Comunicações interatriais (defeitos do septo atrial)
- Visão geral
- Teoria
- Diagnóstico
- Tratamento
- ACOMPANHAMENTO
- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
resistência vascular pulmonar (RVP) <5 unidades Wood (WU) e Qp:Qs <1.5
observação
Os pacientes jovens com pequenas comunicações interatriais podem ser observados, pois o defeito pode fechar ou regredir. Se a razão do fluxo sanguíneo pulmonar para sistêmico, Qp:Qs, for <1.5, o defeito será de pouca importância prognóstica e não exigirá fechamento.
RVP <5 WU e Qp:Qs ≥1.5, ou evidências de aumento atrial direito
fechamento corretivo
Se a razão do fluxo sanguíneo pulmonar para sistêmico, Qp:Qs, for ≥1.5 ou permanecer assim, ou se houver evidência de dilatação atrial direita, o defeito exigirá fechamento para evitar insuficiência cardíaca, arritmias atriais e doença vascular pulmonar obstrutiva.[28]Campbell M. Natural history of atrial septal defect. Br Heart J. 1970 Nov;32(6):820-6. http://heart.bmj.com/content/heartjnl/32/6/820.full.pdf http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/5212356?tool=bestpractice.com Isso geralmente é realizado entre 2 e 4 anos de idade. Pacientes que desenvolvem insuficiência cardíaca persistente necessitam de um fechamento antecipado.
Defeito do septo atrial (DSA) do ostium secundum ou vestibular: o fechamento por dispositivo é o método preferencial caso as margens sejam adequadas para prender um dispositivo. Se as margens forem inadequadas ou se existirem grandes aneurismas no septo ou múltiplas fenestrações no septo atrial, o fechamento cirúrgico é necessário.
Defeito do ostium primum: o fechamento cirúrgico com reparo da valva atrioventricular esquerda é o procedimento mais comumente usado.
Defeito do tipo seio coronário: o fechamento cirúrgico pode ser realizado simplesmente ao se fechar o orifício do seio coronário. É necessária uma correção mais complexa na presença de uma veia cava superior esquerda persistente.
Defeito do tipo seio venoso: as veias pulmonares direitas anômalas são impedidas, pelo defeito, de chegar ao átrio esquerdo. Também pode ser realizada uma cirurgia de Warden, pela qual a veia cava superior é transeccionada e depois reconectada ao apêndice atrial direito enquanto um enxerto é colocado no orifício da veia cava superior para direcionar o fluxo anômalo da veia pulmonar direita através do defeito para o átrio esquerdo.
O defeito do tipo seio venoso com drenagem pulmonar anômala parcial e seio coronário sem teto (especialmente se associado com uma veia cava superior esquerda persistente) deve ser corrigido independente do volume do shunt.
A correção cirúrgica pode ser realizada com estratégias minimamente invasivas por meio de toracotomias ou mini-esternotomias, com resultados equivalentes quando comparadas com procedimentos convencionais de esternotomia mediana.[26]Vida VL, Zanotto L, Zanotto L, et al. Minimally invasive surgery for atrial septal defects: a 20-year experience at a single centre. Interact Cardiovasc Thorac Surg. 2019 Jun 1;28(6):961-7. https://academic.oup.com/icvts/article/28/6/961/5306600?login=false http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30726938?tool=bestpractice.com
antibióticos profiláticos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Necessários nos 6 primeiros meses após o fechamento cirúrgico ou por dispositivo, para prevenir endocardite.[23]Baumgartner H, De Backer J, Babu-Narayan SV, et al; ESC Scientific Document Group. 2020 ESC guidelines for the management of adult congenital heart disease. Eur Heart J. 2021 Feb 11;42(6):563-645. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/6/563/5898606?login=false http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32860028?tool=bestpractice.com [27]Stout KK, Daniels CJ, Aboulhosn JA, et al. 2018 AHA/ACC guideline for the management of adults with congenital heart disease: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines. Circulation. 2019 Apr 2;139(14):e698-800. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000603?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30586767?tool=bestpractice.com
Os antibióticos são administrados antes de um procedimento que puder causar bacteremia. As diretrizes sobre quais procedimentos necessitam de profilaxia variam de acordo com o país, e devem ser seguidas as diretrizes locais sobre profilaxia da endocardite. Por exemplo, muitas diretrizes não recomendam mais a profilaxia para procedimentos dentários, procedimentos envolvendo os tratos gastrointestinais superior e inferior, o trato geniturinário ou os tratos respiratórios superior e inferior.
