História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Fatores de risco fortes são idade <15 anos, estreitamento do trato gastrointestinal, distúrbio mecânico do trato gastrointestinal, dependência química, transtorno convulsivo, pessoas com deficiência intelectual ou transtorno mental, detentos/pessoas envolvidas em atividades criminosas, distúrbios dentários, alimentação apressada e diminuição do reflexo faríngeo.

disfagia

Incapacidade de deglutir sólidos, líquidos ou ambos. A disfagia pode ser classificada como disfagia cricofaríngea (problema em iniciar o processo de deglutição) ou esofágica (o paciente é capaz de deglutir, mas os alimentos em bolus não conseguem passar para o lúmen estomacal e é descrito como "alimentos presos no peito").

dor abdominal inespecífica

Uma dor abdominal intensa ou inespecífica deve ser avaliada com cuidado, pois pode ser um sintoma de ruptura/perfuração esofágica, obstrução pilórica ou estrangulamento intestinal, e requer avaliação imediata.

Corpos estranhos retais também podem se apresentar com queixas abdominais inespecíficas.

Deve-se ter consideração especial para aquelas pessoas com cirurgia abdominal prévia e dor abdominal inexplicada.

estridor e sibilância

Um grande corpo estranho esofágico na orofaringe ou no esfíncter esofágico superior pode causar obstrução traqueal com estridor, sibilância ou comprometimento respiratório resultantes. A apresentação tardia é comumente observada nas crianças que podem apresentar principalmente sintomas respiratórios e podem não apresentar espontaneamente uma história de ingestão/obstrução por corpo estranho.[52]

sialorreia

A incapacidade de lidar com secreções geralmente indica obstrução orofaríngea ou esofágica parcial ou completa e pode aumentar o risco de pneumonia por aspiração.

Outros fatores diagnósticos

comuns

engasgo, náuseas/vômitos, dor de garganta/pescoço

Sintomas de um corpo estranho preso na garganta após a ingestão.

dor torácica atípica ou dor torácica não cardíaca

Múltiplas etiologias, como laceração ou perfuração esofágica, obstrução por bolo alimentar, estrangulamento por hérnia de hiato ou neoplasia maligna esofágica, podem causar dor torácica.

sufocamento

O sufocamento durante a alimentação, a "síndrome coronariana das refeições", é um tipo de obstrução das vias aéreas superiores causada por bolo alimentar na região da hipofaringe e pode levar à morte. A síndrome tem maior probabilidade de ocorrer em indivíduos que comem muito rápido ou mastigam seus alimentos de forma inadequada, aqueles com dentaduras, pacientes psiquiátricos, indivíduos que usam drogas ou consomem bebidas alcoólicas e aqueles que riem ou falam enquanto comem.[31]

hemorragia digestiva baixa

Os sintomas inespecíficos de um objeto na área colorretal incluem hematoquezia e muco provenientes do reto.

Incomuns

dor ao deglutir

Às vezes, a dor ao deglutir pode ser um sintoma de impactação alimentar, e pode ocorrer com ou sem disfagia.

febre, baixa aceitação alimentar, retardo do crescimento pôndero-estatural e irritabilidade (em crianças)

Esses sintomas são comumente observados nas crianças com obstrução crônica por corpo estranho.

sintomas agudos ou crônicos semelhantes aos da asma ou pneumonia recorrente

A obstrução crônica por corpo estranho deve fazer parte do diagnóstico diferencial em crianças pequenas que apresentam sintomas agudos ou crônicos semelhantes aos de ataques de asma agudos ou pneumonia recorrente não explicada.

sinais de sepse

Os pacientes que apresentam taquicardia, hipotensão ou febre podem ter uma perfuração do trato gastrointestinal.

sinal de intoxicação aguda por drogas

A ruptura de um pacote de droga deglutido (por exemplo, preservativo cheio de cocaína ou heroína) pode causar uma intoxicação aguda.

Fatores de risco

Fortes

idade <15 anos

Crianças com idade <15 anos representam 70% a 80% dos pacientes com corpo estranho no trato gastrointestinal superior, sendo a maior incidência em crianças entre 1 e 3 anos de idade.

Em países ocidentais, os objetos mais comumente encontrados em crianças são as moedas.[9][10] Nos países asiáticos, espinhas de peixe são o corpo estranho mais comumente retirado do trato gastrointestinal superior de crianças (devido à introdução precoce de peixes com espinha na dieta).[13][14]

estenose do trato gastrointestinal

As estenoses adquiridas ou congênitas em qualquer ponto do trato gastrointestinal podem servir de barreira para a livre passagem de um corpo estranho.[26]​ Isso pode incluir anel de Schatzki, estenoses pépticas, fístulas, esofagite eosinofílica, outros processos inflamatórios, tumores, obstrução da saída gástrica e cirurgia gastrointestinal prévia.

dependência química

O uso de bebidas alcoólicas/drogas recreativas ou outros sedativos que podem alterar o estado mental podem aumentar o risco de ingestão de corpos estranhos.[27]

deficiência intelectual

Certas patologias (por exemplo, síndrome de Down) podem aumentar a incidência de ingestão de corpos estranhos. Esses pacientes geralmente têm uma história ingestão repetida de corpos estranhos.[28]

transtorno mental

As pessoas com esquizofrenia ou transtornos de personalidade apresentam um aumento do risco de ingestão repetida de objetos múltiplos, grandes ou incomuns.[29]

detentos ou pessoas envolvidas em atividades criminosas

As pessoas encarceradas ou envolvidas em atividades criminosas podem engolir objetos para obter algum ganho secundário com acesso a um centro médico ou para escondê-los de autoridades (por exemplo, vários preservativos cheios de cocaína ou heroína para transportar a droga de um país para outro).[4]

transtornos dentários

Uma dentição fraca e tratamentos de ponte dentária estão associados à obstrução do trato gastrointestinal superior.[30]

alimentação apressada

Associada a obstrução do trato gastrointestinal superior.[31]

reflexo faríngeo diminuído

Os transtornos neurológicos primários envolvendo comprometimento do reflexo faríngeo (por exemplo, doença de Parkinson, estados pós-ictais, história de AVC e demência) estão associados à ingestão de corpos estranhos e à impactação de alimentos.

Fracos

sexo masculino (adultos)

Em adultos, a incidência de ingestão acidental ou intencional de corpos estranhos é maior em homens do que em mulheres. Em crianças que ingerem corpos estranhos, não há predominância de um dos sexos.

história de doença esofágica subjacente, cirurgia ou procedimento

Uma história de cirurgia (por exemplo, fundoplicatura de Nissen) ou implantes (por exemplo, endoprótese esofágica) pode aumentar o risco de impactação de corpo estranho.

transtorno convulsivo

Pessoas com um transtorno convulsivo podem ter maior risco de ingestão não intencional de corpos estranhos.[32][33]

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