Toxina botulínica
A toxina botulínica inibe a liberação do neurotransmissor não colinérgico dos terminais do nervo sensorial (além de seus efeitos no bloqueio da exocitose de acetilcolina). A toxina botulínica prolongou a duração da analgesia em pacientes com síndrome da dor regional complexa (CRPS) quando usada em conjunto com o bloqueio do simpático.[98]Carroll I, Clark JD, Mackey S. Sympathetic block with botulinum toxin to treat complex regional pain syndrome. Ann Neurol. 2009 Mar;65(3):348-51.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2763598
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19334078?tool=bestpractice.com
[99]Lee Y, Lee CJ, Choi E, et al. Lumbar sympathetic block with botulinum toxin type A and type B for the complex regional pain syndrome. Toxins (Basel). 2018 Apr 19;10(4).
https://www.mdpi.com/2072-6651/10/4/164
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29671801?tool=bestpractice.com
Antagonistas do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA) orais
Antagonistas do NMDA orais foram estudados para dor neuropática, mas não para a CRPS, e muitos agentes farmacológicos com propriedades antagonista de NMDA (por exemplo, dextrometorfano, memantina, amantadina) têm afinidade significativamente menor para o receptor NMDA que a cetamina, com significância clínica não clara.[100]Temme L, Schepmann D, Schreiber JA, et al. Comparative pharmacological study of common NMDA receptor open channel blockers regarding their affinity and functional activity toward GluN2A and GluN2B NMDA receptors. ChemMedChem. 2018 Mar 6;13(5):446-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29377520?tool=bestpractice.com
São necessários estudos adicionais.
Varredores de radicais livres
Supondo que a inflamação tem um papel no desenvolvimento da CRPS e está associada à produção de radicais livres de oxigênio, os varredores de radicais livres (50% de dimetilsulfóxido e N-acetilcisteína) foram testados com relativo sucesso.[101]Fulas OA, Laferriere A, Stein RS, et al. Topical combination of meldonium and N-acetyl cysteine relieves allodynia in rat models of CRPS-1 and peripheral neuropathic pain by enhancing NO-mediated tissue oxygenation. J Neurochem. 2020 Mar;152(5):570-84.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/jnc.14943
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31853976?tool=bestpractice.com
[102]Tihista M, Robinson E, Polmear M, et al. Pharmacologic treatments in upper extremity complex regional pain syndrome: a review and analysis of quality of evidence. Hand (N Y). 2022 Nov 24:15589447221131847.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36424817?tool=bestpractice.com
Estimulação do córtex motor
A estimulação cortical direta (invasiva) pode ser mais eficaz que a estimulação magnética transcraniana (não invasiva) em pacientes com dor neuropática.[103]Kirveskari E, Vartiainen NV, Gockel M, et al. Motor cortex dysfunction in complex regional pain syndrome. Clin Neurophysiol. 2010 Jul;121(7):1085-91.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20185362?tool=bestpractice.com
[104]Velasco F, Carrillo-Ruiz JD, Castro G, et al. Motor cortex electrical stimulation applied to patients with complex regional pain syndrome. Pain. 2009 Dec 15;147(1-3):91-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19793621?tool=bestpractice.com
[105]Lopez WO, Barbosa DC, Teixera MJ, et al. Pain relief in CRPS-II after spinal cord and motor cortex simultaneous dual stimulation. Pain Physician. 2016 May;19(4):E631-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27228530?tool=bestpractice.com
No entanto, essas terapias não foram adequadamente testadas em pacientes com CRPS.
Agentes imunomoduladores
A inflamação pode ter um papel na fisiopatologia da CRPS. Os agentes imunomoduladores que reduzem a inflamação, como antagonistas do fator de necrose tumoral alfa, talidomida e imunoglobulinas podem, portanto, ter um papel no tratamento da CRPS.[106]Dirckx M, Stronks DL, Groeneweg G, et al. Effect of immunomodulating medications in complex regional pain syndrome: a systematic review. Clin J Pain. 2012 May;28(4):355-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22001668?tool=bestpractice.com
No entanto, um grande ensaio clínico randomizado e controlado constatou que o tratamento com imunoglobulina intravenosa (IGIV) em baixas doses por 6 semanas não foi efetivo para aliviar a dor em pacientes com CRPS moderada a grave com duração de 1 a 5 anos.[107]Goebel A, Bisla J, Carganillo R, et al. Low-dose intravenous immunoglobulin treatment for long-standing complex regional pain syndrome: a randomized trial. Ann Intern Med. 2017 Oct 3;167(7):476-83.
https://annals.org/aim/fullarticle/2656206
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28973211?tool=bestpractice.com
Há algumas evidências anedóticas em relação à eficácia da IGIV em doses altas na CRPS, mas isso ainda não foi testado em ensaios clínicos.[51]Harden RN, McCabe CS, Goebel A, et al. Complex regional pain syndrome: practical diagnostic and treatment guidelines, 5th Edition. Pain Med. 2022 Jun 10;23(suppl 1):S1-53.
https://academic.oup.com/painmedicine/article/23/Supplement_1/S1/6605306
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35687369?tool=bestpractice.com
Naltrexona
A naltrexona é um antagonista opioide com potenciais propriedades imunomoduladoras, e recebeu estatuto de medicamento órfão pela FDA para o tratamento da CRPS. Sintomas proeminentes de CRPS (espasmos distônicos e distonia fixa) foram relatados como em remissão nos pacientes após doses baixas de naltrexona.[108]Chopra P, Cooper MS. Treatment of Complex Regional Pain Syndrome (CRPS) using low dose naltrexone (LDN). J Neuroimmune Pharmacol. 2013 Jun;8(3):470-6.
https://link.springer.com/article/10.1007/s11481-013-9451-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23546884?tool=bestpractice.com
Um ensaio clínico randomizado e controlado está em andamento.[51]Harden RN, McCabe CS, Goebel A, et al. Complex regional pain syndrome: practical diagnostic and treatment guidelines, 5th Edition. Pain Med. 2022 Jun 10;23(suppl 1):S1-53.
https://academic.oup.com/painmedicine/article/23/Supplement_1/S1/6605306
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35687369?tool=bestpractice.com
[109]ClinicalTrials.gov. Low-Dose Naltrexone for the Treatment of Complex Regional Pain Syndrome (LDN-CRPS). Clinical Trials.gov identifier: NCT02502162. Apr 2023 [internet publication].
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT02502162
Ziconotida
A administração intratecal de ziconotida, um novo analgésico não opioide derivado da toxina de espécies de caracol, foi associada a melhoras na dor, edema, anormalidades cutâneas e/ou morbidade, e à redução na ingestão de opioides, em pacientes com CRPS em que os tratamentos convencionais e intervencionistas proporcionaram alívio inadequado da dor.[110]Kapural L, Lokey K, Leong MS, et al. Intrathecal ziconotide for complex regional pain syndrome: seven case reports. Pain Pract. 2009 Jul-Aug;9(4):296-303.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19500276?tool=bestpractice.com
[111]Herring EZ, Frizon LA, Hogue O, et al. Long-term outcomes using intrathecal drug delivery systems in complex regional pain syndrome. Pain Med. 2019 Mar 1;20(3):515-20.
https://academic.oup.com/painmedicine/article/20/3/515/5034505
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29889241?tool=bestpractice.com
[112]Deer TR, Pope JE, Hayek SM, et al. The Polyanalgesic Consensus Conference (PACC): recommendations for intrathecal drug delivery: guidance for improving safety and mitigating risks. Neuromodulation. 2017 Feb;20(2):155-76.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28042914?tool=bestpractice.com