História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco importantes incluem controle ineficiente da infecção, intubação e ventilação mecânicas; pressão do manguito endotraqueal <20 cm H₂O.

dispneia

Um sintoma localizado que também pode ter um longo diagnóstico diferencial; portanto, embora esteja presente na maioria dos casos de pneumonia hospitalar, outros diagnósticos graves (por exemplo, embolia pulmonar) devem ser considerados.

tosse produtiva

Um sintoma localizado que pode ser relacionado ao estado inicial de tosse do paciente. Por exemplo, pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) muitas vezes apresentam tosse inicial com produção de expectoração esbranquiçada.

A pneumonia hospitalar geralmente é acompanhada de tosse com expectoração espessa, amarela ou verde.

febre

Um sinal sistêmico de uma possível infecção, mas não específico para pneumonia hospitalar. A febre tem baixa especificidade e alta sensibilidade para a pneumonia hospitalar. Pacientes criticamente enfermos podem relatar hipotermia aguda.

Outros fatores diagnósticos

comuns

dor torácica

Um sintoma localizado que pode estar presente como resultado do envolvimento pleural da pneumonia hospitalar, ou secundário ao uso excessivo do músculo intercostal após tosse persistente.

expansão assimétrica do tórax

Pode ser observada se o movimento no lado da pneumonia estiver suprimido. Esse sinal é menos provável na pneumonia bilateral.

frêmito reduzido

O frêmito, observado pela palpação do tórax enquanto o paciente diz "33", também pode estar reduzido no lado da pneumonia. Esse sinal é menos provável na pneumonia bilateral.

egofonia

Um sinal localizador auscultado sobre a área afetada do pulmão. Uma alteração no som da voz do paciente. Quando o paciente emite o som "iii", ele é ouvido como "aaa".

pectorilóquia áfona

Um sinal localizador auscultado sobre a área afetada do pulmão. Utilizado para descrever a forma alta e clara pela qual um sussurro é ouvido na ausculta da parte afetada do pulmão.

estertores ou roncos

Sinal localizador auscultado sobre a área afetada do pulmão.

taquicardia

Pode ser um sinal localizado ou sistêmico com alta especificidade e baixa sensibilidade para pneumonia hospitalar. A febre geral pode causar taquicardia, mas, se um derrame pericárdico associado à pneumonia hospitalar estiver presente, a taquicardia pode ser decorrente de uma causa mais localizada.

mal-estar/anorexia

Sintomas sistêmicos comuns na pneumonia hospitalar, mas inespecíficos.

Fatores de risco

Fortes

controle ineficiente da infecção/higiene das mãos

Patógenos que causam a pneumonia hospitalar, como Acinetobacter baumannii, são transmitidos aos pacientes pelas mãos dos profissionais da saúde.

intubação e ventilação mecânica; pressão do manguito endotraqueal <20 cm H₂O

As formas mais comuns de introdução de bactérias nos alvéolos são a microaspiração de patógenos orofaríngeos ou o vazamento de secreções contendo bactérias em volta do manguito do tubo endotraqueal.[15]

As fontes de patógenos que causam pneumonia hospitalar incluem dispositivos biomédicos (biofilme infectado no tubo endotraqueal), o ambiente (ar, água, equipamentos e fômites) e a transferência de micro-organismos pelos profissionais da saúde de um paciente para o outro.[18][19]

Para os pacientes intubados, a taxa de pneumonia associada a ventilação mecânica é de 6 a 20 pacientes a cada 1000 pacientes hospitalizados. Essa taxa é mais alta que a de pneumonia hospitalar, de 5 a 10 pacientes a cada 1000 pacientes hospitalizados. O risco é maior para os pacientes com intubação nasotraqueal em comparação aos pacientes com intubação orotraqueal.

Fracos

posição supina

Estudos realizados com formulações enterais contendo marcadores radioativos em pacientes ventilados mecanicamente revelaram que a posição supina promove a aspiração.[22] Outro estudo constatou que o índice de pneumonia associada à ventilação mecânica foi reduzido significativamente entre pacientes mantidos na posição de semidecúbito em comparação com aqueles na posição supina.[23] Portanto, elevar a cabeceira da cama, a menos que contraindicado clinicamente, é recomendado pela American Thoracic Society, The Society for Healthcare Epidemiology of America/Infectious Diseases Society of America/Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology (SHEA/IDSA/APIC), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, e é apoiado pela maioria dos especialistas, apesar das evidências de baixa qualidade para dar suporte à prática.[24][25]​ Esforços estão sendo feitos para coletar evidências de melhor qualidade.

higiene bucal ineficiente

O cuidado bucal é a estratégia mais comumente estudada para prevenir pneumonia hospitalar, embora haja escassez de dados robustos.[25]​ As The Society for Healthcare Epidemiology of America/Infectious Diseases Society of America/Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology (SHEA/IDSA/APIC) recomendam cuidados bucais diários sem clorexidina para prevenir a pneumonia hospitalar.[25][26]​​ Evidências mostram que o enxaguante bucal ou gel de clorexidina, como parte dos cuidados de higiene bucal, provavelmente reduz a incidência de desenvolvimento de pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) em pacientes criticamente enfermos de 26% para cerca de 18%, quando comparado com placebo ou cuidados habituais. A clorexidina não fez diferença na mortalidade, na duração da ventilação mecânica ou na duração da permanência na unidade de terapia intensiva (UTI), embora a evidência fosse de baixa certeza. Os cuidados de higiene bucal, incluindo antissépticos e escovação de dentes, podem ser mais eficazes do que os cuidados de higiene bucal apenas com antissépticos para reduzir a incidência de PAVM e o tempo de internação na UTI, mas, novamente, a evidência é de baixa certeza.[26] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

sedação/ausência de interrupção da sedação

A sedação de pacientes ventilados deve ser minimizada sempre que possível.[25]​ Estratégias potenciais para minimizar a sedação incluem protocolos conduzidos por enfermeiros para sedação leve direcionada e interrupções diárias nos sedativos (ou seja, tentativas de despertar espontâneo) para pacientes sem contraindicações.[25]​ Foi demonstrado que interromper a sedação diminui a duração da intubação, reduzindo assim a pneumonia associada à ventilação mecânica.[27]​​ A interrupção ou pausa temporária da sedação ("sedation holiday") requer mais profissionais na equipe da unidade de terapia intensiva (UTI); portanto, a disponibilidade dos recursos deve ser prevista antes de adicionar essa prática aos protocolos.

intubação/reintubação

A intubação e a reintubação são fatores de risco para pneumonia associada à ventilação mecânica.[25]​ A associação é mais forte se a extubação não foi planejada em comparação à planejada ou se os pacientes estão no pós-operatório de cirurgia cardíaca.[28]

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