Trombocitopenia imune
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
todos os pacientes (criança ou adulto): com sangramento com risco de vida ou risco aos órgãos
IGIV associada a corticosteroide e transfusão de plaquetas
Todos os adultos e crianças com sangramento com risco à vida ou a órgãos, independentemente da contagem plaquetária, necessitam de tratamento de emergência com uma combinação de transfusão de plaquetas, um corticosteroide e imunoglobulina intravenosa (IGIV).
Um sangramento decorrente da trombocitopenia imune com risco à vida ou a órgãos pode ocorrer em um sítio anatômico (por exemplo, intracraniano, intraespinhal, intraocular, retroperitoneal, pericárdico ou intramuscular com síndrome compartimental) ou ser um sangramento que resulte em instabilidade hemodinâmica ou comprometimento respiratório.[29]Sirotich E, Guyatt G, Gabe C, et al. Definition of a critical bleed in patients with immune thrombocytopenia: communication from the ISTH SSC Subcommittee on platelet immunology. J Thromb Haemost. 2021 Aug;19(8):2082-8. https://www.jthjournal.org/article/S1538-7836(22)01853-0/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34327824?tool=bestpractice.com
O tratamento de emergência pode demorar 1-5 dias para surtir efeito, e geralmente dura 2-4 semanas, independente de o paciente ter tido ou não uma esplenectomia prévia.
Embora as plaquetas provavelmente sejam rapidamente destruídas durante a transfusão, há evidências que sugerem que pacientes com sangramento ativo respondem transitoriamente à transfusão.[30]Carr JM, Kruskall MS, Kaye JA, et al. Efficacy of platelet transfusions in immune thrombocytopenia. Am J Med. 1986 Jun;80(6):1051-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3728504?tool=bestpractice.com A IGIV pode prolongar a sobrevida das plaquetas; portanto, a transfusão de plaquetas pode ser mais eficaz se administrada após a infusão de IGIV.[31]Baumann MA, Menitove JE, Aster RH, et al. Urgent treatment of idiopathic thrombocytopenic purpura with single-dose gammaglobulin infusion followed by platelet transfusion. Ann Intern Med. 1986 Jun;104(6):808-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2422997?tool=bestpractice.com
Os pacientes podem responder a doses repetidas, mas essa resposta pode diminuir ao longo do tempo.
Opções primárias
imunoglobulina humana normal: crianças e adultos: 1 g/kg por via intravenosa em dose única, uma segunda dose pode ser administrada se houver uma resposta fraca ao tratamento inicial
--E--
prednisolona: crianças: 2-4 mg/kg/dia por via oral administrados em 3-4 doses fracionadas por 5-7 dias, máximo de 120 mg/dia; adultos: 0.5 a 2 mg/kg/dia por via oral durante 1-3 semanas seguido por uma redução gradual, máximo de 80 mg/dia
ou
succinato sódico de metilprednisolona: crianças: 30 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas por 3 dias, seguidos por tratamento com corticosteroide oral conforme indicação clínica, máximo de 1000 mg/dose; adultos: 1000 mg por via intravenosa a cada 24 horas por 3 dias, seguidos por tratamento com corticosteroide oral conforme a indicação clínica
ou
dexametasona: crianças: 0.6 mg/kg por via oral uma vez ao dia por 4 dias, pode-se repetir o ciclo, máximo de 40 mg/dia; adultos: 40 mg por via oral uma vez ao dia por 4 dias, pode-se repetir o ciclo
agonista do receptor de trombopoetina
Os agonistas do receptor de trombopoetina não agem com rapidez suficiente para desempenhar um papel no tratamento de emergência inicial, mas podem ser considerados como uma opção subsequente se a resposta ao tratamento de emergência for inadequada, ou podem ser considerados concomitantemente com o tratamento de emergência para proporcionar benefícios mais duradouros e prevenir recidivas.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [32]Zitek T, Weber L, Pinzon D, et al. Assessment and management of immune thrombocytopenia (ITP) in the emergency department: current perspectives. Open Access Emerg Med. 2022;14:25-34. https://www.dovepress.com/assessment-and-management-of-immune-thrombocytopenia-itp-in-the-emerge-peer-reviewed-fulltext-article-OAEM http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35125895?tool=bestpractice.com [33]Liu XG, Hou Y, Hou M. How we treat primary immune thrombocytopenia in adults. J Hematol Oncol. 2023 Jan 19;16(1):4. https://jhoonline.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13045-023-01401-z http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36658588?tool=bestpractice.com
Opções primárias
eltrombopague: crianças com 1-5 anos de idade: 25 a 75 mg por via oral uma vez ao dia, ajustar a dose de acordo com a resposta; crianças ≥6 anos de idade e adultos: 50-75 mg por via oral uma vez ao dia, ajustar a dose de acordo com a resposta
ou
romiplostim: crianças ≥1 ano de idade e adultos: 1-10 microgramas/kg por via subcutânea uma vez por semana, ajustar a dose de acordo com a resposta
ou
avatrombopague: adultos: 20-40 mg por via oral uma vez ao dia, ajustar a dose de acordo com a resposta
antifibrinolítico
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O ácido aminocaproico e o ácido tranexâmico inibem a fibrinólise e podem ajudar a estabilizar os coágulos que já tiverem se formado. Esses agentes podem ser usados como tratamento adjuvante, pois não afetam a contagem plaquetária.
O ácido aminocaproico e o ácido tranexâmico são contraindicados em pacientes com hematúria, porque os coágulos presentes no sistema coletor renal podem ocasionar obstrução da via de saída.
Opções primárias
ácido aminocaproico: crianças: 100 mg/kg por via intravenosa como dose de ataque inicialmente, seguidos por infusão de 33.3 mg/kg/hora, máximo de 30 g/dia; adultos: 4-5 g por via intravenosa como dose de ataque inicialmente, seguidas por infusão de 1 g/hora, máximo de 30 g/dia
ou
ácido tranexâmico: adultos: 0.5 a 1 g por via oral três vezes ao dia
criança recém-diagnosticada
observação
A observação é recomendada para as crianças assintomáticas ou com sintomas hemorrágicos leves (por exemplo, hematomas, petéquias, púrpura), pois a maioria atingirá uma contagem plaquetária segura em poucos dias.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
É importante reduzir o risco de trauma nas crianças e evitar quaisquer medicamentos antiplaquetários (por exemplo, aspirina e anti-inflamatórios não esteroidais).
A frequência do monitoramento deve ser individualizada, com base nos sintomas de sangramento, na contagem plaquetária e nas preferências do paciente.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com Acompanhamento clínico e contagem plaquetária são necessários caso apareçam sintomas de sangramento ou antes de cirurgia ou tratamento odontológico. Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
A trombocitopenia imune é uma condição benigna para a maioria das crianças afetadas, e os sangramentos importantes (mesmo com trombocitopenia grave e prolongada) parecem ser raros.[22]Neunert CE, Buchanan GR, Imbach P, et al. Bleeding manifestations and management of children with persistent and chronic immune thrombocytopenia: data from the Intercontinental Cooperative ITP Study Group (ICIS). Blood. 2013 May 30;121(22):4457-62. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/content/121/22/4457.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23550040?tool=bestpractice.com A maioria das manifestações está limitada à pele.
As crianças, muitas vezes, apresentam recuperação espontânea dentro de semanas ou meses, com taxas mais elevadas de remissão espontânea associadas à idade mais jovem.[71]Bennett CM, Neunert C, Grace RF, et al. Predictors of remission in children with newly diagnosed immune thrombocytopenia: data from the Intercontinental Cooperative ITP Study Group Registry II participants. Pediatr Blood Cancer. 2018 Jan;65(1):e26736. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28792679?tool=bestpractice.com Estudos relatam uma remissão completa em 6 meses em aproximadamente 70% das crianças com PTI.[72]Kühne T, Buchanan GR, Zimmerman S, et al. A prospective comparative study of 2540 infants and children with newly diagnosed idiopathic thrombocytopenic purpura (ITP) from the Intercontinental Childhood ITP Study Group. J Pediatr. 2003 Nov;143(5):605-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14615730?tool=bestpractice.com [73]Despotovic JM, Grimes AB. Pediatric ITP: is it different from adult ITP? Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2018 Nov 30;2018(1):405-11. https://ashpublications.org/hematology/article/2018/1/405/277598/Pediatric-ITP-is-it-different-from-adult-ITP http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30504339?tool=bestpractice.com
corticosteroide ou IGIV ou imunoglobulina anti-D
O tratamento para as crianças com trombocitopenia imune recém-diagnosticada só é recomendado na presença de sintomas hemorrágicos importantes (por exemplo, sangramento de mucosa).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [22]Neunert CE, Buchanan GR, Imbach P, et al. Bleeding manifestations and management of children with persistent and chronic immune thrombocytopenia: data from the Intercontinental Cooperative ITP Study Group (ICIS). Blood. 2013 May 30;121(22):4457-62. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/content/121/22/4457.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23550040?tool=bestpractice.com [34]Neunert C, Terrell DR, Arnold DM, et al. American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Dec 10;3(23):3829-66. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/23/3829/429213/American-Society-of-Hematology-2019-guidelines-for http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31794604?tool=bestpractice.com
Um corticosteroide é o tratamento de primeira linha habitual. As diretrizes recomendam um ciclo curto de prednisolona (não superior a 7 dias, incluindo redução gradual). A metilprednisolona ou a dexametasona são opções alternativas.[34]Neunert C, Terrell DR, Arnold DM, et al. American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Dec 10;3(23):3829-66. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/23/3829/429213/American-Society-of-Hematology-2019-guidelines-for http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31794604?tool=bestpractice.com
A imunoglobulina intravenosa (IGIV) ou a imunoglobulina anti-D intravenosa podem ser usadas como primeira linha se os corticosteroides forem contraindicados. A imunoglobulina anti-D só deve ser usada nos pacientes Rh positivos e não esplenectomizados.[34]Neunert C, Terrell DR, Arnold DM, et al. American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Dec 10;3(23):3829-66. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/23/3829/429213/American-Society-of-Hematology-2019-guidelines-for http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31794604?tool=bestpractice.com [36]Scaradavou A, Woo B, Woloski BM, et al. Intravenous anti-D treatment of immune thrombocytopenic purpura: experience in 272 patients. Blood. 1997 Apr 15;89(8):2689-700. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/89/8/2689 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9108386?tool=bestpractice.com A IGIV ou a imunoglobulina anti-D intravenosa podem ser consideradas em preferência a um corticosteroide se for necessária uma resposta rápida para sintomas hemorrágicos.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Os pacientes desenvolvem hemólise leve e autolimitada durante o tratamento com imunoglobulina anti-D, e há um pequeno risco de hemólise grave e insuficiência renal, mas elas são raras.[37]Kees-Folts D, Abt AB, Domen RE, et al. Renal failure after anti-D globulin treatment of idiopathic thrombocytopenic purpura. Pediatr Nephrol. 2002 Feb;17(2):91-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11875670?tool=bestpractice.com [38]Gaines AR. Disseminated intravascular coagulation associated with acute hemoglobinemia or hemoglobinuria following Rh(0)(D) immune globulin intravenous administration for immune thrombocytopenic purpura. Blood. 2005 Sep 1;106(5):1532-7. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/106/5/1532 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15878975?tool=bestpractice.com Também podem ocorrer reações anafiláticas imediatas e reações de hipersensibilidade; cefaleias são comumente relatadas. A pré-medicação com esteroides pode reduzir os efeitos colaterais.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Opções primárias
prednisolona: 2-4 mg/kg/dia por via oral administrados em 3-4 doses fracionadas por 5-7 dias, máximo de 120 mg/dia
ou
succinato sódico de metilprednisolona: 30 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas por 3 dias, seguidos por tratamento com corticosteroide oral conforme indicação clínica, máximo de 1000 mg/dose
ou
dexametasona: 0.6 mg/kg por via oral uma vez ao dia por 4 dias, pode-se repetir o ciclo, máximo de 40 mg/dia
Opções secundárias
imunoglobulina humana normal: 1 g/kg por via intravenosa em dose única, uma segunda dose pode ser administrada se houver uma resposta fraca ao tratamento inicial
ou
imunoglobulina anti-D: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
adulto recém-diagnosticado (gestante ou não gestante)
observação
Os adultos assintomáticos (ou aqueles com sangramento mucocutâneo leve, apenas) com contagem plaquetária ≥30 × 10⁹/L (≥30 × 10³/microlitro) que não tiverem fatores de risco adicionais não necessitam de tratamento imediato; aconselha-se uma observação estrita.
