Abordagem

A aparência clínica pode variar de um aumento pouco perceptível na vermelhidão, edema ou “inchaço” dos tecidos gengivais (gengivas) até uma gengiva intensamente avermelhada, inflamada e edemaciada. Um sintoma clínico comum relatado por pacientes é o sangramento transitório durante a escovação dos dentes e o uso de vários meios mecânicos de limpeza entre os dentes, como fio dental e palitos.[46] A gengivite é acompanhada pelo acúmulo de placa dental bacteriana (biofilme) nos dentes; porém, como a placa é branca e translúcida, ela não é visível sobre os dentes, a menos que haja um acúmulo muito intenso. A gengivite também pode ser caracterizada pela presença de cálculo e de outros fatores retentores da placa (por exemplo, obturações dentárias com margens abertas e/ou salientes, dentaduras parciais com ajuste deficiente, coroas com sobrecontornos, cáries cervicais).[1] Não há evidências radiográficas de perda do osso de apoio adjacente. Ocasionalmente, podem ser observados exsudatos purulentos (pus) nos locais com gengivite, embora isso seja mais frequentemente detectado em locais com periodontite crônica. Halitose é um achado comum na gengivite.[46]

Gengivite induzida por placa bacteriana

A gengivite comum induzida por placa dental bacteriana não é acompanhada por qualquer sintoma de mal-estar geral, como febre ou linfadenopatia.

Gengivite necrosante (GN)

A GN é detectada pelo paciente como tendo início súbito e está, frequentemente, associada a ≥1 dos seguintes fatores: tabagismo intenso, aumento de estresse pessoal, consumo elevado de bebidas alcoólicas, desnutrição e abuso de substâncias. Ela é caracterizada por uma queixa principal de sangramento de moderado a profuso durante a escovagem dos dentes. Necrose e ulceração das pontas das papilas interdentais ou da margem gengival são características clínicas patognomônicas da GN. Além disso, o paciente sempre sentirá dor, especialmente durante os procedimentos de higiene bucal, como a escovagem. A formação de pseudomembrana na área necrótica é um achado menos comum.[47] Halitose, frequentemente associada com GN, não é patognomônico desta forma de gengivite, pois também pode ser encontrada em outras condições patológicas da cavidade oral, incluindo periodontite crônica. Também pode ocorrer febre, linfadenopatia e uma sensação generalizada de mal-estar. A GN, atualmente, é rara em países desenvolvidos e pode ocorrer como complicação da infecção por HIV em pacientes gravemente imunocomprometidos com baixa contagem de linfócitos T CD4. Ela é muito mais prevalente entre crianças de países em que é comum a presença de desnutrição grave, condições de habitação extremas e infecção viral grave/malária.[17][18]

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