Estenose da artéria renal
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
estenose da artéria renal (EAR) aterosclerótica
terapia anti-hipertensiva + modificação do estilo de vida
A maioria dos pacientes com EAR tem hipertensão refratária ou difícil de controlar. Assim, o tratamento de primeira linha nessa condição envolve o controle da pressão arterial (PA) em um nível desejado <130/80 mmHg, em virtude da alta probabilidade de doença cardiovascular concomitante.
O bloqueio de renina-angiotensina com inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) ou antagonistas do receptor da angiotensina II é uma atraente estratégia anti-hipertensiva de primeira linha, pois as ações têm como alvo o mecanismo da hipertensão na EAR. No entanto, é recomendado acompanhar de perto a PA, a função renal e os eletrólitos após o início da terapia.
Os pacientes podem precisar ser encaminhados para um especialista em hipertensão (ou seja, cardiologista ou nefrologista).
Alguns anti-hipertensivos normalmente prescritos são apresentados abaixo. As doses devem ser baixas no início e aumentadas de acordo com a resposta.
As mudanças de estilo de vida incluem perda de peso, dieta pobre em sal e abandono do hábito de fumar.
Opções primárias
captopril: 12.5 a 25 mg por via oral três vezes ao dia
ou
enalapril: 10-20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
valsartana: 80-160 mg por via oral uma vez ao dia
ou
losartana: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
Opções secundárias
hidroclorotiazida: 25 mg por via oral uma vez ao dia
ou
furosemida: 40 mg por via oral uma vez ao dia
ou
atenolol: 50-100 mg por via oral uma vez ao dia
ou
anlodipino: 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
nifedipino: 30 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
ou
prazosina: 2.5 mg por via oral uma vez ao dia
Opções terciárias
clonidina: 0.1 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
hidralazina: 10-50 mg por via oral quatro vezes ao dia
ou
metildopa: 250-500 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
minoxidil: 5-40 mg por via oral uma vez ao dia
estatina
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Como a EAR aterosclerótica é um tipo de doença vascular, as estatinas devem ser consideradas para todos os pacientes.
Embora não existam evidências diretas para essa recomendação, a alta prevalência de doença vascular periférica (DVP) e doença arterial coronariana (DAC) concomitantes faz com que essa recomendação seja razoável. No entanto, não existem estudos publicados que avaliem estatinas específicas, doses ou níveis desejados de colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL) nessa população.
Evidências fracas sugerem que estatinas podem reduzir a velocidade da progressão de EAR aterosclerótica.[46]Cheung CM, Patel A, Shaheen N, et al. The effects of statins on the progression of atherosclerotic renovascular disease. Nephron Clin Pract. 2007;107(2):c35-42. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17713349?tool=bestpractice.com [47]Hanzel G, Balon H, Wong O, et al. Prospective evaluation of aggressive medical therapy for atherosclerotic renal artery stenosis, with renal artery stenting reserved for previously injured heart, brain, or kidney. Am J Cardiol. 2005 Nov 1;96(9):1322-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16253607?tool=bestpractice.com
Qualquer estatina pode ser usada, com um nível desejado de colesterol LDL <1.813 a 2.59 mmol/L (70 a 100 mg/dL).
A avaliação basal e periódica dos testes da função hepática é recomendada.