Os fatores de risco podem incluir tratamento antitrombótico, necessidade de intervenção que pode causar sangramento, idade >60 anos, ou ocupação ou atividades com alto risco de lesões.
A trombocitopenia imune nos adultos é frequentemente uma doença crônica. Ocorre remissão espontânea em aproximadamente 5% a 10% dos casos.[39]Stasi R, Stipa E, Masi M, et al. Long-term observation of 208 adults with chronic idiopathic thrombocytopenic purpura. Am J Med. 1995 May;98(5):436-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7733121?tool=bestpractice.com Acompanhamento clínico e contagem plaquetária são necessários caso apareçam sintomas de sangramento ou antes de cirurgia ou tratamento odontológico.
O objetivo do tratamento inicial é obter rapidamente uma contagem plaquetária segura para prevenir ou interromper hemorragias e garantir uma qualidade de vida aceitável com o mínimo de toxicidade relacionada ao tratamento. Cerca de 20% a 30% dos pacientes que recebem tratamento inicial não necessitarão de terapia adicional.
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para metas de níveis de plaquetas para procedimentos odontológicos e cirurgias em adultos (por exemplo, pequenas cirurgias ≥50 × 10⁹/L [≥50 × 10³/microlitro], cirurgias de grande porte ≥80 × 10⁹/L [≥80 × 10³/microlitro]).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Os critérios para iniciar o tratamento na gravidez são os mesmos que para pacientes não gestantes.[20]Rajasekhar A, Gernsheimer T, Stasi R, et al. Clinical practice guide on thrombocytopenia in pregnancy. Washington, DC: American Society of Hematology; 2013. As pacientes gestantes devem ser encaminhadas para uma equipe que inclua um hematologista e um ginecologista.
Uma contagem plaquetária estável de 20-30 × 10⁹/L (20-30 × 10³/microlitro) é considerada segura durante a gravidez até o final do terceiro trimestre, quando níveis mais elevados são necessários para o parto. A observação deve ser considerada, a menos que a paciente apresente sintomas de sangramento ou um procedimento esteja planejado.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [81]Bussel JB, Hou M, Cines DB. Management of primary immune thrombocytopenia in pregnancy. N Engl J Med. 2023 Aug 10;389(6):540-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37590449?tool=bestpractice.com Uma meta de contagem plaquetária de ≥50 × 10⁹/L (≥50 × 10³/microlitro) é recomendada para o parto vaginal ou cesáreo. Para a anestesia peridural recomenda-se uma meta de contagem plaquetária de ≥80 × 10⁹/L (≥80 × 10⁹/microlitro), embora o risco seja provavelmente baixo nas pacientes com uma contagem plaquetária >70 × 10⁹/L (>70 × 10³/microlitro).[86]Bauer ME, Arendt K, Beilin Y, et al. The Society for Obstetric Anesthesia and Perinatology Interdisciplinary consensus statement on neuraxial procedures in obstetric patients with thrombocytopenia. Anesth Analg. 2021 Jun 1;132(6):1531-44. https://journals.lww.com/anesthesia-analgesia/fulltext/2021/06000/the_society_for_obstetric_anesthesia_and.6.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861047?tool=bestpractice.com
corticosteroide e/ou IGIV
Os adultos recém-diagnosticados com contagem plaquetária ≥30 × 10⁹/L (≥30 × 10³/microlitro) que tiverem sintomas hemorrágicos (por exemplo, equimoses, petéquias, púrpura, sangramentos da mucosa oral, epistaxe) e/ou fatores de risco adicionais podem receber tratamento de primeira linha com um corticosteroide e/ou imunoglobulina intravenosa (IGIV).
Os fatores de risco podem incluir tratamento antitrombótico, necessidade de intervenção que possa causar sangramento, idade >60 anos ou ocupação ou atividades com alto risco de lesões.
Para os pacientes com contagem plaquetária >30 × 10⁹/L (>30 × 10³/microlitro), os riscos de morbidade do tratamento devem ser cuidadosamente avaliados em relação aos benefícios potenciais.[35]Portielje JE, Westendorp RG, Kluin-Nelemans HC, et al. Morbidity and mortality in adults with idiopathic thrombocytopenic purpura. Blood. 2001 May 1;97(9):2549-54. http://www.bloodjournal.org/content/97/9/2549.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11313240?tool=bestpractice.com
Os corticosteroides atuam contra a destruição imunologicamente mediada das plaquetas na trombocitopenia imune, e são normalmente o tratamento inicial padrão. Para os pacientes não gestantes, as diretrizes recomendam um ciclo curto (≤6 semanas incluindo tratamento e redução gradual) de prednisolona ou dexametasona.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [34]Neunert C, Terrell DR, Arnold DM, et al. American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Dec 10;3(23):3829-66. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/23/3829/429213/American-Society-of-Hematology-2019-guidelines-for http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31794604?tool=bestpractice.com Geralmente os pacientes mostrarão uma resposta nas 2-3 primeiras semanas de corticoterapia. Interromper ou reduzir o tratamento com corticosteroides muito rapidamente pode resultar em recidiva. O prolongamento da dose total após 4 semanas não aumenta a taxa de resposta e pode causar complicações relacionadas aos corticosteroides.
A IGIV pode ser usada se os corticosteroides forem contraindicados ou não tolerados. Se for necessário um rápido aumento na contagem plaquetária, a IGIV pode ser administrada em combinação com um corticosteroide.
Se for necessário tratamento durante a gestação, os corticosteroides e a IGIV são considerados tratamentos de primeira linha seguros.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [81]Bussel JB, Hou M, Cines DB. Management of primary immune thrombocytopenia in pregnancy. N Engl J Med. 2023 Aug 10;389(6):540-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37590449?tool=bestpractice.com A prednisolona é geralmente administrada como terapia inicial (reduzida gradualmente até a mínima dose efetiva). A dexametasona não é recomendada durante a gravidez.[81]Bussel JB, Hou M, Cines DB. Management of primary immune thrombocytopenia in pregnancy. N Engl J Med. 2023 Aug 10;389(6):540-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37590449?tool=bestpractice.com [82]Wang J, Chen F, Zhu S, et al. Adverse effects of prenatal dexamethasone exposure on fetal development. J Reprod Immunol. 2022 Jun;151:103619. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35367871?tool=bestpractice.com A IGIV pode ser usada se os corticosteroides forem contraindicados ou não tolerados. A IGIV pode ser administrada em combinação com prednisolona se a resposta à prednisolona for inadequada, se for necessária uma resposta rápida, ou como preparação para o parto.
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para metas de níveis de plaquetas para procedimentos odontológicos e cirurgias em adultos (por exemplo, pequenas cirurgias ≥50 × 10⁹/L [≥50 × 10³/microlitro], cirurgias de grande porte ≥80 × 10⁹/L [≥80 × 10³/microlitro]).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com Em gestantes, recomenda-se uma meta de contagem plaquetária ≥50 × 10³/microlitro para os partos vaginal e cesáreo. Para a anestesia peridural recomenda-se uma meta de contagem plaquetária de ≥80 × 10⁹/L (≥80 × 10⁹/microlitro), embora o risco seja provavelmente baixo nas pacientes com uma contagem plaquetária >70 × 10⁹/L (>70 × 10³/microlitro).[86]Bauer ME, Arendt K, Beilin Y, et al. The Society for Obstetric Anesthesia and Perinatology Interdisciplinary consensus statement on neuraxial procedures in obstetric patients with thrombocytopenia. Anesth Analg. 2021 Jun 1;132(6):1531-44. https://journals.lww.com/anesthesia-analgesia/fulltext/2021/06000/the_society_for_obstetric_anesthesia_and.6.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861047?tool=bestpractice.com
O objetivo do tratamento inicial é obter rapidamente uma contagem plaquetária segura para prevenir ou interromper hemorragias e garantir uma qualidade de vida aceitável com o mínimo de toxicidade relacionada ao tratamento. Cerca de 20% a 30% dos pacientes que recebem tratamento inicial não necessitarão de terapia adicional.
