Complicações
A lesão neurovascular pode ser minimizada por uma dissecção intraoperatória meticulosa, identificando-se nervos e artérias, e pelo corte somente do tecido que possa ser bem-visualizado, após a identificação e retração dos feixes neurovasculares do dedo.
A neurapraxia digital, por vezes, não pode ser evitada ao se estirar um dedo previamente contraído. Ocasionalmente, a isquemia digital pode ocorrer após a extensão de um dedo previamente contraído, causada por estiramento arterial e vasoespasmo. Se ela ocorrer no período intraoperatório, o dedo deverá ser flexionado passivamente e tratado com soro fisiológico morno. Se isso não restaurar o fluxo sanguíneo, a aplicação local de lidocaína deverá ser considerada e, se ela não for bem-sucedida, pode-se administrar heparina por via intravenosa.
O risco de formação de hematoma é minimizado com o afrouxamento do torniquete ao se concluir a fasciectomia, atingindo-se a devida hemostasia antes do fechamento da ferida e/ou com o fechamento da ferida sobre um dreno.[65]
A infecção é combatida com o uso de antibióticos perioperatórios e manipulação cuidadosa dos tecidos moles.
As complicações associadas à cicatrização da ferida podem ser minimizadas com planejamento cuidadoso e elevação meticulosa dos retalhos, e prevenção de hematomas. A incidência relatada de infecção pós-operatória no sítio cirúrgico é de 0.04% em 90 dias.[66]
A profilaxia é dificultada pela necessidade de um período prolongado de imobilização pós-operatória, após a cirurgia da Dupuytren.
Exercícios supervisionados de terapia da mão deverão ser instituídos assim que o estado da ferida permitir.
As recorrências pós-procedimento relatadas podem representar tanto uma recorrência verdadeira (doença no local da operação) quanto uma extensão da doença (doença fora do sítio cirúrgico prévio).
A recorrência é significativamente mais comum em pacientes que apresentam contraturas da articulação interfalangiana proximal (IFP), um dedo mínimo doente ou acometimento de diversos dedos, e o risco de recorrência aumenta com a intensidade da contratura.[50]
Pelo fato de a fáscia doente não ser integralmente removida, a aponeurotomia com agulha está associada a um índice de recorrência de pelo menos 50%; e a fasciotomia, a um índice de pelo menos 43%; enquanto a fasciectomia parcial aberta está associada a um índice de recorrência pós-operatória de 15%; e a aponeurotomia segmentar, a um índice de recorrência de 20% a 35%.[46][47][48]
Os sinais precoces que puderem indicar uma distrofia simpático-reflexa, como dor pós-operatória excessiva, deverão ser tratados com diligência e um alto grau de suspeita.
Os curativos pós-operatórios devem ser afrouxados ou trocados caso haja edema intenso da mão ou dos dedos.
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