Etiologia

As ceratoses seborreicas se desenvolvem como parte do envelhecimento da pele. Existe uma relação entre o envelhecimento da pele extrínseco, induzido por raios UV, e o desenvolvimento das ceratoses seborreicas.[13] A predisposição familiar também é reconhecida por desempenhar um papel. Um padrão de herança autossômica dominante é suspeito, mas não demonstrado de forma conclusiva.[1][7][14]

Fisiopatologia

A ceratose seborreica resulta da expansão clonal benigna dos ceratinócitos epidérmicos.[15] Estudos demonstraram uma associação entre a expressão do p16 (um marcador para senescência celular) e o aumento do número de ceratoses seborreicas.[13][16][17]

A expressão da proteína precursora de amiloide (também um marcador de senescência celular) é maior na pele exposta aos raios UV que na pele não exposta e aumenta com a idade. A expressão da proteína precursora de amiloide (APP) foi avaliada na ceratose seborreica versus pele normal por imuno-histoquímica, Western blotting e reação em cadeia da polimerase quantitativa. A APP e seus produtos derivados foram expressos com mais força nas ceratoses seborreicas que na pele normal, o que sugere que a expressão excessiva da APP pode promover o início da ceratose seborreica e é um marcador de envelhecimento da pele e de danos dos raios UV.[18]

Foi demonstrado que mutações do gene FGFR3 de ativação (fator de crescimento fibroblástico de ativação somática 3) estão envolvidas no desenvolvimento de ceratose seborreica. As mutações do gene FGFR3 já estão presentes na ceratose seborreica plana. As mutações do FGFR3 estão associadas à idade avançada, e a localização das lesões na cabeça e no pescoço sugere uma função causadora da exposição cumulativa à radiação ultravioleta (UV) ao longo da vida.[19][20] Há poucas evidências a favor da hipótese de que a ceratose seborreica seja decorrente de papilomavírus humano.[7][21]

Classificação

Padrões histológicos

É possível diferenciar, pelo menos, nove padrões histológicos distintos da ceratose seborreica, embora os tipos diferentes não tenham significância clínica.[2][4]

  • Acantótica (sólida): proliferação de células basaloides com invaginação de cistos córneos.

  • Reticulada (adenoide): este tipo mostra linhas finas entrelaçadas de células basaloides pigmentadas que encerram cistos córneos. Essa variante, em geral, surge a partir de um lentigo solar e, por essa razão, é quase sempre encontrada na face ou em outras áreas cronicamente expostas ao sol. Esse tipo é a única variante relacionada a lentigos solares.

  • Hiperceratose (papilomatosa): este tipo mostra um crescimento exofítico com hiperceratose, papilomatose e acantose.

  • Clonal: acantose e papilomatose irregulares com ortoceratose. Vários ninhos de células basaloides altamente pigmentadas no interior da epiderme.

  • Irritado (liquenoide): há um infiltrado inflamatório liquenoide intenso na derme superior.

  • Inflamado: infiltrado inflamatório intenso sem características liquenoides.

  • Desmoplásico: ninhos irregulares e cordões de células escamosas que se estendem até um estroma desmoplásico.

  • Adamantinoide: mucina intracelular e pequenos queratinócitos basaloides com citoplasma fusiforme.

  • Com pseudorosetas: queratinócitos basaloides dispostos radialmente ao redor de pequenos espaços vazios centrais. As lesões são acantóticas com cistos córneos ocasionais.

Lentigo solar

Os lentigos solares (lentigo actínico, lentigo senil ou "manchas senis") não representam uma entidade especial da ceratose seborreica. Eles representam a fase inicial da ceratose seborreica em áreas da pele que foram altamente expostas à luz do sol por décadas. Dessa forma, eles são encontrados principalmente na face e no dorso das mãos. Eles têm a aparência de máculas de coloração marrom claro a escuro, com margens bem-definidas. Ao longo dos anos, os lentigos solares tornam-se levemente elevados e mais escuros, sendo difícil distinguir entre a ceratose seborreica e o lentigo solar. Histologicamente, essas lesões correspondem à ceratose seborreica com características reticulares. O número de melanócitos pode aumentar, e a derme superior mostra elastose solar como consequência dos danos crônicos provocados pela radiação ultravioleta (UV). Os lentigos solares/ceratose seborreica na pele danificada pelo sol podem sofrer uma regressão. Clinicamente, as lesões assumem uma aparência granular marrom-azul acinzentada. Histologicamente, essa regressão é explicada como sendo um infiltrado de linfócitos semelhante a uma faixa (liquenoide) e, por essa razão, essas lesões são denominadas "ceratoses semelhantes a "líquen plano"".

Stucco ceratose

Em geral, as stucco ceratoses são pápulas eritematosas, bem-circunscritas, secas, múltiplas, brancas ou da cor da pele, geralmente, observadas nos membros (principalmente na parte inferior das pernas e no dorso das mãos) de idosos. As stucco ceratoses estão associadas aos danos crônicos provocados pela radiação UV na pele. Histologicamente, não é possível diferenciá-las da ceratose seborreica hiperceratótica.

Dermatose papulosa nigra

Esse tipo de ceratose seborreica consiste em várias pápulas pequenas (com 1 a 2 mm de diâmetro), macias, de coloração marrom ou preta, geralmente encontradas na face, no pescoço e no tórax. É mais comum em indivíduos de pele morena e negra (classificação do tipo de pele de Fitzpatrick tipo IV, V ou VI) e em mulheres.

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