Opções primárias
prednisolona: 0.5 a 2 mg/kg/dia por via oral durante 1-3 semanas seguidos por uma redução gradual, máximo de 80 mg/dia
ou
metilprednisolona: 1000 mg por via intravenosa a cada 24 horas por 3 dias, seguidos por tratamento com corticosteroide oral conforme a indicação clínica
ou
dexametasona: 40 mg por via oral uma vez ao dia por 4 dias, pode-se repetir o ciclo
--E/OU--
imunoglobulina humana normal: 1 g/kg por via intravenosa em dose única, uma segunda dose pode ser administrada se houver uma resposta fraca ao tratamento inicial
imunoglobulina anti-D
Os pacientes Rh positivos e não esplenectomizados podem se beneficiar de imunoglobulina anti-D intravenosa.[36]Scaradavou A, Woo B, Woloski BM, et al. Intravenous anti-D treatment of immune thrombocytopenic purpura: experience in 272 patients. Blood. 1997 Apr 15;89(8):2689-700. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/89/8/2689 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9108386?tool=bestpractice.com A imunoglobulina anti-D intravenosa pode ser usada como primeira linha nesses pacientes (se disponível), mas a resposta ao tratamento pode ser transitória.[36]Scaradavou A, Woo B, Woloski BM, et al. Intravenous anti-D treatment of immune thrombocytopenic purpura: experience in 272 patients. Blood. 1997 Apr 15;89(8):2689-700. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/89/8/2689 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9108386?tool=bestpractice.com
A imunoglobulina anti-D pode ser segura para uso durante a gestação, mas faltam evidências. Em um pequeno estudo envolvendo gestantes Rh positivas e não esplenectomizadas, a imunoglobulina anti-D mostrou-se segura e efetiva tanto para a mãe quanto para o feto no segundo e terceiro trimestres.[83]Michel M, Novoa MV, Bussel JB. Intravenous anti-D as a treatment for immune thrombocytopenic purpura (ITP) during pregnancy. Br J Haematol. 2003 Oct;123(1):142-6. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1046/j.1365-2141.2003.04567.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14510957?tool=bestpractice.com No entanto, existe um aumento do risco de hemólise tanto na mãe como no bebê.
Os pacientes desenvolvem hemólise leve e autolimitada com a imunoglobulina anti-D, e há um pequeno risco de complicações hemolíticas graves, mas estas são raras.[37]Kees-Folts D, Abt AB, Domen RE, et al. Renal failure after anti-D globulin treatment of idiopathic thrombocytopenic purpura. Pediatr Nephrol. 2002 Feb;17(2):91-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11875670?tool=bestpractice.com [38]Gaines AR. Disseminated intravascular coagulation associated with acute hemoglobinemia or hemoglobinuria following Rh(0)(D) immune globulin intravenous administration for immune thrombocytopenic purpura. Blood. 2005 Sep 1;106(5):1532-7. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/106/5/1532 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15878975?tool=bestpractice.com Reações anafiláticas imediatas também ocorrem raramente; calafrios, febre e cefaleias são mais comuns. A pré-medicação com um corticosteroide pode reduzir os efeitos colaterais.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para metas de níveis de plaquetas para procedimentos odontológicos e cirurgias em adultos (por exemplo, pequenas cirurgias ≥50 × 10⁹/L [≥50 × 10³/microlitro], cirurgias de grande porte ≥80 × 10⁹/L [≥80 × 10³/microlitro]).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com Nas gestantes recomenda-se uma meta de contagem plaquetária ≥50 × 10³/microlitro para o parto vaginal ou cesáreo. Para a anestesia peridural recomenda-se uma meta de contagem plaquetária de ≥80 × 10⁹/L (≥80 × 10⁹/microlitro), embora o risco seja provavelmente baixo nas pacientes com uma contagem plaquetária >70 × 10⁹/L (>70 × 10³/microlitro).[86]Bauer ME, Arendt K, Beilin Y, et al. The Society for Obstetric Anesthesia and Perinatology Interdisciplinary consensus statement on neuraxial procedures in obstetric patients with thrombocytopenia. Anesth Analg. 2021 Jun 1;132(6):1531-44. https://journals.lww.com/anesthesia-analgesia/fulltext/2021/06000/the_society_for_obstetric_anesthesia_and.6.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861047?tool=bestpractice.com
Opções primárias
imunoglobulina anti-D: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
corticosteroide e/ou imunoglobulina intravenosa (IGIV)
Os adultos recém-diagnosticados com uma contagem plaquetária <30 × 10⁹/L (<30 × 10³/microlitro) geralmente necessitam de tratamento devido a sintomas hemorrágicos ou ao aumento do risco de sangramentos.[34]Neunert C, Terrell DR, Arnold DM, et al. American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Dec 10;3(23):3829-66. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/23/3829/429213/American-Society-of-Hematology-2019-guidelines-for http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31794604?tool=bestpractice.com
Um corticosteroide e/ou IGIV são considerados os tratamentos de primeira linha.
Os corticosteroides atuam contra a destruição mediada imunologicamente das plaquetas na trombocitopenia imune e são normalmente o tratamento inicial padrão.[87]Mazzucconi MG, Fazi P, Bernasconi S, et al; Gruppo Italiano Malattie EMatologiche dell'Adulto (GIMEMA) Thrombocytopenia Working Party. Therapy with high-dose dexamethasone (HD-DXM) in previously untreated patients affected by idiopathic thrombocytopenic purpura: a GIMEMA experience. Blood. 2007 Feb 15;109(4):1401-7. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/109/4/1401 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17077333?tool=bestpractice.com Para os pacientes não gestantes, as diretrizes recomendam um ciclo curto (≤6 semanas incluindo tratamento e redução gradual) de prednisolona ou dexametasona.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [34]Neunert C, Terrell DR, Arnold DM, et al. American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Dec 10;3(23):3829-66. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/23/3829/429213/American-Society-of-Hematology-2019-guidelines-for http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31794604?tool=bestpractice.com Geralmente os pacientes mostrarão uma resposta nas 2-3 primeiras semanas de corticoterapia. Interromper ou reduzir o tratamento com corticosteroides muito rapidamente pode resultar em recidiva. O prolongamento da dose total após 4 semanas não aumenta a taxa de resposta e pode causar complicações relacionadas aos corticosteroides.
A IGIV pode ser usada se os corticosteroides forem contraindicados. Se for necessário um aumento rápido na contagem plaquetária, a IGIV pode ser administrada em combinação com um corticosteroide.
Se for necessário tratamento durante a gestação, os corticosteroides e a IGIV são considerados tratamentos de primeira linha seguros.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [81]Bussel JB, Hou M, Cines DB. Management of primary immune thrombocytopenia in pregnancy. N Engl J Med. 2023 Aug 10;389(6):540-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37590449?tool=bestpractice.com A prednisolona é geralmente administrada como terapia inicial (reduzida gradualmente até a dose mínima eficaz). A dexametasona não é recomendada durante a gravidez.[82]Wang J, Chen F, Zhu S, et al. Adverse effects of prenatal dexamethasone exposure on fetal development. J Reprod Immunol. 2022 Jun;151:103619. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35367871?tool=bestpractice.com A IGIV pode ser usada se os corticosteroides forem contraindicados ou não tolerados. A IGIV pode ser administrada em combinação com prednisolona se a resposta à prednisolona for inadequada, se for necessária uma resposta rápida ou como preparação para o parto.
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para metas de níveis de plaquetas para procedimentos odontológicos e cirurgias em adultos (por exemplo, pequenas cirurgias ≥50 × 10⁹/L [≥50 × 10³/microlitro], cirurgias de grande porte ≥80 × 10⁹/L [≥80 × 10³/microlitro]).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com Nas gestantes recomenda-se uma meta de contagem plaquetária ≥50 × 10⁹/L (≥50 × 10³/microlitro) para os partos vaginal e cesáreo. Para a anestesia peridural recomenda-se uma meta de contagem plaquetária de ≥80 × 10⁹/L (≥80 × 10⁹/microlitro), embora o risco seja provavelmente baixo nas pacientes com uma contagem plaquetária >70 × 10⁹/L (>70 × 10³/microlitro).[86]Bauer ME, Arendt K, Beilin Y, et al. The Society for Obstetric Anesthesia and Perinatology Interdisciplinary consensus statement on neuraxial procedures in obstetric patients with thrombocytopenia. Anesth Analg. 2021 Jun 1;132(6):1531-44. https://journals.lww.com/anesthesia-analgesia/fulltext/2021/06000/the_society_for_obstetric_anesthesia_and.6.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861047?tool=bestpractice.com
O objetivo do tratamento inicial é obter rapidamente uma contagem plaquetária segura para prevenir ou interromper hemorragias e garantir uma qualidade de vida aceitável com o mínimo de toxicidade relacionada ao tratamento. Cerca de 20% a 30% dos pacientes que recebem tratamento inicial não necessitarão de terapia adicional.