Opções primárias
atorvastatina: 10-80 mg por via oral uma vez ao dia
ou
fluvastatina: 20-80 mg/dia por via oral (liberação imediata) administrados em 1-2 doses fracionadas
ou
lovastatina: 10-80 mg/dia por via oral (liberação imediata) administrados em 1-2 doses fracionadas
ou
rosuvastatina: 5-40 mg por via oral uma vez ao dia
ou
sinvastatina: 5-40 mg por via oral uma vez ao dia; aumento do risco de miopatia com a dose de 80 mg/dia
antiagregante plaquetário
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A aspirina deve ser considerada para todos os pacientes com EAR aterosclerótica.[16]Anderson JL, Halperin JL, Albert NM, et al. Management of patients with peripheral artery disease (compilation of 2005 and 2011 ACCF/AHA guideline recommendations): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2013 Apr 2;127(13):1425-43. http://circ.ahajournals.org/content/127/13/1425.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23457117?tool=bestpractice.com
Opções primárias
aspirina: 75-300 mg por via oral uma vez ao dia
colocação de stent na artéria renal + continuação da terapia medicamentosa
Não existem dados para dar suporte à colocação de stent de rotina na artéria renal em pacientes assintomáticos nos quais a EAR foi encontrada incidentalmente.[2]Hirsch AT, Haskal ZJ, Hertzer NR, et al. ACC/AHA 2005 practice guidelines for the management of patients with peripheral arterial disease (lower extremity, renal, mesenteric, and abdominal aortic). Circulation. 2006 Mar 21;113(11):e463-654. http://circ.ahajournals.org/content/113/11/e463.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16549646?tool=bestpractice.com
A intervenção vascular percutânea renal não parece ser melhor que a terapia medicamentosa máxima ideal.[45]Cooper CJ, Murphy TP, Cutlip DE, et al. Stenting and medical therapy for atherosclerotic renal-artery stenosis. N Engl J Med. 2014 Jan 2;370(1):13-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24245566?tool=bestpractice.com No entanto, em determinados casos, as diretrizes sugerem que a colocação de stent na artéria renal pode ser considerada nas seguintes circunstâncias: hipertensão refratária em um esquema de vários medicamentos (≥3 medicamentos); doença renal crônica progressiva; lesão renal aguda com inibidores da ECA/antagonista do receptor de angiotensina II em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva (ICC); edema pulmonar rápido e recorrente; EAR bilateral; estenose da artéria renal que supre o único rim em funcionamento; terapia de resgate na insuficiência renal de início recente em estágio terminal; pacientes com EAR, hipertensão não controlada e angina instável.[3]Haller C, Keim M. Current issues in the diagnosis and management of patients with renal artery stenosis: a cardiologic perspective. Prog Cardiovasc Dis. 2003 Nov-Dec;46(3):271-86. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14685944?tool=bestpractice.com [19]Hicks CW, Clark TWI, Cooper CJ, et al. Atherosclerotic renovascular disease: a KDIGO (Kidney Disease: Improving Global Outcomes) controversies conference. Am J Kidney Dis. 2022 Feb;79(2):289-301. https://www.doi.org/10.1053/j.ajkd.2021.06.025 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/34384806?tool=bestpractice.com [44]Bhalla V, Textor SC, Beckman JA, et al. Revascularization for renovascular disease: a scientific statement from the American Heart Association. Hypertension. 2022 Aug;79(8):e128-43. https://www.doi.org/10.1161/HYP.0000000000000217 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35708012?tool=bestpractice.com
Os fatores do paciente que podem sugerir benefício clínico da revascularização incluem início recente ou exacerbação da hipertensão (<1 ano), ausência de proteinúria e ativação identificável do sistema renina-angiotensina (por exemplo, hiperreninemia).[44]Bhalla V, Textor SC, Beckman JA, et al. Revascularization for renovascular disease: a scientific statement from the American Heart Association. Hypertension. 2022 Aug;79(8):e128-43.
https://www.doi.org/10.1161/HYP.0000000000000217
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35708012?tool=bestpractice.com
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Angiografia digital por subtração em paciente com estenose da artéria renal esquerda aterosclerótica significativa. Imagem A, antes da colocação do stent. Imagem B, depois da implantação bem-sucedida do stent. As setas indicam o local da estenose e da colocação do stent nas respectivas imagensCortesia de Alvaro Alonso, MD e Scott J. Gilbert, MD [Citation ends].
Os pacientes devem ser encaminhados a um especialista em intervenção vascular periférica caso seja considerada a revascularização. A terapia medicamentosa atual deve ser mantida e maximizada. A adição transitória de clopidogrel deve ser considerada para a terapia antiagregante plaquetária dupla após o procedimento.
clopidogrel pós-colocação de stent
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Pacientes submetidos à colocação de stent na artéria renal precisam de terapia antiagregante plaquetária dupla por um período de tempo determinado pelo especialista vascular.
Os pacientes devem continuar tomando aspirina, com a adição de clopidogrel, após o procedimento.
Opções primárias
clopidogrel: 75 mg por via oral uma vez ao dia
reconstrução cirúrgica das artérias renais
A reconstrução cirúrgica das artérias renais nos casos de EAR está restrita aos pacientes submetidos à reconstrução aórtica principal por outro motivo, como reparo de aneurisma da aorta abdominal (AAA) ou correção de doença oclusiva aortoilíaca grave.[16]Anderson JL, Halperin JL, Albert NM, et al. Management of patients with peripheral artery disease (compilation of 2005 and 2011 ACCF/AHA guideline recommendations): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2013 Apr 2;127(13):1425-43. http://circ.ahajournals.org/content/127/13/1425.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23457117?tool=bestpractice.com
displasia fibromuscular
terapia anti-hipertensiva + modificação do estilo de vida
A maioria dos pacientes com displasia fibromuscular tem hipertensão refratária ou difícil de controlar. Assim, o tratamento de primeira linha nessa condição envolve o controle de PA em um nível desejado <140/90 mmHg. O controle de PA mais agressivo para <130/80 mmHg é indicado na presença de doença cardiovascular concomitante.
