Etiologia
A etiologia é desconhecida no momento; no entanto, vários fatores etiológicos foram sugeridos.
Genética: agrupamentos familiares sugerem que a DPO pode ter um padrão de herança autossômica dominante com penetrância variável.[9] O risco relativo de desenvolvimento da doença é de até 7 em parentes de primeiro grau de pessoas diagnosticadas com DPO.[10] A mutação em um gene chamado sequestossomo 1 (SQSTM1) foi encontrada em até 50% dos casos de DPO familiar e em alguns casos esporádicos de DPO.[3] A DPO familiar é geneticamente heterogênea e vários loci adicionais foram associados ao desenvolvimento da DPO (ou seja, CSF1, TNFRSF11A [RANK], OPTN e VCP).[11]
Infecção: paramixovírus, como o vírus do sarampo, o vírus sincicial respiratório e o vírus da cinomose canina, foram implicados na etiologia da doença.[12][13][14][15] A microscopia eletrônica mostrou estruturas semelhantes a vírus que se parecem com o paramyxovírus nos osteoclastos pagéticos. A superexpressão da proteína de nucleocapsídeo do vírus do sarampo em camundongos que hospedam uma mutação em SQSTM1 causa um fenótipo da DPO.[16] No entanto, estudos mais recentes não conseguiram confirmar a presença de paramyxovírus em biópsias de ossos ou de outros tecidos de pacientes com DPO.[17]
Ambiental: devido às variações regionais e ao declínio da prevalência da doença ao longo das últimas décadas, a hipótese é que fatores ambientais contribuem para a patogênese. Especulou-se que altos níveis de arsênico ou contato com gado ou cães e outros animais de estimação possam ser fatores.[18][19] No entanto, outros estudos não conseguiram encontrar tal associação, e nenhum fator ambiental foi consistentemente associado à DPO.[20]
Fisiopatologia
A principal característica da DPO são áreas localizadas de hiperatividade metabólica do osso. Acredita-se que a anormalidade primária esteja nos osteoclastos, que são anormalmente grandes com um excesso de núcleos. Os osteoclastos pagéticos são responsáveis pelo aumento da reabsorção óssea, causando grandes depressões e cavidades reabsortivas.[21] A formação óssea está ligada à reabsorção e, para compensar o aumento da reabsorção, a atividade osteoblástica é drasticamente aumentada nas lesões pagéticas. A atividade osteoblástica é tão rápida que o osso recém-formado não é organizado e permanece irregular e grosseiramente trabeculado. O osso trabeculado recém-formado é menos resistente e mais elástico que o osso lamelar típico, sendo assim, propenso a deformidades e microfraturas, especialmente, nos membros que sustentam o peso. Há um alto grau de vascularidade no osso pagetoide e acredita-se que, junto com as microfraturas, essa possa ser a causa de dor em pacientes com DPO subjacente do osso.[22]
A DPO evolui por meio de três fases distintas:
Um aumento inicial rápido da atividade osteoclástica multinuclear causando reabsorção óssea
Uma fase mista da atividade osteoclástica e osteoblástica, com níveis elevados de remodelação óssea ocasionando deposição de osso estruturalmente anormal
Uma fase esclerótica crônica final, durante a qual a formação óssea supera a reabsorção óssea.
O processo contínuo de atividade excessiva e anormal de formação óssea e criação de microfraturas resulta em deformidades, com alteração resultante no meio biomecânico das articulações adjacentes. Essa última, combinada com idade avançada, predispõe esses pacientes à artrite.[23] No crânio e na coluna vertebral, as alterações resultantes causam uma inflamação inespecífica crônica e, ocasionalmente, estreitamento dos vários forames, resultando no pinçamento dos nervos cranianos e espinhal. Raramente observa-se mielite isquêmica; a hipótese é que isso ocorra devido às altas demandas metabólica e vascular do osso pagetoide, que sequestra suprimento de sangue da medula espinhal e das raízes nervosas próximas.[24]
Classificação
Grau de comprometimento ósseo
Monostótico: compromete somente um osso (o fêmur é o local mais comum) e ocorre em 25% dos pacientes.[1][2]
Poliostótica: envolve mais de um osso (geralmente o fêmur, pelve, crânio, tíbia ou vértebras) e ocorre em 75% dos pacientes.[1][2]
Gravidade dos sintomas
Assintomática: a maioria das pessoas com DPO é assintomática.
Sintomático: a gravidade dos sintomas pode variar de desconforto ósseo mínimo a dor intensa devido a fraturas patológicas e pode incluir outras complicações (por exemplo, osteoartrite secundária, estenose da coluna vertebral, surdez ou outras síndromes de compressão de nervos; raramente, insuficiência cardíaca de alto débito).[3]
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