Opções primárias
prednisolona: 0.5 a 2 mg/kg/dia por via oral durante 1-3 semanas seguidos por uma redução gradual, máximo de 80 mg/dia
ou
metilprednisolona: 1000 mg por via intravenosa a cada 24 horas por 3 dias, seguidos por tratamento com corticosteroide oral conforme a indicação clínica
ou
dexametasona: 40 mg por via oral uma vez ao dia por 4 dias, pode-se repetir o ciclo
--E/OU--
imunoglobulina humana normal: 1 g/kg por via intravenosa em dose única, uma segunda dose pode ser administrada se houver uma resposta fraca ao tratamento inicial
imunoglobulina anti-D
Os pacientes que forem Rh positivos e não esplenectomizados podem se beneficiar da imunoglobulina anti-D intravenosa, a qual demonstrou aumentar a contagem plaquetária em mais de 70% dos casos (incluindo crianças e adultos).[36]Scaradavou A, Woo B, Woloski BM, et al. Intravenous anti-D treatment of immune thrombocytopenic purpura: experience in 272 patients. Blood. 1997 Apr 15;89(8):2689-700. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/89/8/2689 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9108386?tool=bestpractice.com A imunoglobulina anti-D intravenosa pode ser usada como primeira linha nesses pacientes (se disponível), mas a resposta ao tratamento pode ser transitória.[36]Scaradavou A, Woo B, Woloski BM, et al. Intravenous anti-D treatment of immune thrombocytopenic purpura: experience in 272 patients. Blood. 1997 Apr 15;89(8):2689-700. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/89/8/2689 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9108386?tool=bestpractice.com
A imunoglobulina anti-D pode ser segura para uso durante a gestação, mas faltam evidências. Em um pequeno estudo envolvendo gestantes Rh positivas e não esplenectomizadas, a imunoglobulina anti-D mostrou-se segura e efetiva tanto para a mãe quanto para o feto no segundo e terceiro trimestres.[83]Michel M, Novoa MV, Bussel JB. Intravenous anti-D as a treatment for immune thrombocytopenic purpura (ITP) during pregnancy. Br J Haematol. 2003 Oct;123(1):142-6. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1046/j.1365-2141.2003.04567.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14510957?tool=bestpractice.com No entanto, existe um aumento do risco de hemólise tanto na mãe como no bebê.
Os pacientes desenvolvem hemólise leve e autolimitada durante o tratamento com imunoglobulina anti-D, e há um pequeno risco de complicações hemolíticas graves, mas elas são raras.[37]Kees-Folts D, Abt AB, Domen RE, et al. Renal failure after anti-D globulin treatment of idiopathic thrombocytopenic purpura. Pediatr Nephrol. 2002 Feb;17(2):91-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11875670?tool=bestpractice.com [38]Gaines AR. Disseminated intravascular coagulation associated with acute hemoglobinemia or hemoglobinuria following Rh(0)(D) immune globulin intravenous administration for immune thrombocytopenic purpura. Blood. 2005 Sep 1;106(5):1532-7. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/106/5/1532 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15878975?tool=bestpractice.com Reações anafiláticas imediatas e reações de hipersensibilidade também ocorrem raramente; calafrios, febre e cefaleias são as mais comuns. A pré-medicação com um corticosteroide pode reduzir os efeitos colaterais.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para metas de níveis de plaquetas para procedimentos odontológicos e cirurgias em adultos (por exemplo, pequenas cirurgias ≥50 × 10⁹/L [≥50 × 10³/microlitro], cirurgias de grande porte ≥80 × 10⁹/L [≥80 × 10³/microlitro]).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com Nas gestantes recomenda-se uma meta de contagem plaquetária ≥50 × 10³/microlitro para o parto vaginal ou cesáreo. Para a anestesia peridural recomenda-se uma meta de contagem plaquetária de ≥80 × 10⁹/L (≥80 × 10⁹/microlitro), embora o risco seja provavelmente baixo nas pacientes com uma contagem plaquetária >70 × 10⁹/L (>70 × 10³/microlitro).[86]Bauer ME, Arendt K, Beilin Y, et al. The Society for Obstetric Anesthesia and Perinatology Interdisciplinary consensus statement on neuraxial procedures in obstetric patients with thrombocytopenia. Anesth Analg. 2021 Jun 1;132(6):1531-44. https://journals.lww.com/anesthesia-analgesia/fulltext/2021/06000/the_society_for_obstetric_anesthesia_and.6.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861047?tool=bestpractice.com
Opções primárias
imunoglobulina anti-D: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
crianças: doença persistente ou crônica
rituximabe
A trombocitopenia imune (PTI; ou seja, contagem plaquetária ≤100 × 10⁹/L [≤100 × 10³/microlitro]) que não apresenta resolução espontânea ou não responde ao tratamento de primeira linha é definida como PTI persistente se a duração for de 3 a 12 meses após o diagnóstico, e como PTI crônica se a duração for superior a 12 meses após o diagnóstico.
O rituximabe deve ser considerado se houver falha no tratamento ou intolerância aos tratamentos de primeira linha (por exemplo, corticosteroides, IGIV). O rituximabe é usado off-label para a PTI.
Em uma revisão sistemática que avaliou o rituximabe para crianças com PTI, foi relatada contagem plaquetária >100 × 10⁹/L (>100 × 10³/microlitro; resposta completa) em cerca de 39% das crianças com PTI, e uma contagem plaquetária >30 × 10⁹ /L (>30 × 10³/microlitro; resposta) foi relatada em cerca de 68%, com uma duração mediana da resposta de 12.8 meses.[74]Liang Y, Zhang L, Gao J, et al. Rituximab for children with immune thrombocytopenia: a systematic review. PLoS One. 2012;7(5):e36698. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3364261/pdf/pone.0036698.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22666325?tool=bestpractice.com Em um estudo de acompanhamento em longo prazo, apenas 26% das crianças com resposta inicial ao tratamento com rituximabe mantiveram uma resposta livre de tratamento após 5 anos.[75]Patel VL, Mahévas M, Lee SY, et al. Outcomes 5 years after response to rituximab therapy in children and adults with immune thrombocytopenia. Blood. 2012 Jun 21;119(25):5989-95. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/content/119/25/5989.full.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22566601?tool=bestpractice.com
O objetivo do tratamento é aumentar a contagem plaquetária para controlar sangramentos clinicamente relevantes ou minimizar o risco de sangramento importante com toxicidade mínima, enquanto aguarda a melhora ou remissão espontânea.
Nos casos de fracasso do tratamento ou intolerância ao rituximabe, pode ser considerada a troca para outro medicamento de segunda linha (por exemplo, agonistas do receptor de trombopoetina [eltrombopague ou romiplostim]).
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Opções primárias
rituximabe: 375 mg/metro quadrado de área de superfície corporal por via intravenosa uma vez por semana por 4 doses
agonista do receptor de trombopoetina
A trombocitopenia imune (PTI; ou seja, contagem plaquetária ≤100 × 10⁹/L [≤100 × 10³/microlitro]) que não apresenta resolução espontânea ou não responde ao tratamento de primeira linha é definida como PTI persistente se a duração for de 3 a 12 meses após o diagnóstico, e como PTI crônica se a duração for superior a 12 meses após o diagnóstico.
Um agonista do receptor de trombopoetina (eltrombopague ou romiplostim) deve ser considerado se houver falha no tratamento ou intolerância aos tratamentos de primeira linha (por exemplo, corticosteroides, IGIV).
O eltrombopague e o romiplostim são licenciados para uso em crianças >1 ano de idade com PTI crônica refratária a outros tratamentos (por exemplo, corticosteroides, IGIV).
Em ensaios clínicos controlados e randomizados, ficou comprovado que o eltrombopague e o romiplostim são seguros e eficazes para crianças de 1-17 anos com PTI crônica ou persistente.[76]Bussel JB, de Miguel PG, Despotovic JM, et al. Eltrombopag for the treatment of children with persistent and chronic immune thrombocytopenia (PETIT): a randomised, multicentre, placebo-controlled study. Lancet Haematol. 2015 Aug;2(8):e315-25. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26688484?tool=bestpractice.com [77]Grainger JD, Locatelli F, Chotsampancharoen T, et al. Eltrombopag for children with chronic immune thrombocytopenia (PETIT2): a randomised, multicentre, placebo-controlled trial. Lancet. 2015 Oct 24;386(10004):1649-58. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26231455?tool=bestpractice.com [78]Tarantino MD, Bussel JB, Blanchette VS, et al. Romiplostim in children with immune thrombocytopenia: a phase 3, randomised, double-blind, placebo-controlled study. Lancet. 2016 Jul 2;388(10039):45-54. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27103127?tool=bestpractice.com Nesses ensaios, foram relatadas taxas de resposta (contagem plaquetária ≥50 × 10⁹/l [≥50 × 10³/microlitro]) de 62% e 40% para o eltrombopague, e de 52% para o romiplostim.[76]Bussel JB, de Miguel PG, Despotovic JM, et al. Eltrombopag for the treatment of children with persistent and chronic immune thrombocytopenia (PETIT): a randomised, multicentre, placebo-controlled study. Lancet Haematol. 2015 Aug;2(8):e315-25. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26688484?tool=bestpractice.com [77]Grainger JD, Locatelli F, Chotsampancharoen T, et al. Eltrombopag for children with chronic immune thrombocytopenia (PETIT2): a randomised, multicentre, placebo-controlled trial. Lancet. 2015 Oct 24;386(10004):1649-58. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26231455?tool=bestpractice.com [78]Tarantino MD, Bussel JB, Blanchette VS, et al. Romiplostim in children with immune thrombocytopenia: a phase 3, randomised, double-blind, placebo-controlled study. Lancet. 2016 Jul 2;388(10039):45-54. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27103127?tool=bestpractice.com
Uma revisão sistemática e metanálise que comparou agonistas dos receptores de trombopoetina com rituximabe em crianças sugeriu uma taxa de resposta plaquetária semelhante para cada agente. No entanto, mais pacientes mantiveram uma resposta sustentável com o romiplostim, e o tempo de resposta foi menor para o eltrombopague e o romiplostim (4.75 semanas) do que para o rituximabe (6.75 semanas).[79]Ayad N, Grace RF, Al-Samkari H. Thrombopoietin receptor agonists and rituximab for treatment of pediatric immune thrombocytopenia: a systematic review and meta-analysis of prospective clinical trials. Pediatr Blood Cancer. 2022 Mar;69(3):e29447. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34962697?tool=bestpractice.com
O objetivo do tratamento é aumentar a contagem plaquetária para controlar sangramentos clinicamente relevantes ou minimizar o risco de sangramento importante com toxicidade mínima, enquanto aguarda a melhora ou remissão espontânea.