A clindamicina é uma alternativa à penicilina em pacientes com alergia à penicilina.
Opções primárias
amoxicilina: crianças: 50 mg/kg por via oral uma hora antes do procedimento; adultos: 2 g por via oral uma hora antes do procedimento
ou
clindamicina: crianças: 20 mg/kg por via oral uma hora antes do procedimento; adultos: 600 mg por via oral uma hora antes do procedimento
RVP ≥5 WU
vasodilatador pulmonar
O fechamento corretivo não é recomendado se a RVP for ≥5 WU. Em vez disso, a terapia vasodilatadora pulmonar deve ser iniciada na tentativa de se reduzir a RVP.[23]Baumgartner H, De Backer J, Babu-Narayan SV, et al; ESC Scientific Document Group. 2020 ESC guidelines for the management of adult congenital heart disease. Eur Heart J. 2021 Feb 11;42(6):563-645. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/6/563/5898606?login=false http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32860028?tool=bestpractice.com [27]Stout KK, Daniels CJ, Aboulhosn JA, et al. 2018 AHA/ACC guideline for the management of adults with congenital heart disease: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines. Circulation. 2019 Apr 2;139(14):e698-800. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000603?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30586767?tool=bestpractice.com
Os vasodilatadores pulmonares que se mostraram benéficos incluem antagonistas do receptor de endotelina (por exemplo, bosentana), os inibidores de fosfodiesterase-5 sildenafila ou tadalafila e, em estudos limitados, infusões do prostanoide epoprostenol.[29]Barst RJ, Rubin LJ, Long WA, et al. A comparison of continuous intravenous epoprostenol (prostacyclin) with conventional therapy for primary pulmonary hypertension. N Engl J Med. 1996 Feb 1;334(5):296-301. https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJM199602013340504?url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori:rid:crossref.org&rfr_dat=cr_pub%20%200www.ncbi.nlm.nih.gov http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8532025?tool=bestpractice.com
Opções primárias
bosentana: peso corporal ≤40 kg: 62.5 mg por via oral duas vezes ao dia; peso corporal >40 kg: 62.5 a 125 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
sildenafila: 20-80 mg por via oral três vezes ao dia; 10 mg por via intravenosa a cada 8 horas
ou
tadalafila: 40 mg por via oral uma vez ao dia
Opções secundárias
epoprostenol: 2 nanogramas/kg/minuto por via intravenosa inicialmente, aumentar em 2 nanogramas/kg/minuto a cada 15 minutos de acordo com a resposta
fechamento corretivo
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Se o tratamento com vasodilatator reduzir a RVP para <5 WU, o fechamento corretivo pode ser considerado (e o tratamento vasodilatador, descontinuado).[23]Baumgartner H, De Backer J, Babu-Narayan SV, et al; ESC Scientific Document Group. 2020 ESC guidelines for the management of adult congenital heart disease. Eur Heart J. 2021 Feb 11;42(6):563-645. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/6/563/5898606?login=false http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32860028?tool=bestpractice.com
Defeito do septo atrial (DSA) do ostium secundum ou vestibular: o fechamento por dispositivo é o método preferencial caso as margens sejam adequadas para prender um dispositivo. Se as margens forem inadequadas ou se existirem grandes aneurismas no septo ou múltiplas fenestrações no septo atrial, o fechamento cirúrgico é necessário.
Defeito do ostium primum: o fechamento cirúrgico com reparo da valva atrioventricular esquerda é o procedimento mais comumente usado.
Defeito do tipo seio coronário: o fechamento cirúrgico pode ser realizado simplesmente ao se fechar o orifício do seio coronário. É necessária uma correção mais complexa na presença de uma veia cava superior esquerda persistente.
Defeito do tipo seio venoso: as veias pulmonares direitas anômalas são impedidas, pelo defeito, de chegar ao átrio esquerdo. Também pode ser realizada uma cirurgia de Warden, pela qual a veia cava superior é transeccionada e depois reconectada ao apêndice atrial direito enquanto um enxerto é colocado no orifício da veia cava superior para direcionar o fluxo anômalo da veia pulmonar direita através do defeito para o átrio esquerdo.
O defeito do tipo seio venoso com drenagem pulmonar anômala parcial e seio coronário sem teto (especialmente se associado com uma veia cava superior esquerda persistente) deve ser corrigido independente do volume do shunt.
