Caso clínico
Caso clínico
Um lactente do sexo masculino de 2 meses de idade, previamente saudável, chega ao pronto-socorro com convulsão e dificuldade respiratória. O pai relata que colocou o lactente para dormir e o encontrou 1 hora depois tendo uma convulsão. O pai ligou para a mãe, que estava no trabalho, para perguntar o que fazer, e ela recomendou ligar para os serviços de emergência. Quando os paramédicos chegaram, encontraram o lactente pálido e bradicárdico. Instituíram o suporte básico de vida e administraram lorazepam para controlar as convulsões. No pronto-socorro, a criança requer medicamentos anticonvulsivantes adicionais. O exame físico não mostra nada digno de nota, exceto por reflexos rápidos e uma escala de coma de Glasgow pediátrica de 10 (ou V para a escala AVPU [A = alerta, V = responde ao estímulo verbal, P = responde ao estímulo doloroso {pain = dor} e U = sem resposta clínica {unresponsive}]). No exame do fundo de olho, são observadas hemorragias retinianas bilaterais em diversas camadas. A radiografia de esqueleto revela várias fraturas das costelas e fraturas metafisárias clássicas graves.
Outras apresentações
Traumas cranioencefálicos violentos podem apresentar-se de várias formas, e o diagnóstico pode ser protelado por falta de uma história completa fornecida pelo cuidador.
Uma lesão cerebral traumática intencional leve, decorrente de sacudidas, pode apresentar-se com aumento no perímetro cefálico observado pelo médico da atenção primária, ou com sintomas leves, como vômitos, sonolência ou irritabilidade sem doença subjacente. Os pacientes também podem relatar sinais muito mais óbvios de lesão cerebral, como apneia ou convulsão.
O trauma cranioencefálico violento pode ser confundido com trauma cranioencefálico acidental ou meningite/encefalite ou outras causas de edema cerebral.
O trauma cranioencefálico violento grave pode levar a óbito quase imediatamente, e a apresentação pode, inicialmente, ser confundida com a síndrome da morte súbita infantil até que a autópsia seja realizada.
Alguns lactentes podem comparecer ao atendimento médico por uma queixa de saúde não relacionada a lesão, e, então, passar por uma investigação que identifique incidentalmente os sinais de uma lesão intencional.
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