Nos casos de fracasso do tratamento ou intolerância aos agonistas do receptor de trombopoetina, pode ser considerada a troca para outro medicamento de segunda linha (por exemplo, rituximabe).
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Opções primárias
eltrombopague: crianças com 1-5 anos de idade: 25 a 75 mg por via oral uma vez ao dia, ajustar a dose de acordo com a resposta; crianças ≥6 anos de idade: 50-75 mg por via oral uma vez ao dia, ajustar a dose de acordo com a resposta
ou
romiplostim: crianças ≥1 ano de idade: 1-10 microgramas/kg por via subcutânea uma vez por semana, ajustar a dose de acordo com a resposta
esplenectomia (associada a tratamento para alcançar o nível de plaquetas desejado)
A trombocitopenia imune (PTI; ou seja, contagem plaquetária ≤100 × 10⁹/L [≤100 × 10³/microlitro]) que não apresenta resolução espontânea ou não responde ao tratamento de primeira linha é definida como PTI persistente se a duração for de 3 a 12 meses após o diagnóstico, e como PTI crônica se a duração for superior a 12 meses após o diagnóstico.[1]Rodeghiero F, Stasi R, Gernsheimer T, et al. Standardization of terminology, definitions and outcome criteria in immune thrombocytopenic purpura of adults and children: report from an international working group. Blood. 2009 Mar 12;113(11):2386-93. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/113/11/2386 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19005182?tool=bestpractice.com
A esplenectomia raramente é indicada na PTI infantil. As crianças com doença persistente ou crônica podem ser candidatas à esplenectomia se não responderem ou forem intolerantes às intervenções farmacológicas e apresentarem sangramento com risco à vida ou uma qualidade de vida relacionada à saúde substancialmente prejudicada.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com A esplenectomia deve ser adiada por pelo menos 12 meses, a menos que seja necessário tratamento imediato (por exemplo, para melhorar a qualidade de vida).
Nas crianças submetidas à esplenectomia, a profilaxia pré-operatória com IGIV ou corticosteroides orais pode ser considerada para aumentar a contagem plaquetária para um nível seguro e reduzir o risco de sangramento intraoperatório.
Pelo menos 2 semanas antes da esplenectomia, os pacientes devem ser imunizados com vacinas contra Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae tipo b e Neisseria meningitidis. As orientações locais sobre vacinação pré e pós-esplenectomia devem ser seguidas.[80]Centers for Disease Control and Prevention. Child and adolescent immunization schedule by age. Nov 2023 [internet publication]. https://www.cdc.gov/vaccines/schedules/hcp/imz/child-adolescent.html A vacinação pode ser inefetiva por até 6 meses nas pacientes previamente tratadas com rituximabe; idealmente as vacinações devem ser administradas >6 meses antes do tratamento com rituximabe, ou pelo menos 6 meses após a dose final.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [58]Nazi I, Kelton JG, Larché M, et al. The effect of rituximab on vaccine responses in patients with immune thrombocytopenia. Blood. 2013 Sep 12;122(11):1946-53. https://ashpublications.org/blood/article/122/11/1946/31886/The-effect-of-rituximab-on-vaccine-responses-in http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23851398?tool=bestpractice.com Antibióticos profiláticos devem ser administrados durante pelo menos 3 anos após a esplenectomia; alguns recomendam profilaxia antibiótica vitalícia.[66]Davies JM, Lewis MP, Wimperis J, et al; British Committee for Standards in Haematology. Review of guidelines for the prevention and treatment of infection in patients with an absent or dysfunctional spleen. Br J Haematol. 2011 Nov;155(3):308-17. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2141.2011.08843.x/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21988145?tool=bestpractice.com [69]Rodeghiero F, Ruggeri M. Short- and long-term risks of splenectomy for benign haematological disorders: should we revisit the indications? Br J Haematol. 2012 Jul;158(1):16-29. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-2141.2012.09146.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22571181?tool=bestpractice.com [70]Lee GM. Preventing infections in children and adults with asplenia. Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2020 Dec 4;2020(1):328-35. https://ashpublications.org/hematology/article/2020/1/328/474295/Preventing-infections-in-children-and-adults-with http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33275684?tool=bestpractice.com
O objetivo da esplenectomia é a cura ou remissão duradoura.
Os pacientes que não respondem à esplenectomia devem ser avaliados quanto à presença de um baço acessório (supranumerário) por meio de exame com radionuclídeos ou RNM (ressonância nuclear magnética), especialmente se o esfregaço de sangue periférico não mostra evidências de esplenectomia (por exemplo, corpos de Howell-Jolly).
não gestantes: doença persistente ou crônica
agonista do receptor de trombopoetina
A trombocitopenia imune (PTI; ou seja, contagem plaquetária ≤100 × 10⁹/L [≤100 × 10³/microlitro]) que não apresenta resolução espontânea ou não responde ao tratamento de primeira linha é definida como PTI persistente se a duração for de 3 a 12 meses após o diagnóstico, e PTI crônica se a duração for superior a 12 meses após o diagnóstico.[1]Rodeghiero F, Stasi R, Gernsheimer T, et al. Standardization of terminology, definitions and outcome criteria in immune thrombocytopenic purpura of adults and children: report from an international working group. Blood. 2009 Mar 12;113(11):2386-93. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/113/11/2386 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19005182?tool=bestpractice.com
Os pacientes que não respondem ao tratamento de primeira linha ou apresentam recidiva quando os corticosteroides são reduzidos ou interrompidos podem receber um agonista do receptor de trombopoetina como opção de tratamento de segunda linha.
O romiplostim, o eltrombopague e o avatrombopague estão aprovados para uso de segunda linha na PTI crônica. Nenhum desses agentes partilha homologia de sequência com a trombopoetina endógena.
Ensaios clínicos randomizados e controlados por placebo demonstraram que cada um desses agentes é efetivo no aumento da contagem plaquetária (>50 × 10⁹/L [>50 × 10³/microlitro]) em pacientes com PTI crônica sem resposta clínica ou que apresentaram recidiva após um ou mais tratamentos, incluindo esplenectomia (taxas de resposta em 1 mês >65% para cada agente).[34]Neunert C, Terrell DR, Arnold DM, et al. American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Dec 10;3(23):3829-66.
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[40]Kuter DJ, Bussel JB, Lyons RM, et al. Efficacy of romiplostim in patients with chronic immune thrombocytopenic purpura: a double-blind randomised controlled trial. Lancet. 2008 Feb 2;371(9610):395-403.
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In people with chronic idiopathic thrombocytopenic purpura, what are the benefits and harms of thrombopoietin (TPO) receptor agonists?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.571/fullMostre-me a resposta Também foram relatadas redução ou descontinuação do tratamento concomitante da PTI, redução dos sangramentos e melhora na qualidade de vida relacionada à saúde. Foram demonstradas segurança e eficácia em longo prazo para o romiplostim e o eltrombopague.[45]Kuter DJ, Bussel JB, Newland A, et al. Long-term treatment with romiplostim in patients with chronic immune thrombocytopenia: safety and efficacy. Br J Haematol. 2013 May;161(3):411-23.
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[46]Vishnu P, Aboulafia DM. Long-term safety and efficacy of romiplostim for treatment of immune thrombocytopenia. J Blood Med. 2016;7:99-106.
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[47]Wong RSM, Saleh MN, Khelif A, et al. Safety and efficacy of long-term treatment of chronic/persistent ITP with eltrombopag: final results of the EXTEND study. Blood. 2017 Dec 7;130(23):2527-36.
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As preocupações iniciais sobre o risco trombótico, o aumento da reticulina na medula óssea e o potencial de promoção de neoplasia diminuíram.[48]Kuter DJ, Mufti GJ, Bain BJ, et al. Evaluation of bone marrow reticulin formation in chronic immune thrombocytopenia patients treated with romiplostim. Blood. 2009 Oct 29;114(18):3748-56. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/114/18/3748 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19671919?tool=bestpractice.com No entanto, a trombocitopenia rebote pode ser um problema significativo com o romiplostim se não forem administradas todas as doses.