A correção cirúrgica pode ser realizada com estratégias minimamente invasivas por meio de toracotomias ou mini-esternotomias, com resultados equivalentes quando comparadas com procedimentos convencionais de esternotomia mediana.[26]Vida VL, Zanotto L, Zanotto L, et al. Minimally invasive surgery for atrial septal defects: a 20-year experience at a single centre. Interact Cardiovasc Thorac Surg. 2019 Jun 1;28(6):961-7. https://academic.oup.com/icvts/article/28/6/961/5306600?login=false http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30726938?tool=bestpractice.com
antibióticos profiláticos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Necessários nos 6 primeiros meses após o fechamento cirúrgico, para prevenir endocardite.[23]Baumgartner H, De Backer J, Babu-Narayan SV, et al; ESC Scientific Document Group. 2020 ESC guidelines for the management of adult congenital heart disease. Eur Heart J. 2021 Feb 11;42(6):563-645. https://academic.oup.com/eurheartj/article/42/6/563/5898606?login=false http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32860028?tool=bestpractice.com [27]Stout KK, Daniels CJ, Aboulhosn JA, et al. 2018 AHA/ACC guideline for the management of adults with congenital heart disease: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on clinical practice guidelines. Circulation. 2019 Apr 2;139(14):e698-800. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIR.0000000000000603?rfr_dat=cr_pub++0pubmed&url_ver=Z39.88-2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30586767?tool=bestpractice.com
Os antibióticos são administrados antes de um procedimento que puder causar bacteremia. As diretrizes sobre quais procedimentos necessitam de profilaxia variam de acordo com o país, e devem ser seguidas as diretrizes locais sobre profilaxia da endocardite. Por exemplo, muitas diretrizes não recomendam mais a profilaxia para procedimentos dentários, procedimentos envolvendo os tratos gastrointestinais superior e inferior, o trato geniturinário ou os tratos respiratórios superior e inferior.
A clindamicina é uma alternativa à penicilina em pacientes com alergia à penicilina.
Opções primárias
amoxicilina: crianças: 50 mg/kg por via oral uma hora antes do procedimento; adultos: 2 g por via oral uma hora antes do procedimento
ou
clindamicina: crianças: 20 mg/kg por via oral uma hora antes do procedimento; adultos: 600 mg por via oral uma hora antes do procedimento
continuação do tratamento com vasodilatador pulmonar
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
O fechamento corretivo geralmente não é recomendado se a RVP continuar ≥5 WU, apesar de uma terapia vasodilatadora pulmonar adequada. A terapia medicamentosa de suporte com vasodilatadores pulmonares é a base do tratamento, e deve ser mantida.
Observe que, em alguns pacientes com shunt esquerda-direita e RVP ≥5 WU, o fechamento corretivo ainda pode ser considerado por alguns médicos, dependendo do caso, ponderando-se os riscos e os benefícios.
monitoramento e tratamento da hiperviscosidade
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Hipertensão pulmonar fixa com reversão do shunt como resultado da transposição pulmonar também é chamada de síndrome de Eisenmenger e está associada a vários graus de dessaturação. É comum pacientes com síndrome de Eisenmenger desenvolverem eritrocitose para compensar a hipoxemia, o que pode causar hiperviscosidade.
A hiperviscosidade pode produzir sintomas de cefaleia, fadiga e, algumas vezes, alterações do estado mental. O tratamento de pacientes sintomáticos envolve flebotomia e infusão intravenosa de soro fisiológico.
A flebotomia de rotina deve ser evitada.
shunt sistêmico-pulmonar (shunt de Potts revertido)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Último recurso para pacientes com hipertensão arterial pulmonar que já se submeteram à correção cirúrgica da cardiopatia congênita e não apresentam resposta à terapia medicamentosa em doses máximas. Pode melhorar a capacidade de exercícios e tornar o tratamento clínico mais fácil.[10]Jone PN, Ivy DD, Hauck A, et al. Pulmonary hypertension in congenital heart disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circ Heart Fail. 2023 Jul;16(7):e00080. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/HHF.0000000000000080 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37357777?tool=bestpractice.com
considere o transplante de coração-pulmão ou o transplante de pulmão duplo
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
O transplante de coração-pulmão pode ser considerado para alguns pacientes. Quando possível, também pode ser considerada a correção cirúrgica da comunicação interatrial juntamente com o transplante de pulmão duplo.[10]Jone PN, Ivy DD, Hauck A, et al. Pulmonary hypertension in congenital heart disease: a scientific statement from the American Heart Association. Circ Heart Fail. 2023 Jul;16(7):e00080. https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/HHF.0000000000000080 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37357777?tool=bestpractice.com
Escolha um grupo de pacientes para ver nossas recomendações
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