Abordagem

A manifestação clínica característica combinada à confirmação pelo exame laboratorial por solução de hidróxido de potássio (KOH) de escama da pele afetada demonstrando hifas curtas e esporos normalmente é suficiente para o diagnóstico da PV.[13]

História

Embora a PV tenha sido relatada em bebês, crianças e idosos, ela é mais comum em adolescentes e adultos jovens, quando a atividade das glândulas sebáceas é máxima.[13]

A maioria dos pacientes é assintomática. Entretanto, prurido ocorre em alguns casos.[13] A queixa típica é o desfiguramento cosmético, resultado de anormalidades na pigmentação associada à doença.[29]

Os pacientes comumente relatam história recidivante/recorrente da doença, com surtos ativos sendo mais comuns durante os meses de verão e em períodos de temperatura e umidade elevadas.[13]

A história do paciente pode incluir hiperidrose, história familiar da doença, participação em esportes, uso de contraceptivos orais, uso de pomadas ou cremes oclusivos, uso de corticosteroides sistêmicos e doenças imunossupressoras, incluindo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Estes são os fatores de risco para a doença, os quais devem ser determinados.[7]

Exame físico

A PV manifesta-se mais comumente no tronco, pescoço e parte superior dos ombros: as áreas seborreicas do tronco.[13][29]O envolvimento facial é incomum, mas foi descrito em crianças em regiões tropicais.[2][6] Locais menos comuns de envolvimento incluem o couro cabeludo, as pernas e a virilha, ou o interior de um campo de radioterapia.[1]

As lesões são máculas discrômicas, arredondadas a ovais, e manchas confluentes que variam na coloração abrangendo tonalidades hipopigmentadas brancas até tonalidades hiperpigmentadas de coloração rósea, vermelha, salmão, marrom ou, raramente, negras.[2] Embora a maioria dos pacientes apresente uma única alteração de cor, algumas vezes 2 cores estão presentes, com áreas de hiperpigmentação limitadas a locais cobertos por roupas e áreas hipopigmentadas na pele que recebe luz solar nas áreas de pigmentação normal.[2] Uma fina escama superficial (pitiriasiforme) é comum em lesões hiperpigmentadas na PV, mas é menos comum em lesões despigmentadas.[20] Em alguns casos, se essa escama não for evidente no exame inicial, ela pode ser demonstrada esticando ou raspando levemente a pele afetada (sinal de "escama evocada" da PV).[31]

O exame cutâneo com a luz de Wood (luz ultravioleta [UV] filtrada com pico de 365 nanômetros) também pode auxiliar no diagnóstico da doença, especialmente para detectar manchas subclínicas da PV. As lesões da PV podem apresentar uma fluorescência característica amarelo brilhante ou ouro no exame com a lâmpada de Wood em um ambiente escuro. Entretanto, o exame com a lâmpada de Wood é positivo em apenas um terço dos casos, limitando assim sua utilidade.[13] Isso ocorre porque a maioria das infecções é secundária a espécies não fluorescentes da Malassezia, já que apenas M furfur parece produzir os compostos indol que fluorescem sob a luz de Wood.[2][13][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Pitiríase versicolor em uma pessoa de pele claraDo acervo de Brian L. Swick, MD [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@395d1dcd[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Pitiríase versicolor em uma pessoa de pele escuraDo acervo de Brian L. Swick, MD [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@1d1085d2[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Pitiríase versicolor hiperpigmentadaDo acervo de Brian L. Swick, MD [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@2f9e7b7e

Investigações

Sempre confirme o diagnóstico de PV pelo exame microscópico direto da escama de lesões com uma solução de hidróxido de potássio. Ao preparar o espécime, obtenha escama e detritos de lesões na pele raspando com uma lâmina cirúrgica nº 15 ou removendo a escama com fita adesiva. Depois, o espécime é colocado em uma lâmina e examinado após aplicação de solução de KOH a 10% com ou sem tinta Parker (que colore rapidamente os fungos em azul) ou negro de clorazol (que colore rapidamente os fungos em verde). Se o teste for positivo, o exame deve revelar elementos fúngicos com uma aparência característica de espaguete-e-almôndegas, indicando a presença de leveduras e hifas curtas.[13]

Na maioria dos casos, a solução de KOH é adequada para o diagnóstico da doença. Entretanto, se não for possível a obtenção de escama ou se os resultados forem inconclusivos, uma biópsia de pele deverá ser obtida para confirmar o diagnóstico e excluir outras doenças com apresentação similar, especialmente a pitiríase alba, a dermatite seborreica, a papilomatose confluente e reticulada e o vitiligo.

A coloração de Gram pode ser usada como adjuvante diagnóstico, com violeta de genciana sendo aplicada diretamente na pele afetada, para distinguir a PV de outras erupções descamativas que possam estar associadas a máculas e manchas hiperpigmentadas ou hipopigmentadas.[32]

A cultura fúngica não é necessária para o diagnóstico da PV e é mais difícil de ser realizada na maioria dos laboratórios, já que há necessidade de meios de cultura especiais.[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Solução de hidróxido de potássio (KOH) e negro de clorazol mostrando hifas curtas e esporosDo acervo de Brian L. Swick, MD [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@4fee2d6d

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