MMWR Recomm Rep. 2021 May 7;70(2):1-30. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8112830 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33956777?tool=bestpractice.com
Pacientes com suspeita ou confirmação de botulismo devem ser submetidos a avaliações em série da capacidade vital na unidade de terapia intensiva. Além disso, os pacientes devem ser avaliados para a adequação dos reflexos de vômito e tosse, controle das secreções orofaríngeas, saturação de oxigênio e força de inspiração. Deve-se considerar a ventilação mecânica para qualquer paciente com comprometimento das vias aéreas superiores (em decorrência da paralisia dos músculos faríngeos) ou um declínio na capacidade vital.
Pode-se tentar uma lavagem gástrica se a exposição alimentar tiver sido recente, mas somente se intubado, a fim de evitar aspiração. Na ausência de íleo paralítico, os enemas podem ser usados para eliminar toxinas não absorvidas do trato gastrointestinal.
organismo infeccioso conhecido
cuidados de suporte ± terapêutica antimicrobiana direcionada
Todos os pacientes devem receber cuidados de suporte, os quais consistem em hidratação (hidratação intravenosa e/ou solução de reidratação oral, dependendo da gravidade da doença) e medicamentos anti-enjoo para os pacientes que não conseguirem reter os líquidos. Oriente os pacientes a procurarem ajuda médica se não apresentarem melhora ou tiverem um débito urinário reduzido.
A seleção do antimicrobiano deve ser orientada pela sensibilidade da cultura, quando obtida. Quando há forte suspeita de um patógeno específico, ou confirmação por cultura, o tratamento deve ser direcionado conforme apropriado.
Consulte Infecção por Shigella (algoritmo de tratamento).
Consulte Salmonelose (algoritmo de tratamento) (Salmonella não tifoide).
Consulte Infecção tifoide (algoritmo de tratamento).
Consulte Infecção por E coli de origem alimentar (algoritmo de tratamento).
Consulte Infecção por Campylobacter (algoritmo de tratamento).
Consulte Infecção por yersínia (algoritmo de tratamento).
Consulte Cólera (algoritmo de tratamento).
Consulte Infecções por Vibrio não colérico (algoritmo de tratamento).
Consulte Giardíase (algoritmo de tratamento).
Consulte Criptosporidiose (algoritmo de tratamento).
Consulte Amebíase (algoritmo de tratamento).
Consulte Listeriose (algoritmo de tratamento).
Consulte Brucelose (algoritmo de tratamento).
Consulte Botulismo (algoritmo de tratamento).
Geralmente, a infecção por S aureus que causa vômitos induzidos por enterotoxina é autolimitada e requer apenas tratamento de suporte. Se associada com bacteremia, deve-se procurar aconselhamento de um especialista em microbiologia/doenças infecciosas.
Geralmente, a infecção por Cystoisospora belli (antes Isospora belli) é autolimitada nos pacientes imunocompetentes; no entanto, a antibioticoterapia pode ser necessária em alguns pacientes. A consulta com um especialista é recomendada para os pacientes com imunossupressão, pois esses pacientes podem precisar de doses maiores e uma duração mais prolongada do tratamento.[64]Centers for Disease Control and Prevention. Parasites - Cystoisosporiasis (formerly known as Isosporiasis). May 2020 [internet publication. https://www.cdc.gov/parasites/cystoisospora/health_professionals/index.html [65]National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention, HIV Medicine Association, and Infectious Diseases Society of America. Panel on Guidelines for the Prevention and Treatment of Opportunistic Infections in Adults and Adolescents with HIV. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV: Cystoisosporiasis (formerly Isosporiasis). 2015 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-adult-and-adolescent-opportunistic-infections/cystoisosporiasis
Normalmente os pacientes com infecção por microsporídia que estão imunocomprometidos são tratados com albendazol, mas as orientações de um especialista podem ser necessárias, pois o albendazol não trata todas as espécies.[66]National Institutes of Health, Centers for Disease Control and Prevention, HIV Medicine Association, and Infectious Diseases Society of America. Panel on Guidelines for the Prevention and Treatment of Opportunistic Infections in Adults and Adolescents with HIV. Guidelines for the prevention and treatment of opportunistic infections in adults and adolescents with HIV: Microsporidiosis. 2023 [internet publication]. https://clinicalinfo.hiv.gov/en/guidelines/hiv-clinical-guidelines-adult-and-adolescent-opportunistic-infections/microsporidiosis Os pacientes imunocompetentes geralmente não requerem tratamento com antimicrobianos.
A esquistossomose geralmente é tratada com praziquantel; entretanto, deve-se buscar a orientação de um especialista, pois a dosagem varia a depender da espécie do parasita.[5]Fürst T, Sayasone S, Odermatt P, et al. Manifestation, diagnosis, and management of foodborne trematodiasis. BMJ. 2012 Jun 26;344:e4093. http://www.bmj.com/content/344/bmj.e4093.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22736467?tool=bestpractice.com O triclabendazol é recomendado para espécies de Fasciola; entretanto, ele não está disponível em alguns países. Consulte também Esquistossomose (Algoritmo de tratamento).
Todas as terapêuticas antimicrobianas específicas devem ser discutidas com os especialistas em doenças infecciosas/microbiológicas locais a fim de determinar os padrões de sensibilidade locais.
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