Etiologia
A deficiência de zinco é comum em regiões em desenvolvimento devido à desnutrição, enquanto, em regiões desenvolvidas, a deficiência de zinco está associada ao envelhecimento e a muitas doenças crônicas.
A maioria dos casos de deficiência de zinco adquirida é decorrente de uma combinação dos seguintes fatores:
Nutricional: dieta pobre em carne e rica em fitatos (encontrados em cereais integrais e produtos de soja) ou oxalatos (encontrados em muitos vegetais, entre eles, espinafre, nozes, quiabo e chá)
Hospedeiro: presença de doença crônica ou infecções crônicas ou recorrentes
Em países desenvolvidos, a deficiência de zinco geralmente só é considerada em pessoas com outras doenças de risco. Isso inclui pacientes com má absorção, doença gastrointestinal e hepática crônica, doença renal, doença falciforme e infecção por HIV; tratamento crônico com certos medicamentos (hidroclorotiazida, penicilamina, etambutol, certos antibióticos), anorexia nervosa, transtornos decorrentes do uso de bebidas alcoólicas, em pessoas com mais de 60 anos de idade e em vegetarianos e veganos.[1][2][3][4][5][6][7][8][9][10][11][12][13]
Em países em desenvolvimento, a etiologia é multifatorial, e a doença decorre de baixa ingestão de zinco, absorção reduzida devido a outros alimentos, principalmente fitatos e oxalatos, e aumento das perdas decorrentes de infecções.[21]
A acrodermatite enteropática é uma disfunção genética (autossômica recessiva) que causa deficiência de zinco grave em decorrência da absorção deficiente.[20]
Fisiopatologia
O zinco é essencial para o funcionamento de mais de 300 enzimas e fatores de transcrição diferentes. O zinco também é um antioxidante e pode ter propriedades anti-inflamatórias primárias. A ligação exata entre a deficiência de zinco e a variedade de sinais e sintomas relacionados ainda não foi claramente elucidada. No entanto, postula-se que os efeitos combinados das alterações relacionadas ao zinco em vários parâmetros imunes e metabólicos resultem em características clínicas específicas.
A acrodermatite enteropática causa deficiência de zinco grave, provavelmente em decorrência de uma proteína intestinal transportadora de zinco defeituosa, cuja causa mais comum é uma mutação no gene ZIP4.[20]
Classificação
Acrodermatite enteropática
A acrodermatite enteropática é uma doença autossômica recessiva que causa deficiência de zinco grave em decorrência da absorção deficiente. Geralmente, esse distúrbio se apresenta na primeira infância com formação de crostas, dermatite vesicular, diarreia, comprometimento do crescimento e infecções. Geralmente, a acrodermatite enteropática é hereditária, mas, em casos raros, pode ser adquirida.
[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Acrodermatite enteropática observada na deficiência de zinco graveAdaptada de Maverakis E, Lynch PJ, Fazel N. Acrodermatitis enteropathica. Dermatol Online J. 2007;13:11; usada com permissão [Citation ends].
Deficiência de zinco adquirida
A deficiência de zinco adquirida pode ser decorrente de pouca ingestão de nutrientes, consumo de alimentos ou medicamentos que reduzem a absorção de zinco, doença crônica ou qualquer combinação desses fatores. Os sintomas são bastante diversos e a suspeita clínica do distúrbio deve ser elevada em indivíduos em risco: lactentes com dietas pobres em nutrientes, síndrome de má absorção, pessoas com doença gastrointestinal crônica; doença hepática; doença falciforme; doença renal; alcoolismo; HIV; anorexia nervosa e idosos.[1][2][3][4][5][6][7][8][9][10][11][12][13] Outros fatores de risco são o vegetarianismo ou o veganismo.
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