Etiologia

A toxicidade serotoninérgica pode ocorrer em virtude da exposição a qualquer medicamento que aumente a concentração de serotonina intrassináptica no sistema nervoso central (SNC).[1][3] Isso inclui medicamentos cuja meta terapêutica é aumentar os níveis de serotonina no SNC (por exemplo, antidepressivos) e medicamentos que causam esse efeito de forma acidental (por exemplo, analgésicos opioides). Os medicamentos associados à toxicidade serotoninérgica estão relacionados a seguir. Esta lista não é completa, pois novos agentes estão sempre sendo introduzidos no mercado.[4][5][6][7][12][13][14]

Inibidores de recaptação de serotonina

  • Inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs), como fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, citalopram, sertralina, escitalopram ou dapoxetina

  • Inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSNs), como venlafaxina, desvenlafaxina ou duloxetina

  • Alguns antidepressivos tricíclicos (por exemplo, clomipramina, imipramina)

  • Analgésicos opioides (por exemplo, petidina, tramadol, fentanila, dextrometorfano)

  • Erva-de-São-João

  • Vortioxetina

  • Trazodona

Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs)

  • Não seletivos irreversíveis: fenelzina, tranilcipromina

  • Seletivo reversível: moclobemida

  • Outros: linezolida, azul de metileno, isoniazida, lamotrigina

Agentes liberadores de serotonina

  • Fenfluramina

  • Anfetaminas, metanfetamina, metilfenidato, fentermina

  • Estimulantes sintéticos - metilenodioximetanfetamina (MDMA, ou ecstasy), cocaína, catinonas

Substâncias que aumentam a síntese de serotonina

  • L-triptofano

Agonistas de receptores de serotonina

  • Dietilamida do ácido lisérgico (LSD), feniletilaminas substituídas por 2C (por exemplo, "NBOMe’")

  • Lítio

Há implicações de vários outros agentes na toxicidade serotoninérgica, inclusive de alguns antipsicóticos (isto é, medicamentos com atividade antagonista 5-HT2A), triptanos (antagonistas 5-HT1), e outros antidepressivos (por exemplo, mirtazapina).[15][16][17][18] No entanto, não há evidências suficientes para rotular esses medicamentos como agentes causadores.

A serotonina intrassináptica pode ser aumentada por vários mecanismos, entre eles, aumento da produção de serotonina, liberação de serotonina, inibição da recaptação de serotonina e redução do metabolismo da serotonina (por exemplo, inibição da monoaminoxidase).[1][2]

A toxicidade serotoninérgica grave é, quase sempre, resultado da exposição a dois agentes serotoninérgicos que atuam por mecanismos diferentes. A combinação clássica é um ISRS associado a um IMAO.[8]

Fisiopatologia

A fisiopatologia da toxicidade serotoninérgica em seres humanos ainda não é bem compreendida, e grande parte da literatura inicial confunde as manifestações clínicas em seres humanos com uma síndrome comportamental distinta definida em animais.[3] No entanto, há poucas dúvidas de que a fisiopatologia se relaciona ao aumento da serotonina intrassináptica no sistema nervoso central (SNC) e aos efeitos das concentrações elevadas de serotonina em subtipos específicos de receptores de serotonina (5-HT) no cérebro.[3] Estudos em animais dão suporte à teoria de que, pelo menos, no caso de toxicidade serotoninérgica que causa risco de vida, incluindo a hipertermia, o subtipo de receptores 5-HT2A é o mais importante. Os antagonistas 5-HT2A parecem prevenir esses efeitos em animais.[19]

A fisiopatologia dos efeitos neuromusculares, incluindo aumento do tônus, clônus e hiper-reflexia, está menos clara e, provavelmente, envolve vários tipos de receptores, entre eles, 5-HT2A e 5-HT1A.[3]

Classificação

Gravidade da toxicidade serotoninérgica[2][4]

O espectro da toxicidade serotoninérgica pode ser dividido em 3 grupos de gravidade baseados na exigência de intervenção médica.

Toxicidade leve

  • Características serotoninérgicas que podem ou não preocupar o paciente. Essas características incluem hiper-reflexia (quase sempre presente em indivíduos que utilizam inibidores seletivos de recaptação de serotonina [ISRSs]), clônus induzível, tremor, mioclonias e diaforese ou, ocasionalmente, sintomas mais inespecíficos, como cefaleia ou sudorese.

  • Esses pacientes não preenchem os Critérios de Toxicidade Serotoninérgica de Hunter (Hunter Serotonin Toxicity Criteria [HSTC]).[4]

Toxicidade moderada

  • Causa sofrimento significativo no paciente e requer tratamento, mas não causa risco de vida.

  • Caracterizada por ansiedade e agitação. Taquicardia também é comum.

  • Os pacientes preenchem os HSTC, mas não há hipertermia (temperatura >38.5 °C [>101.3 °F] ou aumentando rapidamente) nem hipertonia.[4]

Toxicidade grave

  • Considerada uma emergência médica, pois evolui para insuficiência de múltiplos órgãos se não for tratada. Quase sempre associada à exposição a uma combinação de medicamentos serotoninérgicos que atuam por diferentes mecanismos farmacológicos.

  • Os pacientes preenchem os HSTC e têm hipertermia e hipertonia.[4]

Medicamentos associados à toxicidade serotoninérgica[4][5][6][7]

Inibidores de recaptação de serotonina

  • ISRSs, como fluoxetina, fluvoxamina, paroxetina, citalopram, sertralina, escitalopram ou dapoxetina

  • Inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (IRSNs), como venlafaxina, desvenlafaxina ou duloxetina

  • Alguns antidepressivos tricíclicos (por exemplo, clomipramina, imipramina)

  • Analgésicos opioides (por exemplo, petidina, tramadol, fentanila, dextrometorfano)

  • Erva-de-São-João

  • Vortioxetina

  • Trazodona

Inibidores da monoaminoxidase

  • Não seletivos irreversíveis: fenelzina, tranilcipromina

  • Seletivo reversível: moclobemida

  • Outros: linezolida, azul de metileno, isoniazida, lamotrigina

Agentes liberadores de serotonina

  • Fenfluramina

  • Anfetaminas, metanfetamina, metilfenidato, fentermina

  • Estimulantes sintéticos - metilenodioximetanfetamina (MDMA, ou ecstasy), cocaína, catinonas

Substâncias que aumentam a síntese de serotonina

  • L-triptofano

Agonistas de receptores de serotonina

  • Dietilamida do ácido lisérgico (LSD), feniletilaminas substituídas por 2C (por exemplo, "NBOMe’")

  • Lítio

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