Etiologia
As causas de cistos ovarianos se estendem desde um processo fisiológico normal até mutações genéticas envolvendo supressão e crescimento tumorais. As variedades funcionais, como cistos de corpo lúteo, cistos foliculares e cistos teca-luteínicos, surgem em resposta à ação hormonal normal ou aumentada.[6] Portanto, a administração de gonadotrofina e progesterona extrínsecas pode influenciar o desenvolvimento e a persistência de cistos. As neoplasias ovarianas benignas evoluem de células-tronco pluripotentes que têm uma deficiência na regulação do crescimento normal, mas são incapazes de invadir outros tecidos.[7] Não foram identificados fatores de risco para esses tumores benignos.
Muitas mutações genéticas foram propostas como causas potenciais de câncer de ovário.[8] Três etiologias genéticas de especial importância são a mutação BRCA-1, mutação BRCA-2 e a síndrome de Lynch II. Mutações dos genes BRCA-1, BRCA-2 ou MSH-2 (síndrome de Lynch II) podem alterar os mecanismos de reparo do DNA (ácido desoxirribonucleico), predispondo as células à instabilidade genética e não observância da cascata do crescimento normal.[8][9] Nesse aspecto, a história familiar pode predispor uma pessoa a um risco mais alto de desenvolver câncer.
Fisiopatologia
Os cistos foliculares se desenvolvem em resposta à estimulação gonadotrófica e como uma variação do processo fisiológico normal de crescimento do folículo e atresia. Não se sabe ao certo se o folículo dominante não se rompe ou se um folículo imaturo deixa de sofrer atresia.[10] As células granulosas do revestimento são luteinizadas e o tecido conjuntivo hialinizado envolve o cisto em crescimento.[6]
Os cistos de corpo lúteo evoluem a partir de folículos de Graaf maduros aproximadamente 2 a 4 dias após a ovulação. Ocorre então a vascularização e um sangramento capilar espontâneo enche a cavidade cística, criando pressão.[6] A essa altura, é possível ocorrer a ruptura. Finalmente, o sangue é substituído por fluido seroso transparente.
Os cistos teca-luteínicos surgem de células teca-luteínicas ovarianas e células granulosas luteinizadas em resposta ao estímulo de gonadotrofinas ou gonadotrofina coriônica humana subunidade beta (beta-hCG). Os fibromas representam um crescimento neoplásico de estroma fibroso indiferenciado.[11] Os tumores de célula transicional (Brenner) surgem a partir da metaplasia do epitélio celômico em urotélio, que pode resultar em um cisto do tipo cisto de inclusão. Tumores ovarianos benignos e malignos são corados por coloração imuno-histoquímica para somatostatina.[10]
Classificação
Classificação etiológica
Existem vários sistemas de classificação; no entanto, os cistos ovarianos são comumente categorizados de acordo com a causa e podem ser:
Fisiológico: o desenvolvimento do cisto ocorre como uma resposta exagerada a processos fisiológicos normais; compreendem os cistos foliculares, endometrióticos, corpo lúteo e cistos teca-luteínicos
Infeccioso: um abscesso ou uma coleção cística de detritos celulares
Neoplásico benigno: consistem em crescimento excessivo de tipos de tecido ovariano normal sem displasia; compreendem o cistadenoma seroso, cistadenoma mucinoso, adenofibroma, fibroma, tecoma, teratoma cístico maduro (cisto dermoide) e tumor de Brenner
Neoplásico maligno: compreendem o cistoadenocarcinoma seroso, cistoadenocarcinoma mucinoso, carcinoma endometróide e teratoma imaturo
Metastático: invasão e crescimento de tecido neoplásico de outra fonte maligna, sendo os mais comuns os cânceres de endométrio, colônico ou gástrico.
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