Nos casos de fracasso do tratamento ou intolerância a um agente, a troca para um agonista do receptor de trombopoetina diferente pode ser efetiva.[49]Rodeghiero F, Ruggeri M. Treatment of immune thrombocytopenia in adults: the role of thrombopoietin-receptor agonists. Semin Hematol. 2015 Jan;52(1):16-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25578415?tool=bestpractice.com Um estudo retrospectivo mostrou que a troca para o avatrombopague foi efetiva após um tratamento inadequado ou pouco tolerado com romiplostim ou eltrombopague (taxa de resposta de 93%).[50]Al-Samkari H, Jiang D, Gernsheimer T, et al. Adults with immune thrombocytopenia who switched to avatrombopag following prior treatment with eltrombopag or romiplostim: a multicentre US study. Br J Haematol. 2022 May;197(3):359-66. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bjh.18081 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35179784?tool=bestpractice.com
Os agonistas do receptor de trombopoetina geralmente requerem administração contínua indefinida, pois a contagem plaquetária tende a retornar aos níveis basais após a interrupção do tratamento; no entanto, dados limitados sugerem que uma resposta pode ser sustentada em 20% a 30% dos pacientes.[49]Rodeghiero F, Ruggeri M. Treatment of immune thrombocytopenia in adults: the role of thrombopoietin-receptor agonists. Semin Hematol. 2015 Jan;52(1):16-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25578415?tool=bestpractice.com Um esquema de redução da dose e possível descontinuação pode ser considerado nos pacientes que atingem contagens plaquetárias >100 × 10⁹/L (>100 × 10³/microlitro) sustentadas e sem sangramento por pelo menos 12 meses; no entanto, as evidências para dar suporte a essa abordagem ainda não estão bem desenvolvidas.[51]Pulanić D, Bátorová A, Bodó I, et al. Use of thrombopoietin receptor agonists in adults with immune thrombocytopenia: a systematic review and Central European expert consensus. Ann Hematol. 2023 Apr;102(4):715-27. https://link.springer.com/article/10.1007/s00277-023-05114-8 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36826482?tool=bestpractice.com
Diferenças na administração, interações alimentares e efeitos colaterais podem afetar a escolha do agonista do receptor de trombopoetina. O romiplostim é administrado uma vez por semana por injeção subcutânea. O eltrombopague e o avatrombopague são tratamentos orais de uma vez ao dia (embora o avatrombopague possa ser administrado com menos frequência em certos pacientes como parte do ajuste da dose). O eltrombopague deve ser administrado pelo menos 2 horas antes ou 4 horas depois do consumo de produtos que contenham cátions polivalentes (por exemplo, antiácidos e laticínios). O tratamento com eltrombopague resulta em hepatotoxicidade em aproximadamente 10% dos pacientes, portanto são necessários testes da função hepática mensais. O eltrombopague é um quelante do ferro, portanto o monitoramento da ferritina e da saturação de transferrina pode ser necessário para os pacientes com fatores de risco para deficiência de ferro (incluindo menstruação).[51]Pulanić D, Bátorová A, Bodó I, et al. Use of thrombopoietin receptor agonists in adults with immune thrombocytopenia: a systematic review and Central European expert consensus. Ann Hematol. 2023 Apr;102(4):715-27. https://link.springer.com/article/10.1007/s00277-023-05114-8 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36826482?tool=bestpractice.com
O objetivo do tratamento para pacientes com doença crônica ou persistente é aumentar a contagem plaquetária para controlar sangramentos clinicamente relevantes ou minimizar o risco de sangramento importante com toxicidade mínima, enquanto se aguarda a melhora ou remissão espontânea. No entanto, após mais de 12 meses do diagnóstico, as melhoras são muito menos prováveis.
Nos casos de fracasso do tratamento ou intolerância a um medicamento de segunda linha, pode-se considerar a troca para outro medicamento de segunda linha ou esplenectomia (caso ocorra 12 meses ou mais após o diagnóstico).
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para metas de níveis de plaquetas para procedimentos odontológicos e cirurgias em adultos (por exemplo, pequenas cirurgias ≥50 × 10⁹/L [≥50 × 10³/microlitro], cirurgias de grande porte ≥80 × 10⁹/L [≥80 × 10³/microlitro]).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Opções primárias
romiplostim: 1-10 microgramas/kg por via subcutânea uma vez por semana, ajustar a dose de acordo com a resposta
ou
eltrombopague: 50-75 mg por via oral uma vez ao dia, ajustar a dose de acordo com a resposta
ou
avatrombopague: 20-40 mg por via oral uma vez ao dia, ajustar a dose de acordo com a resposta
rituximabe
A trombocitopenia imune (PTI; ou seja, contagem plaquetária ≤100 × 10⁹/L [≤100 × 10³/microlitro]) que não apresenta resolução espontânea ou não responde ao tratamento de primeira linha é definida como PTI persistente se a duração for de 3 a 12 meses após o diagnóstico, e como PTI crônica se a duração for superior a 12 meses após o diagnóstico.[1]Rodeghiero F, Stasi R, Gernsheimer T, et al. Standardization of terminology, definitions and outcome criteria in immune thrombocytopenic purpura of adults and children: report from an international working group. Blood. 2009 Mar 12;113(11):2386-93. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/113/11/2386 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19005182?tool=bestpractice.com
Os pacientes que não respondem ao tratamento de primeira linha ou apresentam recidiva quando os corticosteroides são reduzidos ou interrompidos podem receber rituximabe como opção de tratamento de segunda linha.
Rituximabe é um anticorpo monoclonal que tem como alvo o CD20 (um marcador de células B). Tem uma taxa de resposta de aproximadamente 60% em pacientes adultos com PTI.[34]Neunert C, Terrell DR, Arnold DM, et al. American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Dec 10;3(23):3829-66. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/23/3829/429213/American-Society-of-Hematology-2019-guidelines-for http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31794604?tool=bestpractice.com [52]Arnold DM, Dentali F, Crowther MA, et al. Systematic review: efficacy and safety of rituximab for adults with idiopathic thrombocytopenic purpura. Ann Intern Med. 2007 Jan 2;146(1):25-33. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17200219?tool=bestpractice.com [53]Godeau B, Porcher R, Fain O, et al. Rituximab efficacy and safety in adult splenectomy candidates with chronic immune thrombocytopenic purpura: results of a prospective multicenter phase 2 study. Blood. 2008 Aug 15;112(4):999-1004. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/112/4/999 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18463354?tool=bestpractice.com [54]Chugh S, Darvish-Kazem S, Lim W, et al. Rituximab plus standard of care for treatment of primary immune thrombocytopenia: a systematic review and meta-analysis. Lancet Haematol. 2015 Feb;2(2):e75-81. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26687612?tool=bestpractice.com As taxas de resposta duradoura são mais baixas para o rituximabe (39.4%) do que para os agonistas do receptor de trombopoetina (63.2%) a 6 meses.[34]Neunert C, Terrell DR, Arnold DM, et al. American Society of Hematology 2019 guidelines for immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Dec 10;3(23):3829-66. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/23/3829/429213/American-Society-of-Hematology-2019-guidelines-for http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31794604?tool=bestpractice.com
Tem havido preocupações sobre o aumento do risco de leucoencefalopatia multifocal progressiva com o tratamento com rituximabe.[55]Carson KR, Evens AM, Richey EA, et al. Progressive multifocal leukoencephalopathy after rituximab therapy in HIV-negative patients: a report of 57 cases from the Research on Adverse Drug Events and Reports project. Blood. 2009 May 14;113(20):4834-40. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2686134 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19264918?tool=bestpractice.com No entanto, isso parece ser extremamente raro.[56]Bennett CL, Focosi D, Socal MP, et al. Progressive multifocal leukoencephalopathy in patients treated with rituximab: a 20-year review from the Southern Network on Adverse Reactions. Lancet Haematol. 2021 Aug;8(8):e593-604. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34329579?tool=bestpractice.com Estudos subsequentes relataram um perfil de segurança aceitável quando usado para PTI.[57]Khellaf M, Charles-Nelson A, Fain O, et al. Safety and efficacy of rituximab in adult immune thrombocytopenia: results from a prospective registry including 248 patients. Blood. 2014 Nov 20;124(22):3228-36. https://ashpublications.org/blood/article/124/22/3228/33376/Safety-and-efficacy-of-rituximab-in-adult-immune http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25293768?tool=bestpractice.com O risco de infecção é aumentado, e a pré-medicação com esteroides é recomendada para prevenir reações agudas à infusão. O uso repetido do rituximabe pode causar hipogamaglobulinemia.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
O rituximabe é contraindicado nos pacientes com infecção ativa por hepatite B devido ao aumento do risco de reativação do vírus da hepatite B. Os pacientes devem ser testados para infecção por hepatite B antes do uso. São necessários medicação antiviral profilática e monitoramento do DNA nos pacientes que recebem rituximabe e que apresentam evidência de infecção prévia por hepatite B. A vacinação pode ser inefetiva por até 6 meses nos pacientes previamente tratados com rituximabe; idealmente, as vacinações devem ser administradas >6 meses antes do tratamento com rituximabe.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [58]Nazi I, Kelton JG, Larché M, et al. The effect of rituximab on vaccine responses in patients with immune thrombocytopenia. Blood. 2013 Sep 12;122(11):1946-53. https://ashpublications.org/blood/article/122/11/1946/31886/The-effect-of-rituximab-on-vaccine-responses-in http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23851398?tool=bestpractice.com
O rituximabe é usado off-label para a PTI.
O objetivo do tratamento para pacientes com doença crônica ou persistente é aumentar a contagem plaquetária para controlar sangramentos clinicamente relevantes ou minimizar o risco de sangramento importante com toxicidade mínima, enquanto se aguarda a melhora ou remissão espontânea. No entanto, após mais de 12 meses do diagnóstico, as melhoras são muito menos prováveis.
Nos casos de fracasso do tratamento ou intolerância a um medicamento de segunda linha, pode-se considerar a troca para outro medicamento de segunda linha ou esplenectomia (caso ocorra 12 meses ou mais após o diagnóstico).
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para metas de níveis de plaquetas (por exemplo, pequena cirurgia ≥50 × 10⁹/L [≥50 × 10³/microlitro], cirurgia de grande porte ≥80 × 10⁹/L [≥80 × 10³/microlitro]).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Opções primárias
rituximabe: 375 mg/metro quadrado de área de superfície corporal por via intravenosa uma vez por semana por 4 doses
fostamatinibe
A trombocitopenia imune (PTI; ou seja, contagem plaquetária ≤100 × 10⁹/L [≤100 × 10³/microlitro]) que não apresenta resolução espontânea ou não responde ao tratamento de primeira linha é definida como PTI persistente se a duração for de 3 a 12 meses após o diagnóstico, e como PTI crônica se a duração for superior a 12 meses após o diagnóstico.[1]Rodeghiero F, Stasi R, Gernsheimer T, et al. Standardization of terminology, definitions and outcome criteria in immune thrombocytopenic purpura of adults and children: report from an international working group. Blood. 2009 Mar 12;113(11):2386-93. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/113/11/2386 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19005182?tool=bestpractice.com
Os pacientes que não respondem ao tratamento de primeira linha ou apresentam recidiva quando os corticosteroides são reduzidos ou interrompidos podem receber fostamatinibe como opção de tratamento de segunda linha.
O fostamatinibe é um inibidor da tirosina quinase do baço (Syk) aprovado para uso de segunda linha na PTI crônica.
