Novos tratamentos

Técnicas cirúrgicas

Análises post hoc de subgrupos do estudo STICH (Surgical Trial in Intracerebral Haemorrhage [Estudo Cirúrgico sobre Hemorragia Intracraniana]) sugerem um benefício da ressecção de hematomas <1 cm da superfície cerebral e possível dano de ressecção nos pacientes em coma (escala de coma de Glasgow ≤8).[102] Alguns dados respaldam a possibilidade de desfecho favorável com ressecção precoce (<12 horas), apesar da possibilidade de maior taxa de sangramento recorrente.[23]​ Uma extensa pesquisa está sendo feita para avaliar o benefício da drenagem do hematoma por meio de cirurgia minimamente invasiva. Uma extensa metanálise mostrou que pacientes com hemorragia intracerebral (HIC) supratentorial podem se beneficiar de técnicas de drenagem minimamente invasivas, especialmente quando sofrem hematomas superficiais de 25 mL a 40 mL.[103] O estudo MISTIE de fase 2, randomizado, controlado e aberto, mostrou que a cirurgia minimamente invasiva associada à alteplase parece ser segura em pacientes com HIC; no entanto, o aumento do sangramento assintomático foi um achado importante.[104] O ensaio STICH II confirmou que a cirurgia precoce da hemorragia superficial pode garantir uma pequena vantagem de sobrevida, especialmente no grupo de pacientes não comatosos que se apresentam ou evoluem com nível de consciência reduzido (escala de coma de Glasgow 9-12) .[105] O estudo ICES também mostrou que a cirurgia endoscópica guiada por tomografia computadorizada (TC) estereotáxica intraoperatória precoce é um método seguro e eficaz para remover HICs agudas.[106] Ficou comprovado que o uso de ativador de plasminogênio tecidual recombinante (r-TPA) acelera a resolução da hemorragia intraventricular.[107]

Fator de coagulação recombinante Xa (alfa-andexanete)

Proteína decoy recombinante modificada do fator Xa humano que se liga aos inibidores do fator Xa, resultando na diminuição da atividade anti-Xa e na geração de trombina. No Reino Unido, alfa-andexanete é recomendado apenas em pesquisas para reverter a anticoagulação causada por apixabana ou rivaroxabana em adultos com hemorragia intracraniana não controlada ou fatal, na forma de um estudo randomizado em andamento exigido pelo regulador.[108]​ Há um estudo em andamento, que visa determinar a eficácia e segurança de alfa-andexanete em comparação com os cuidados habituais em pacientes que apresentam hemorragia intracraniana aguda dentro de 6 horas do início dos sintomas e dentro de 15 horas após o uso de um inibidor oral do fator Xa.[109]

Terapia hemostática

O tratamento com fator VII recombinante ativado evitou o crescimento do hematoma, mas falhou em melhorar os desfechos clínicos num ensaio de fase III.[21] Novos estudos realizados no futuro podem vir a investigar se o fator VII recombinante ativado é mais eficaz em determinados subgrupos de pacientes. Uma pesquisa básica adicional foi realizada com cilostazol (um inibidor da fosfodiesterase-3) para prevenir a transformação hemorrágica associada ao ativador de plasminogênio tecidual e a hemorragia induzida por varfarina. Ficou comprovado que cilostazol tem propriedades protetoras sobre as células endoteliais, células do músculo liso vasculares, e a barreira hematoencefálica, mas é necessário realizar ensaios clínicos para investigar se essas propriedades seriam benéficas para o AVC hemorrágico ou a prevenção da expansão do hematoma.[110][111][112]

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