Embora nenhum dado dê suporte ao uso de um único agente ou de uma combinação de medicamentos em vez de outra em displasia fibromuscular, a presença de indicação convincente por comorbidades clínicas aumenta a importância da seleção de anti-hipertensivos.
Além disso, a terapia combinada com vários agentes é frequentemente necessária.
O bloqueio de renina-angiotensina com inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) ou antagonistas do receptor da angiotensina II é uma atraente estratégia anti-hipertensiva de primeira linha, pois as ações têm como alvo o mecanismo da hipertensão na EAR. No entanto, é recomendado acompanhar de perto a PA, a função renal e os eletrólitos após o início da terapia.
Os pacientes podem precisar ser encaminhados para um especialista em hipertensão (ou seja, cardiologista ou nefrologista).
Alguns anti-hipertensivos normalmente prescritos são apresentados abaixo. As doses devem ser baixas no início e aumentadas de acordo com a resposta.
As mudanças de estilo de vida incluem perda de peso, dieta pobre em sal e abandono do hábito de fumar.
Opções primárias
captopril: 12.5 a 25 mg por via oral três vezes ao dia
ou
enalapril: 10-20 mg por via oral uma vez ao dia
ou
valsartana: 80-160 mg por via oral uma vez ao dia
ou
losartana: 25-100 mg por via oral uma vez ao dia
Opções secundárias
hidroclorotiazida: 25 mg por via oral uma vez ao dia
ou
furosemida: 40 mg por via oral uma vez ao dia
ou
atenolol: 50-100 mg por via oral uma vez ao dia
ou
anlodipino: 10 mg por via oral uma vez ao dia
ou
nifedipino: 30 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia
ou
prazosina: 2.5 mg por via oral uma vez ao dia
Opções terciárias
clonidina: 0.1 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
hidralazina: 10-50 mg por via oral quatro vezes ao dia
ou
metildopa: 250-500 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
minoxidil: 5-40 mg por via oral uma vez ao dia
angioplastia por balão percutânea da artéria renal
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Junto com a terapia com anti-hipertensivos, a angioplastia deve ser considerada uma terapia de primeira linha, pois costuma ser curativa. A angioplastia tem uma taxa de êxito técnico inicial e uma taxa de patência em 10 anos de aproximadamente 90%.[49]Uder M, Humke U. Endovascular therapy of renal artery stenosis: where do we stand today? Cardiovasc Intervent Radiol. 2005 Mar-Apr;28(2):139-47. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15770388?tool=bestpractice.com
colocação de stent na artéria renal e terapia antiagregante plaquetária dupla
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
A colocação de stent não é indicada para o tratamento inicial de displasia fibromuscular, exceto nos casos de complicações procedimentais durante a angioplastia por balão percutânea da artéria renal (isto é, dissecção da artéria renal). Ela deve ser considerada em quadros de reestenose.[16]Anderson JL, Halperin JL, Albert NM, et al. Management of patients with peripheral artery disease (compilation of 2005 and 2011 ACCF/AHA guideline recommendations): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2013 Apr 2;127(13):1425-43. http://circ.ahajournals.org/content/127/13/1425.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23457117?tool=bestpractice.com
Os pacientes submetidos à colocação de stent na artéria renal precisam de terapia antiagregante plaquetária dupla (com aspirina e clopidogrel) após o procedimento.
Opções primárias
aspirina: 75-300 mg por via oral uma vez ao dia
e
clopidogrel: 75 mg por via oral uma vez ao dia
reconstrução cirúrgica das artérias renais
A reconstrução cirúrgica das artérias renais nos casos de displasia fibromuscular está restrita aos pacientes submetidos à reconstrução aórtica significativa por outro motivo. A intervenção cirúrgica pode ser necessária nos casos de doença complexa que se estende para o interior das artérias segmentais e nos casos de macroaneurismas.[16]Anderson JL, Halperin JL, Albert NM, et al. Management of patients with peripheral artery disease (compilation of 2005 and 2011 ACCF/AHA guideline recommendations): a report of the American College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines. Circulation. 2013 Apr 2;127(13):1425-43. http://circ.ahajournals.org/content/127/13/1425.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23457117?tool=bestpractice.com
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