Em dois ensaios clínicos randomizados e controlados paralelos de 24 semanas envolvendo pacientes adultos com PTI persistente ou crônica sem resposta clínica a tratamentos anteriores, uma resposta estável (ou seja, contagem plaquetária ≥50 × 10³/microlitro por 4 de 6 semanas) foi alcançada em 18% dos pacientes que receberam fostamatinibe em comparação com 2% que receberam placebo.[59]Bussel J, Arnold DM, Grossbard E, et al. Fostamatinib for the treatment of adult persistent and chronic immune thrombocytopenia: Results of two phase 3, randomized, placebo-controlled trials. Am J Hematol. 2018 Jul;93(7):921-30. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6055608 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29696684?tool=bestpractice.com A maioria desses pacientes tinha recebido 3 ou mais terapias anteriores e 80% dos participantes apresentavam uma duração da PTI >2 anos (mediana de 8.4 anos). Uma análise post hoc comparando subgrupos de pacientes por linha de terapia mostrou uma taxa de resposta de 78% quando o fostamatinibe foi usado como terapia de segunda linha, e de 48% quando usado como tratamento de terceira linha ou posterior.[60]Boccia R, Cooper N, Ghanima W, et al. Fostamatinib is an effective second-line therapy in patients with immune thrombocytopenia. Br J Haematol. 2020 Sep;190(6):933-8. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/bjh.16959 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33439486?tool=bestpractice.com
O objetivo do tratamento para pacientes com doença crônica ou persistente é aumentar a contagem plaquetária para controlar sangramentos clinicamente relevantes ou minimizar o risco de sangramento importante com toxicidade mínima, enquanto se aguarda a melhora ou remissão espontânea. No entanto, após mais de 12 meses do diagnóstico, as melhoras são muito menos prováveis.
Nos casos de fracasso do tratamento ou intolerância a um medicamento de segunda linha, pode-se considerar a troca para outro medicamento de segunda linha ou esplenectomia (caso ocorra 12 meses ou mais após o diagnóstico).
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para metas de níveis de plaquetas (por exemplo, pequena cirurgia ≥50 × 10⁹/L [≥50 × 10³/microlitro], cirurgia de grande porte ≥80 × 10⁹/L [≥80 × 10³/microlitro]).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Opções primárias
fostamatinibe: 100-150 mg por via oral duas vezes ao dia, ajustar a dose de acordo com a resposta
esplenectomia (associada a tratamento para alcançar o nível de plaquetas desejado)
A esplenectomia é considerada um tratamento de segunda linha, mas geralmente é adiada até pelo menos 12 a 24 meses após o diagnóstico para permitir a remissão ou estabilização da contagem plaquetária.
O objetivo da esplenectomia é a cura ou a remissão duradoura. Uma revisão sistemática mostrou uma resposta completa (ou seja, contagem plaquetária ≥100 × 10⁹/L [≥100 × 10³/microlitro] por 30 dias ou mais sem nenhum tratamento adicional para a trombocitopenia imune) com a esplenectomia em aproximadamente 66% dos casos.[65]Kojouri K, Vesely SK, Terrell DR, et al. Splenectomy for adult patients with idiopathic thrombocytopenic purpura: a systematic review to assess long-term platelet count responses, prediction of response, and surgical complications. Blood. 2004 Nov 1;104(9):2623-34. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/cgi/content/full/104/9/2623 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15217831?tool=bestpractice.com A esplenectomia pode ser considerada se os tratamentos de primeira linha falharem e o paciente for considerado adequado para cirurgia. No entanto, os potenciais riscos e benefícios da esplenectomia e das outras opções de tratamento de segunda linha (por exemplo, rituximabe, agonistas do receptor de trombopoetina e fostamatinibe) devem ser discutidos e uma decisão compartilhada deve ser tomada com o paciente. A esplenectomia tornou-se menos comum com a introdução de opções efetivas de medicamentos de segunda linha.
Os pacientes com contagem plaquetária pré-operatória >20 × 10⁹/L (>20 × 10³/microlitro) podem ser submetidos à esplenectomia com segurança. Um corticosteroide, IGIV ou agonista do receptor de trombopoetina pode ser usado para aumentar a contagem plaquetária para um nível mais seguro (por exemplo, >50 × 10⁹/L [>50 × 10³/microlitro]) antes da cirurgia. Nos pacientes com doença refratária que requerem tratamento imediato, a esplenectomia pode ser realizada se a contagem plaquetária for ≤20 × 10⁹/L (≤20 × 10³/microlitro), e até mesmo se for tão baixa como 5 × 10⁹/L (5 × 10³/microlitro), pois a contagem plaquetária pode aumentar com rapidez após o clampeamento da artéria esplênica.
Pelo menos 2 semanas antes da esplenectomia, os pacientes devem ser imunizados com vacinas contra S pneumoniae, H influenzae tipo b e N meningitidis.[66]Davies JM, Lewis MP, Wimperis J, et al; British Committee for Standards in Haematology. Review of guidelines for the prevention and treatment of infection in patients with an absent or dysfunctional spleen. Br J Haematol. 2011 Nov;155(3):308-17. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2141.2011.08843.x/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21988145?tool=bestpractice.com [67]Centers for Disease Control and Prevention. General best practice guidelines for immunization: altered immunocompetence. Aug 2023 [internet publication]. https://www.cdc.gov/vaccines/hcp/acip-recs/general-recs/immunocompetence.html As orientações locais sobre vacinação pré e pós-esplenectomia devem ser seguidas.[68]Centers for Disease Control and Prevention. Adult immunization schedule by medical condition and other indication. Nov 2023 [internet publication]. https://www.cdc.gov/vaccines/schedules/hcp/imz/adult-conditions.html A vacinação pode ser inefetiva por até 6 meses nos pacientes previamente tratados com rituximabe; idealmente, as vacinações devem ser administradas >6 meses antes do tratamento com rituximabe, ou pelo menos 6 meses após a dose final.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [58]Nazi I, Kelton JG, Larché M, et al. The effect of rituximab on vaccine responses in patients with immune thrombocytopenia. Blood. 2013 Sep 12;122(11):1946-53. https://ashpublications.org/blood/article/122/11/1946/31886/The-effect-of-rituximab-on-vaccine-responses-in http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23851398?tool=bestpractice.com Antibióticos profiláticos devem ser administrados durante pelo menos 3 anos após a esplenectomia; alguns recomendam profilaxia antibiótica vitalícia.[66]Davies JM, Lewis MP, Wimperis J, et al; British Committee for Standards in Haematology. Review of guidelines for the prevention and treatment of infection in patients with an absent or dysfunctional spleen. Br J Haematol. 2011 Nov;155(3):308-17. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2141.2011.08843.x/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21988145?tool=bestpractice.com [69]Rodeghiero F, Ruggeri M. Short- and long-term risks of splenectomy for benign haematological disorders: should we revisit the indications? Br J Haematol. 2012 Jul;158(1):16-29. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-2141.2012.09146.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22571181?tool=bestpractice.com [70]Lee GM. Preventing infections in children and adults with asplenia. Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2020 Dec 4;2020(1):328-35. https://ashpublications.org/hematology/article/2020/1/328/474295/Preventing-infections-in-children-and-adults-with http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33275684?tool=bestpractice.com
Os pacientes que não respondem à esplenectomia devem ser avaliados quanto à presença de um baço acessório (supranumerário) por meio de exame com radionuclídeos ou ressonância nuclear magnética, sobretudo se o esfregaço de sangue periférico não mostrar evidências de esplenectomia (isto é, corpos de Howell-Jolly).
Nos casos de fracasso do tratamento ou recidiva após a esplenectomia, um medicamento de segunda linha pode ser considerado, caso ainda não tenha sido experimentado.
medicamentos imunossupressores ou imunomoduladores
Nos pacientes cujo tratamento com múltiplos medicamentos de segunda linha fracassam, a terapia de resgate com um medicamento imunossupressor ou imunomodulador pode ser considerada como tratamento off-label para a trombocitopenia imune. Eles incluem a azatioprina, a ciclosporina, a ciclofosfamida, o danazol, a dapsona e o micofenolato. No entanto, faltam evidências que apoiem a sua utilização.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [33]Liu XG, Hou Y, Hou M. How we treat primary immune thrombocytopenia in adults. J Hematol Oncol. 2023 Jan 19;16(1):4. https://jhoonline.biomedcentral.com/articles/10.1186/s13045-023-01401-z http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36658588?tool=bestpractice.com
A resposta ao micofenolato pode demorar várias semanas, mas parece ser duradoura.[61]Taylor A, Neave L, Solanki S, et al. Mycophenolate mofetil therapy for severe immune thrombocytopenia. Br J Haematol. 2015 Nov;171(4):625-30. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/bjh.13622 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26250874?tool=bestpractice.com [62]Colović M, Suvajdzic N, Colović N, et al. Mycophenolate mophetil therapy for chronic immune thrombocytopenic purpura resistant to steroids, immunosuppressants, and/or splenectomy in adults. Platelets. 2011;22(2):153-6. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21142405?tool=bestpractice.com [63]Bradbury CA, Pell J, Hill Q, et al. Mycophenolate mofetil for first-line treatment of immune thrombocytopenia. N Engl J Med. 2021 Sep 2;385(10):885-95. https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa2100596 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34469646?tool=bestpractice.com
Os alcaloides da vinca (por exemplo, vincristina) podem ser administrados apenas em situações agudas. Apesar de uma elevada taxa de resposta (com uma resposta geralmente rápida), seu uso é limitado pelos efeitos colaterais graves, incluindo neuropatia periférica que pode ser irreversível.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [64]Park YH, Yi HG, Lee MH, et al. Clinical efficacy and tolerability of vincristine in splenectomized patients with refractory or relapsed immune thrombocytopenia: a retrospective single-center study. Int J Hematol. 2016 Feb;103(2):180-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26588926?tool=bestpractice.com
Opções primárias
azatioprina: 50-200 mg/dia por via oral
ou
ciclosporina: 3-6 mg/kg/dia por via oral inicialmente, ajustar a dose de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia
ou
ciclofosfamida: 50-200 mg/dia por via oral
ou
danazol: 200-800 mg/dia por via oral
ou
dapsona: 50-100 mg/dia por via oral
ou
micofenolato de mofetila: 500-2000 mg/dia por via oral
Opções secundárias
vincristina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose
corticosteroide em dose baixa ou infusões repetidas de IGIV
Nos pacientes com fracasso no tratamento com múltiplos medicamentos de segunda linha, pode ser considerada uma terapia de resgate com corticosteroide em dose baixa ou repetidas infusões de imunoglobulina intravenosa (IGIV).
