Abordagem

O tratamento visa a diminuir a atividade osteoclástica excessiva e a renovação óssea. O tratamento é indicado para os pacientes sintomáticos (por exemplo, aqueles com dor óssea, deformidades e remodelação óssea elevada) e nos pacientes com risco de complicações, particularmente com doenças em ossos faciais (má oclusão, deformidades), crânio (compressão de nervo craniano, encarceramento), vértebras (fraturas por compressão) e locais adjacentes a uma articulação (comprometimento funcional, dor).[3] O tratamento pode ser considerado nos pacientes submetidos a cirurgia em um osso pagético: por exemplo, osteotomia corretiva para arqueamento da tíbia ou artroplastia total para osteoartrose. Alguns estudos sugerem que o tratamento diminui o fluxo sanguíneo e reduz o risco de sangramento durante a cirurgia, embora os resultados sejam conflitantes.[30]

O objetivo do tratamento é reduzir a atividade metabólica da doença e trazê-la para perto do normal. Os marcadores bioquímicos do remodelamento ósseo são monitorados após 6 meses de tratamento e, subsequentemente, a cada 6 a 12 meses ou até os sintomas retornarem. Em um ensaio clínico, o tratamento baseado em marcadores de atividade não foi superior ao tratamento direcionado pelos sintomas, e não está claro se a repetição do tratamento com base somente na elevação de marcadores séricos da renovação óssea é necessária.[42] As diretrizes clínicas sugerem que o tratamento deve ter como objetivo melhorar os sintomas, em vez de normalizar a fosfatase alcalina.[30]

Os pacientes assintomáticos, nos quais a DPO tiver sido diagnosticada como achado incidental e que apresentarem baixo risco de complicações, podem ser monitorados sem tratamento farmacológico ativo.

Bifosfonatos

Os bifosfonatos são potentes inibidores da reabsorção óssea e são a base do tratamento da DPO. Há evidências de qualidade moderada de que os bifosfonatos reduzem a dor óssea em pessoas com DPO em comparação com um placebo.[43] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Ácido zoledrônico, ácido alendrônico e risedronato sódico são usados como agentes de primeira linha.[28] [ Cochrane Clinical Answers logo ] Nos pacientes sem contraindicações, recomenda-se uma única dose intravenosa de ácido zoledrônico.[28] Em comparação com o risedronato oral, uma única dose intravenosa de ácido zoledrônico teve início de ação mais rápido e efeitos superiores no que diz respeito à qualidade de vida.[44] O uso diário de bifosfonatos orais de alta dose é frequentemente associado a efeitos colaterais gastrointestinais e precisa ser feito com cautela em pacientes com história médica pregressa de doença do refluxo gastrointestinal. A escolha do bifosfonato depende de: preferência individual do médico e do paciente em relação à via de administração (oral ou intravenosa), possível adesão terapêutica e monitoramento necessário; experiência prévia com determinados bifosfonatos e o efeito resultante, e qualquer contraindicação.

Os níveis de cálcio e vitamina D devem estar normais antes do tratamento com bifosfonatos para reduzir o risco de hipocalcemia ou agravamento da osteomalácia.[3]

Calcitonina

Foi demonstrado que a calcitonina cura parcialmente lesões líticas na DPO, mas os marcadores da renovação óssea raramente se normalizam.[28][45] A calcitonina geralmente é indicada apenas em pessoas incapazes de tolerar bifosfonatos ou que tenham contraindicações aos bifosfonatos.[46]

Terapia de suporte

A fisioterapia proporciona uma oportunidade para educação sobre as atividades de alto risco e promove amplitude de movimentos, força muscular e capacidade de deambulação. Em casos de deformidade de osso longo, órteses podem ser incluídas na terapia, assim como treinamento com o uso de acessórios para andar, como bengalas, muletas e andadores.

O uso de aparelho auditivo é recomendado no estágio inicial para pessoas com deficit auditivo por causa da natureza progressiva da doença.

Analgésicos são indicados para dor e sintomas inflamatórios.

Cirurgia

A intervenção cirúrgica raramente é necessária e geralmente só é recomendada para o tratamento de complicações relacionadas à doença avançada e/ou patologias concomitantes (por exemplo, redução e fixação da fratura femoral ou artroplastia total do quadril ou do joelho em pacientes com osteoartrose do quadril ou joelho em estágio terminal associada à DPO). A laminectomia é recomendada para o tratamento de pacientes com estenose da coluna vertebral.

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