Corticosteroide em dose baixa: raramente pode ser considerado nos pacientes com resposta clínica se eles puderem tolerar corticosteroides e não tiverem contraindicações (por exemplo, diabetes, hipertensão, osteoporose, úlcera péptica). Deve ser utilizada a mínima dose efetiva durante o menor período de tempo (idealmente não superior a 5 mg/dia de prednisolona ou equivalente).[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com
Infusões repetidas de IGIV sob demanda podem ser usadas para os pacientes com resposta clínica, se toleradas. A maioria dos pacientes responde inicialmente; entretanto, o aumento das plaquetas geralmente é transitório. É necessário estar alerta a potenciais toxicidades associadas a infusões repetidas de IGIV, como insuficiência renal e trombose. É necessário acompanhamento ambulatorial.
O objetivo do tratamento é aumentar a contagem plaquetária para controlar sangramentos clinicamente relevantes ou minimizar o risco de sangramento importante com toxicidade mínima, enquanto aguarda a melhora ou remissão espontânea.
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para os níveis de plaquetas-alvo.
Opções primárias
prednisolona: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose; recomendam-se doses de ≤5 mg/dia
ou
imunoglobulina humana normal: 1 g/kg por via intravenosa em dose única
gestantes: doença persistente ou crônica
alta dose de metilprednisolona
As pacientes gestantes com trombocitopenia imune sem resposta clínica à prednisolona ou imunoglobulina intravenosa (IGIV) inicial devem ser tratadas com altas doses de metilprednisolona, geralmente em combinação com IGIV e/ou azatioprina.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [84]Gernsheimer T, James AH, Stasi R. How I treat thrombocytopenia in pregnancy. Blood. 2013 Jan 3;121(1):38-47. http://bloodjournal.hematologylibrary.org/content/121/1/38.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23149846?tool=bestpractice.com
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para os níveis de plaquetas-alvo.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com Nas gestantes recomenda-se uma meta de contagem plaquetária ≥50 × 10⁹/L (≥50 × 10³/microlitro) para parto vaginal ou cesáreo. Para a anestesia peridural recomenda-se uma meta de contagem plaquetária de ≥80 × 10⁹/L (≥80 × 10⁹/microlitro), embora o risco seja provavelmente baixo nas pacientes com uma contagem plaquetária >70 × 10⁹/L (>70 × 10³/microlitro).[86]Bauer ME, Arendt K, Beilin Y, et al. The Society for Obstetric Anesthesia and Perinatology Interdisciplinary consensus statement on neuraxial procedures in obstetric patients with thrombocytopenia. Anesth Analg. 2021 Jun 1;132(6):1531-44. https://journals.lww.com/anesthesia-analgesia/fulltext/2021/06000/the_society_for_obstetric_anesthesia_and.6.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861047?tool=bestpractice.com
Opções primárias
succinato sódico de metilprednisolona: 1000 mg por via intravenosa a cada 24 horas por 3 dias, seguidos por tratamento com corticosteroide oral conforme a indicação clínica
IGIV e/ou azatioprina
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os pacientes geralmente recebem imunoglobulina intravenosa (IGIV) e/ou azatioprina em associação com alta dose de metilprednisolona.
A azatioprina tem sido utilizada com segurança na gravidez para outras indicações (por exemplo, lúpus eritematoso sistêmico ou transplante renal).
Os pacientes devem ter níveis de plaquetas suficientes antes de serem submetidos a qualquer tipo de procedimento ou cirurgia. As diretrizes fornecem recomendações para os níveis de plaquetas-alvo.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com Nas gestantes, recomenda-se uma meta de contagem plaquetária ≥50 × 10⁹/L (≥50 × 10³/microlitro) para o parto vaginal ou cesáreo. Para a anestesia peridural recomenda-se uma meta de contagem plaquetária de ≥80 × 10⁹/L (≥80 × 10⁹/microlitro), embora o risco seja provavelmente baixo nas pacientes com uma contagem plaquetária >70 × 10⁹/L (>70 × 10³/microlitro).[86]Bauer ME, Arendt K, Beilin Y, et al. The Society for Obstetric Anesthesia and Perinatology Interdisciplinary consensus statement on neuraxial procedures in obstetric patients with thrombocytopenia. Anesth Analg. 2021 Jun 1;132(6):1531-44. https://journals.lww.com/anesthesia-analgesia/fulltext/2021/06000/the_society_for_obstetric_anesthesia_and.6.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33861047?tool=bestpractice.com
Opções primárias
imunoglobulina humana normal: 1 g/kg por via intravenosa em dose única, uma segunda dose pode ser administrada se houver uma resposta fraca ao tratamento inicial
E/OU
azatioprina: 50-200 mg/dia por via oral
rituximabe
Existem poucos dados sobre o uso seguro do rituximabe durante a gestação, e existem algumas preocupações sobre os desfechos da gestação após a exposição materna ao rituximabe.[85]Chakravarty EF, Murray ER, Kelman A, et al. Pregnancy outcomes after maternal exposure to rituximab. Blood. 2011 Feb 3;117(5):1499-506. http://www.bloodjournal.org/content/117/5/1499.long?sso-checked=true http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21098742?tool=bestpractice.com No entanto, as diretrizes sugerem que o rituximabe pode ser considerado durante a gestação para os casos muito graves que não tiverem respondido a outros tratamentos.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com É necessário monitoramento para imunossupressão e infecção. O rituximabe é usado off-label para a trombocitopenia imune.
Opções primárias
rituximabe: 375 mg/metro quadrado de área de superfície corporal por via intravenosa uma vez por semana por 4 doses
esplenectomia
A esplenectomia raramente é realizada nas gestantes; no entanto, caso ela seja necessária (por exemplo, para a doença refratária grave) e a paciente concorde com o procedimento, o ideal é realizá-la precocemente no segundo trimestre, podendo ser feita por laparoscopia.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [20]Rajasekhar A, Gernsheimer T, Stasi R, et al. Clinical practice guide on thrombocytopenia in pregnancy. Washington, DC: American Society of Hematology; 2013.
As pacientes com contagem plaquetária pré-operatória >20 × 10⁹/L (>20 × 10³/microlitro) podem ser submetidas à esplenectomia com segurança. As pacientes com PTI em pré-parto devem ter níveis plaquetários suficientes. Pode ser feita uma transfusão de plaquetas para aumentar a contagem plaquetária se esta for <20 × 10⁹/L (<20 × 10³/microlitro); no entanto, as infusões devem ser realizadas com precaução, pois pode ocorrer trombocitose após a esplenectomia.
Pelo menos 2 semanas antes da esplenectomia, os pacientes devem ser imunizados com vacinas contra S pneumoniae, H influenzae tipo b e N meningitidis.[66]Davies JM, Lewis MP, Wimperis J, et al; British Committee for Standards in Haematology. Review of guidelines for the prevention and treatment of infection in patients with an absent or dysfunctional spleen. Br J Haematol. 2011 Nov;155(3):308-17. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2141.2011.08843.x/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21988145?tool=bestpractice.com [67]Centers for Disease Control and Prevention. General best practice guidelines for immunization: altered immunocompetence. Aug 2023 [internet publication]. https://www.cdc.gov/vaccines/hcp/acip-recs/general-recs/immunocompetence.html As orientações locais sobre vacinação pré e pós-esplenectomia devem ser seguidas.[68]Centers for Disease Control and Prevention. Adult immunization schedule by medical condition and other indication. Nov 2023 [internet publication]. https://www.cdc.gov/vaccines/schedules/hcp/imz/adult-conditions.html A vacinação pode ser inefetiva por até 6 meses nos pacientes previamente tratados com rituximabe; idealmente, as vacinações devem ser administradas >6 meses antes do tratamento com rituximabe, ou pelo menos 6 meses após a dose final.[15]Provan D, Arnold DM, Bussel JB, et al. Updated international consensus report on the investigation and management of primary immune thrombocytopenia. Blood Adv. 2019 Nov 26;3(22):3780-817. https://ashpublications.org/bloodadvances/article/3/22/3780/428877/Updated-international-consensus-report-on-the http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31770441?tool=bestpractice.com [58]Nazi I, Kelton JG, Larché M, et al. The effect of rituximab on vaccine responses in patients with immune thrombocytopenia. Blood. 2013 Sep 12;122(11):1946-53. https://ashpublications.org/blood/article/122/11/1946/31886/The-effect-of-rituximab-on-vaccine-responses-in http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23851398?tool=bestpractice.com Antibióticos profiláticos devem ser administrados durante pelo menos 3 anos após a esplenectomia; alguns recomendam profilaxia antibiótica vitalícia.[66]Davies JM, Lewis MP, Wimperis J, et al; British Committee for Standards in Haematology. Review of guidelines for the prevention and treatment of infection in patients with an absent or dysfunctional spleen. Br J Haematol. 2011 Nov;155(3):308-17. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1365-2141.2011.08843.x/full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21988145?tool=bestpractice.com [69]Rodeghiero F, Ruggeri M. Short- and long-term risks of splenectomy for benign haematological disorders: should we revisit the indications? Br J Haematol. 2012 Jul;158(1):16-29. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1365-2141.2012.09146.x http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22571181?tool=bestpractice.com [70]Lee GM. Preventing infections in children and adults with asplenia. Hematology Am Soc Hematol Educ Program. 2020 Dec 4;2020(1):328-35. https://ashpublications.org/hematology/article/2020/1/328/474295/Preventing-infections-in-children-and-adults-with http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33275684?tool=bestpractice.com
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